Condomínio 870 escrita por Cah Montgomery


Capítulo 9
Enrolados


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capitulo =]



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“Rapunzel: Mas e depois, de realizar meu sonho o que farei?                                                              José: Acho que essa é a melhor parte,                                                                                                      você vai ter que procurar                                                                                                                                   um novo sonho.

(Enrolados)

PEV’S Bariloche

Acordei com aquele friozinho na barriga que eu aposto que as meninas também estariam sentindo, também com uma angustia enorme só de saber que teria que deixar meu quarto, minha bagunça, minhas coisas! Me troquei e logo fui responder os e-mails da menina que era minha mais nova “irmã”, a família dela que ia me abrigar nesse tempo que ficarei em São Francisco, então a semanas estávamos trocando e-mails, ela me explicava como era sua família e eu falava sobre mim.

Me arrumei, tomei meu café, e logo de manhã mamãe já estava com aquela choradeira dela. Fui para a casa da Julie junto com a Nat e ela já estava pronta, meio triste pelo Matheus. Eu na mesma hora me lembrei do Lucas e o modo como ele me tratava essa ultima semana, nem nos vimos pra falar a verdade, e tinha certeza que ele não ia aparecer. 

Decidi esquecer o Lucas pelo menos agora, fomos todas para o aeroporto e fiquei feliz em ver que não tinha ninguém lá pra se despedir se não eu ia chorar muito, mas a mamãe falou que meus parentes e amigos já estavam chegando. Fomos fazer o check-in e logo chegaram meus primos, tios e avós. Tinha gente que eu não via à mais de um ano lá. Depois de todas nos despedirmos dos nossos parentes fomos até o banheiro conversar e arrumar a maquiagem que já estava toda borrada.  

-Vão achar que eu sou uma loca - a Julie falou quando se viu no espelho. Eu dei um riso fraco enquanto limpava todo o olho e passava a maquiagem toda de novo.

PEV’s Natalie

Saímos do banheiro e eu logo avistei o Léo, corremos um até o outro e ele me beijou.

-Achou que eu não ia me despedir?- Ele falou.

-Eu tinha certeza que você vinha!- Afirmei e dei outro beijo nele, enquanto nos abraçamos vi Melissa chegando por trás me separei dele no mesmo instante e fui falar com ela.

-Oque veio fazer aqui? Estragar mais uma coisa importante da minha vida?

-Calma maninha- Ela deu um sorriso sínico.- Vim te desejar boa sorte, e mesmo que tenhamos nos desentendido, espero que você seja feliz.

Ela sorriu e me pareceu um sorriso sincero, então falei um obrigado meio baixo e voltei para onde as meninas estavam abraçada do Léo.  A Julie estava de costas para a porta onde eram os desembarques nacionais então só eu e a Babi vimos quando um menino totalmente desajeitado carregando 2 malas sozinho, ele olhava para todos os lados como se procurasse alguém, eu sorri para a Babi quando ela também notou o menino. Ele então nos viu e sorriu. Eu na mesma hora inventei uma desculpa e sai com a Babi e o Léo dali. Então o tal menino desajeitado largou suas malas no chão e abraçou a Julie pela cintura.

PEV’s Julie

Meu coração disparou quando consegui sentir de quem era aquelas mãos me abraçando por trás, me virei na mesma hora e sorri olhando pra ele, olhando para o Matheus.

-Oque você tá...? Como você?- Eu tentei falar.

-A mamãe venho pegar as cartas que estavam na nossa casa e as levou pro Rio, e para minha surpresa tinha uma carta muito preciosa lá no meio.

“Matheus,

Não sei como vou conseguir me perdoar  só de pensar que te fiz sofrer quando não apareci na churrasqueira como você me pediu na outra carta. Mas eu realmente não gosto de ler, não gostava pelo menos. Quando consegui ver a carta que você tinha escrito pra mim era tarde demais, me desculpe. Mas saiba que meu pensamento sobre você mudou! Nunca foi o Gabriel, sempre foi você! Você tornava meus dias coloridos, você que me animava nas piores horas, você que cuidava de mim, foi sempre você! Me desculpe mais com esse meu jeito lerdo de ser só percebi agora, mas saiba que todos os sentimentos que você possa sentir por mim eu sinto o dobro. Eu te quero comigo pra sempre, quero poder olhar pra você daqui a alguns anos e sorrir só pelos simples fato de você estar ali. Eu te amo demais se lembre sempre disso.

Julie!”

-No momento que li aquilo eu soube que tinha que voltar, e voltei. - Ele sorriu e me pegou no colo, eu segurei o rosto dele com minhas mãos e ficamos nos beijando assim por um longo período, e eu ficaria mais, ficaria eternamente ali, com ele. Com ele que eu sempre amei, só não sabia disso!

Então a mulher, que eu considero bem chata, do aeroporto falou que tínhamos apenas 15 minutos até o embarque. E foi nessa hora que lágrimas começaram a escorrer no meu rosto.

-Não chora!- Ele pediu quando me abraçou, mas eu senti sua voz de choro chegando.- Eu vou estar te esperando. Sempre!

-Eu sei mas, um ano é muito tempo. Eu preciso de você pra sempre.- Falei ainda abraçada com ele. Eu chorava de soluçar. E sei que deveria estar com meus pais naquele momento, me despedindo, mas eu precisava dele. Só dele.

PEV’s Bariloche

E foi ai que me toquei. Mamãe cuidava da papelada sobre o meu vôo, papai conversava com a vovó sobre o quanto estava orgulhoso de mim e eu olhei para Julie. Lá estava ela abraçando o possível amor de sua vida, a Natalie beijava o Léo do outro lado e eu estava sentada olhando para as duas. Como o Lucas tinha feito àquilo comigo? Eu me sentia completamente sozinha no meio de tanta gente. Ele me deixou em um dia tão importante, um dia que eu realmente precisaria dele. Precisava sentir seu abraço, seu carinho, mas ele não estava lá. Eu só queria poder entrar no avião naquele minuto e esquecer-se da minha passagem por BH, queria começar uma nova vida sem ele e sem saber oque eu sentia por ele.

Eu olhava fixamente para a saída e entrada do aeroporto mais minha ficha realmente caiu, ele não estaria lá, eu entraria no avião, passaria um ano fora, e enquanto eu conto segundos esperando por ele, ele estaria com outra, com várias outras.

A moça então falou que faltava 10 minutos e quem quisesse esperar na sala de embarque já poderia ir, no mesmo instante me levantei e me despedi dos meus parentes falando que me despediria das meninas em Nova Jersey, pois voaríamos juntas até lá e lá que cada uma ia pegar um avião ao seu destino. Comecei a subir pela escada rolante com o coração na boca, eu olhava para a mamãe chorando e sentia vontade de ficar, de largar tudo e ficar em BH.

E quando a escada chegou ao fim eu fiquei um tempo olhando lá pra baixo. E aquela sensação que eu sentia? Aumentou muito mais ao ver lá de cima uma placa com meu nome no começo.

“Babi, eu vou te esperar, te esperarei por um ano, e se precisar te espero por uma década, eu espero quanto tempo for para fazer parte do filme da sua vida. Eu te amo muito!”

Larguei minhas malas na porta da sala de embarque e desci correndo, No mesmo instante que pisei no andar do térreo ele largou a placa. E então, como em senas de filmes, os filmes que eu sempre adorei, ele me pegou pela cintura e eu o beijei. Eu o abracei muito forte e ele me olhou sorrindo, eu estava prestes a cancelar tudo só pra ficar ali com ele, abraçada por décadas.

-Eu te amo!- Ele cochichou no meu ouvido, todos os pelos do meu corpo se arrepiaram e eu voltei a beija-lo. Então a voz, aquela voz que em poucos minutos atrás me trousse uma noticia boa me trousse uma noticia ruim. “O vôo para nova Jersey Sairá agora”. Eu o abracei com os olhos cheios de lágrimas.

-Vá Babi, vá aprender a dirigir o filme da sua própria vida e quando voltar ficarei feliz em ser um personagem dele. - Ele falou e eu afirmei com a cabeça. Lágrimas caiam devagar pelo meu rosto e então encontrei as meninas um pouco antes da escada rolante. Nos abraçamos em grupo e todas estavam chorando. Subimos a escada juntas e foi assim, ficamos chorando juntas até o avião parar em nova Jersey. 


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