Alice escrita por BabyMurphy


Capítulo 1
"Sei que algo está errado.."


Notas iniciais do capítulo

Sei que a foto não tem muito a ver com a história, mas....
enfim, ta ai um shot que escrevi a um tempo e não postei.
Leiam e espero que gostem.



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Meu nome é Alice, tenho cinco anos e moro em L.A., tenho cabelos negros encaracolados, olhos azuis da cor do oceano, pele branca capaz de refletir o sol. Sou apenas uma “garotinha” e muitos pensam que não entendo as coisas.

Ontem à noite vi meu pai chorar, ele estava muito triste. Nunca havia visto ele de tal modo. Eu lhe abracei e tentei lhe confortar, dormi abraçada em si, não quero ver meu pai triste.

Meu outro pai, sim eu tenho dois pais, e um deles eu não vejo há um tempo. Papai disse que ele está em turnê com o novo livro, mas ele não me falou de nenhum livro, e ele sempre os lia para mim. Toda data marcada de volta ele não aparece, eles acham que sou boba, eu sei que algo está errado. Tenho medo que meu pai não volte mais para casa.

Acordei em meu quarto completamente decorado de rosa e branco, com bonecas e enfeites.

- Papaaaaaai. – Chamei em um único grito.

- O que foi querida? – Ele entrou correndo no quarto.

- Tive um pesadelo. – Sentei na cama e ele sentou ao meu lado.

- Foi só um sonho ruim querida, nada de mal vai nos acontecer. – Ele sorriu. – Quer panquecas? – Ele deu seu sorriso grandioso.

- Siim. – Respondi com o mesmo sorriso e indo em seu colo.

Ele podia sorrir como antes, fingir estar bem, mas eu via em seus olhos a tristeza.

Comemos as panquecas, estavam muito boas. Então ele me deu um banho e me vestiu com um vestidinho branco delicado, com uma fita rosa na cintura. Ele vestiu um terno simples.

- Posso ficar de cabelos soltos? – Perguntei enquanto ele os arrumava.

- Claro. – Ele sorriu.

Estávamos arrumando os brinquedos em meu quarto quando a campainha tocou, ele olhou em direção a porta de meu quarto e respirou fundo.

- Fique aqui, tudo bem? – Ele me pôs sentada na cama e saiu.

Ouvi algumas risadas e vozes, fui caminhando até a entrada da sala. Parei lá e sorri. Vi meus pais se beijando, isso para mim era normal, não me importava com isso.

- Pai. – Sai correndo e abracei o castanho que acabará de entrar na casa.

- Querida. – Ele me pegou no colo e o abracei forte

- Achei que não fosse voltar. – Comecei a chorar em seu ombro.

- Eu nunca vou deixar vocês. – Ele procurou meus olhos e encarou a mim e meu pai.

- Estamos atrasados. – Meu pai disse e saímos de casa.

- Aonde vamos? – Perguntei sentada na cadeirinha no banco traseiro do carro.

- Ah... vamos visitar um Tio. – Pai Darren que estava dirigindo me respondeu.

- Vai demorar? – Perguntei lhes olhando.

- Não. – Papai Chris respondeu e logo olhou para meu pai.

- Chegamos. – Ele desligou o carro e olhou meu papai, ambos respiraram fundo.

Eu sabia que havia algo errado, eles não queriam me contar a verdade. Entramos em um prédio enorme, onde tinha uma escadaria gigante na frente. Como não sei ler, não sabia onde estávamos. Havia varias pessoas lá, todas de terno. Um homem de maleta escura falou com meus pais “Vai dar tudo certo” foi isso que ele disse à eles.

Estava caminhando de mãos dadas aos dois quando avistei a Titia Hannah. Sai correndo e lhe abracei muito forte, estava com saudades dela.

- Como vai a minha Branca de Neve? – Eu sorri, amava quando ela me chamava assim, somente ela.

- Bem. – Sorria alegre.

- Precisamos ir. – Papai Chris abraçou Hannah e ela me pôs ao chão.

Segurei mais uma vez nas mãos de meus pais, pai Darren na mão direita, ele suava frio, papai Chris na mão esquerda, sua mão tremia. Entramos em uma sala grande, com bancos de madeira e uma bancada logo à frente, onde um senhor de idade estava sentado ao centro segurando um pequeno martelo. Apertei a mão de meus pais com medo, estava com um frio na barriga tremendo.

- Vai ficar tudo bem. – Papai Chris se abaixou e me deu um beijo na testa. – Eu prometo.

Titia Hannah me pegou no colo e sentou comigo em um dos bancos, meus pais foram com o homem da maleta escura para frente da bancada.

Eu não estava entendendo mais nada, eles falavam de um jeito estranho e confuso. Apenas ouvi uma coisa de uma mulher “estes homens não criarão está menina direito, ela merece uma família de verdade, eu quero a guarda de minha neta”.

Eu gelei ao ouvir e comecei a chorar, me soltei de minha tia e corri até eles.

- Senhor, por favor, não me tire de meus pais. – Parei em frente a enorme bancada olhando para cima, todos me encararam.

Meus olhos estavam vermelhos, meu rosto completamente molhado. Senti ser erguida, abracei minha tia e fechei os olhos com força. Ao reabri-los estava fora daquela sala.

Eles não saiam nunca de lá, nunca. Estava inquieta sentada em um banco, olhava para as paredes, via TV no celular, mas nada deixava minha ansiedade de lado.

- Alice, se acalme. – Hannah sentada ao meu lado disse, mas lhe ignorei.

Dei um pulo quando as portas se abriram, todos saíram e então meus pais se aproximaram de mim, estavam sérios e isso me preocupou.

- Vamos para casa querida. – Pai Darren disse agachado em minha frente, eu sorri e então ele me pegou no colo.

Eu estava abraçada a ele, meus braços envoltos em seu pescoço, sua mão esquerda unida a meu pai. Estava de olhos fechados e sorrindo, mas tive que abri-los ao ouvir os gritos. Várias pessoas tomavam conta da frente do prédio.

- O que é isso? – Olhava a multidão em nossa frente, meus pais sorriram.

- São nossos fãs. – Papai Chris sorria, eu podia ver seus dentes, o que era muito raro, ele só dava esse sorriso quando olhava para meu pai.

- O que diz ali? – Apontei um cartaz em mãos de uma menina.

- “Família verdadeira é a que contém amor.” Isso que está escrito. – Pai Darren sorria.

E assim eles começaram a descer a escadaria, de mãos dadas e sorrindo. Entramos em nosso carro e fomos até em casa, eles não tocaram no assunto, mas mal sabiam eles que haviam uma filha muito curiosa.

- Por que fomos até lá? – Perguntei deitada sobre seus colos no sofá. Eles se entreolharam sérios e surpresos. – Podem me contar. – Sentei entre eles olhando-os aleatoriamente.

- Quando quisemos ter você, - Papai Chris começou. – Precisamos que uma moça carregasse você na barriga dela por uns meses, para que crescesse. – Ele falava calmo e com um sorriso pequeno.

- Mas ela foi embora assim que você nasceu, e você virou somente nossa. – Pai Darren me pegou no colo, me pondo sentada no mesmo. – E a mulher que você viu hoje lá, é a mãe dessa moça.

- Ela queria levar você embora com ela, ela é sua avó. – Papai Chris completou.

- Ela não é minha avó, eu só tenho duas avós e elas se chamam Karyn e Cerina. – Eles riram.

- Claro. – Papai Chris disse sorrindo.

Eles comentaram que a tal mulher queria me conhecer, mas eu não queria, não quero ficar próxima de ninguém que queria me levar embora daqui. Aqui é minha família, aqui é minha casa, não importo de não ser uma família “normal”, de não ser um pai e uma mãe, eu tenho dois pais, e isso é o melhor que poderia ter. 


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Notas finais do capítulo

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