Eu estava sentada na relva encostada a um tronco de uma árvore que teria caído na primeira grande guerra no mundo mágico. Lia o livro que iríamos dar naquele ano em Defesa Contra as Artes Negras. Alguém se sentou ao meu lado.

-Olá. Que estás a ler? – Mostrei a capa do livro. – Espero que tenhas boas notas. Já recebeste as notas?

-Já, tive tudo ótimo. Apenas tive Excede as Expectativas a Adivinhação.

-Assim é que é, muito bem. Afinal aquelas horas de sermões sobre histórias sobre magia resultaram.

-Sim. – Respondi rindo-me. – Avó, pode-me contar porque este tronco nunca foi retirado daqui? Quer dizer, eu não quero que seja tirado, mas queria saber porquê.

Ela riu-se e os seus olhos azuis brilharam.

-Foi aqui que eu e o teu avó lutamos na batalha. Quando acabou e o grande Lord desapareceu, nós marcamos as nossas iniciais na árvore.

Olhei para o tronco e sorri ao ver as letras. Ficamos ali a fantasiar e contar histórias.

-Sophie, mãe. Venham para dentro. – Gritou a minha mãe.

Fomos as duas para dentro e jantamos. A minha avó morava connosco desde da morte do meu avô. Nunca o tinha conhecido, mas amava-o. Ele era muito valente e gostava muito da minha avó, ela sempre contava-me histórias deles. No fim de arrumarmos tudo, fui deitar-me, já que amanhã vou para Hogwarts. Vou para o meu sexto ano, e o ambiente de certeza vai estar mau. Não se falava mais nada a não ser do retorno do Lord das Trevas. Mas não era isso que me assustava, visto que eu era sangue puro e os meus pais são devoradores da morte, mas sim quem vou ver. Só de pensar nele, fico assustada. Os seus olhos, o seu cabelo, a sua voz. O rapaz que sempre amei, desde o primeiro dia em Hogwarts. Ele não sabe claro, sempre fui envergonhada para o fazer, pouco ele me ouviu falar. Sempre o observava longe e sorria por coisas que ele fazia. Sempre temi o perder e até mesmo ele não saber que o amo. Mas este ano vai ser diferente. Não o vou perder. Podem querer. É este ano que ele vai saber que eu existo. O rapaz que eu amo. Draco Malfoy.