Em Busca Da Vingança escrita por Ágatha Marina


Capítulo 2
Dias atuais.




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Eleanor entrou na escola mordendo os lábios.

Ela estava com receio de que algo acontecesse, esperava que uma garota já começasse de mal-humor com ela.

Eleanor era uma daqueles meninas que tem problemas de hiperatividade, déficit de atenção e dislexia. Ela era problemática. Problemática. Uma palavra que voava livremente pela mente de Eleanor. Algo que a preocupava muito. Ela sabia que aquilo só a traria mais problemas do que estava acostumada a ter.

A mãe dela era perfeitamente louca. Quando ela foi adotada, aos seis anos, sua mãe era sã e perfeitamente culta. Tinha longos cabelos louros e brilhantes que chamavam a atenção de todos na rua, sem dizer os olhos azuis que pareciam com o céu. Ela olhava com pureza e dedicação, mas agora seu olhar era de raiva e desprezo. Seu cabelo estava curto e castanho, todo descuidado. Ela já tinha sido internada e estava um pouco menos pior do que era, graças ao amor de seu marido, George.

George era o pai que todos queriam ter. Além de ter olhos cinzas e cabelo ralo louro, ele era brincalhão, mas levava as coisas à sério, mas também não media esforços para fazer pela sua família. Ele sempre cuidou com tanto com a esposa, Meredith e com a filha. Ele era contemplado por Meredith até antes do acidente acontecer.

Eleanor estava presente no pior dia de sua vida. Eles moravam na Argentina, onde George nasceu e cresceu até os dez anos, antes de mudar com os pais para Nova Iorque. Eleanor tinha apenas nove anos, estava a três anos com aquela família e parecia que era filha biológica. Enquanto George voltava do trabalho, no Hospital Central Argentina, Eleanor assistia à um desenho na televisão e sua mãe estava estudando no pequeno escritório do apartamento. A mãe era jornalista e tinha de ficar trancada por horas naquele pequeno escritório, mas ela não sentia nada, apenas que o dever estava cumprido. Eles moravam no décimo andar, o último do apartamento, quando Eleanor sentiu um pequeno abalo na estrutura, quando percebeu que poderia ser um terremoto, foi chamar Meredith, mas ela não queria deixar o trabalho, para sua sorte, George chegou preocupadíssimo e pegou as duas, entrando no carro que estava na garagem, indo pela escada de emergência. Quando chegaram na garagem, uma parte da estrutura desabou e, para a má sorte de Meredith, um pedaço de concreto - não muito grande, mas era bem pesado - caiu sobre a sua cabeça, desde então, ela têm ficado louca, por causa de algo na cabeça... Uma sequela.

Eleanor sacudiu a cabeça, tentando esquecer aquele dia. Sua mãe não era mais a mesma e isso era preocupante. A última coisa, antes de tudo acontecer e antes de Meredith se trancar no escritório para estudar, foi que ela falou:

- Filha, vamos nos mudar daqui algumas semanas, ok? Vamos para Manhattan, é um bom lugar.

Depois disso, deu um leve sorriso e se trancou.

Uma dor no coração de Eleanor, surgiu. Ela mordeu mais ainda o lábio e pôde sentir gosto de sangue dentro da boca.

Algo que seus pais adoravam em Eleanor, sem ser seu cárater, era o cabelo castanho liso dela que puxava para um ruivo. Seus olhos eram castanhos com um leve toque avermelhado, era lindo. Tinha uma covinha no queixo que parecia com o de Meredith, mas como ela era adotada, com certeza podia pensar que ela não era sua mãe de verdade, mas ainda sim, Meredith ocupava metade do coração dela, já que a outra era George.

Na escola, Eleanor estava com o cabelo solto e ele ía até a cintura. Vestia uma blusa regata branca com um colete jeans por cima e calça jeans. Ela estava com os livros de Física e Química em mãos, enquanto a mochila meio-aberta estava em um de seus ombros.

Era assim: a mente de Eleanor era ocupada por mil pensamentos por segundo.

Por causa deles, Eleanor colidiu com outro aluno. Provávelmente, tinha sido ela que começou aquilo. Era um de seus problemas, ela viajava nos pensamentos.

- Desculpa - alguém disse, era uma voz feminina e bem fina. Quando Eleanor voltou à realidade, viu uma menina loura agachada, pegando os livros dela e quando a mesma ergueu a cabeça deu um leve sorriso, como se tentasse mudar de assunto ou descontrair. - Eu sou muito... Lerda!

Eleanor a ajudou a levantar e pegou com ela seus livros, depois ajeitou-os no braço.

- Nada, você não é. Com certeza foi eu quem... - Eleanor se atrapalhou mais uma vez, outros pensamentos surgiram na cabeça.

A garota deu um sorriso tímido. Tinha o cabelo louro preso em uma trança para um lado e usava um par de brincos de penas pretas. Os olhos dela era azuis, mas pareciam castanhos por causa da fraca luz. Ela olhou para trás de Eleanor e os olhos revelaram que ela estava assustada.

- Eu... Eu preciso ir, desculpa - e saiu, apressada.

Eleanor a olhou, esperando ela sumir de sua vista pelo meio de todos os alunos. Depois, a menina voltou a andar pelo corredor até encontrar o número de sua sala.

Após as aulas de Química e Física, Eleanor se levantou e guardou os livros na mochila e a fechou bem.

Deu um último olhar na sala de Química e depois se despediu do professor de meia-idade e careca.

Ela seguiu com os outros alunos para o refeitório. Era gigante. Havia dezenas de mesas redondas com largura de mais ou menos dois metros, ou um pouco menos, e cada mesa tinha seis cadeiras.

Eleanor entrou na fila e quando chegou a vez dela, pegou apenas um hambúrguer e um refrigerante, depois procurou lugares livres, mas só tinha uma mesa com outros cinco bancos livres. E quem estava sentada nela era aquela menina loira.

Enquanto Eleanor avançava naquela direção, podia ver a menina comendo uma maçã e lendo um livro. Quando parou na frente dela, a menina levantou a cabeça e deu um leve sorriso.

- Posso me sentar aqui? - perguntou Eleanor, um pouco ansiosa.

A menina deu ombros e fez que sim com a cabeça e voltou a ler.

- Será que... Posso perguntar qual é o livro que estás lendo?

A menina deixou um marcador em uma página e fechou o livro, olhando gentilmente para Eleanor.

- Claro! É de Mitologia Grega, sabe? Sou fã - ela afirmou, como se escondesse algo, pelo gesto de seus olhos. Era o que Eleanor achava.

- Eu também gosto.

- Sério? Qual seu deus grego favorito?

- Hefesto... - ela pareceu um pouco corada. - Eu sintia pena dele por causa de Hera.

- Ele era tão feio que Hera o jogou de uma montanha.

Eleanor e a outra garota disseram em harmonia perfeita e depois caíram na gargalhada, até voltarem a ficar sérias.

- Então, e o seu? - Eleanor perguntou, tomando um gole da Diet Coke.

- Apolo - respondeu se hesitar.

- Ele é legal, depois de Hefesto, é o que mais gosto - admitiu Eleanor.

A garota deu um sorriso, como se gostasse da opinião de Eleanor.

Logou estendeu a mão, como se esperasse que a cumprimentasse.

- Sou Noah Zepplin.

Eleanor a cumprimentou e depois se ajeitou na mesa.

- Eleanor Garcia.

- Filha... Filha de George e Meredith Garcia!? - Noah parecia surpresa.

George era um médico famoso, não só na Argentina, mas em qualquer parte do mundo. Era multimilionário, mas não saía por aí se gabando, era bem discreto. Meredith era uma jornalista famosa, ganhava muito dinheiro, não ficava de fora.

- Sou - afirmou Eleanor, corada e olhando para o livro, fixamente.

- Eles são muito bons! Principalmente George, seu trabalho como médico é tão... Tão inspirador! - parecia estar falando de algo tão importante para Noah.

- Inspirador? - Eleanor perguntou sem desgrudar o olhar do livro da menina.

- É que... - a menina estava corando. - Eu gosto de medicina, sabe?

Eleanor negou.

- Agora sei - disse e as duas deram leves risadas.

A menina filha dos Garcia franziu o cenho e forçou a vista para ver o que estava escrito no livro. De alguma forma as letras se embaralharam na mente de Eleanor, até que formou uma palavra em outra língua: Το μυστικό της Μυθολογίας. Eleanor deu um grito abafado, de certa forma conseguia traduzir aquela frase: O segredo da Mitologia.

Ela conhecia aquelas letras estranhas de alguma forma.

- Seu livro têm o título em grego?

Noah hesitou, mas se lembrou de algo e negou.

- Não, é inglês. Nossa língua. Por quê?

- Porque eu creio que... Que estava em grego e de alguma forma consegui...

- Ler? - adivinhou Noah e Eleanor olhou na direção dela e assentiu.

Antes que pudesse dizer algo, o sinal da saída tocou.


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