Antes De Partir escrita por Lost Girl


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oiii. Olha eu aqui denovo com uma outra shot. Espero que gostem. E perdoem os erros.



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Aquele poderia ser considerado um dos dias mais triste da existência do último Uchiha. O céu já escuro com poucas estrelas colaborava para o estado angustiante dele. Seus cabelos cor de ébano balançavam com a brisa que passa por ali, trazendo junto um cheiro que ele conhecia, mas que também lhe trazia uma grande tristeza.  Cereja. Era o cheiro que o envolvia e que fazia seus olhos marejarem. Observava atentamente a lápide a sua frente, essa, pertencente a sua primeira e única amada. Ajoelhou-se de modo que ao levantar brevemente a sua mão podia triscar no nome gravado ali: Haruno Sakura.

A batalha contra Madara parecia que nunca iria ter um fim, Naruto e ele lutavam com todas as suas forças. Sim, o Uchiha havia em última hora optado em lutar ao lado de sua antiga vila, e consequentemente ao lado dos seus antigos companheiros. Ele observava o quanto os seus ex-companheiros do time 7 haviam evoluído. Principalmente a Sakura, a garotinha irritante que o vivia seguindo e que no dia em que saíra da vila o tinha implorado para que lhe leva-se junto e que havia a deixada desacordada no banco. Sim, ele também estava reparando como ela tinha crescido como ninja. Não só como ninja, mas em todos os aspectos. De qualquer modo ela não estava junto a ele e Naruto, ela lutava com alguns Zetsus que ainda estavam vivos. Apesar de terem implorado – Naruto que havia implorado na verdade – que ela não fosse para o campo de batalha, que ficasse apenas cuidando dos ninjas feridos, ela insistira que iria com ou sem o consentimento deles. Ambos lutavam com todo o vigor, nenhum dos ninjas que estava ali pelo bem de seu lar ia cair enquanto o inimigo não fosse derrotado. Mas o que acontecera a seguir iria dilacerar o seu coração. Em algum momento, ele acabara por perder a concentração com algo que o mesmo não fazia ideia.

E quando se dera conta Madara já estava em cima do mesmo empunhado uma espada, que ele sabia que não iria conseguir desvia. Fechou os olhos esperando o golpe que nunca veio. Ao abrir viu uma cabeleira rosa em sua frente, com a espada cravada em seu abdome. Sakura havia entrado em sua frente para receber o golpe em seu lugar. Seus olhos estavam arregalados. Nunca poderia imagina que ela ira fazer algo assim. Sabia do amor incondicional dela por ele, mas ao ponto de fazer o que ela fez, estava além da sua imaginação. Sakura retirou a espada de sua barriga, e ele observou um sorriso de escarnio no rosto de Madara. Ele no momento nem se importara com Sakura – na verdade estava importando-se sim, e muito, só que no momento ele apenas queria acabar com Madara por ter ferido a sua flor.

Correu junto com Naruto, que também vira o que acontecera. Seu Sharingan, agora ativado não iria descansar enquanto não acabasse com a vida de Madara. Durou, durou tempo demais do esperava, mas tinha conseguido acabar com ele. Depois correu, correu o máximo que pode e encontrou Sakura no colo de Hinata, ela sangrava muito, e ele podia sentir que o seu chakra estava muito fraco. Hinata chorava muito, assim como todos que agora chegaram para ver a triste cena que desenrolava a sua frente. Ele aproximou-se com passos cautelosos e Hinata levantou o rosto para ele. Ele ajoelhou-se perto dela e pegou o corpo frágil de Sakura para si. Hinata foi para perto de Naruto, que agora estava chorando abraçado com a herdeira dos Hyuuga. Olhava para o rosto sereno de Sakura perto de si, os olhos verde-esmeralda estavam fechados, a respiração fraca batia em seu rosto, e em pouco tempo, surpreendeu a si mesmo com as lagrimas que escorriam pelo seu rosto.

- Sakura – chamou por ela baixinho.

- Sasuke – sussurrou ela baixinho. Os olhos abriram um pouco

- Sakura – passou a costa da mão pelo rosto dela.

- Como você...

- Shiii – ele não queria que ela se esforçasse.

Ela deu um pequeno sorriso.

- Eu gostaria que isso fosse real – ela disse.

- Mas é real, eu estou aqui minha pequena.

Ela sorriu novamente e aconchegou-se mais um pouco no seu peito.

- Eu sei – ela sussurrou.

- Sakura? – chamou ele.

- Hm...

- Eu gostaria que... Gostaria que você me perdoasse por tudo que eu fiz a você, pelas vezes que eu tratei você mal, e quando eu tentei matar você. Eu apenas queria que você não se aproximasse de mim. Eu não queria criar laços com ninguém. Mas você insistia de todo o modo. Eu... Eu errei demais quando eu sai da vila, me transformei numa péssima pessoa, eu me arrependo tanto por isso. Eu não queria deixar você naquele banco, mas era o único jeito. Se você fosse comigo, você não teria ficado viva, mas não tinha um único dia em que eu não pensasse em você. Mas não importasse o quanto eu errasse, você me amava cada vez mais. Talvez, você tivesse se apaixonado por mim pelo mesmo motivo como toda qualquer outra garota da nossa idade, mas com o tempo, o tempo em que eu me perdi na escuridão, você continuava a me amar. Eu achava isso estranho. Ainda acho. Enfim... Eu gostaria que apesar de tudo que aconteceu... Você pudesse me desculpar. Eu percebi agora que você Sakura, sempre foi, e sempre será única na minha vida – minha voz agora estava embargava. Eu chorava. Algo que não era comum. Mas ainda sim eu chorava.

- Sasuke – ela falou calmamente – Eu não posso perdoa você – completou passando a mão pelo meu rosto e secando algumas lagrimas que caiam.

Meu peito doeu quando ela falou isso.

- Eu não posso perdoar você... Porque não há nada a ser perdoado. Eu não culpo você pelo o que aconteceu. E nem poderia culpar. Você foi apenas uma vítima de tudo.

Eu dei um pequeno sorriso. Algo que apenas ela conseguia fazer com que eu fizesse.

Passei minha mão pelo rosto alvo dela, que a cada minuto que passava tornava-se cada vez mais pálido. Seus cabelos curtos balançavam.

E eu fiz algo que deveria fazer a muito tempo. Puxei seu rosto junto ao meu e a beijei pela primeira – e única – vez. Seus lábios eram macios e tinha um gosto de cereja, e eu desejava poder ter provado deles mais cedo. Queria que ela fundisse a mim naquele único beijo. Queria poder tirar toda a dor que ela sentira – o que era impossível – naquele único gesto. E eu chorava junto com ela agora. Mas por causa da falta de ar, e pelo pequeno gesto de dor da Sakura, o obrigou a se separar dela.

- Sakura... Você foi, você é, e você será a única mulher que eu vou amar em toda a minha vida. Obrigado por nunca ter desistido de mim.

Ela sorriu novamente. Ela esforçou para abrir mais os olhos. E eu pude contemplar a beleza delas.

- Sasuke... Ashiteru – ela disse.

- Ashiterumo Haruno Sakura – eu respondi. E eu pude ver uma lagrima cair de seus olhos para em seguida eles se fecharem e ela morrer em meus braços.

A dor que eu sentia até hoje, era a mesma que eu senti quando eu vi os meus pais mortos e quando matei Itachi. Só que ao mesmo tempo em que era igual, era diferente. Eu sabia o que era. E aquilo era dilacerante. Eu estava sofrendo por amor. Por amor a ela. Pelo fato de não ter retribuído a tempo o amor que ela tinha por mim.

Os meses que seguiram após a morte dela foram cada vez mais sufocantes. Apesar de eu ter sido perdoado pelos meus atos, eu não conseguia sair do distrito, pois por onde eu andava, eu enxergava Sakura em qualquer lugar da vila. Já não me alimentava direito. Toda vez que eu dormia eu sonhava com ela. Estávamos felizes. Mas quando eu acordava, lembrava-me da triste realidade em que eu mesmo me submeti. Por culpa dos meus próprios erros.

Mas não era só a mim, que eu culpava.  Culpava aos antigos conselheiros que planejaram o massacre no meu clã. Culpava a Kami-sama, por está me castigando pelo os meus erros, com a morte da Sakura. Culpava até o próprio significado da Flor de Cerejeira¹. Todos evitavam falar o nome dela quando estavam perto de mim.  Todos estavam seguindo as suas vidas. Menos eu. Eu não podia. Eu seria fiel a ela mesmo depois de sua morte. Eu não reergueria o clã Uchiha, pois a única mulher com quem eu desejei fazer isso, havia partido.

Hoje, completava um ano que ela tinha ido embora da minha vida. Estava agora deitado em cima da sua lápide. Eu estava fraco. Já não parecia com o antigo Uchiha que treinaram com o Orochimaru. Eu achava melhor assim. Eu deveria partir também dessa vida, não poderia continuar, não sem ela. Eu estava observando as flores de cerejeira sendo levadas pelo vento.

Eu sorri uma última vez.

Era ela me chamando para junto de si.

- Eu estou indo meu amor - falei antes de cair na inconsciência para sempre.

[...]

No dia seguinte encontraram o corpo de Sasuke, morto, em cima da lápide de Sakura. Enterraram ele junto de sua amada. E era assim que chegava o fim de um grande clã. Com a morte de seu último sobrevivente. Todos rezavam para tanto Sasuke, quanto Sakura se encontrassem na outra vida, para enfim, desfrutaram do amor de ambos, que infelizmente, durante a vida, não pode ocorrer.


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Notas finais do capítulo

Flor de Cerejeira¹: A flor de cerejeira tem seu significado no Bushido, o código do samurai, que leva a flor de cerejeira como seu emblema. O florescer da árvore de cereja é a mais pura manifestação de beleza na cultura japonesa, entretanto a flor enfraquece rapidamente e é espalhada pelo vento, esta é a morte perfeita para um verdadeiro guerreiro que viveu com consciência constante e aceitação da filosofia "Samurai" e a natureza transitória de existência. A essência de Bushido, ou o Estilo Guerreiro, o verdadeiro Samurai vive aprendendo diariamente. O lema de um samurai é, " Este é um dia bom para morrer ". A flor de cerejeira como desenho de tatuagem é uma lembrança poderosa de que a vida é passageira e nós temos que viver o presente e temos que apreciar todo momento nos despertando, pois isto pode ser nossos últimos momentos.

O que acharam???



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