Você De Novo? escrita por Miss Sant


Capítulo 54
Final


Notas iniciais do capítulo

:((((((((((((((((
Sim, eu vou cry...
Espero muito que gostem.



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PDV Sam

Medo. Esse era o único sentimento que eu tinha. Sabe a esperança? A última que morre? Pois é, ela tinha se tornado apenas mais uma palavra de nove letras e foi a primeira a sair correndo, com a coragem entre as pernas.

Após o telefonema de Dominic, meus pensamentos voaram e começaram a trabalhar em varias historias, o problema é que todas elas terminavam em morte, a minha, a de Vivian, ou a de Freddie. Estremeci e tentei espantar isso de minha mente, pensando em férias em Nova York, e estava dando certo até Dominic chamar meu nome, o som abafado pelo copo em sua boca.

–Sabe Samatha, você é uma mulher bonita. Como você foi parar nisso? Como pode está apaixonada por aquele...

–Freddie. É esse o nome dele.

–Sim, Freddie. Como?

–Como você virou um sujeito sem escrúpulos? Sabe Dom, certas coisas são inexplicáveis.

–Nunca conheci alguém tão descarado como esse Freddie.

–Você não o conhece.

–E certamente você também não, do contrario concordaria comigo.

–O conheço o suficiente para saber que está errado.

–Sam, você me parece uma garota esperta. Aprenda algo enquanto é jovem. Ninguém conhece o outro, assim como não conhece a si mesmo, ou a todas as coisas do mundo.

–Mas você fugiu dessa regra não é mesmo?

–É, dos poucos erros que cometi em minha vida, este é do que mais me arrependo. Não por ter caído em uma rede de mentiras, mas por ter me envolvido nela.

–Poucos erros? Sua ficha criminal pode cobrir bons quilômetros da rodovia principal.

–Crimes não são erros, não pra quem os comete com certa frequência.

–E matar, roubar, traficar, torturar. É o que? Um passatempo, um ato ilícito, um pequeno delito?

–Digamos que quando não se tem alma não se importa com essas coisas.

–Se não tem alma como amou a Vivian?

–Foi por isso que a amei, até aquela noite eu fazia rodízios de mulheres, a cada dia um sabor diferente, era bom, saciava o desejo. Mas ai quando eu escolhia mais uma rodada, lá estava ela, no meio de todas aquelas outras mulheres e todas elas pareciam insignificantes perto dela. Ela não estava com medo, mas também não parecia acostumada com aquilo, exalava confiança, força, tinha aquele mistério no olhar... Aquele olhar de quem atraia homens para o mar e os deixava a devirá, jogados a própria sorte.

Ela fez com que eu acreditasse que tinha uma alma a perder e se ela quisesse, eu a perderia por ela.

–Isso...Isso me parece um pouco doentio.

–E era. É. Quando ela desapareceu com algo que me pertencia ela levou mais que alguns milhões. Rodei o mundo atrás dela até que encontre Freddie. A partir dai eu descobri o FBI, e que tudo não passou de um ótimo disfarce. Mulheres são ótimas atrizes, são dissimuladas...

Dominic suspirou e soltou um riso leve.

–Pelo menos era boa de cama, pode ter fingido os gritos arranhões e gemidos, mas ainda assim, foi o melhor sexo da minha vida.

–Só o fato de você tê-la amado não bastava?

–Do que adiantaria o ar se eu não pudesse respirar? Não sou um homem de palavra não sei se já percebeu. – Ele disse e olhou para o cadáver no chão.

–É eu percebi.

–Quando eu fui para na cadeia uma vez, eu fiquei lá por três anos e jurei que nunca mais voltaria.

–Falou o Jesse James do Oeste

–Por acaso ele passou seus últimos dias na cadeia querida?

–O que você quer dizer com isso?

–Sabe Sam, você me parece uma garota legal, é realmente uma pena que tenha se apaixonado por aquele senhor.

–Dominic, o que você quer dizer com isso?

–Você sabe exatamente o que eu quero dizer.

Sim, infelizmente eu sabia. O destino de Dom já estava traçado, ele não teria o que mais desejava e não voltaria à prisão, já tinha ido longe demais, também não iria recuar. A nós restava à morte, a duvida era de quem seria o próximo corpo estirado no chão

Depois daquela conversa estranha com toques de premunição com Dominic o silêncio voltou a reinar no quarto, até que bateram na porta de Dom sorriu. Um desses risos de psicopatas que arrepiam toda a extensão do seu corpo.

–Finalmente chegou! – Ele gritou e abriu a porta. Um homem grandalhão e vestido de preto entrou no quarto, com alguém em seu ombro, ele pulou o corpo que ainda não havia sido retirado do local e esbravejou por ter sujado seu sapato de sangue.

–Oh, Targus! Olhe a merda que está fazendo, meu tapete é persa seu imbecil! E agora estão sujos com o sangue deste infeliz.

Targus apenas suspirou e olhou impaciente para Dominic.

–O que eu faço com isso aqui?

–Está morto?

–Não faço a mínima ideia. Não sou médico.

Eu riria se isso fosse um programa de TV policial do tipo CSI, mas infelizmente era a minha vida.

–Bom, deixe que ela verifique. – Dom ordenou.

Meu coração gelou no mesmo instante. Targus jogou o corpo no chão sem o menor cuidado e dentro daquele smoking impecável junto a um homem recém-assassinado estava Freddie. Lágrimas brotaram do meu rosto e o desespero veio me abraçar, respirava tão profundo e tão rápido que poderia ter um ataque a qualquer minuto.

–Venha Sam. Quem sabe você não nos diz a exata hora da morte?

Tentei levantar, mas ainda estava amarrada, agitava tanto os braços que meus pulsos estavam vermelhos.

–Oh, perdão, você ainda esta presa. Targus solte-a, por favor. Permita que Samantha se despeça de seu amado. Ou o ressuscite, quem sabe?

Ambos gargalharam, porém não lhes dei atenção. Assim que fui solta me joguei no chão e coloquei em pratica tudo que já havia visto em programas de TV. Coloquei o ouvido em seu peito na esperança de escutar alguma coisa, nada. Coloquei o rosto perto de seu nariz para tentar sentir alguma coisa, mais uma vez, nada. Por fim, tomei seu pulso e verifiquei com o dedo indicador, parei de respirar, fechei os olhos e rezei para que algo pulsasse. Esperei por uns segundos até sentir sua veia pulsar. Ele estava vivo! Mas com os batimentos tão fracos que aqueles poderiam ser seus últimos.

Movida pelo impulso levantei depressa, corri para o outro lado da sala e vasculhei o bar de Dominic procurando algo forte. Peguei uma garrafa de vodka. Dominic assistia a tudo com um olhar intrigado e um sorriso satisfatório no rosto.

–Sam minha querida, se ele não levantar em vinte e cinco segundos eu mesmo o pouparei do sofrimento de ir sacudindo em uma ambulância até o hospital mais próximo.

O nervosismo tinha ido embora, agora eu estava aflita, ansiosa e principalmente determinada. Rasguei um pedaço do meu vestido e encharquei o pano com a vodka. Isso tinha que funcionar. Coloquei o pano no nariz de Freddie e tossi porque aquilo exalava um cheiro tão forte que ardiam meus olhos.

–Vamos, Freddie. Vamos meu amor, vamos, por favor... – Eu estava implorando.

Dominic estalou os dedos atrás de mim, dois homens entraram e ouvi o tic tac de um relógio.

–Oh, é realmente uma pena. Samantha querida, você não pode reclamar de crueldade, eu lhes dei uma chance, mas, não é culpa minha se o universo não colabora.

–Por favor, amor... – Estava prestes a me debulhar em lagrimas, não conseguiria ver Freddie sendo assassinado em minha frente, ter seu sangue em minhas mãos nunca foi minha intenção.

–E cinco quatro...

–Não faça isso comigo... – eu dizia repetidamente, parecia um mantra.

–...Dois. – Não ouvi o um, e sim o som das armas sendo preparadas. Três homens em pé diante de mim e Freddie, prontos para fuzila-lo.

–Espere!

–Já lhe dei tempo demais.

–Por favor, só... Eu só preciso me despedir dele.

Dom baixou a arma sendo seguido pelos outros homens. Mostrou um cinco com as mãos e eu entendi o que significava. Não haveria avisos, as armas estavam empunhadas e engatilhadas, o próximo passo seria os disparos.

Olhei para Freddie, seu rosto intacto pela ultima vez, e beijei sua boca pela ultima vez.

Eu te amo, sussurrei em seu ouvido. E pensei que estava maluca quando senti seu hálito quente junto ao pescoço dizendo: Eu sei, eu também te amo.

Sai de cima de Freddie para que ele pudesse respirar e Dom deu um tiro no teto.

–Vejam só! – exclamou. – O milagre do amor.

–Dominic. – Freddie disse ainda tonto.

–É muito bom ver que ainda respira só não se sabe ao certo por quanto tempo.

–Oh, acabo de voltar a vida e você já me ameaça.

–Faz parte do meu show meu rapaz. Mais saiba que fiquei realmente feliz, mais um corpo atrapalharia meus planos.

–Planos? Você tem um plano?

–Sempre tenho agora, sentem-se, por favor. Vocês já ouviram falar em roleta russa?

Freddie apertou minha mão e me ajudou a levantar enquanto os capangas de Dominic mantinham suas armas apontadas para nós, percebi que Freddie sussurrou algo como: Fique calma, vai dar tudo certo. Enquanto isso. Dom colocava duas balas na pistola e rodava.

–Vocês dois, saiam daqui.

–Mas... – Targus ia se opor.

–Vão questionar minhas ordens? Os federais estão por ai, deem um jeito de se livrar deles. Agora!

–Sim, senhor.

Eles se foram e por algum motivo além da minha compreensão Targus deixou a porta aberta. Dom obviamente não notou, estava muito entretido com seu jogo.

–Prontinho crianças. Vamos brincar! – Dom sorriu e encaixou a arma na mão.

PDV GERAL

Dominic atravessou a sala para recuperar seu uísque. Neste momento Vivian passou pela porta com cuidado, ela estava sozinha e tinha uma arma empunhada. Dominic estava de costa para ela, tão vulnerável que poderia recorrer a um ato covarde e lhe dar um tiro nas costas.

Ela sorriu e disse:

–Sim Dom, vamos brincar.

–Ah, eu sabia que não devia começar agora.

–Então você estava me esperando?

–É claro que sim, querida. Isso começou com você e termina com você. Temos uns assuntos pendentes não é mesmo?

Sam e Freddie observavam atentamente aquela batalha de titãs, parecia pessoal. Dom não havia se surpreendido com a chegada de Vivian, e ela estava forte e imparcial diante dele.

–Não tenho pendências com marginais.

–Mas com ex-amantes sim.

–Ex-amantes? Esta se tornando um velho caduco.

–Delgado quer o dinheiro dele de volta.

–Eu acho que isso não será possível.

–Ah é? E por que não?

–Pessoas mortas não podem entregar encomendas.

–Seu senso de humor é realmente apaixonante. De qualquer modo teremos tempo para discutir isso depois. Vamos voltar a brincadeira, eu estava só te esperando.

–Muito cordial de sua parte. Se não se importa, gostaria que soltasse meus amigos.

–Não estou os prendendo.

–Estamos brincando você não ouviu?

–De roleta russa? Não acha muito perigoso Dom?

–É uma questão de sorte meu amor.

–Ah é? Então me deixe começar. Deixe-me descarregar minha pistola na sua cara. Serão os melhores 16 tiros da minha vida.

–Chega! – Dom gritou. – Vamos brincar.

Dominic puxou o gatilho na direção de Sam. Nada. Depois foi a vez de Freddie. Nada novamente.

–Pelo visto eles tiveram sorte. Vejamos você.

Ele apontou para Vivian, puxou o gatilho e a bala passou a centímetros de sua cabeça atingindo a porta atrás dela.

–Opa, acho que o álcool deixou minha mira atrapalhada.

–Estou cansada desses seus joguinhos, cansada de esperar, e ser controlada, eu vou fazer essa porra do meu jeito. – Vivian disse para si mesma.

–Então, não quer mais brincar?

–Sam, Freddie, saiam daqui!

–Ninguém sai! – Esbravejou Dominic, dando um tiro falho a nossa frente.

Sam e Freddie permaneceram parados observando a batalha ser travada e distanciaram-se para que não fossem pegos pelos respingos de sangue.

Vivian e Dominic continuavam com as armas empunhadas e trocavam ofensas. Freddie aproveitou o momento e mandou uma mensagem para Ian. Aquilo tinha que funcionar.

Vivian puxou o gatilho e apontou para Dom. E suspiraram aliviados quando Ian chegou.

–Vivian abaixe essa arma.

–Não. Ele tem que morrer Ian. Eu achei que suportaria, achei que ira aguentar, mas não posso.

–Você não vai aguentar o peso de uma morte Vivian, não faça isso.

–Saibam que alguém vai morrer hoje e não serei eu. – Dom se pronunciou com um risinho sarcástico ao fim da frase.

Vivian se aproximou dele deixando apenas três passos de diferença.

–Implore por sua vida seu infeliz. Implore como meus pais fizeram! – Vivian cerrava os dentes, gritando de raiva e tentando controlar suas emoções. Ela sabia que falharia no controle.

–Você não vai atirar, não é capaz. – Dominic quebrou um pouco a distancia e agora eles estavam a dois passos um do outro, prestes a se chocarem.

–Estou com uma arma apontada para a sua cabeça. Você quer mesmo subestimar a minha capacidade?

–Eu não sabia que eles eram seus pais. – Dominic disse sem nenhum por que.

–Se não fossem os meus seriam os de outra pessoa. Não teriam nenhuma importância pra você.

–Foram apenas negócios. E se isso for aliviar sua alma, foi rápido, eles não imploraram tanto assim.

–Não quero ouvir suas explicações.

–Não são explicações. – Dom sabia que falar de seus pais a desconcentraria, um desvio de olhar e ele escaparia vivo dali.

–Vivian lembre-se do seu trabalho. – Ian voltou a interferir.

–Acidentes de trabalhos acontecem Ian. Diga isso à corregedoria.

Vivian mirou e atirou na arma de Dom a levando ao chão. Todos deram abafaram um grito.

–Você não sabe o que é carregar este peso. Vivian, por favor, larga essa arma.

–Por que quer que eu o poupe? Em Ian? Porque eu deveria poupar esse desgraçado?

–Não é por ele, é por você. O prédio está cercado, ele não vai conseguir sair.

E o momento que Dom esperou ansiosamente aconteceu, Vivan vacilou, desviou o olhar e ele sacou uma arma do paletó branco perolado. Para sua sorte Vivian não havia percebido e estava quase cedendo quando voltou a puxar aquele maldito gatilho.

–Sinto muito Ian. O mundo não precisa de canalhas nojentos como você nem mesmo numa cela de segurança máxima. Suas ultimas palavras!

–Fiz bem em ter matado seus pais. Imagine a decepção deles se soubessem que a linda filhinha iria se tornar uma vadia.

–Seu desgraçado, porco imundo, miserável!

–Eu te amo, meu amor. Nos vemos no inferno.

–Adeus Dominic. – Vivian travou os dentes

–Vivian! – Alguém gritou.

Sabe-se que naquela noite foram ouvidos quatro disparos e que três corpos estavam estirados no tapete persa, deixando marcas de diferentes tipos sanguineos que nenhuma lavagem a seco tiraria daquela preciosidade.


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Notas finais do capítulo

Olho para o teclado e não sei o que falar só sentir...
Por favor, pronunciem-se estou muito ansiosa pra saber a opnião de vocês.
Bjos, até logo. :) :(



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