A Poção De Severo escrita por Carol La Rue


Capítulo 1
A Poção de Severo - Oneshot




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Já era tarde, mas Severo Snape estava escondido nas masmorras do castelo de Hogwarts. Ele era um garoto bruxo, como todos os alunos de sua escola. Tinha longos cabelos escuros e oleosos, que vinham na altura dos ombros, olhos tão negros quanto os cabelos e nariz pontudo. Estava manuseando tubos de ensaio, e aparentemente, tentava preparar uma poção do amor para dar a Lílian, sua melhor amiga, e fazê-la se apaixonar por ele. A poção estava quase pronta, já com o característico brilho perolado e o vapor subindo. Faltava apenas um fio de cabelo dele próprio e...

– Ah, você está aí! - Disse alguém que havia acabado de chegar. Snape tomou um susto tão grande que derrubou alguns frascos de vidro, mas conseguiu se controlar.

– O que você quer, Travis? - Perguntou Snape a seu amigo, Travis Malfoy. Ele era primo de Lúcio Malfoy, e ambos tinham os mesmos cabelos loiros e olhos azuis, embora Snape sempre tivesse achado que Travis era um pouco mais alto. E também mais engraçado, do tipo que gostava de pregar peças. Isso preocupou Snape.

– Eu estava procurando você. Diana - Que era a irmã mais nova de Travis - está nas masmorras logo abaixo, mas chegará aqui logo, logo. - Então ele pareceu notar os tubos de ensaios e a poção. - O que é isto? Não me diga que é - Ele riu - Não... Não pode ser... Isto é uma poção do amor! É para aquela garota da Grinfinória, não é? Lílian alguma coisa!

A essa altura, Severo sentia o rosto queimar. Estava prestes a mandar Travis para fora da masmorra quando sua irmã, Diana, chegou. Ela se parecia muito com o irmão: os mesmos olhos, mesmos cabelos, porém era um pouco mais quieta.

– O que é isso? - Ela perguntou. Travis, que ainda ria um pouco, disse:

– Você sabia maninha, que Severo está fazendo uma poção de amor para Lílian?

– Cale a boca! - Gritou Snape - Saiam daqui, os dois. Quero ficar sozinho! - Ele estava tão vermelho quanto uma das poções encostadas a um canto da masmorra. Snape ficou, ainda por algum tempo, pensando. Após decidir que daria a poção para Lílian no outro dia, à meia-noite, ele se dirigiu para o Salão Comunal da Sonserina.

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Severo Snape passou boa parte da manhã do dia seguinte planejando como enfeitiçar Lílian. Decidiu que colocaria a poção em chocolates e daria para ela. Snape não sabia, mas Travis estivera seguindo-o. Diana de nada desconfiava, embora ainda risse um pouco ao lembrar-se da cena na noite anterior, nas masmorras.

Em um dos intervalos que teve entre uma aula e outra, Severo foi até a masmorra para ver como andava a sua poção. Após arrancar um fio de seu próprio cabelo e coloca-lo dentro da poção, Snape saiu da masmorra. Travis, que estivera seguindo-o, pegou o frasquinho de Amortentia (nome dado à poção do amor), e retirou o fio de cabelo de Severo, substituindo por outro, escuro e cacheado. Após fazer uma cara de “isso vai ser muito engraçado”, saiu da masmorra sem deixar Snape vê-lo.

Pouco tempo depois, Severo voltou. Em suas mãos havia uma caixa de chocolates. Cuidadosamente, o garoto mergulhou dois chocolates na poção e derreteu-os com um fogareiro que havia na masmorra. Depois colocou o chocolate derretido (agora com a poção do amor) de volta na embalagem, e esperou o chocolate endurecer. Quando isso aconteceu, Severo saiu da masmorra, carregando a caixa de chocolates debaixo do braço. Haviam vários, mas apenas dois com a poção do amor.

Como ainda não era a hora do jantar, todos os alunos tinham o horário livre. Severo ia em direção ao lago (Lílian gostava de ficar por lá com suas amigas), quando foi barrado por dois alunos da Grinfinória. E eles eram as últimas pessoas que Snape queria ver: James Potter e Sirius Black.

James era de estatura mediana. Tinha cabelos muito bagunçados, que nunca ficavam no lugar. Era popular em Hogwarts, e apanhador no time de Quadribol da sua Casa. Sirius, por outro lado, era mais alto. Tinha cabelos cacheados e olhos escuros. Não jogava Quadribol, mas era muito admirado também. Os dois só andavam juntos, e Severo os odiava. Porque além de suas casas serem rivais, eles sempre andavam brigando, e às vezes, principalmente quando Snape estava perto de Lílian, agiam como valentões.

– Oi Ranhoso! - Exclamou James. Ranhoso. Esse era o apelido idiota que haviam lhe dado. - O que é isso? Chocolate?

– Saia daqui, Potter. Por favor, dê-me licença. Preciso ir ali.

E, dizendo isso, Snape recomeçou a andar em direção à Lílian, mas James o parou de novo:

– Qual é, Ranhoso! Então dê apenas um, vai! Um para mim e outro para o Sirius! - Os riram enquanto Snape fechava a cara.

De repente, uma ideia passou pela cabeça de Severo. Ele iria dar um dos bombons enfeitiçados para eles, fazendo com que um se apaixonasse por ele. Como a poção leva algum tempo para fazer efeito, por volta da meia-noite um deles iria acordar dizendo que amava Severo Snape. A poção tem efeito de uma hora apenas, mas vingaria o garoto de todas as peças que aquela dupla já pregara nele. Ele imaginou a cena, e a ideia o fez rir. Mal sabia Snape que o cabelo na poção não era seu, graças a Travis.

– Do que está rindo, ranhoso? Dê-me logo um desses, ou eu mesmo pego. - Debochou James.

Severo então pegou dois chocolates: Um enfeitiçado e outro não. Dos enfeitiçados, sobrou apenas um para Lílian. Ele odiava aqueles garotos com todo o coração: O talentoso e popular James Potter e o lindo e descolado Sirius Black. Para Severo, eles não passavam de exibidos. Potter então pegou os chocolates, e deu o enfeitiçado a Sirius, sem desconfiar de nada relacionado à poção do amor.

– Obrigado, Ranhoso! - Riu James. - Você deveria virar um chefe de cozinha, sabe? E trabalhar com os elfos domésticos...

Sem se importar com a provocação, Snape foi embora. Ele teria sua vingança mais tarde. Pelo menos, era o que ele pensava. Ao chegar até Lílian, disse:

– Oi. - Foi tudo o que saiu de sua boca.

– Olá, Severo! O que andou fazendo? Faz bastante tempo que não te vejo!

– Tenho estudado muito esses dias. N.O.M.s e coisas assim. Quer chocolates, Lílian?

– São para mim? Obrigada! - Ela respondeu, pegando um dos bombons. Eles ficaram um bom tempo conversando, e Snape fez questão de dar o chocolate com a poção a Lílian, claro, sem ela saber. Depois anoiteceu e chegou a hora do jantar. Após comer, Severo foi para a masmorra. Lílian saberia onde encontrá-lo. Porém, depois de ficar lá por muitas horas e não ver nenhum sinal de Lílian, ele se dirigiu ao Salão Comunal da Sonserina. Estava muito triste, pois o seu plano não tinha dado certo. E aquela fora a sua primeira poção que não surtira o efeito desejado.

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No outro dia, na hora do café da manhã, Severo ouviu boatos vindos da mesa da Grinfinória. Eles diziam basicamente que Sirius Black acordara durante a noite e começara a falar sozinho, dizendo que ele era lindo e que queria casar consigo mesmo. Outros boatos diziam que, não fosse estar alucinado consigo mesmo nessa hora, teria percebido que Lílian, durante a madrugada, gritava o nome de Black, e também dizia que o amava. Severo não entendeu o porquê disso. Afinal, ele preparara a poção com o próprio DNA, e não com o de Sirius. Mas, quando Travis veio ao seu encontro, Severo entendeu tudo. Ou, bem... Quase tudo.

– Severo - Disse o amigo, rindo. - Sabe por que Lílian não veio ao seu encontro?

– Não - Confessou Snape.

– Eu sabotei a sua poção. Troquei o fio de cabelo dela por outro.

– O quê? - Snape agora olhava o amigo, incrédulo. - Porque fez isso? Não acredito!

– Severo, não se pode forçar ninguém a gostar de você.

– Diz o garoto que enfeitiçou o Sirius e forçou-o a gostar de si mesmo.

– Ei - Ele levantou as mãos com a palma na direção de Severo, como uma rendição. - Eu não sabia.

– Como não sabia? Você que colocou o cabelo lá!

– Mas eu não sabia de quem era - Ele riu. - Mas admita, foi engraçado! Agora tenho de ir. Tenho aula de poções, e quero aprender a fazer uma da sorte! - E, dizendo isso, se foi.

“Poção da Sorte” pensou Severo. “Por que eu não pensei nela antes?” E voltou para a masmorra, decidindo que dessa vez, nada ia dar errado.


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Notas finais do capítulo

Sim, o Travis Malfoy foi baseado em Travis Stoll, e Diana Malfoy em Diana, na mitologia romana. O icon, embora lembre uma bota, é uma poção. E a poção ficou bem parecida com a Polissuco, embora eu não saiba de fato se precisa colocar esses fios de cabelos nela.
Se tiver algum errinho de concordância ou algo parecido, diz aí nos comentários que eu arrumo.