Diarios De Um Semideus escrita por renan soares


Capítulo 1
jon snow e o leão da nemeia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/357954/chapter/1

Quando recebi a missão, meu primeiro pensamento foi "me ferrei", traduzido em palavras educadas, pois o que eu pensei era bem pior que isso. O real motivo de eu ter tido tal pensamento, é que só havia registros de um único semideus ter conseguido realizá-la com sucesso.

            A princípio parecia fácil, era só achá-lo e matá-lo, mas, na verdade, não era bem assim. Esse era um dos mais poderosos monstros gregos, só Heracles tinha conseguido matar um, e só havia conseguido por conta de sua força, já que não se podia perfurar seu couro com lâmina alguma. E eu, o que eu possuía de vantagem? Eu sou um construtor, não um guerreiro, e sou péssimo com armas de usar à distância, como um arco. Eu era só um filho de Hefesto, qualquer outro semideus seria melhor do que eu. Sim, tem o fato de eu possuir a benção do fogo, que para mim era mais uma maldição do que uma benção.

            Uma vez que iria caçar um leão, decidi levar meus “brinquedinhos letais”: meu autômato de bronze em forma de dragão, as moedas mágicas que se transformam em armas estilo grego antigo, dinheiro para emergência, meu robô mecânico e meu cinto de ferramentas mágico que forneceria qualquer ferramenta que eu desejasse.

            É claro, tudo isso seria inútil contra o leão da Nemeia. Como eu, um mero filho de Hefesto, poderia matar ele se seu couro é indestrutível? Embarquei num avião para o Texas, que era o último lugar que havia registros nosso de seu paradeiro.

             Quando cheguei ao maravilhoso estado do Texas senti um ar mais puro e, só então percebi o porquê de não haver registros de o leão ter estado em Nova Iorque: poluição demasiada! Decidi procurar por ele em algum lugar no qual ele provavelmente estaria: como uma fazenda de gado imensa. Perto do meio dia, pedi a Aurum que fosse vasculhar a área em busca do leão, enquanto eu almoçava um delicioso pedaço de pizza de calabresa.

            Meu TDAH entrou em ação enquanto eu descansava sob a sombra de uma enorme figueira. Fui remexendo meus bolsos e criando um pequeno helicóptero de controle remoto, sem nem ao menos pensar sobre o brinquedo que estava a fazer, só conseguia pensar no leão que eu teria de enfrentar. Quando acabei de montar o helicóptero, comecei a fazer avatares de fogo de quinze centímetros correrem em círculos criando um rastro de fogo muito bonito. Pouco tempo depois adormeci.

            Sonhei que eu voava pelo céu na forma de uma águia gigante, que queria comida para os filhotes, quando vi um leão correndo pelos campos em direção ao ninho que estava em cima de uma pedra que teria impedido qualquer outro animal de pegar os ovos. Mas esse leão era muito grande, podendo alcançá-los se ele pulasse, e eu tinha que proteger os filhotes. Então, voei como uma bala em direção aos olhos do leão que era a parte mais sensível de seu corpo e... Acordei.

            Acordei com um jato forte de fogo no rosto, tão forte que se eu fosse normal teria morrido. Meu querido dragão, Aurum, tinha me acordado muito delicadamente com fogo a três mil graus Celsius para avisar-me de que o leão estava vindo muito rápido e que logo ele estaria aqui. Mas eu não estava preparado, ainda não sabia como matá-lo.

            —Atrase-o Aurum, atrase-o. —pedi ao dragão e ele foi de encontro ao leão.

Tudo estava indo muito bem com a luta dele, até que o leão o acertou em cheio no focinho fazendo-o cair imóvel no chão. Morto. Senti tanta raiva do leão e de mim por ter pedido a ele para atrasá-lo, aquele autômato era mais do que um simples robô, para mim era um amigo, meu melhor amigo.

 Senti uma lágrima traçar um rio em meu rosto; uma lágrima de tristeza e de raiva. De repente, senti uma força dentro de mim, uma sede de vingança. Peguei as moedas e as joguei para cima, dessa vez vieram como escudo e espada, mas a espada era inútil para mim, já que não dava para perfurar a pele indestrutível do monstro. Então, percebi que ele tinha sido atingido por fogo entre os olhos: Aurum havia descoberto o ponto fraco do monstro, mas como atingi-lo? Só se... Não, não dava, mas era a única chance que eu possuía.

Ataquei-o entre os olhos, mas ele se esquivou e me deu uma tapa com a pata esquerda; mesmo bloqueando com o escudo fui derrubado no chão. Agora tudo estava perdido não havia como sobreviver. O leão escancarou a boca exibindo enormes e afiadas presas, e atacou minha cabeça, como sobrevivi não sei dizer, só sei que meu braço se moveu sozinho, levantando a lança no exato momento em que o monstro caía com todo o seu peso em cima de mim num golpe que seria letal, mas o feitiço se voltou contra o feiticeiro: o leão caíra com a boca na lança, morrendo de imediato, por causa do contato com o bronze – metal letal a monstros.

Concluíra a missão. O leão estava morto. Mas a partir daquele momento eu teria um novo desafio: viver sem meu melhor amigo, Aurum.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Diarios De Um Semideus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.