A Guardiã Das Florestas escrita por Luna Malvina Potter


Capítulo 7
Tash o Deus da guerra




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Três dias depois do ataque na Floresta

No palácio de Tashbaã

O palácio branco de abóbadas douradas, torres altas e janelas decoradas com mosaicos religiosos que em suma representavam o Deus Tash, se destacava no topo da cidade hiperativa todo iluminado, cercado por um jardim deslumbrante e impecável.

O rei da maior e mais rica cidade da parte sul, estava deitado em sua majestosa cama com lençóis de seda e varias almofadas de penas de gansos. O homem baixo, gordo, carrancudo com uma barba negra e emaranhada estava vestindo sua túnica vermelha e um turbante branco. O grande imperador como gostava de ser chamado estava acompanhado de duas odaliscas sensuais que lhe davam comida em sua boca.

Sua tranquilidade foi interrompida com um inesperado baque. Alguém batia na porta de mogno e maçaneta de ouro puro. Com um suspiro de descontentamento elevou sua voz grossa para ordenar:

-Entre.

A porta se abriu e pela passagem adentrou apressado um mensageiro jovem, magricela e muito desajeitado. O garoto vez uma enorme reverência e começou a proclamar as notícias:

-Com licença meu rei. -"Mustafá que você reine para sempre", (frase dita por todos como sinal de respeito ao imperador). -Trago aqui as novidades sobre os negócios com madeiras em Narnia, as terras agrestes do norte.

-Prossiga.

O mensageiro hesitou, todos sabiam que notícias ruins enraiveciam Mustafá e ninguém em sã consciência gostaria de ficar perto dele quando seus nervos estavam a flor da pele. 

-ANDE LOGO SEU IDIOTA!

-Infelizmente não trago boas notícias... Começou a dizer tremendo da cabeça aos pés.

Ao ouvir o som dessas palavras o sangue do "Grande Imperador" começou a se aquecer deixando sua face vermelha como um pimentão.

-O Tarcaã Rishdark está morto junto com todos os seus servos, suspeitamos que o Leão tenha feito isso, pois a marcas de dentes e garras por todos os cadáveres. 

-Maldito seja! -Que Tash os condene essa criatura sarnenta a uma vida de torturas e humilhações.

-Essa terra do norte já me deu muito trabalho, onde estão os meus guerreiros? - Quero invadir Narnia imediatamente.

-Mas meu senhor, precisamos enviar alguém para declarar ao Rei Caspian X.

-Declarar guerra, nós tomaremos o poder a força e de surpresa, me cansei desses vermes imundos. E de repente para extravasar sua raiva Mustafá retirou a bandeja de comida da mão de uma das odaliscas e atirou no mensageiro acertando-o em cheio.

-VAMOS O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI AINDA VÁ CHAMAR O COMANDANTE! Disse o imperador com sua voz esganiçada.

Limpando o sangue de sua testa o garoto sumiu por entre os diversos corredores e escadarias do Palácio.

Cinco minutos depois adentrou apressado, porém muito elegante o comandante. Um homem elegante, alto, moreno, magro, uma barba limpa e amparada presa em trança bem feita, usando uma brilhante e polida armadura.

Ele fez uma reverência e disse:

-Meu Grande Imperador que o senhor viva para sempre.

-Baldor! Disse o imperador um pouco mais calmo e pensativo. -Como estão nossas tropas.

-Mais de mil homens armados e fardados ao seu dispor.

-E quanto as montarias?

-Cavalos Narnianos, os melhores e mais fortes para toda a cavalaria que contém mais de quinhentos cavaleiros.

-Ainda não é suficiente, preciso de um exercito de mais de oito mil homens, sem contar a cavalaria e os arqueiros, para hoje.

-Mas senhor, isso é impossível precisamos fabricar armaduras  e armas, convocar mais homens, arranjar mais cavalos e com arranjar eu quero dizer roubar cavalos de Narnia o que será complicado com aquele leão rondando a floresta e além disso temos que traçar estratégias de batalha.

-Não me interessa o que você tem que fazer quero tudo isso pronto para hoje, atacaremos ao entardecer. 

-Meu sen... O comandante começou a replicar, mas logo mudou de ideia ele sabia que isso não iria adiantar então decidiu sugerir uma solução para questão.

-Meu Grande Imperador. Recomeçou educadamente. -Se me permite gostaria de lhe dar uma sugestão.

-Prossiga, está esperando oque?

-Para ganhar essa guerra eu acho que deveríamos invocar o nosso grande Deus Tash. - Se o senhor conversar com ele, Tash nos enviará o que precisamos e nos auxiliará em nosso feito.

Parando para refletir Mustafá acomodou  com extrema dificuldade seu bumbum gordo em seu trono todo trabalhado a mão.

-É uma excelente ideia, providencie uma carruagem, eu irei para o templo conversar com Tash.

A carruagem branca decorada com flores de jasmim e pedras preciosas, rodas prateadas, conduzida por dois deslumbrantes cavalos branco de crinas e caudas trançadas estava em frente a um longo tapete vermelho a espera do imperador. 

O templo parecia um segundo Palácio todo branco com detalhes folheados a ouro. Ele contém um escadaria pequena de degraus largos e uma pequena rampa de acesso à direita, colunas no estilo corintio, com vinte e quatro linhas verticais em cada uma base no começo e no final duas linhas em espirais e diversas folhas esculpidas com perfeição, além de um entablamento com cenas religiosas, vigamento de gesso e um frontão triangular.

Todos os sacerdotes que trabalhavam no templo eram obrigados a queimarem seus olhos, pois nem mesmo Mustafá era digno de apreciar a imagem do Deus da Guerra.

Antes de entrar o Imperador precisava passar por alguns procedimentos, primeiramente ele vedou seus olhos e seu nariz com um pano, obrigando-o a respirar pela boca. E depois se ajoelhou e com uma adaga cortou sua mão e derramou o seu sangue sobre o altar de Tash, pois para invocar o Deus é preciso oferecer algo em troca, algo que enfraqueça qualquer um.

Curvando seu corpo ate encostar sua testa no chão Mustafá implorou:

-Meu amado Tash, por favor, ajude me a vencer essa guerra, derrotar aquelas criaturas nojentas que reverenciam outro Deus e não ao senhor. -Eu as farei ajoelhar diante de seus pés e implorar misericórdia. 

Uma voz agourenta ecoou pelo templo fazendo toda a estrutura do local tremer.

- E o que eu ganharei em troca?

-Todas as almas moribundas daqueles vermes narnianos.

-E se você fracassar?

-Com seu auxilio é impossível fracassar!

-Eu preciso de uma garantia de que receberei as almas e se isso não acontecer, levarei a sua.

Um tremor percorreu a espinha do imperador, mesmo assim ele assentiu.

-Mas com uma condição você obedecerá somente à mim e não deixará que sua sede de vingança influencie em suas ordens e decisões. -Se seguir corretamente minhas ordens, os narnianos serão massacrados.

Satisfeito, Mustafá deixou escapar uma risada alta e maligna e por alguns minutos ele ouviu diversas estratégias de Tash e como um bom servo assentiu e jurou concluir todas as ordens por ele dada e para surpresa do imperador Tash precisava de um aliado. Ou melhor uma aliada.

Uma feiticeira que à muito tempo dominou Narnia e se não fosse a profecia teria matado o Leão. O Deus da Guerra ordenou que antes de atacarem Narnia, Mustafá precisaria trazer a feiticeira branca de volta à vida.


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