Narração João Vitor:

Acordei com o som do meu celular, atendi antes que acordasse Eduarda que dormia ao meu lado, ou melhor, quase em cima de mim, estávamos em uma cama de solteiro, não estou reclamando, eu afirmo não tinham a necessidade de inventar uma cama de casal, dormir bem agarradinho é a melhor coisa que existe.

_ Alô ? – falei sussurrando.

_ João Vitor , não to te ouvido da pra falar mais auto seu babaca? – Manu falava estressada do outro lado da linha me fazendo rir.

Então levantei com cuidado para não acorda a Duda e fui para o corredor.

_O que houve , Manu? – perguntei ainda entre risos com o seu chilique.

_Você vem a empresa hoje? To precisando de você aqui, isso ta uma bagunça, juro que eu não entendo esse monte de papelada isso ta um caus.

_ Eu vou sim, vou só à delegacia e depois vou direto para empresa.

_ Delegacia? Se meteu em uma confusão sem mim?

_Acredite , eu não me meti em confusão. Depois te conto tudo. – desliguei o celular e antes de entrar no quarto de volta ouvi o barulho de vidros se partindo no chão.

Olhei para o lado assustado e era a empregada nova que havia deixado a bandeja cair e tampava os olhos e reparei que ainda estava somente de cueca.

_ Duda tem razão, que saudade da liberdade de andar de cueca pela casa. – disse entrando no quarto.

_ O que foi isso ? – Eduarda levantou sonolenta.

_ Nada, somente a nova empregada encantada com meu corpo nu. – disse rindo e Eduarda balançava a cabeça negativamente.

_ Tem que aprender a vestir uma bermuda. – ela disse ainda sonolenta.

_ São 6 hrs da manhã? Qual é o seu problema? – ela disse enterrando a cabeça no travesseiro.

_ Um delegado infeliz que marcou meu depoimento para 7 e meia da manhã.

_Nossa, é verdade tinha esquecido. – ela levantou no mesmo estante.

_ Não se preocupa, volta a dormir eu dou o café da manhã de Nicolas. – disse dando um selinho nela e ela se deitou novamente.

...

Estava na cozinha da mansão, enquanto arrumava Nick ouvia meu tio contar a historia de quando conheceu a minha tia para Valentina que ouvia encantada.

_ Bernardo não chegou ainda ? – perguntei quando meu tio terminara a historia.

_ Não ainda não.

_ Acho que vou dar uma passada no hospital antes de ir à delegacia.

_Tudo bem, mas não vai se atrasar. – meu tio me alertou.

_Não filho, isso é para comer não para brincar. – tentava intervir Nicolas que jogava seu cereal para fora da tigela.

_ Deixa que eu limpo ele . – Valentina tomou o guardanapo da minha mão e começou a limpar Nicolas.

_ Que pai mais atrapalhado você tem, Gabriel. – ela dava beijos em Nicolas.

_ Ah cala boca pirralha, tem aula hoje não?

_ Eu to de férias, seu panaca. – ela disse irritada , odiava ser chamada de pirralha.

_ Ah é verdade, Duda também esta de férias da faculdade. Podia convidar ela para um banho de piscina, pegar um bronze, está muito branquela. – falei bagunçados seus cabelos loiros.

_ Vai tomar banho , João Vitor. – ela disse irritada.

_ Estou saindo, manda um beijo para Duda. – disse saindo.

Cheguei no hospital, e esbarrei logo com Bernardo que saia apressado.

_ Vai com calma , bonitão. Assim você amarrota meu terno. – falei rindo.

_ Foi mal, João. Estou apressado para faculdade.

_Não ta de férias?

_Não, medicina é mais puxado.

_ E Felipa?

_ Esta bem melhor. Aconteceu algo? – eu poderia contar a Bernardo, mas só o preocuparia, então resolvi mentir.

_ Não, esta tudo na perfeita paz, só vim ver Felipa; vai para sua faculdade Doutor.

_ Ok então, estou super atrasado, te vejo depois. –ele saiu correndo e com certeza esbarraria em outra pessoa pela frente.

Entrei no hospital, e logo encontrei o quarto de Felipa, entrei e ela estava distraída com a Tv, mas com o barulho da porta se fechando logo percebeu minha presença.

_ João Vitor ? – ela disse animada.

_ Sei que deve esta enjoada de Roccher por aqui, mas vim ver como estava.

_Bernardo é um amor. Mas obrigada por vim, ou melhor, obrigada por salvar minha vida.

_ Valentina, acha que devo entrar em alguma liga de super heróis. – falei sentando em uma poltrona ao seu lado.

_E considerou a idéia ? –ela disse sorrindo.

_Não sei, por enquanto só salvei a vida dela e a sua, talvez quando bater o recorde do super homem.

_ Você e seu irmão são pessoas incríveis.

_Falando no meu irmão, ele me pareceu bastante preocupado. - disse segurando sua mão e expressando um leve sorriso

_ Eu sei o que esta insinuando, mas ele é só um grande amigo.

_De grandes amizades nascem grandes amores.

_Mas nesse caso isso não se encaixa.

_ Por que não?

_Por causa de certo irmão. – engoli seco com sua pronuncia.

_Felipa...

_ Eu sei noivo e tudo mais. – ela disse passando a mão na minha aliança de noivado.

_Vai por mim Felipa, tenho experiência nesse ramo de triangulo amoroso entre irmãos e Bernardo é um irmão muito melhor.

_ Eu sei, Bernardo é um cara incrível, mas...

_ Você é muito especial, talvez se a Duda não existisse.

_ Ela é uma garota de sorte.

_ Eu que tenho sorte por ter ela.

_ Que isso? Você é o homem do sonho de muitas mulheres.

_ Sério? A Duda sempre diz que eu sou um idiota. – disse arrancando uma leve risada.

_Vocês formam um casal divertido. Você merece ser muito feliz , João.

_ E você também, acho que deve ta confusa agora por eu ter salvado sua vida, mas sei que você e Bernardo andaram próximos desde a volta pro Brasil, da uma chance a ele, garanto que ele vai te fazer mais feliz do que eu poderia.

_Ele tem sorte em ter você como irmão. – ela tinha um sorriso leve e sincero no rosto.

_ Pensa no que eu disse. – Me levantei com a intenção de dar um leve beijo em seu rosto, mas ela acabara roubando um selinho meu.

Me afastei sem graça e ela ria bastante.

_ No fundo eu sei que tem razão e obrigada mais uma vez, meu super herói.

...

_ Já estava ligando pra você.- Tio Rogério disse nervoso e guardando o celular e então entramos.

Meu tio e eu teríamos que dar depoimentos separados e então fui primeiro.

_ Bom dia João Vitor. – o delegado me recebeu com um aperto de mão.

_ Bom dia.

_ Sente-se, por favor. – ele pediu e assim fiz.

_ Aceita café ou água?

_ Uísque? – o delegado me olhou com cara de reprovação.

_ Melhor não né. – esbocei um sorriso irônico no rosto.

_Farei a você algumas perguntas.

_ Quantas quiser, mas não tenho o dia todo, então seja rápido, tenho uma empresa, um filho e um casamento para cuidar.

_ Se colaborar seremos breves. – o delegado disse irritado e eu me divertia com a situação.

_ a Onde estava às 15 hrs no dia do incêndio?

_ Eu estava em um cabana , uma reconciliação com minha noiva e nossa que reconciliação!

_ Entendemos, João Vitor . – o delegado disse revirando os olhos e soltei uma leve gargalhada.

_ E por qual motivo foi ao local do incêndio?

_ Eu estava em casa, deitado com minha noiva então recebi uma ligação, era Felipa ela me parecia nervosa e me disse que alguns caras a seguiram o dia todo e agora estava em casa e então resolvi ir ate ela... – eu continuaria com a minha historia, mas olhei ao lado e um homem digitava rapidamente tudo o que eu dizia – Você digita mesmo tudo o que eu falo? Como consegue é tão rápido?

_ Por favor , concentre-se João Vitor. – O delegado revirava os olhos outra vez.

_ É que eu falo tão rápido e mesmo assim ele consegue digitar, está digitando o que to falando agora também ? – me divertia com a situação do delegado irritado comigo.

_Ele digita tudo o que você fala de importância ao caso então voltamos ao assunto. Testemunhas dizem que você salvou Felipa, quer me contar por que teve essa atitude ? Culpa ou só solidariedade ?

_ Solidariedade, eu me importo com as pessoas, bom é o que dizem, eu sou quase um Tony stark , sabe aquele do homem de ferro? Então, somos semelhantes, Bilionário, playboy e filantropo. Eu sou um modelo para a sociedade. – disse soltando uma risada do escrivão que parou de rir com o olhar serio do delegado.

_E se arriscou pela filha do seu maior inimigo, isso não faz sentido, me disseram que teve problemas respiratórios ,depois de salva-la , solidariedade demais não acha? Pra mim ta mais pra culpa, arrependimento de algo que fez e depois tentou consertar.

_ Não, Eu só me sacrifico demais pelas pessoas, Eduarda me admira muito por isso, e qual é você fica com fama de herói depois? Viu só nem preciso ser policial pra ganhar garotas.

_ Vamos levar a serio o depoimento, por favor, João.

_ Minha irmãzinha ate acha que devo entrar pra uma liga de heróis, o que você acha? Os vingadores me aceitariam?

_ Ainda não respondeu minha pergunta, ajudar a filha do seu inimigo, faz algum sentindo ?

_ Ela me ajudou a salva Valentina, qual é pergunte a ela. Ela mesmo sabe o quanto o pai é cruel, eu devia isso a ela, eu não poderia deixá-la morrer , Felipa nos ajudou a salvar Valentina. Você não acha motivo suficiente para salvá-la?

O delegado fez silencio por alguns segundos e me parecia pensativo.

_ Por enquanto não tenho mais perguntas, João. Você pode ir.

_Obrigado , foi bem divertido dar o meu depoimento – tinha um sorriso satisfatório no rosto e o delegado me parecia irritado, e agora eu olhava para o cara que digitava o que falava antes. - e quando eu crescer eu vou querer ser um escrivão que nem você.

_ Tenha um bom dia , João Vitor. – O delegado disse com olhar reprovador.