Acordei. Deixei que meus olhos se acostumassem com a claridade e fui até a janela. Seria um dia de sol perfeito, se um meteoro não tivesse destruído metade dos E.U.A e dizimado milhares de pessoas. Além disso, o meteoro continha uma substância que alterou o gene dos indivíduos num raio de 10.000 km do local, tornando-as altamente agressivas e contagiosas. Isso obrigou a população a viver escondida e em constante apreensão. Mas eu estava feliz, pois era meu décimo quinto aniversário.

- Anda logo, idiota! Estamos esperando por você lá em baixo - Gritou minha adorável irmã mais velha. Ela era alta, tinha cabelos negros e ondulados e intensos olhos castanhos.

- Já estou indo Helena! Espero que não tenha esquecido de comprar meu presente.

- Claro. Como se eu não pudesse morrer indo até a esquina para comprar algo fútil para você.

Calcei meu sapato e a acompanhei até a escada

- Anne está la em baixo- Ela comentou como se não quisesse nada.

- Humm...

- Não faça essa cara, eu sei que tem algo entre vocês dois. Ou pelo menos da sua. Mas não se preocupe, quando o planeta é destruído não resta muitas opções para ficar escolhendo, então sim. Você tem chance com ela.

Ela apressou o passo antes que eu pudesse responder qualquer coisa.

Éramos uma das únicas famílias que moravam em uma casa. A maioria preferia se refugiar em abrigos ou bases militares, Meu pai insistia para que pudéssemos ter uma vida o mais normal possível, contando até mesmo com aulas dadas por ele. Minha mãe e ele eram renomados cientistas mundialmente, e foram os primeiro a investigar a substância misteriosa vinda no meteoro e tentar criar uma vacina. Em um de seus experimentos, minha mãe se infectou com o vírus e acabou falecendo nas semanas seguintes. Depois disso meu pai nunca foi o mesmo.

Cheguei na sala. Era um lugar grande, com quatro sofás dispostos para formar um quadrado, no qual continha uma pequena mesa de centro com mapas, computadores, armas, munição e Ipads.

Segui em direção a mesa de jantar e me sentei perto da lareira, em uma das extremidades.

-...eu ainda não entendo como o vírus pode se modificar tão rápido. Se ao menos Nancy estivesse aqui... poderíamos estar tão perto da cura...

-Bom dia pai! Pelo visto o senhor não dormiu denovo.

-Não se preocupe comigo, filho. Vamos falar de você. Quinze anos, ein?! Já é um homem!

-Ainda continua um pirralho- Comentou Helena

-Não fale assim com seu irmão. Um dia ele ainda terá que assumir grandes responsabilidades, que até mesmo eu não fui capaz de suportar.

-Olhe só para ele. Como cresceu! Ainda me lembro de quando trocava suas fraldas.- envergonhou-me Joana, nossa ajudante.

Quando o caos começou, meu pai acolheu em nossa casa Joana, seu filho Jack, que se tornara meu melhor amigo, meu tio Fred, nossa vizinha Ellie e sua neta Anne.

-Parabéns Leo!- Prestigiou-me Anne.

-Obrigado- agradeci. Percebi que estava ficando vermelho. Não gostava de ser o centro das atenções, e olhar diretamente para os cabelos loiros e olhos azuis dela não me ajudavam a manter o foco.

-Algum avanço nas pesquisas Jack?- Perguntou meu tio Fred

-Ainda não, estou no meio de uma teoria sobre a recombinação gênica que poderá dar resultado, mas talvez precise de...

Qualquer que fosse sua resposta, eu nunca saberia. A janela lateral se quebrou e três infectados entraram por ela.

-Para a garagem!-Gritou meu pai. Peguem o carro e vão para Havvard. Procurem pelo Nick no laboratório de ciências, ele vai ajudar vocês. Vão! Eu vou atrasa-los.

Meu tio me segurou pela gola e me arrastou para a garagem, colocando-me junto com os outros. Não sabia como, mas ele previu que eu ia iria tentar ajudar meu pai.

-Agora não garoto. Você só vai atrapalhar seu pai. Vamos sair daqui.

-Mas ele é meu pai! Temos que ajudá-lo! São apenas três, podemos enfrentá-los.

-Não temos tempo pra isso. Os infectados andam em bando, daqui a pouco mais de cem estarão aqui. Além disso, seu pai sabe se defender.

Fui forçado a acompanhá-lo, mas tinha certeza de uma coisa: Nunca mais veria meu