PDV SAM

O resto da semana passou correndo, foi como se o tempo disputasse uma corrida com a velocidade e a velocidade tivesse perdido. Já é domingo e lembra-se da velocidade do tempo durante a semana? Pois é, parece que hoje ele resolveu deitar e descansar, tédio define.

Carly está no Freddie e eu realmente não quero ter que bater lá e chama lá para vir até. Ash com certeza ou esta dormindo ou esta na casa da nana. Ainda me resta o Ian... Ah, droga! Esqueci que nem ele me resta, Ian viajou para ver Lucy.

É, então serei somente eu a televisão e a pizza congelada numa manhã quase tarde de domingo. Não, no meu ultimo dia de paz antes que o meu infernal astral comece eu preciso me divertir. Huum, vamos a la praia baby!

Subia coloquei o biquíni e mandei um sms pra Ash.

-Sam: Benzo, onde vc ta?

-Ash: Na cs da nana. Pq?

-Sam:  Ia te chamar pra irmos a praia.

-Ash: Pq n chama a Carly? Deixa-me adivinhar Freddie.

-Sam: Não to a fim de topar com ele.

-Ash: Deixa de besteira Samantha, com medinho de bater numa porta!

-Sam: O benzo vou ignorar o que vc disse. Se sair cedo me avisa.

-Ash: Blz! Divirta-se gata!

Desci até portaria e peguei um táxi até a praia. Não estou com saco pra dirigir hoje, ainda mais um carro. Prefiro e sempre irei preferir as motos, elas me dão uma noção de liberdade é como se nada mais importasse, me arrependo muito de não ter dado um jeito de trazer a moto que o Spencer me deu junto comigo.

É essa a praia dono? – o taxista parou perto da calçada.

É sim, obrigada. – entreguei o dinheiro a ele e sai.

Aspirei o cheiro da maresia, isso é muito bom. Fui andando pela calçada até que deparei com uma das coisas mais incríveis na qual já pude por os olhos. E não, não estou exagerando. Eu estava diante da moto dos meus sonhos uma Harley Davidson Night. Não havia ninguém por perto, portanto nem me importei se estivesse falando sozinha.

-Ca-ram-ba, minha nossa é uma Davidson night.

-Você gostou? – disse uma voz atrás de mim.

-Claro! Eu- eu adoro, eu amo motos e essa sem duvida tem o meu maior amor. – não virei para ver com quem falava.

-Eu se disso.

-Freddie? O que faz aqui? Essa moto é sua? – finalmente havia reconhecido a voz e me virado.

-Sim. E eu vim a praia.

-Jura?

-Juro pra que mais eu viria até a orla?

-Não falo da sua vinda à praia até por que o que faz de sua vida não me interessa. Falo da moto?

-Obrigado pela gentileza, e sim a moto é minha. Por que o espanto?

-Disponha. É que você não era o tipo de cara que gostava de motos, na verdade você fazia e ainda faz mais o tipo que tem utilitário e não motos que deixam pessoas babando.

-Pessoas crescem Sam.

-Novidade. Posso tocar nela?

-Claro.

-Cara com sinto falta disso.

-Disso...

-Da moto Freddie.

-Ah, você não tinha uma moto? O que houve? Bateu a coitada em um poste enquanto comia um sanduiche de presunto?

-Tive que deixar em Seattle.

-Hum.

-Deixa-me adivinhar, essa moto é o amor da sua vida.

-Você continua sendo uma péssima adivinha. Ela não é o amor da minha vida, eu cometi a estupidez de perdê-lo a uns anos atrás e de qualquer forma o amor da minha vida é a mulher que só com um sorriso já faz valer todo o meu dia, ou que só o fato de respirar já me deixa feliz. Faz a minha felicidade ser completa só de saber que ela estará comigo de um jeito ou de outro. Apesar de a moto preencher a ultima lacuna, não acho que motos possam respirar ou sorrir. Então quer da uma volta?

Estou um pouco atordoada com o que Freddie disse, enquanto ele falava aquilo seus olhos não saiam dos meus o que me deixou vermelha com toda certeza.

 Eu não posso agir normalmente com ele, quer dizer, isso seria loucura, eu estaria abrindo não uma janela mas uma porta enorme e sem fechadura pra ele. E agora Samantha? Você parte pra operação eu te odeio e te quero longe de mim ou vamos fingir que nada aconteceu por enquanto, até por que você esta diante de uma Harley e de um cara que te magoou mas que foi extremamente fofo por alguns segundos.

-A não ser que você considere o ronco do motor como um sorriso o que indica que também possa ser uma respiração. – disse.

-É pode ser, mas acho que eles não me deixam um cara tão feliz quanto o sorriso da amada.

Não pude evitar e sorri automaticamente, não um sorriso debochado como devia ter saído, mas um riso sincero como se o que ele disse tivesse sido diretamente para mim e nós fossemos um casal de namorados que depois disso iríamos nos beijar apaixonadamente e trocar juras de amor. Por favor, Sam, não seja tola.

-Sam quer ou não dar uma volta na moto? – ele me tirou do breve devaneio que tive.

-Claro. – subi na moto e estendi a mão para Freddie, esperando que ele me desse a chave.

-O que? Você acha que eu vou te deixar pilotar a moto sozinha?

-E não vai?

-Não. Sam eu amo essa moto o suficiente pra não deixa-la sozinha com você.

-Bom, então eu agradeço ou convite, mas terei que recusa-lo.

-Que? Fala sério Sam. Jura? Vai desistir de andar a 150 por hora numa pista direta sentada numa das suas motos preferidas só por minha causa? Eu te afeto tanto assim?

-Não me afeta em nada Benson. Só não acho que seja uma atitude correta da minha parte sair por ai em cima de uma moto com um cara que fez com que eu sentisse uma dor pior do que a dor que eu senti quando perdi o dente naquele milho, como se estivesse tudo bem e fossemos um belo casal de amigos que escondem um amor reprimido um pelo outro, mas que nunca será revelado, pois ambos são idiotas de mais. Sendo que não somos nem mais conhecidos quanto mais amigos. – falei tão rápido que perdi o fôlego.

-Sam. – Freddie parecia cansado. – Encare como se eu fosse um moto taxista. Eu posso ficar calado o tempo todo enquanto piloto, e juro que te deixo pilotar. Eu só preciso de você perto de mim, mas uma vez. Por favor, eu te imploro, esqueça aquilo tudo por umas horas. É uma Harley eu sei o quanto você sonhava com essa moto, não me deixe estragar mais uma coisa pra você. Prometo-te que depois tudo voltará ao normal, eu não falo contigo e você nem olha na minha cara.

...