POV Will

Acordei e esfreguei os olhos, a luz forte me fez demorar a entender onde eu estava o que me fez me assustar um pouco, mas não tanto quanto da primeira vez, eu estava no quarto do Tony... Bem... Eu havia voltado para o corpo dele, peguei o celular dele e liguei para o meu, mas ele não atendeu. Decidi então ligar pra minha casa, esperei até que escutei a voz do meu pai.

-Alô.

- é eu queria falar com o Tony... WILL EU QUIS DIZER WILL!

- quem é que está falando?

- é o amigo dele o Tony.

- haaa um amigo do Will, por que não disse antes!

 - dá pra passar pra ele? É importante.

- claro! Mas acho que ele está dormindo agora.

- Ele não vai se importar.

- tudo bem, eu vou chamar ele.

- WIIIIIIIIIIIIIIIIIILLLLLLLLLLLLLL. - gritou fazendo o outro se afastar um pouco do celular. - ele ainda não acordou, eu vou até lá entregar o telefone e dar uns cascudos nesse menino. - Do outro lado da linha ele deu um sorriso “pai você não tem jeito mesmo não é?”.

O homem subiu até o quarto do garoto entrando e o balançando um pouco...

- Will tem alguém querendo falar com você... - o balançava de leve.

- err... Se cobriu de novo com as cobertas.

- Will... Will... WIIIIIIIIIILLLLLLLLLL TÁ SURDO GAROTO?- falou puxando as cobertas. Fazendo o outro olhar para o estranho na frente e não entender o que estava acontecendo...

- HAAAAAAAAAA, QUEM É VOCÊ?

- SOU SEU PAI!QUEM VOCÊ ACHA QUE EU SOU. - revirou os olhos.

-Meeeu Pai?- olhou para o quarto reconhecendo o local passou a mão no cabelo sentindo os cachos. - a então foi isso?

- isso o que?

- Não é nada não.

- aqui o telefone tem alguém querendo falar com você, disse que é seu amigo Tony.

- poode... É... Nos deixar falar a sós?

- você parece estranho hoje, mas eu preciso fazer certas coisas agora.

- Fala.

- pelo jeito já percebeu que aconteceu de novo né?

- é... E quase matei seu pai de susto.

- precisamos nos encontrar.

- onde?

- Na praça ai perto.

- vou trocar de roupa e já apareço.

-ok.

Os dois se arrumaram indo até a praça da cidade, quando Tony chegou Will já estava lá.

- O que vamos fazer?

- não sei, provavelmente vamos voltar em alguns dias eu acho.

- e se ficarmos assim pra sempre?

- Nem fala essas coisas merda, não quero ficar virando você pro resto da minha vida.

Will acaba ficando um pouco tontos e pequenos flashes passaram em sua mente.

“/o. brigado/você é um garoto jovem e bom, não deveria passar por isso/quem fez isso com você?/ Tony e seus amigos, você não deve os conhecer, ele estuda na mesma escola que eu, e sempre me maltrata/então o nome é Tony?/ sim”.

- você está se sentindo bem Will?- o segurou quando ele pendeu um pouco pra frente.

- eu lembrei... O que me aconteceu naquela noite que você me bateu no milharal.

- o. Que você lembrou?

- eu estava amarrado e acordei na chuva, pensei que iria morrer, minhas mãos estavam geladas meus pés também, mas um senhor apareceu e me tirou de lá.

- quem era ele?

- eu não sei, ele me levou pra uma casa.

- dá pra irmos até lá agora?

- claro, vamos logo.

Os dois caminharam até o milharal, chegando no local que parecia ainda do mesmo jeito até mesmo as roupas rasgadas de Will estavam lá.

- vamos entrar na casa?

- deve ter algo lá que nos dê uma pista.

Os dois entraram no lugar acharam apenas um lugar esquecido pelo tempo, empoeirado, Tony foi caminhando até o quarto até que viu uma foto.

- HEY WILL. - O outro foi até o quarto.

- o que foi?

- olha isso. - mostrou uma foto de uma família para o garoto.- reconhece alguém ?

- é ele.- falou apontando para um senhor que estava no canto da foto velha.

- Talvez alguém aqui perto saiba quem ele é.

Bateram em uma casa não tão longe dali e uma mulher abriu a porta

- éer.. bom dia.

- bom dia.

- eu sei que parece meio estranho mas .... a senhora sabe quem é esse homem?- falou mostrando a foto.

- sim,sim ele era da minha família,por que a pergunta?

- bem é que ... sabe onde encontra-lo,nós realmente precisamos falar com ele.

- isso é alguma piada? Ele morreu há anos.

- morreu?- falou surpreso.

- ele teve um ataque a alguns anos.

- como?

- bem ... meu primo era o único filho que ele tinha,um dia alguns garotos bateram nele até o deixar debilitado e amarraram no milharal,a noite foi chuvosa e ele não sobreviveu aos ferimentos,quando foi no outro dia ele encontrou o filho amarrado e morto lá,e acabou tendo uma parada cardíaca.- Tony olhou para Will reconhecendo parte daquela historia.

- eu sinto muito.- Will falou.

- mas pra que vocês queriam falar com ele?

- é que meu pai era conhecido dele.- mentiu.

- querem entrar pra comer alguma coisa?

- Não precisa,acho que já vamos,muito obrigada.

- não tem de que.

Os dois saíram dali e voltaram até a praça conversando no caminhinho...

- Will você percebeu que ....

- a historia dele é quase igual a minha? Percebi,sabe eu queria passar esses dias na minha casa com meus pais.

- você pode passar a tarde lá,como meu amigo.

- eu sei, mas não é a mesma coisa.

- Seu pai parece legal.

- ele é.

- queria que o meu fosse assim.

- bem, ele é seu por enquanto.

Os dois foram até a casa de Will

 ~continua