2ª Temporada - Ela É A Única Que Pode Me Salvar escrita por Bel Russeal


Capítulo 32
O amor é cego e o fundo do poço é escuro.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, obrigado a todos que comentaram e não se preocupem gente, eu não vou parar de escrever a fic apesar de ter saudades de quando comentavam mais, o motivo das demoras é porque estou estudando na escola a tarde e fazendo cursinho pré vestibular de manhã e quando chego a noite estou exausta... mas tentarei postar com mais frequencias



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Narração Eduarda:

_ Eu não acredito que me fez dizer isso.

Eu estava apavorada e as palavras que acabara de falar pro João saíram rasgando pela minha garganta como facas afiadas.

_ Calma Duda o João Vitor não vai acreditar nisso, ele sabe que você o ama e ele vai nos achar.

Bernardo mal terminara de pronunciar o que dizia e Daniel guardou a arma que apontava para ele até então e deu mais um soco no mesmo que caiu ao meu lado, rapidamente me aproximei de Bernardo e o sangue do ferimento em que tinha no ombro se misturou ao meu vestido branco e rasgado.

_ Acho que ele vai acreditar sim, todos vão achar que eu to morto... Bom pelo menos até autópsia, mas ai já vai dar tempo de eu ter me mandando daqui e vai ser bem tarde quando João Vitor vim atrás de vocês.

_ Você é um monstro. – gritei!

Daniel ria freneticamente e só ai pôde observá-lo melhor, ele estava com uma roupa simples e suja e com a barba mal feita.

_Não precisa chorar querida nem vai dar tempo dele sentir saudade, porque logo darei um jeito de matá-lo também.

_ Vai sonhando, você não vai se dar bem nessa. – Bernardo disse encostado em meu colo.

_Vou sim e vou me vingar daquele moleque intrometido, já  senti o gosto do aperitivo dessa vingança só de deixar seu coração despedaçado com a fuga da noiva com o irmãozinho querido. Não foi uma idéia genial ? Porque no passado esse triangulo amoroso o machucou tanto. – Daniel ria e isso me assustava ele era cruel e não só machucaria João Vitor fisicamente mais emocionalmente.

_Depois de matar vocês eu vou matar o filhinho Nicolas e ele vai ficar sozinho e ai sim poderei matá-lo.

_ Você é doente, precisa se tratar.

_ Pense como quiser, minha linda. – Daniel disse se retirando e voltou ao  andar de cima do barco.

_ Esse movimento do barco todo está me deixando enjoada. E to preocupada com meus pais.

_ Pra onde será que ele esta nos levando?

_ Eu não sei , mas eu não consigo parar de imaginar a reação de João Vitor ao pensar que eu o abandonei.

_Vamos sair dessa, Duda. Eu te prometo. – Bernardo disse se sentando com dificuldade me aninhando em seu peito.

Narração João Vitor:

Passei pela área externa da mansão e tive que encarar toda decoração da festa do casamento, entrei  no interior o mais rápido que pude e joguei o terno por qualquer lugar no sofá e ameacei subir a escada até me distrair com uma voz me chamando:

_João Vitor!! – Virei rapidamente e me surpreendi ao encontrar Felipa.

_Felipa?

_ Oi , eu soube que cancelaram o casamento.

_ Já sabe  o motivo também ? – disse me jogando no sofá de forma cansada e eu realmente estava muito cansando.

_ Claro que sei, esqueceu que ela fugiu com o meu namorado?

_ Ahh me desculpe, eu nem lembrei desse detalhe. Bom o que eu tenho a dizer é.. sinto muito e sei que isso não vai adiantar pois foi o que ouvi de mais de 500 convidados e fora os repórteres e mensagens no twitter.

_ Não vai adiantar mesmo... – ela disse chorando muito e me surpreendi com a fragilidade dela.

_Ei Felipa olha pra mim calma. – disse aninhando ela em meu peito e então lembrei que Daniel estava morto.

_ Oh meu Deus, seu pai morreu.

_Eu sei que autopsia não saiu, mas depois do julgamento não teria como ele fugir não é ?

_ Eu sei, quando Eduarda sumiu pensei que fosse ele e ainda acho tudo estranho, essa sensação que eu tenho de que ela não quis fugir sei lá ... Acho que na verdade é só o meu coração buscando alguma saída pra tanta dor.

_O peso e o tamanho do corpo era o mesmo que o dele, mas só será confirmado depois do DNA. E eu sei que  era cruel , mas eu não queria vê-lo morto.

_Eu não vou dizer que sinto muito pela  morte de seu pai, porque seria hipocrisia da minha parte, mas eu sinto muito pela dor que está sentindo, eu sei o que é perder alguém, eu já experimentei muito dessa dor quando perdi Clarisse. – disse levantando e me servindo um pouco de uísque sobre os olhares observadores de Felipa.

_Acha mesmo que Eduarda fugiu com ele?

_ Eu não sei, eu  tinha tanta certeza que ela me amava ,mas ela já teve uma historia com Bernardo e sem Daniel na jogada não consigo imaginar outros motivos.

_ Queria que ele estivesse aqui comigo.

_Eu não consigo pensar direito, ta tudo muito confuso  e se não se importa eu vou subir pro meu quarto descansar um pouco.

_Fica bem. –ela disse me dando um longo beijo no rosto.

...

Me joguei na cama com um pouco de dificuldade de desabotoar os botões consegui me livrar da camisa que vestia, aprofundei minha cabeça no travesseiro e  o porta retrato de Eduarda do lado da cama me chamou atenção.

_Eu não entendo, por que não me disse que queria ficar com ele antes? – abaixei o porta retrato tentando tirar aquilo da minha mente, mas era inútil.

Levantei até o banheiro retirando a calça e por fim me livrei qualquer tipo de roupa que me lembrasse o casamento cancelado, lavei o meu rosto e me concentrei no espelho, meu rosto estava vermelho e parecia que eu não dormia há dias.

_ Nada que um uísque não resolva. – Disse colocando uma bermuda e passando pelo longo corredor em direção  a sala.

Senti o gosto do uísque invadindo meu paladar, mas logo a minha mente se desconcentrou daquilo e me levou ate Nicolas, ouvia o seu choro ao lado externo da casa. Sai rapidamente e a cena com vários homens carregando mesas e jarros de flores , desmontando toda decoração me surpreendeu e quase esqueci Nick por um segundo, mas voltei a ele.

_O que houve? – perguntei a Valentina que tentava chamar a atenção dele com um brinquedo.

_ Acho que ele esta com saudade... dela . – Valentina restringiu o nome “Eduarda” e uma ruga de constrangimento se formou em seu rosto e logo entendi quando ela perguntou:

_ Acha que ela voltará para buscá-lo?

_ Ela não viveria longe dele. – limitei a dizer apenas isso e peguei Nicolas no colo que diminuiu o choro.

_Então porque ela não levou ?

_ Eu não sei responder. – disse enxugando rapidamente uma lágrima que ameaçava cair.

_ Desculpa, não deveria ter perguntado.

_ Quer me ajudar a preparar algo para Nicolas comer ?

_ Claro que sim. – ela disse me puxando pela mão e me guiando a cozinha.

...

Nicolas dormia em meu colo depois de uma tarde cheia de brincadeiras e suja na cozinha, tudo providenciado propositalmente pro Valentina, ela tentara ocupar minha mente a tarde toda, mas no final do dia tudo que eu tentara esquecer invadira minha mente rapidamente.

_ Tomara que amanha seja melhor que hoje. – disse dando um beijo em Nick e colocando ele deitado no lado em que Duda dormia e me deitei no outro.

Rolei de um lado e pro outro e não conseguia dormir, levantei e sentei-me à mesa e tentava me distrair com o  computador , mas as noticias de que “João Vitor Roccher abandonado no altar” me fez desligar o computador rapidamente.

_Droga Duda, Droga!! – sussurrei abaixando a cabeça na mesa.

_ Não consegue dormir ? – a voz de Manu ecoou no quarto.

_ Não. – respondi levantando o olhar e a observando entrar.

_Nossa você ta um lixo.  –ela disse me olhando dos pés a cabeça.

_ Obrigado, o que veio fazer aqui? Veio falar mal da Duda ou algo do tipo ?

_ Não, surpreendentemente eu vim dizer o contrario.

_ O quê? – disse levantando surpreso e andando pelo quarto.

_Não seja burro Vitor, eu sei que o amor é cego e o fundo do poço é escuro, mas você tem que enxergar, por que o João Vitor que eu conheço é esperto e muito inteligente.

_ O que você ta querendo dizer?

_ Ah meu Deus!! Quando um homem fica decepcionado fica tão burro? O  que eu to querendo dizer que não faz sentindo a Eduarda te deixar no altar e muito menos ela fazer isso deixando o Nick aqui e por mais que eu não goste dela, tenho que reconhecer que ela não é covarde e se ela realmente estivesse apaixonada pelo Bernardo , você seria o primeiro a saber, ela não te enganaria.

Todas as palavras de Manu me ajudavam enxergar vários detalhes de como tudo não fazia sentido e ela estava certa.

_ E nós sabemos o quanto Daniel é esperto. – Manu disse segurando em meu rosto e olhando fixamente.

_ Daniel Damasceno não está morto.

_ Sabemos que a autopsia vai demorar e ele só quer essa vantagem de tempo para fugir.

_ Filho de uma puta.

_ Finalmente você enxergou, já estava preocupada pensando que eu tinha um protetor anta. – Manu disse se sentando de forma engraçada na poltrona.

Tudo se esclarecia melhor na minha cabeça, eu estava confuso, mas me sentia mal por duvidar do amor de Eduarda, eu deveria ter acreditado nela mesmo na situação mais improvável.

_ O que vamos fazer ? –Manu perguntou ansiosa.

_ Você vai cuidar do Nicolas por mim.

_ O que ? Não , eu não vou ficar de babá quero ir com você.

_ MAnu, presta atenção. Até sair essa autopsia ninguém vai acreditar nessa teoria e vão achar que eu to abalado com o chute da Duda, então posso confiar o Nick somente a você, eu vou te manter informada e quando tudo tiver provado por aqui já sabe como agir. – dizia isso tudo enquanto trocava de roupa, colocava uma calça e uma camiseta e por cima um casaco de couro preto e por fim  calcei um tênis rapidamente e me dirigi a área de baixo da casa.

_ Oi filho, eu vim te ver, depois de tudo imagino como deve está. – meu pai chegou para uma visita em uma hora menos propicia.

_Eu to bem, pai .

_ Lá vem você dizer que está bem, mas eu sei que não está . –ele disse me abraçando e não pude deixar de mostrar minha ansiedade.

_ Conheço um ótimo bar aqui perto, que tal chamarmos seu tio Rogério? Há muito tempo não bebemos juntos.

_ Pai sei que esta tentando me distrair e tal, mas eu to de saída.

_ Vai pra onde? Não vai fazer besteira né João? – Rogério apareceu na sala.

_ Ah meu Deus, o que eu fiz pra merecer isso? – sussurrei ansioso.

_Vamos João vai ser legal. – meu pai insistia.

_ Pai combinei de sair com outra pessoa. – inventava uma desculpa.

_ Outra pessoa? Quem? – Rogério perguntou curioso.

_È.. É.. Com Felipa.

_ A fila andou tão rápido. – meu pai comentou receoso.

_ É tem que ser assim pai, Bernardo roubou minha noiva e eu vou roubar a namorada dele, que ótimo né? Todos felizes, então bebam a vontade e roubem a mulher um do outro para continuar  a tradição familiar. Passar bem! – disse saindo o mais rápido que pude ignorando o que se passava na mente deles dois.

Abri a garagem e antes de entrar no meu carro observava a coleção de esportivos de luxo e raridade  de Bernardo, ele tinha uma coleção de carros, ele curtia esse lance mais do que eu, apesar de eu ser melhor no volante, ali naquela garagem tinha mais carros do que pessoas que moravam na mansão, carros antigos e clássicos e os mais modernos.

_ Algum problema senhor? – o motorista da casa perguntou.

_ Sim, claro. Eu estava observando aqui a coleção de Bernardo, é que ele já comprou outros e não me lembro de todos, então você lembra o qual ele usou para buscar Duda no hotel para levá-la a igreja ?

_ Eu não vi  saindo pela manhã, mas conheço toda coleção dele só de ficar admirando, então deixar eu ver... Ah claro ele saiu no novo, no Roadster.

_ Ele tem um esquema de segurança caso roubem os carros ou algo do tipo, não é ?

_ Sim senhor. É um tipo de GPS que não são nada fáceis de ser desinstalado, ele rastreia o carro em qualquer lugar.

_Que ótimo. Onde consigo?

_Ele me deixou responsável pelo tablet, senhor.

_Pode me emprestar?

_ Tudo bem. – O motorista me passou receoso, ele sabia da importância que tinha aquilo a Bernardo.

_ Eu te devolvo. – disse sorrindo da situação.

_Me desculpe se estou me intrometendo demais, mas vai atrás deles?

_ Talvez, mas esse vai ser nosso segredinho, quando a bomba estourar na mansão você vai entender .

_Boa sorte. – ele disse com um sorriso animador.

_Posso te pedir algo a mais?

_ Claro, senhor.

_ Para de me chamar de senhor e me passa a chave do conversível do Bernardo.

_ Claro senh.., desculpe, mas tome cuidado é um dos preferidos de Bernardo. – ele disse me entregando a chave.

_ Eu sei. – disse entrando no carro e acelerando.

Procurava o carro pelo GPS e de acordo com o mapa apontava para uma praia, mas não era qualquer praia.

_ Ta de brincadeira? Tem que ser essa praia? Espero mesmo que Daniel esteja por trás disso, porque se não eu te mato, Bernardo. – lembrava que a praia seria o lugar da primeira vez de Bernardo e Duda...

Flashback : ( obs narrado por Duda)

“Cheguei na escola e chamei João para uma conversa no jardim da escola :

_ O Bernardo chegou em casa hoje de manha ,e não deu a mínima explicação onde tava , ele deixa todos preocupados e não diz nada quando volta .

_ Eu sei.

_ Sabe?

_ eu encontrei ele ontem.

_ Encontrou? Onde?

_ Eu sabia onde ele tava e fui atrás dele pra convencer a voltar pra casa.

_ Mas ontem? Ele voltou hoje de manha. – João me olhou e eu abaixei a cabeça envergonhada com medo de encontrar os seus olhos. e disse – Presumo que rolou algo a mais entre vocês dois do que uma simples conversa .

_ João, eu ...

_Não precisa explicar Duda, eu sei que você gosta dele, afinal o nosso namoro era uma tentativa de esquecermos os nossos antigos romances e nos apaixonarmos e pelo visto não funcionou para você.

Levei um choque ao confirmar nas palavras de João o que Bernardo havia me contado.

_ Eu ... – ele me interrompeu novamente.

_ Eu não vou estragar o lance de vocês dois, principalmente agora que eu e eles estamos bem de Novo e você faz bem pra ele.

_Eu e ele não voltamos.

_ Não voltaram?

_ Ele me explicou muito coisa e deixamos muita coisa bem clara, mas resolvemos não voltar, ele vai continuar com a Julia e ...

_Duda eu não to chateado com você , eu só não quero me machucar mais , Desculpa , mas acabou , acho melhor sermos amigos .

_Eu te entendo. Eu estava começando a me apaixonar por você, mas...

_Não me explica Eduarda, não piora tudo. Eu tenho que ir.

...”

_ Para de relembrar e  imaginar  besteiras, João. – falava pra mim mesmo e me concentrei em chegar à praia o mais rápido possível.

Em poucos minutos cheguei a praia, não havia sinal de carro por ali, mas era isso que o GPS afirmava, então resolvi caminhar por ela e depois de alguns minutos caminhando pela praia deserta avistei o carro, ele estava com as janelas quebrado e não tinha ninguém lá, achei o celular de Bernardo e as ultimas tentativas de ligação não sucedidas.

_ Tem uma lado bom nessa historia toda, eu não preciso esganar meu próprio irmão. – falei aliviado e retirando qualquer restinho de duvida que ele e Duda haviam fugidos.

_ Lado ruim da historia: Pra onde será que Daniel os levou? 


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando ;)