Saudade Traiçoeira escrita por Nanda Awd


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Ok, eu sei que o título, a sinopse, a imagem e nem o texto estão fazendo sentido. Juro que tentei colocar algum nexo nesse troço, mas já estou há um século mudando essa fic e não aguento mais... Tá uma porcaria, mas vai assim mesmo.
ERA para ser um drama, mas minha mente problemática estragou tudo e eu não consegui arrumar depois (sim, eu vou culpar meu cérebro). Se pretende ler isso, boa sorte.



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Não que ela fosse insensível. Embora fosse a grande e poderosa Titânia, Erza adorava se divertir quando não estava ocupada, tinha crisesde existência quando perdia seu precioso bolo de morango para algum sem noção e até chorava em silêncio quando não conseguia suportar a dor das feridas que o passado deixou. Por trás de toda aquela armadura, ela apenas era uma jovem comum, que tinha sentimentos como qualquer pessoa.

Ela apenas não conseguia agir naturalmente na presença dele; principalmente quando estavam sozinhos como naquela ocasião.Não agia dessa maneirapor falsidade e nem o odiava... A verdade era que aquela, que derrotou inúmeros monstros e ficou conhecida por realizar missões consideradas impossíveistinha medo

Não que ela o temesse; Erza sabia que podia confiar totalmente nele. Mas o problema era sua própria mente, que vivia lhe atormentando com imagens de seu passado. A ruiva não sabia exatamente quando aqueles pensamentos começaram a lhe atacar, mas quando notou o que se passava, já estava totalmente aprisionada por imagens dele. 

Dia e noite sua cabeça era perturbada por recordações um tanto distorcidas e devaneios perturbadores. Até que chegou a um ponto em que teve de começar a se policiar, escolhendo todas as suas palavras com cuidado. Soube que não podia mais confiar em sua própria consciência em um momento muito constrangedor, em que praticamente acabou confessando que estava tendo sonhos nada inocentes para Levy e Mirajane.

Resultado: Merda total.

Talvez, aquilo em parte fosse sua culpa, por ter aceitado o empréstimo de alguns livros de Levy com um conteúdo um tanto... picante.Porém, certamente, as duas jovens que escutaram o desabafo eram as principais responsáveis pelos problemas que se seguiram ao episódio. Levy não devia ter repetido em voz alta tudo que a jovem Titânia havia confessado e Mirajane não devia ter surtado, planejando o casamento de sua amiga ruborizada, enquanto dava pequenos gritos, saltitava e batia palmas.  

E ela não foi rápida suficiente para impedir que as duas entrassem no modo cupido na frente da guilda toda, que parou boquiaberta para assistir o espetáculo de Erza Scarlet constrangida, irritada e desesperada tentando calar a boca de duas garotas loucas, enquanto todos tentavam absorver a informação. E pormais que o episódio tivesse ocorrido há vários meses, a Titânia ainda era obrigada a suportar piadas que a deixavam completamente sem reação, via-se obrigada a fugir de revistas e fãs ensandecidos, que apenas aumentavam seu constrangimento. Todos se divertiam com aquele comportamento atípico da Scarlet, aproveitando-se do fato de saírem ilesos. Porém, ninguém enxergava o que se passava em seu interior.

Em pouco tempo, as dores, os medos, a solidão, a escuridão... todos os sentimentos queum dia assombraram o coração da pequena Erza retornaram como uma avalanche dentro de si. Tudo que ela cuidadosamente escondeu atrás de armaduras e de uma expressão firme desmoronouEla tentou ignorar aquele turbilhão de lembranças e sentimentos que pareciam lhe arrastar para o abismo. Porém, não importava o quão forte se tornasse, o passado retornava com mais força rompendo sua alma, sufocando e trazendo uma dor que a ruiva apenas podia aliviar através de lágrimas no silêncio da noite. E por mais que se esforçasse para agir normalmente durante o dia, algumas pessoas estranhavam seu comportamentoagitado, mas não se preocupavam com aquilo, pois acreditavam que era apenas um efeito do episódio de constrangimento.

Naquele dia, a jovem Titânia corria para Fairy Hills após ter voltado de uma missão simples que pegou para tentar distrair sua mente, o que quase resultoumuita morte. A morte dela por perder o foco no meio da batalha e a morte dos integrantes da guilda negra quando ela resolveu descontar sua frustração neles.

Era apenas mais um dia em que fugia da movimentação da guilda, escondia-se em seu quarto e afogava sua raiva em pobres e inocentes bolos de morango. Pretendia seguir essa rotina enfadonha, quando notou uma movimentação estranha em uma das janelas. O problema era que aquela era sua janela e ela não se recordava de ter deixado a janela aberta. Ou seja, para melhorar seu dia péssimo, algum idiota suicida havia invadido seu apartamento. Porém, enquanto imaginava múltiplas formas de tortura para traumatizar o infeliz, sua mente entrou em alerta; a janela escancarada era a da cozinha... onde estavam seus preciosos bolos.

Em tempo recorde, Erza escalou uma árvore próxima e entrou pela janela com o maior cuidado para não fazer barulho algum, esquecendo que poderia ter reequipado para voar ou entrado pela porta. Mas, aquilo não lhe interessava no momento, apenas queria arrancar os membros do desgraçado que estava... dormindo? Sim, algum idiota, além de vir atrás de seus bolos, aproveitou para tirar um cochilo em sua cama.

Com cuidado, avançou lentamente em direção ao quarto escuro, embora seu sangue estivesse fervendo de raiva e sua espada parecesse clamar pelo sangue do infeliz. E em um instante, tudo aconteceu. Erza socou o interruptor e saltou sobre o invasor que desesperadamente cobria o rosto e tentava escapar.

Com um sorriso maligno de satisfação ao notar que sua presa estava imóvel, removeu o travesseiro. Um choque percorreu ambos os corpos quando os olhos verdes se encontraram com os castanhos. O responsável por todas as noites de insônia se encontrava na sua frente. Tentou esboçar qualquer reação, mas seu corpo e sua mente estavam completamente paralisados.

Eles ficaram se encarando por certo tempo, até que Jellal forçou uma tosse completamente constrangido. Aquilo foi o suficiente para que a Scarlet voltasse de seus devaneios e reparasse que seu corpo estava completamente colado no dele em uma posição muito embaraçosa.

Em uma enorme velocidade, os dois se afastaram totalmente ruborizados. Eles tentaram pronunciar desculpas, mas tudo que saiu de suas bocas foram palavras gaguejadas e sem ligação. Erza amaldiçoou as palavras que simplesmente lhe abandonaram em um momento daqueles.

Instantaneamente, a decoração do quarto começou a parecer muito interessante para os dois e a Titânia decidiu que aquele quarto era quente e pequeno demais, ou talvez aquela sensação inquietante viesse de sua armadura.

— E-eu estava vindo de uma missão e... e resolvi te v-visitar  — disse Jellal rapidamente, enquanto parecia inventar uma desculpa.  — E a janela estava aberta, então... e eu estava cansado e... sua cama parecia macia... Desculpe, já vou indo.

Enquanto Jellal retornava  à cozinha, Erza compreendeu o que se passava. Ela não era a única que estava sofrendo todas as noites; ela não era a única com saudade. Em um impulso, agarrou o braço dele e murmurou um pedido:

— Fique... Eu estou sem fome, mas preciso terminar de comer alguns bolos que vão estragar...

  —X

Jellal a fitou por alguns instantes, perguntando a si mesmo se a Titânia estava doente ou se aquilo era uma piada. Não era possível que ela estivesse sem vontade de comer bolos e estivesse convidando-o para ficar mais um pouco no dormitório feminino, do qual ela vivia expulsando garotos. Porém, aos poucos, o olhar incrédulo foi substituído por compreensão. Aquela era a forma dela de dizer que o entendia; era a maneira de avisar que a saudade também estava destruindo sua mente.

Por um instantequase cedeu a sua vontade de ficar ao lado dela; quase assentiu ao ver a súplica nos olhos dela. Sua vontade era ignorar a dor que os ligava, mesmo que por pouco tempo. Afinal, eles também eram seres humanos e tinham sentimentos.

Entretanto, a felicidade de Erza era tudo para ele e Jellal sabia que isso não ocorreria enquanto a prendesse. Portanto, embora soubesse quemais tarde recordaria com dor dfragrância que a cama dela exalava, imaginando se aquilo fora real ou não, recusou o convite e jurou que jamais faria algo tão arriscado apenas para sentir o perfume de que tanto sentia carência.

Afinal, a relação entre os dois era tão confusa e delicada que qualquer mudança, por mais sutil que fosse, poderia destruir o pequeno elo que os ligava; tudo que ainda existia entre eles. Então, preferia manter-se daquela forma distante, contemplando sua ruiva a distância e sofrendo em silêncio; fingindo que tudo estava bem por mais doloroso que fosse; tomando cuidado para não se render diante da traiçoeira saudade que os perseguia.


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Notas finais do capítulo

Eu até pensei em colocar um aviso do tipo "se pretende copiar minha fic, vá fazer algo mais útil para a sociedade, tipo ir tomar no **", mas tem que ser muito idiota para postar uma história como essa ~indireta para mim mesma.
Caso alguém tenha lido essa bagaça de fic, obrigada pela paciência. Caso alguém tenha gostado, vá se internar com urgência no hospício mais próximo.
Boa noite.