Todos levantaram exatamente as oito. Exceto Miki, já que tinha trabalho a fazer por causa do vaso quebrado. Todos os despertadores tocaram ao mesmo tempo, foi uma coisa barulhenta, assustou muito dos jovens ali. Uns jogaram o travesseiro na parede, outros no próprio rosto, e outros no despertador cinza, que havia sido colocado em cima do criado-mudo de cada um.
Menos de meia hora depois, todos estavam na mesa, saboreando o maravilhoso café da manhã preparado por Miki e Magica.
- É melhor vocês comerem tudo. Não fritei tantos ovos e fiz inúmeras torradas pra vocês apenas beliscarem a geleia. Avisou Miki, balançando um pedado de pano sujo na mão.
- Ah, ok, ok. Mas, Miki, pare de balançar isso ai. Os fiapos podem cair na minha comida...
- Pessoal, tenho um aviso a vocês. Assim que terminarem o café, iremos conhecer os poderes de cada um, então, dirijam-se para a quadra. Todos. Você também Miki.
Bem, e foi o que fizeram. Todos, um por um, dirigiram-se para a quadra. Entre brincadeiras e risadas, os recrutas escondiam seu nervosismo, afinal, muitos deles sentiam medo. Eram diferentes das outras pessoas e excluídos da sociedade por muitas delas. Já que a sociedade era formada pelo preconceito. Agora, cada um deles sentiam-se confortáveis com a presença de cada um ali. Era uma sensação extremamente maravilhosa estar rodeados de pessoas que não te julgam... Bem, por ter poderes especiais.
- Eu vou dizer algo aqui e agora começou Meg eu estou começando a amar cada um de vocês. Até você, Ack. Apontou para o garoto.
- O que você quer dizer com Até você, Ack? Hm? Você está ficando louca? Ele passou a mão no rosto dela, de um modo rude, da testa até o queixo, como se tivesse tirando algo do seu rosto.
Muitos riram daquela situação. Era extremamente bom. Tudo aquilo.
Após inúmeras piadas e risadas eles chegaram à quadra. Magi esperava por eles na entrada. E, bem. A quadra era provavelmente um tipo de apelido carinhoso porque a primeira coisa que viram ao entrar lá foi um corredor. Um enorme corredor iluminados por lâmpadas estrategicamente para que iluminasse todo aquele corredor egocêntrico.
- Cada uma dessas salas tem um objetivo diferente. Começou Magica.
- Objetivo? Jenny perguntou.
-Digamos que cada um poderá treinar em sua própria sala.
Vários murmúrios tomou conta do grupo. Exclamações e vitórias por parte de muitos.
- Eu realmente não me importo nem um pouco com isso. Disse Miki.
- Então vamos, a sala principal.
Magica abriu uma enorme porta, onde fora revelando uma sala absurdamente grande. Tinha vários objetos desde armas até cordas, escadas, tudo o que uma sala treinamento decente precisa. Era tudo tão engenhoso que nem dava vontade de ir treinar sozinho em uma enorme sala se ela fosse tão grande como aquela.
- Estão vendo aquela outra porta? Perguntou Magica, apontando para uma porta do outro lado da enorme sala. Leva para as outras salas de treinamento.
- Oh, vocês chegaram.
- Yan!
- Oi Gabriel. Escutem. Eu não vou dividir vocês em dois grupos e tudo isso. Vamos apenas formar uma linha, reta, por favor. E então, em ordem, cada um vai se apresentar e mostrar os poderes. Precisamos disso para colocá-los em uma sala específica. Mas, podem treinar aqui se quiserem. Tem espaço pra todo mundo.
Ele parou de falar. Todos olharam para ele e nenhum se prontificou em fazer uma linha reta.
- Uma linha reta. Ninguém? Silêncio. Gente? Pausa. Yan respirou fundo e finalmente disse. Quem quiser passar um mês livre das tarefas que seja o primeiro.
Correria. Mas Gabriel foi o primeiro. Para a infelicidade de Miki, que ficou em segundo.
- Gabriel?
Gabriel deu um passo à frente. Um passo não, vários passos, até ficar na frente dos novos amigos.
- Oi. Começou. Sou Gabriel Bittencourt.
- Não se apresente, todos já te conhecem.
- Miki. Ele soltou um Hm. Calada a boca. Continuando. Meu poder?
Gabriel ficou sério
- Não olhem nos meus olhos. Se olharem, não passem mais de cinco segundos encarando. Por favor.
Alguns sorriram, mas o olhar do grande palhaço do grupo fez todos ficarem sérios de novo.
Fechou os olhos e a respiração dele começou a ficar ofegante. Demorou alguns segundos até que a sala ficasse meio escura. E Gabriel finalmente abrira os olhos. Vários olharam os olhos do jovem.
Estavam roxos.
- Demais. Disse Ack.
Gabriel olhou para os amigos e não segurou uma risada nervosa. Estavam completamente amontoados um em cima do outro. Literalmente. Jenny estava nas costas de Miki.
Gabriel fechou os olhos e seu corpo explodiu em chamas. Ack, em um maravilhoso reflexo, criou uma proteção com o gelo. Todos de assustaram com o ato dos dois. Inclusive eles mesmos.
E, depois daquilo, tudo voltou ao normal. Até os olhos de Gabriel. Ele olhou para os amigos, passou as mãos nos cabelos e soltou um sorriso nervoso. Por vários minutos, o que pareceu uma eternidade para Gabriel, eles ficaram em silêncio, olhando para ele de boca aberta.
Até que Miki gritou.
- Gabriel, tu é o cara!
E o que foi seguido de gritos e aplausos.
Gabriel voltou para o grupo, todos dando tapas alegres de o abraçando e todo o resto. Sentiu-se estranhamente.
Jenny olhou para Gabe. Havia feito uma pergunta e esperava uma resposta. De repente, balançou a cabeça.
- Quero ser a próxima. Ela segurava Gabe nos braços com força.
- Claro.
Gabriel chegou perto dela.
- Quer que eu segure o Gabe?
- Não precisa. Ela colocou Gabe em uma cadeira, onde antes Yan sentara.
- Hm... Olhou para cima, como se estivesse pensando em alguma coisa para falar, colocando o dedo na borda do seu chapéu. Sou Jennifer... States.
- Não precisa se apresentar! Reclamou Miki novamente.
- Fique quieto! Revidou Jennifer. Não atrapalhe os outros quando estão falando! Que incomodo!
- Bem feito, Miki. Disse Dalian.
- Como eu ia dizendo... Hm... Eu controlo as sombras. Eu posso criar o que eu quiser com elas. Disse, satisfeita.
- Como assim?
- Assim Miki.
E mais uma vez, o recinto ficou escuro. Alguma coisa começou a voar no lugar. Não, eram várias coisas. Sombras? E de repente, algo se aproximou. Miki assustou-se. Tinha dentes e voava em sua direção. Todos afastam-se se Miki que acabou sendo encostado na parede pela sombra, que agora transformara-se em uma foice.
- Essa é a minha arma.