Guerra Versus Amor escrita por Paula Pequena


Capítulo 3
Fogos de Artifícios


Notas iniciais do capítulo

E aê.. *Boa Leitura



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Eu me mantinha bem atrás dela, na mesa de bebidas, ela parou , pegou dois copos com guaraná, deu um para mim e sentou-se em umas das cadeiras que havia ali, sentei-me ao lado dela e esperei. Ela bebia calmamente, senti que ela estava escolhendo as palavras, pelo o que eu ouvir, ela resolveu ir direto ao ponto, pois falou:

–Você é um péssimo mentiroso, sabia? – Gelei.

–Não, não sabia. –Respondi sendo um pouco ignorante.

Aqueles olhos verdes me encararam por um segundo, ela abriu a boca, mas nada saiu. Ela não sabia o que falar, mas também depois dessa resposta que dei. Cerrei os punhos e finalmente falei:

–Me desculpe, não era pra ter saído dessa maneira.

–Tudo bem, está perdoado – Ela me encarava de uma maneira que me deixava desconcertado, pela sua expressão percebi que ela queria que eu falasse algo.

–Bem, sobre o quê queria conversar?

–Quero saber a verdade – Respondeu-me – Conheço o Eric muito bem e sei quando ele está mentindo, e você está mentindo também, nem sei como todos acreditaram nessa mentira tosca.

–Talvez porque eu não seja um péssimo mentiroso como você disse. – Eu disse.

–Hum... Então você confirma que mentiu? – Eu corei

–Não foi isso que eu quis dizer – Falei com ar de desdém

–Foi isso sim, mas eu já sabia disso. Quero saber o porquê mentiu e o que realmente aconteceu.

Pensei em contar a Norah, no entanto me lembrei da promessa que fiz a Eric, não podia quebra-lá. Depois de anos e anos, tinha alguém para chamar de amigo, e minha mãe ensinou-me que devo colocar amizade sempre em primeiro lugar, ela disse-me que a amizade verdadeira seria o maior presente que eu receberia em toda minha vida. Mas até hoje, nunca apareceu alguém para eu chamar de amigo, e agora que eu tinha a oportunidade, eu não ia desperdiçar. Então eu disse:

–Eu não menti, acredite em mim, eu não menti. –Mantive minha voz grave para parecer mais seguro.

–Sei. – Ela disse

Fiquei olhando para meus pés, e senti que ela me encarava, mas não levantei minha cabeça. A garota de quem eu gostava estava do meu lado e eu fui todo seco e ignorante com ela. Respirei fundo duas vezes, e perguntei:

–Vamos tentar novamente? Porém, dessa vez nada de perguntas sobre o que houve comigo e Eric, certo?

Ela me olhou cautelosamente, mas por fim, assentiu. Estendi a mão para ela, e falei:

–Meu nome é Anthony Smith, e você?

–Norah Fernandes, ao seu dispor.

Ela sorriu para mim, uma carreira perfeita de dentes; aquele sorriso me hipnotizou por minuto, então ela apertou minha mão com mais força e voltei à realidade.

– Aqui está muito barulho, quer ir conversar em outro lugar? – Perguntei

– Sim. – Ela respondeu.

Caminhamos por uns minutos em total silencio, até que a música que a banda estava tocando ficou abafada. Havia um banco ali, nos sentamos, ela esperou. Acabei falando:

– Estava linda hoje naquele palco, estava te procurando antes para parabeniza-lá, mas não tive oportunidade. Então, parabéns. – Sorri para ela, que me respondeu:

–Obrigada, estava muito nervosa, mas acho que fui bem.

–Você foi perfeita – Falei, e em seguida corei.

–Obrigada novamente – E novamente aquele sorriso apareceu em seus lábios e me hipnotizou – É verdade o que seu pai disse naquele dia na loja? – Sai de meu transe.

–Bem, mee- meu p-pa-pai é ma-maluco, mas... mas... – ‘’Vamos Anthony tenha coragem, diga a ela’’- Sim, é verdade.

Norah abaixou a cabeça e ficou olhando para o chão com uma face inexpressiva. Achei que meu coração fosse sair pela boca, a situação só piorava, pois ela não falava completamente nada. Enfim, olhou para mim e sorriu mostrando de novo aqueles belos dentes, disse-me:

– Que bom, acho que sinto o mesmo por você.

Minha boca se abriu num largo sorriso, então peguei sua mão e beijei. Ficamos nos encarando, com um sorriso bobo nos lábios. Então perguntei:

– Vamos voltar para a festa?

–Sim, vamos.

Assim, voltamos para a festa, o trajeto todo de mãos dadas, o caminho foi conhecendo-a um pouco. Descobri que realmente ama dançar, mas sua profissão no futuro seria arquiteta, ela também me disse que sabe desenhar, que sua cor favorita é amarelo (isso explica a cor do vestido) e que usa cantora preferida era Alanis Morissette. Pude deduzir que ela é uma garota bem delicada e um pouco patricinha, mas mesmo assim encantadora.

Falei um pouco de mim também, que gosto de pianos, mas não sei tocar, que a profissão que eu queria seguir era jornalista. Contei um pouco de minha história, falei eu não fui aceito pra jogar no time da escola porque meu corpo não era ‘’bombado’’ como os outros, eu era esguio. Disse a ela também que adoro Nescau e Milk shake de chocolate, e que amo estudar História. E assim fomos nos conhecendo , meu coração chega pulava, saltitava de tanta alegria. Chegamos à festa, tinha um grupo de garotos fazendo uma coreografia hilária, todos os presentes estavam rindo.

–Que palhaçada é essa? – Norah falou, e ri de sua expressão, ela fez uma careta linda. Começamos a rir em sincronia, então a musica parou e começou outra bem lentinha. Chamei-a pra dançar , ela aceitou na hora, ela pousou sua cabeça em meu ombro, olhei para o painel onde mostrava a contagem regressiva para o ano de 2047 , agora faltava menos de uma hora.

Dançamos uma, duas, três vezes, estava me sentindo maravilhosamente bem apesar do dolorido das minhas costelas, até que sinto uma cutucada de leve nas minhas costas, e vejo minha mãe:

–Querido, você precisa se alimentar, não comeu nada a noite inteira.

Assenti, estava mesmo com fome, beijei a mão de Norah e a deixei pedindo licença. Segui minha mãe com o sorriso mais bobo que existia, cheguei na mesa, sentei-me e comi um pouco de lasanha, claro, ouvindo as piadinhas do meu pai, em relação a Norah.

Estavam todos se preparando para a contagem regressiva, eu estava do lado de minha família, e do outro lado vi Norah com a família dela, ela sorriu para mim, e eu retribui. Agora, todos olhavam para o telão onde os dez segundos finais se esgotavam...

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Porém, os fogos de artifícios não vieram. ‘’Onde está o tradicional show de fogos de artifícios?’’, alguns se questionavam. De repente, no telão que anteriormente havia números, agora tinha um homem de aparência oriental, de terno e gravata, que olhava fixamente para nós.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha gostado.. bjim !



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