Eu acordei em uma cama grande e em um quarto escuro.  Eu estava no quarto de Patch. Eu não tinha ideia de como parar ali, mas tinha certeza que não ficaria bêbada nunca mais. Cobri meu rosto com o cobertor e percebi que estava vestindo roupas estranhas. Uma mini saia que nem lembrava que tinha estava nas minhas pernas e uma blusa estranha cobria a minha barriga. Prendi o meu cabelo em um coque alto e levantei. Eu tinha que ir ao banheiro, então me ajeitei e abri a porta. Nenhum sinal de Patch, mas eu podia sentir um cheiro maravilhoso vindo da cozinha. Entrei no banheiro e olhei para o espelho.

Eu estava pior do que pensava. Meu rosto estava pálido e eu estava com olheiras horríveis. Meus olhos estavam inchados e minha roupa amassada. Droga. Joguei água quente no meu rosto a fim de melhorar a minha situação e percebi que estava com uma dor de cabeça que estava me matando. Penteei o meu cabelo e sai do banheiro.

Patch estava sentado na mesa de jantar, com dois pratos com torradas, omeletes e suco de laranja. Ele levantou o olhar e sorriu para mim.

- Bom dia. – ele disse ainda sorridente.

- Bom dia. – eu sussurrei enquanto sentava ao seu lado. Coloquei as minhas mãos nas minhas têmporas e fechei os olhos. – Minha cabeça está me matando.

- Tá mais pra uma ressaca. – ele estava rindo de mim, ótimo.

- Eu sei. – eu disse séria e lhe dei um olhar duro.

- Coma alguma coisa, você não pode ficar com o estômago vazio. – eu o olhei e peguei uma torrada.

- Como vai ser agora, quero dizer, você está morando com Lucas e eu estou aqui. – ele parecia um tanto nervoso. Um comportamento não típico de Patch Cipriano.

- Não sei. Eu tenho que falar com ele de qualquer modo. Eu vou passar lá mais tarde para pegar algumas coisas.

- Tudo bem. Nora tome cuidado com ele. Eu não confio nele. – Patch parecia mais ciumento do que desconfiado.

- Pode deixar. – eu respondi com um sorriso forcado.

Eu terminei meu café e fui até o apartamento de Lucas pegar as minhas coisas. Eu estava com um pouco de receio em enfrentá – lo, já que o deixei sangrando para ir cuidar de Patch. Abri a porta e para minha surpresa, o apartamento estava limpo e arrumado. Os móveis tinham sido trocados de lugar e o vídeo game não se encontrava mais na mesinha de centro. Parecia o apartamento de outra pessoa. Ouvi o chuveiro ligado, e deduzi que ele estivesse tomando banho. Fui até meu quarto para fazer as malas, e vi que estava tudo no seu devido lugar. Comecei a fazer as malas, quando ouvi Lucas entrando no quarto.

- Nora. – ele disse com uma pitada de surpresa.

- Oi, eu vim pegar as minhas coisas. Não quero atrapalhar.

- Nós precisamos conversar. – ele disse. Ele estava só de toalha e seu cabelo curto e loiro estava ensopado.

- Sim, nós precisamos. Me desculpe por te deixar naquele dia. Eu não vou mais te atrapalhar.

- Nora, você não pode simplesmente vir aqui e esperar que eu deixe você ir. Não é assim. É por causa do Cipriano, não é? Nora eu não confio nele, não depois de tudo o que ele fez para você. E os seus pais? Nora, antes tudo o que você queria era acha – los, mas parece que agora você fica agindo como uma adolescente com esse cara. Essa não é você. – Ele falava rapidamente, como ele faz quando está nervoso.

-Eu amo o Patch, e eu vou dar um jeito de encontrar os meus pais. Lucas, você é o meu melhor amigo e não passará disso. Eu te amo, mas não do jeito que você esperava, sinto muito.

- Você sente? Você está fora de sim e é você quem sente muito. Eu queria que você pensasse mais, fique aqui mais um pouco. – ele falava e segurou meus braços.

- Lucas... – eu sussurrei.

- Por favor. – ele disse mais uma vez e me beijou. Ele me segurava tão forte, que eu não conseguia fazer com que ele me soltasse. Eu deixei ele terminar e quando ele olhou para mim eu dei um tapa na sua cara. Seu rosto ficou vermelho e eu aproveitei para ir embora. Eu queria ir embora dali o mais rápido possível, então liguei para Patch me buscar entrei no elevador confiante.