Família Odair escrita por Anne L


Capítulo 3
Velhos Tempos


Notas iniciais do capítulo

Demorou, mas voltei! Está aí um capítulo fresquinho, pronto para leitura. Mudei a classificação da fanfiction, mas nada muito pesado... Enfim, desculpinha se incomodei vocês enviando uma mensagem, avisando que a FIC foi atualizada. Sabem como é, né? As coisas andam meio paradas por aqui. Sem mais delongas, vamos ao capítulo, e atenção com a REVIRAVOLTA!



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                 Entro em casa e vou direto para o quarto. Tranco a porta, Finnick que durma no sofá. Olho em volta. Essa suíte é o sonho de qualquer casal: uma cama king size, uma sacada com vista para a piscina e jardim, tapetes e estofados importados de diversos cantos da Ásia e Europa, uma hidromassagem usada somente no início do casamento, um closet imenso para cada um. Nada disso nunca me fez feliz. Desabo no chão, chorando ao concluir esse pensamento, que na verdade, eu sempre tive consciência , mas só agora percebi que não dá mais para relevar.

                 Levanto e vou até o banheiro. Lavo o rosto e decido encher a hidro. Não vou derramar mais uma lágrima sequer. Começo a escolher os sais de banho, quando me deparo com o BlackBerry no balcão. Confiro a hora e decido fazer uma ligação. Exatamente meia noite e trinta minutos. Logo encontro o número nos meus contatos.

                - Alô? – Uma voz meio sonolenta e irritada me atende.

               - Stacy? Sou eu, Annie Odair. Me perdoe por ligar esta hora, mas é urgente.

               - Querida! Diga o que está acontecendo. – O tom da mulher muda totalmente ao perceber que sou eu. Meu pai é um cliente antigo. Ele são bem... Íntimos...

              - Quero entrar com um pedido de divórcio.

               - O quê? Divórcio? Você e o Finnick? Annie, tem certeza de que não está se precipitando? – O espanto e curiosidade são perceptíveis.

              - Tenho sim, Stacy.

              - Querida, diga-me o que está acontecendo. Ele está te traindo?

              - Não que eu saiba. Mas isso não convém ao caso. – E de repente, uma dúvida percorre a minha mente. Será que ele tem outra mulher? Tenho certeza que qualquer uma daria de tudo para ter ao menos um caso com o Odair.

              - Annie, meu bem, como sua advogada, tenho que ser sincera com você. Uma separação assim do nada, sem ter ao menos um motivo, digamos, “especial” como uma traição, você ficaria com uma pensão relativamente pequena. Quer dizer, pequena não, mas muito diferente do que você é acostumada. Não se separe, pelo menos até seus filhos crescerem um pouco mais.Isso não é impossível. Seu marido é rico e bonito, dá para você aturar por mais alguns anos.

                Absorvo tudo o que Stacy me disse. Ela tem razão. Não quero que meus filhos sofram tudo o que eu sofri com meus pais: traições, separações e reconciliações constantes desde que nasci, há 25 anos atrás. Vou ficar com Finnick, nem que seja para viver uma farsa. Eles não têm culpa da idiotice que fiz no passado. Além do mais, tenho certeza de que ele faria de tudo para me prejudicar financeiramente.

                - Tudo bem, Stacy. Vou deixar para pensar no assunto um outro dia. Obrigada e me desculpa pelo incômodo. Até mais.

                 - Não precisa se desculpar. Ligue sempre que for preciso e durma bem. Ah, não se esqueça de pensar em tudo o que  acabei de te falar. Adeus.

                 Desligo e entro no banho.

~^~

                    Desperto. Droga, dormi enquanto tomava banho. O celular marca duas horas da manhã e alguns minutinhos insignificantes. Saio da hidromassagem, notando o tempo que estou aqui. Meus cabelos estão encharcados e minha pele exala o perfume do sabonete líquido, muito agradável. Me enxugo  e coloco uma camisola de seda, desembaraço os nós no cabelo e decido secá-los. O barulho do secador não me preocupa, considerando a distância dos quartos dos meus filhos.  Escovo os dentes, considerando o tempo que fiquei adormecida.

                    Saio do banheiro com os pés descalços. Noto que ainda estou trancada. Cadê Finnick? Decido destrancar a porta e procurá-lo, disposta a fazer uma surpresa.

                    Começo minha caminhada pelo longo corredor. As portas dos quartos estão todas fechadas e as luzes, apagadas, o que me faz tomar um cuidado dobrado por onde piso. Desço às escadas até a sala. Nenhum sinal de vida. Onde será que ele está? Vou até a cozinha e nada.

                    Tento a sala de jantar. As luzes estão apagadas, com exceção as lâmpadas da sacada. Vejo-o na espreguiçadeira, lendo um livro. Noto que ainda não tirou a roupa da festa. Vendo-o relaxado assim, me faz lembrar os velhos tempos, quando Finnick não tinha esse peso de “empresário bem sucedido” nas costas. Ah, como sinto falta disso.

                     Me aproximo da porta de vidro e ele logo nota a minha presença. De primeira, ele leva um susto. Afinal, cheguei sem dizer nada e ver uma mulher de camisola branca te observando não iria  assustar? Nós dois não podemos evitar uma risadinha.

                      Ele larga o livro no chão e vem abrir a porta para mim. Ele encara meu rosto e eu não posso deixar de desviar o olhar. O que vim fazer aqui mesmo? Ah, lembrei.

                      Finnick ainda me encara quando tomo coragem e o abraço. Ele retribui. Ainda aconchegada, começo:

                  - Olha, Finn, me desculpe. Eu te xinguei de um nome bem feio ontem à noite e entendo sua reação. Admito que me estou me comportando mal... – Sou interrompida por um beijo caloroso, algo que não faço há um bom tempo.

                   - Annie, você não precisa se desculpar. Eu é que preciso, nada justifica o que fiz ontem. Me perdoa, não só por isso, por tudo.

                  - Sim. Mas tem uma condição.

                  - Qual? – Finnick aparenta se divertir.

                 - Quero que tudo volte a ser como há oito anos atrás.

                 - É o que eu mais quero – ele dá uma pausa, refletindo - Agora, que tal comemorarmos em outro lugar?

                  - Só se for agora.

                  Finnick me pega no colo com a maior facilidade do mundo e me conduz ao interior da casa. Passamos pela escada e corredor, e eu solto alguns gritinhos entusiasmados. Às vezes, ele esbarra em algo e eu sou obrigada a advertir: “ Cuidado, não podemos acordar a neném justo agora”.

                  Finalmente chegamos ao nosso quarto. Ele me deixa no chão e arranca o paletó, tão sexy que chega a ser engraçado. Rimos.

                    - Como nos velhos tempos.

                    - Como nos velhos tempos – repito.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram a atitude da Annie? Comentem, povo.



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