Elize's POV

 Todos vão ter ou já tiveram um momento na vida onde vão querer ou ir dormir e nunca acordar ou então pular tudo o que está acontecendo, acho que a primeira opção é muito depressiva, mas é o que eu sinto de vez enquando.

 Tipo quando eu estava sozinha no meu quarto na Casa de Hades e o deus do submundo bateu na porta, ele sabia que eu estava acordada, eu sabia que ele sabia disso, e também sabia o que ele ia dizer, mas não queria escutar, mas eu tinha que escutar.

 Outro momento desses foi apenas a alguns minutos atrás, quando decidimos que sairiamos de vez dessa casa, que a gente estava em 10 semideuses poderosos, e que conseguiriamos enfrentar todos os monstros que achássemos.

  Eu estava no meu quarto(e de todas as meninas dessa casa), encarando minha cama que tinha uma colcha roxa escura. Por que eu não podia me jogar nela agora mesmo e não levantar mais?   Um som ecoou atrás de mim, e eu lembrei o porque, aquele som era o porque.

 Eu me virei devagar, Nico sorriu e me motrou sua pequena mochila onde ele já havia colocado todas as suas coisas para  nossa ''viagem''. Eu levei meus olhos até a cama novamente, mais expecificamente para a mochila em um tom de dourado que estava sobre ela, algumas roupas caiam para fora dela. Essa mala já devia estar pronta, eu já devia estar pronta.

 Hades ainda não voltara, e sabiamos que tinhamos poucos minutos antes que ele passase pela porta da frente da casa. Eu me sentou na cama e começei a apertar mais minhas roupas na pequena mochila.

 -Você lembra que só é para levar o essencial, certo? -Nico perguntou com um sorisso zombativo no rosto, sim, eu sabia.  Ele pegou a bolsa das minhas mãos e tirou algumas roupas e jogou sobre a cama, depois abriu minha gaveta do criado mudo e pegou de lá algumas ambrosias e nectar, colocando tudo na minha mochila. Depois fechou o ziper e segurou a mochila na frente de meus olhos, me convidando a pegá-la.  Eu segurei a bolsa com cuidado e me levantei.

 -Já vamos? -Perguntei apreensiva, talvez se saissemos logo daqui esse sentimento estranho dentro de mim sumisse.

 Por sorte Nico confirmou com a cabeça e se levantou também, segurando minha mão e me acompanhando até o andar de baixo da casa. Na sala, os outros nos esperavam já com mochilas nas costas, todos estampando o mesmo rosto, menos Bianca, eu podia jurar que seu rosto estava exatamente igual o meu.

 Percy se levantou do sofá e foi até meu lado, me aprassando pelos ombros, depois sorriu e foi até a porta, nós o acompanhamos.  A rua estava como em qualquer dia, algumas pessoas passando e conversando, umas duas senhoras que passaram por nós soriram e falaram oi, eu não consegui não sorrir e dar um oi de volta.

 E agora era onde as coisas iam mudar, eu e Bianca estavamos tendo uma conversa sem olhares, sem palavras, apenas pela mente, uma conversa onde eu sabia que ela estava me lembrando que a gente devia dar um jeito de voltar para a Casa de Hades e ajudar nossos amigos a fechar as portas da morte.  Mais do que isso, teriamos que ficar lá, nossa casa, o lugar de onde nunca deveriamos ter saido.

  Eu respondia de volta para a Bianca que eu sabia de tudo isso, que eu aceitaria tudo isso, depois eu senti minha amiga me abraçando mentalmente e tentando me passar forças.

 Nós continuamos andando até o parque da cidade, as arvores cobriam todo o céu, mas eu conseguia ver alguns pontinhos do azul em algumas partes daquele imenso lugar.  Annabeth parou sobre uma imensa árvore que devia estar no centro do parque.

 -Acho que é aqui... -Ela sussurou enquanto andava de um lado para o outro na frente da árvore, eu não fazia ideia do que ela estava pensando.

 -O que ela acha que é aqui? -Perguntei para o Leo, que estava na minha frente, as mãos nos bolsos como sempre, mexendo em algo que eu não conhecia, talvez alguma maquina em que ele estivesse trabalhando.

 Ele virou a cabeça levemente e me encarou, eu não tinha certeza se ele tinha entendido muito bem a pergunta, mas ele apontou para a árvore com a cabeça.

 Parecia ser uma árvore normal, mas nesse ponto da minha vida eu já devia ter aprendido que quase nada é normal se tratando de deuses, semideuses e monstros mitologicos.  Annabeth olhou para os lados, garantindo que ninguém estava nos olhando, depois foi até mais perto da árvore, se agachou e enfiou a mão no meio de algumas raizes que estavam a vista, tirando ela dali alguns segundos depois, com uma pequena caixa nas mãos.

 -Todo mundo pronto? -Ela perguntou e, enquanto eu começava a dizer não, ela abriu a caixa e um vento forte começou a sair dela puxando a gente para ela.  Annabeth foi a primeira a ser sugada pela caixa, depois foi Percy, Jason, Piper, Hazel, Frank, Bianca, Leo, Nico e, no final de tudo, eu.