POV Esmeralda

“Chego a casa depois de um dia estressante, tenho 30 minutos para almoçar e apagar os incríveis acontecimentos do meu dia no colégio. As lições ficam para a noite quando eu voltar. Longe de mim chegar atrasada e ter que ouvir os “doces gritos” do meu chefe. Eu o agradeço por ter me dado o emprego mesmo eu sendo menor de idade, mas ele é um senhor de idade muito conservador e sabe perfeitamente como ser um completo ignorante , principalmente com as pessoas que julga ser inferior a ele. Por tanto me atrasar, definitivamente não esta na minha agenda.”

“Pego minha bolsa e sigo para o ponto. O ônibus não demora a chegar e em 20 minutos estou na clínica do Doutor Carlos Bartolomeu e da Doutora Lucia. Tenho tempo de guardar minha bolsa em meu armário e só. Sento-me na cadeira onde ha um moderno computador na frente e logo ao lado, um balcão no qual recebo as pacientes.”

“Dr. Carlos Bartolomeu e sua esposa Dr. Lucia são médicos cirurgiões plásticos, seu filho Felipe esta na faculdade de medicina, nós nos conhecemos na escola, ele é um ano (e alguns quebrados rsrsrs) mais velho do que eu, porém tínhamos amizade (sei lá eu por quê?). O Shun tem uma teoria; que ele gosta de mim, isso é impossível, lembrando que eu não faço parte da equipe de líderes de torcida, meus seios são pequenos, uso óculos e... Não tenho dinheiro para comprar roupas caras. Mas o fato é que ele sempre conversava comigo no intervalo, nos passeios escolares ele sempre dava um jeito de ficar perto de mim e me convidava para seus aniversários. Assim quando a situação começou a apertar, ele me apresentou para seus pais que com receio, permitiram que eu trabalhasse de recepcionista na clínica de estética deles.”

“Felipe e eu não nos vemos mais com tanta freqüência, mas quando a faculdade dá uma trégua, ele aparece na clínica dos pais para ajudá-los em alguns procedimentos e aproveitamos para levar um papo rsrs. Conversar com ele não é tão ruim assim e ajuda há passar as horas, mas o acho um pouco inconveniente às vezes. Agora que esta na faculdade cursando medicina ele aperfeiçoou sua técnica de contar vantagem e não perde a oportunidade de se oferecer para mim (Shun tinha razão rsrs).”

“Os pais dele preferem ver Hitler mandando os judeus para o campo de concentração do que ver o filho conversando comigo, (por que será? Hahahaha) era só o que me faltava, já pensou eu entrando para o socialite rsrsrs, isso soa engraçado. Não quero isso pra mim e Deus me livre ter aqueles dois como sogros. Eles podem ficar tranqüilos!”

“Volto para casa com mais assunto para contar ao meu melhor amigo e ouvinte: Shun rsrs, tudo bem eu sei que ele não se cansa.”

FIM POV Esmeralda

- Pai, já cheguei!! Esmeralda entra anunciando.

- Ótimo! Estou faminto. Vou para a garagem mexer novamente no motor do carro, me chame quando a janta estiver saindo.

-Poxa Pai já são 20:00,por que o senhor não fez nada para comer assim que chegou? Tenho lições da escola para fazer e não queria ir dormir tão tarde. Respondeu Esmeralda da forma mais educada possível.

-EU TRABALHO E TRAGO E PAGO AS CONTAS DESSA CASA, GRAÇAS A MIM VOCÊ TEM UM TETO, ESTA ACHANDO QUE É IGUAL ÀS GAROTAS DO SEU COLÉGIO QUE TEM QUEM FAÇA TUDO POR ELAS??? FÔDA-SE AS SUAS LIÇÕES, NÃO SEI NEM PORQUÊ AINDA TE DEIXO IR PARA AQUELA PORCARIA DE ESCOLA, SE NÃO PERDESSE TANTO TEMPO NAQUELA MERDA PODERIA ESTAR TRABALHANDO E GANHANDO MELHOR, SUA OBRIGAÇÃO É FAZER PELO MENOS A COMIDA. EU TRABALHEI O DIA TODO PRA VOCÊ TER ONDE SE ESCONDER EM DIA DE CHUVA!

Disse o Pai de Esmeralda tomado pela cólera.

A garota com medo do que viria a seguir achou melhor acatar as vontades do pai.

-O senhor tem razão pai. Vou fazer alguma coisa pra comer e já o chamo.

- Assim é bem melhor, e vê se conzinha algo que menos nojento que eu consiga olhar antes de comer, eu não gasto dinheiro com comida pra você a deixar com cara de lavagem!

Esmeralda não esboçava nenhum tipo de reação, já estava tão acostumada com aquilo que nem se importava mais. Ficava triste na hora, mas logo esquecia, era melhor não ficar remoendo a cena em sua cabeça.

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Terminado o jantar, Esmeralda recolhe os pratos da mesa e os leva para a pia para lavá-los.

-Esmeralda precisa que me dê uma parte de seu salário! Afirma o pai sem olhar para a filha.

-Mas pai eu guardo uma parte do meu salário para a faculdade!

O pai de esmeralda se envolvera com bebidas e jogos, e agora devia para Deus e o mundo!

-Escute Esmeralda, eu espero fazer isso por bem!- Disse o pai com um olhar furioso para a garota. – Mas se tiver que ser por mal não vou me incomodar. – Voltou a falar dessa vez indo em direção da garota já desafivelando o sinto de sua calça.

Mais uma vez Esmeralda recua com medo estampado nos olhos atendendo ao pedido de seu pai.

-Esta bem, daqui a oito dias eu recebo e darei uma parte do que ganho para senhor.

-Ótimo você é uma boa filha! – Disse com um sorriso irônico saindo da cozinha.

Depois do susto, Esmeralda lavou a louça e foi para o quarto fazer as lições, apesar de cansada era um jeito de esquecer os ocorridos do dia. Com tudo terminado, foi para a cama rezando para o dia de amanhã ser melhor e menos “desastroso” do que o de hoje.

POV IKKI

“Fim da aula finalmente, isso aqui deveria ser chamado de prisão e não de escola. Agora vem a parte boa... Treino, ahhh eu espero esse momento todos os dias por todas as manhãs. Hoje o treino é físico e não prático, mas tudo bem, eu agüento, qualquer coisa é melhor do que aquela “prisão”.

“Aceno para o meu irmão que já está indo para casa. Sim casa às vezes nem eu consigo acreditar que finalmente temos uma. Depois que nossos pais morreram, os bens de nossa família ficaram presos sob os cuidados do juiz. Até um de nós atingirmos a idade de 16 anos, moramos com uma família indicada pelo governo. Eram simples, mas boas pessoas aceitaram Shun e eu como se fossemos seus filhos. Quando eu atingi a idade, o governo entregou a casa que pertencia aos meus pais para meu irmão e eu, junto com algum dinheiro que nossos pais tinham guardado. (Apesar de sempre ter sido muito responsável com nosso dinheiro o mesmo foi se acabando a medida que Shun e eu tínhamos necessidades,como remédios, materiais escolares, comida e roupas. Por sorte somos bolsistas na escola e por eu jogar pelo time do colégio, recebo um auxílio que ajuda a nos mater. Meu irmão também é muito esforçado, ganha dinheiro dando aulas particulares para crianças de guitarra (ele sempre se deu bem com elas, aliás não sei com qual que ele se dá melhor, se é com as crianças,ou com a guitarra rsrsrs) os pais vem até ele pedindo que ensine seus filhos a tocar, o que nos proporciona uma renda extra.”

FIM POV IKKI

- VAI IKKI CONCENTRA. NÃO É POSSIVEL ERRAR UM CHUTE COM A BOLA PARADA... NA TERCEIRA TENTATIVA!!! - Brada o treinador com Ikki que tinha seu desempenho baixo durante o treino.

- Foi mal, to distraído hoje, nem sei por quê! – Responde Ikki sem graça.

- Será que o BIG BANG que você e a fundo de garrafa te afetou? – Fala Tony caindo na gargalhada e levando toda a equipe junto com sigo.

Ikki se irrita, mas antes de mandá-lo para o raio que o parta (vamos pegar leve nos palavreados, afinal eles estão em ambiente escolar; )), ele reflete sobre os acontecimento daquele dia: uma pequena explosão, um sorriso amável e um par de olhos encantadores que graças a ele se tornaram o olhar mais triste que ele já vira, e perdido nesses pensamentos, ele se lembra do objeto que havia ficado no bolso de sua calça. Sim os óculos de Esmeralda que ainda estavam com ele, e então se permitiram um discreto sorriso se lembrando do apelido do amigo “fundo de garrafa”, na verdade as lentes eram finas, ele tinha observado o objeto no momento em que o achou e então, teve uma idéia do que fazer com eles antes de devolvê-los.

- Tony hoje eu estou de um bom humor inacreditável, por isso vou descontar essa sua piadinha na sexta durante o treino livre, para te acertar uma bolada no meio dessa porcaria que você chama de cara! – Retrucou Ikki de forma divertida, seu amigo claro que levou na esportiva, aliás, todos eles eram assim, trocavam “elogios” durante as aulas e nos treinos não era diferente, o que tornava o ambiente divertido para treinador e atletas.

O treino acabara e todos estavam dispensados. Ikki tomou seu banho, retirou sua roupa de treino, guardou-a na mochila e tomou o caminho de casa. Andava pelas ruas perdido em seus devaneios, sempre que se lembrava da idéia que teve antes de devolver os óculos para esmeralda um largo sorriso brotava em seu rosto. Ele mesmo não acreditara no que iria fazer, mas já tinha se decidido e não iria voltar atrás.

Chegou a casa antes de seu irmão, foi para a lavanderia e se espantou com a quantidade de serviço que tinha por lá.

-Hum, nunca deixe para amanhã o que você pode fazer hoje! Vou me lembrar disso da próxima vez.

E assim estendeu algumas roupas e colocou outras para lavar. Terminado com a roupa suja, seguiu para os quartos e guardou o que lhe pertencia em seu guarda-roupa e o que era de seu irmão... Ele jogou tudo na cama e largou lá no quarto, afinal ele era irmão e não babá de Shun.

Cozinhou alguma coisa e quando estava pegando os pratos Shun entra na casa.

- E ai jogador, como foi hoje?

- Tranqüilo. E você roqueiro? (creio que essa é uma piada universal, todo guitarrista é caracterizado de roqueiro rsrs).

- Consegui um aluno novo, ele tem 10 anos e é irmão de alguém lá da escola, só não sei de quem é ainda. Começo com ele na semana que vem, todas as quartas!

- Grande garoto, assim você vai ficar milionário hahaha!

- Quem me dera hahaha, essa grana vai para a faculdade!

-Comprar alguma coisa que você esteja a fim não vai te fazer mal garoto, você também não pode esquecer de viver.

-hum tem razão, talvez eu compre uma bateria hahahaha!

- Só se você quiser morar na rua dentro do bumbo hahahaha!!

-Hahaha você não pretas Ikki!

Continuaram com algumas piadas, jantaram, estudaram (bom Shun estudou e Ikki copiou a lição do irmão) e foram dormir.