LOVELY WAY TO DIE

Ela podia ouvir seu coração batendo, forte e determinado, enchendo seus ouvidos e bloqueando qualquer outro ruido. Ela podia sentir o vento quente contra o rosto banhado em suor e sangue, podia ver as partículas de poera voando em frente ao rosto. Sentiu uma enxurrada de adrenalina, como se pudesse conquistar o mundo com suas duas agadas e a força de seus músculos, sozinha.

Gritando, estendeu a arma que usava e feriu, feriu quem tinha a atingido tão cruelmente e tão facilmente condenado-a ao fim dos tempos.

Um piscar de olhos. Foi o que durou a sensação. Um bater de cílios e, então, fraquejou.

Seria engraçado, a guerreira que havia enfrentado batalhas incontáveis, escapado da escravização, amado tão intensamente... Caia agora.

O coração bateu mais devagar e pode ouvir o suspiro que deu - ecoou alto em seus ouvidos. Seus músculos enfraqueceram e ela perdeu o equilíbrio o corpo pendendo e o chão se aproximando, pronto para abraçá-la em carinho que seria eterno.

Quase fechou os olhos para abraçá-lo quando o som chegou a ela, na forma de seu nome. Desesperado e assustado. Tão diferente do que tinha na memória.

O chão foi impedido de alcançá-la e braços gentis a seguraram. O calor da pele dele parecia queimar a dela, sentia tanto frio que poderia tremer, mesmo sabendo que ali fazia calor, muito calor.

Tudo que sentia era ele, tão próximo, e o ar que lhe faltava. Mas ele estava ali e ela agradeceu a qualquer deus que estivesse olhando por eles. Era tudo que queria ver antes de morrer, era tudo que queria tocar antes de morrer - e ela sabia que estava além da salvação.

Seus olhos o encontraram e era como se ela já tivesse avistado as terra do além da vida, onde tudo que lhe prometia era a felicidade eterna.

"Auch ich finde mich in deinen armen." sua voz saiu arrastada e impedida pela falta de ar, mas tinha alguma coisa de calmante e libertador em falar sua língua materna, antes que a escuridão a reclamasse.

Sorriu, mesmo sabendo que, talvez, não parecesse com um sorriso. Novamente me encontro em seus braços. Não havia usado a língua comum, sua alma gritando para ter tudo de mais familiar enquanto desaparecia desse mundo. Mas ele sabia. Saxa sabia que ele entendera. Talvez não as palavras em si, mas o sentimento. Ela sabia disso enquanto seu corpo deixava de respirar, de viver. Ela sentia nos ossos, enquanto sua carne ficava flácida e os sentidos lhe faltavam.

E não era essa uma maneira adorável de partir? Uma mulher livre, que amou e era amada. Ela sabia.

Gannicus sabia.

E eles estariam juntos novamente.

No Além da Vida.