Egocentrism escrita por Wine


Capítulo 1
♦ A Cirurgiã;


Notas iniciais do capítulo

♦ Obrigada por dar uma chance a esse novo projeto meu. Sei como é difícil para muitas pessoas aceitarem a ideia de um personagem ooc com um personagem já existente. Entretanto, essa ideia corroeu minha mente por tanto tempo que resolvi começar a escreve-la. Espero que goste ;*



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A ideia de não pensar em nada e viver na doce ignorância para Sherlock Holmes era insuportável. Ele precisava analisar e refletir tudo e todos ao seu redor; Era praticamente um reflexo.

No entanto, não havia muito para alguém com um intelecto tão desenvolvido quanto o dele ponderar na recepção de um hospital. Para dizer a verdade, não havia absolutamente nada para ele exercer naquele lugar – além de andar de maneira frustrante de um lado para outro.

Não, Sherlock não estava doente. O detetive só estava na recepção de um hospital graças ao fato de seu parceiro, Dr. John Watson, ter sofrido alguns efeitos colaterais no último trabalho deles – como um pulso quebrado e alguns cortes superficiais. Nada que a tão avançada medicina dos dias atuais não pudesse lidar.

A princípio, Sherlock acompanhara John na sala de emergência. Entretanto, aproximadamente cinco minutos depois, o enfermeiro encarregado de tratar os ferimentos de Watson rudemente o expulsou de lá, argumentando que ele não iria ouvir os comentários inoportunos e irritantes do Sr. Holmes.

Idiota, Sherlock pensou. Agora ele estava fadado a esperar o lento enfermeiro terminar seu trabalho medíocre e um médico preguiçoso dar alta a John naquela sala infestada de crianças ordinárias vomitando e tossindo. Poderia demorar horas.

Olhando para o lado, Sherlock avistou uma mulher segurando um bebê ao lado de um homem. Julgando as intensas olheiras sob os olhos dela, a mulher não dormira a noite inteira devido à preocupação com o filho. O homem também parecia nervoso, porém, levando em consideração o número de vezes que ele olhava aflito para o relógio e para a tela do celular, era possível afirmar que seu nervosismo era causado por outro motivo. Uma amante esperando explicaria toda a ansiedade e a marca de batom vermelho na camisa dele.

As pessoas eram tão previsíveis, Sherlock suspirou.

A poucos metros do casal, um homem estava sentado em um banco. A maneira como seus olhos estavam vermelhos e seu corpo tremia deixava claro que ele portava algum vício – talvez cocaína? Se a expressão dele não estivesse –

–Com licença? – Uma voz disse, arrancando Sherlock de seus pensamentos dedutivos.

Apressadamente, ele olhou para trás. Seus olhos pousaram em uma mulher; O jaleco que ela vestia mostrava claramente que ela trabalhava no hospital e, sua expressão elitizada provava que ela era uma médica. Entretanto, ela não parecia tão cansada como os outros médicos do lugar, o que mostrava que ela não seguia o horário de trocas de turno estipulado pelo hospital. Talvez ela fosse uma residente, entretanto sua idade não era a de uma residente comum – não que ela fosse velha.

Bem, se ela não era uma residente, por que não seguiria o horário padrão do hospital? Ela poderia ser uma impostora ou alguém a comando de Mycroft se disfarçando para investigá-lo. Todavia, não parecia ser esse o caso.

Ela poderia ser uma cirurgiã autônoma – sim, parecia uma teoria plausível.

–Acredito que isso pertence ao senhor – ela disse, sua voz ligeiramente aguda, mas ainda assim forçadamente suave demais para os ouvidos de Sherlock.

Ele olhou para o objeto que ela tinha nas mãos – seu celular. Imediatamente dezenas de teorias se formaram na mente do detetive, tentando desesperadamente explicar porque essa mulher estaria com seu celular; A ideia de que seu irmão estivesse o espionando voltou para o topo da lista.

–Eu vi caindo do seu bolso – ela disse sorrindo como se estivesse tentando se explicar.

Não. Ela não parecia alguém paga para espioná-lo, parecia autentica.

–Por quê? – Sherlock perguntou, analisando-a desconfiadamente.

A garota piscou algumas vezes.

–Como assim?

–Por que você o pegou? – Sherlock continuou a dizer rapidamente. – Poderia muito bem ter deixado onde estava.

Ela riu delicadamente; Não porque ela realmente achasse engraçado, Sherlock reparou. Porque ela acreditou que ele estivesse brincando – o que ele definitivamente não estava.

–Por quê? – O detetive perguntou novamente.

A médica ergueu uma sobrancelha, percebendo que ele realmente queria a resposta.

–Gosto de fazer boas ações – ela disse, dando de ombros.

Resposta errada.

–Não – Sherlock negou. – Ninguém faz boas ações simplesmente por fazer boas ações, sempre tem um motivo maior por trás.

O sorriso dela que já parecia forçado se desfez lentamente.

–Bom, eu faço – ela deu de ombros. – Agora, se não se importa, tenho uma cirurgia marcada e não posso me atrasar.

Sherlock pegou o celular das frias mãos da médica, tendo certeza sobre duas coisas;

Primeira; Ela realmente era uma cirurgiã.

Segunda; A arte da mentira definitivamente não fazia parte das virtudes dela – Ninguém faz boas ações sem nenhum prêmio de recompensa, principalmente alguém que aparenta ser tão elitista quanto aquela garota.



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Notas finais do capítulo

♦ Espero que tenham gostado. É só um comecinho, uma introdução; Como o Sherlock conhece a garota hipócrita mencionada na sinopse.
♦ Reviews são extremamente bem vindos!



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