Leo

            Ainda bem que hoje o dia estava calmo, até parece que ainda não ia acontecer nada! Não querendo ser pessimista, mas somos semi-deuses, e com um sátiro que gostava de bater em tudo que respira, e ainda por cima uma deusa menor, que agora ainda está em recuperação, sem os seus poderes.

            Estava na sala de maquinas tentando decifrar o livro perdido de Arquimedes, e vou te dizer que eu entendia muitas coisas, mais outras estavam escritas em grego, misturada com contas... e eu não entendia muito, e isso estavam me deixando louco, até parecia que não tinha solução.

            Sem querer enrosquei no meu colar do sol, que a mãe de Estela me deu, na minha caneta. Eu tirei o colar com maior delicadeza para não quebrar. Coloquei o colar na palma da minha mão e comecei a lembrar de Estela. De como ela é bonita, ela tem um brilho natural, que pega e ilumina o meu coração, o fazendoele ter uma vida própria, exemplo: ela começa a dançar quando vê ela.

            Nem percebi que tinha uma mão na minha tocando o colar junto comigo, olhei para trás e vi que ela, nossa... ela não vai morrer cedo, e nem quero pensar nisso. E putz... ela estava com um sorriso encantador, que vez o meu coração falhar três batidas.

- Sinto a falta dela. - disse olhando em meus olhos.

- Seria estranho se não senti -se. - Dei um sorriso para ela. - A falta faz parte, mas é complementada por pessoas que também amamos, e que estão aqui do nosso lado.

- Verdade! - Disse ela me lanchando um sorriso enorme, e apertando a minha mão. Ela olhou para os meus papeis e fez uma careta. - Essa conta está errada. - Ela largou minha mão e pegou a folha começou a olhar.

- É eu sei... - Disse vendo ela olhar o papel com determinação, e pegou um lápis em cima da mesa e começou a escrever nele. - Incrível que pareça, eu acho que essa conta não tem fim....

-  Terminei. - Ela suspirou de alivio, e eu foquei bobo.

- Como? - Perguntei surpreso. - Eu fiquei a tarde toda com essa conta e você simplesmente fez alguns rabiscos e... - Ri sem graça. - Acabou?!

- É que eu amo matemática... - Disse ela meio constrangida. - E o problema você já tinha resolvido, só faltava algumas coisinhas... - Eu ri alto, fazendo Estela pular de susto.

- Estela... - Peguei com as duas mãos o seu rosto. - Você é incrível! Sabia disso? - Disse olhando nos seus olhos, e Estela ficou corada. Eu a achava uma gracinha quando ficava assim. Meu coração quase pulou para fora da minha boca, porque quando voltei na real Estela estava com os seus lábios no meus. Isso que dá ter déficit de atenção e hiperatividade, você perde as coisas. E é obvio que eu não a parei, mas sim aprofundei o beijo. Sim, nosso beijo foi aqueles calmos e bem românticos, peguei em sua cintura para ela chegar mas perto de mim, e em sua nuca, E ela pegou meu cabelo e começou a me puxar para mais perto dela. Afastamo-nos pelo fato de não ter mais AR, Estávamos com a respiração acelerada, e nos olhamos e eu dei um selinho nela e disse logo depois:

- Te Amo Estela. - Ela arregalou os olhos. - Eu sei que pode até ser cedo para você eu dizer isso. Mas estou ligado na sua dês que te vi aquele dia tocando o violino. - Ela sorriu.

- Não Leo, não é cedo... Já é tarde para eu te dizer que também Te Amo... - Eu e ela rimos juntos. Demos mais alguns beijos e ficamos meio que namorando até que ela parou no meio de um beijo e disse:

- Chega... Precisamos decifrar isso. - Ela apontou para as coisas na mesa. - Vamos Leo! – Ela me empurrou, e eu resmunguei com desgosto.

- Quem sabe amanha? Perguntei.

- Não! - Ela respondeu tentando desfazer o abraço que estava fazendo nela.

- Então daqui uma hora? - Ela balançou a cabeça negativamente. - Meia hora? - Ela não concordou de novo. - Cinco minutos? - Ela nem quis saber. - Um minuto? - Pedi fazendo carinha de cachorro caindo da mudança.

- Não e Não.... - Ela afirmou. E eu ia jogar mais uma proposta, e ela já disse: - Não!

- Mas eu nem falei nada! - Reclamei.

- Isso mesmo não é para você falar, mais sim fazer! - Ela pegou alguns papeis na mesa e meio que jogou em meus braços. - Faz tudo certinho, se fizer, eu penso nessas propostas em outra forma. - Ele riu.

- Olha que eu sou bom para cobrar hen! - Disse.

- Mas nem vai precisar! - Ela riu. - E também vou ajudar com a escrita grega do livro.

- Melhor ainda! - Disse maliciosamente. - Assim acaba rápido aqui. E começa a real diversão! - Pisquei para ela, e ela ficou vermelha.

- Chega! - Afirmou. - Ao Trabalho.

            Trabalhamos o dia todo, e às vezes dava uns beijos em Estela quando ela estava despreparada, a deixando furiosa.

- Leo! – Disse ela séria. – FOCO!

- Mas meu foco está em você agora... – Disse mostrando o meu colar do sol que estava no meu pescoço, ela o tocou, e senti um calor envolver-me em seu toque.

- Só agora? – Ela perguntou perto do meu ouvido, me fazendo arrepiar por inteiro. Ela beijou o meu pescoço, e depois do beijo disse preocupada: - Nossa! Você está quente.

- É, eu sei... – disse meio abobado. E ela riu meio nervosa dizendo:

- Sério Leo. – Ela tocou minha testa. – Você está fervendo! Você está se sentindo bem?

- Si..quer dizer... – Me engasguei. – Não, eu estou meio que sentindo um frio. – Menti. – Eu acho que estou com febre. – Sim febre de amor, concerteza. Mais queria tirar casquinha dela naquele momento. Ela me olhou com uma cara de preocupação que até deu vontade de desmentir, e eu ia fazer isso, mais...

- Vamos então sair daqui. Eu acho que você já trabalhou de mais por hoje. – Ela começou a me puxar para sairmos da sala de máquinas. – Vou te levar para enfermaria, lá deve ter remédio para febre.

            Quando chegamos às escadas para subir ao corredor do navio, andei com ela até a o sétimo degrau e assim quando parei, ela olhou para mim com duvida, e eu a peguei nos meus braços a emburrando para a parede, e a beijei o seu pescoço, e ela disse meio que rindo:

- Leo você está fazendo cócegas.

- Quero fazer mais que isso. – Informei, e olhei para ela e seu rosto estava vermelho.

- Você está muito safado hoje! E nem me fale da sua suposta “FEBRE” que já sei o que é!

- Sabe? – Perguntei.

- Sei, e vou curá-lo rápido com água fria. – Ela disse rindo, e apertei mais contra a parede, e ela gritou de dor. – Ai Leo, isso machucou seu... – E nesse momento a beijei, antes de terminar sua frase. E ela tentou me afastar com tapas e beliscões, mas nada adiantou, depois de um tempo, vendo que nada adiantava, ela se rendeu, e me beijou mais ainda, me puxando para perto dela. O beijo estava tão bom, que infelizmente foi terminado por uma luz muito forte que no começo pensei que fosse de Estela brilhando, mais depois vi que Estela também se sentiu meio que estranha com a aquilo, abri os meus olhos e tentei me afastar de Estela para ver melhor o que estava acontecendo. Mas quando tentei, uma coisa se enroscou e eu parei, e o brilho acabou, olhei para Estela e via a mesma coisa que eu tinha naquele momento “ Duvida! O que tinha acontecido?”

- Estela foi você? – Perguntei ainda bem próximo dela, e percebi que ela estava olhando para o meu colar, que quando olhei naquele momento estava enrolado com o dela, a Harpa.

- Não fui eu. Eu ia fazer essa pergunta agora para você, mas vejo pela sua pergunta... Que também não foi você. – Ela desenrolou os colares e eu saio de cima dela, e ela me pediu: - Me empresta o seu colar? – Não entendi o motivo do qual ela queria o meu colar, mais o tirei e o coloquei na palma de sua mão.

- O que você vai fazer? – Perguntei vendo ela colocar a Harpa e o Sol em conjunto, como se uma parte precisa-se da outra. E ela olhava como se espera-se por um milagre. – Estela... – Ia dizendo até ela me cortar.

- Talvez precise me concentrar. – Disse ela pensativa. – Estava assim o colar, e ele brilhou...

- Tem certeza que foi o colar? – Perguntei.

- Tenho! – Ela afirmou. – Se não foi você e nem eu. E o que tinha diferente quando abrimos os olhos eram os colares juntos.

- Sim mais... – Tentei falar de novo mais ela me cortou novamente.

- E minha mãe me disse um dia, que o colar dela e do papai, significava o poder do amor entre eles. E uma proteção para mim.

- Proteção? – Perguntei olhando para o colar com duvida, isso seria quase impossível, tendo um colar mágico no meu pescoço. Mais depois de ter visto o que eu vi de Magia no fundo do mar, eu não duvido mais de nada. Estela fechou os olhos, e os abriu, e olhou para o colar desapontada, eu ia dizer alguma coisa para ela, mais ela fechou os olhos novamente, mais dessa vez ela me puxou e me deu um beijo. E claro eu o aceitei, o beijo mal começou e o brilho voltou. E eu abri os olhos para ver o que estava acontecendo, e vi a Estela me beijando concentrada, e olhei para sua mão, onde estava o nosso colar, e o brilho estava ganhando uma forma. Uma forma de um arco, mais sem fechas. E quando deu a forma completa, estava só o arco, sem as flecha. Nunca entendi esse negocio de arco e flecha, mais sei que era preciso de flecha para atingir seu inimigo, sem elas o arco seria nada. Estela abriu os olhos, e viu o objeto na mão e sorriu.

- Leo... – Ela falou admirada. – Isso é incrível. Agora entendo porque minha mãe me fez ter aula de arco e flecha com o vovô, ela queria me preparar.

- Hummm... – Disse sem entender. – Isso é bom, mais... um arco não precisa de...

- Flechas... – Ela disse confiante, e a uma flecha apareceu no arco pronta para ser atirada.

- Nossa! – Disse admirado. – Como você vez isso?

- Não sei... Eu só pensei nas fechas, e apareceu... – Ela disse olhando para o arco, que simplesmente se transformou em colar de novo.

- Estela como você conseguiu descobrir... é.... como abrir essa coisa? – Falei meio que tropeçando nas palavras, Estela me olhou meio risonha e disse colocando o colar no meu pescoço.

- Simplesmente Leo, na primeira tentativa eu pensei em como eu podia descobrir o que era. E na segunda, eu lembrei que estava te beijando, e foi isso que eu fiz, te beijei e parei de pensar no brilho misterioso, eu só... – Ela começou a ficar vermelha, e isso a deixava mais bonita. – Pensei em você, e o tanto que te amo, e o arco tomou forma em minhas mãos. – Ela beijou o colar que agora estava no meu peito, e disse por final: - É só com amor que as coisas boas funcionam. Era isso que minha mãe dizia.

- E eu te Amo, Meu Sol. – Disse a ela, e entrelacei as nossas mãos. E comecei a subir as escadas. E cheguei no corredor, e ela me abraçou e disse bem suave:

- Eu também te amo.

            E esse dia foi o melhor da minha vida, eu e Estela nos divertimos muito, estávamos bem mais juntos que nunca.

            Mais... eu acho que nem pra todos o dia foi assim... Porque na hora do jantar, percebi o clima preto que estava no redor de todos. Nem todos, só eu e Estela e Frank com a Hazel. Mas o resto....Ixi, a cara do Nico e da Jade já era normal, mais Piper e Jason... Isso era novidade, o clima estava tão forte, que percebi que naquela noite haveria tempestade pesadas naquele navio.