A Little Help escrita por Kim Jin Hee


Capítulo 19
18


Notas iniciais do capítulo

Bem, demorei um pouquinho, mas espero que e gostem desse. Me desculpem a demora. Enfim, quis deixar um pouquinho engraçado. Espero que tenha conseguido. Beijos.



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Capítulo 18 - De Homem Para Homem

E aí leitor! Só pra dizer que não importa quem você seja, seus pais sempre vão te amar (é tipo uma obrigação). Um abraço, Scorpius Malfoy.

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Eu realmente não sei por qual parte começar. Se é pela parte que eu era - e eu não consigo pensar nisso sem ficar confuso sobre "ser ou não ser, eis a questão" - homossexual - gay, bicha, boiola, viadinho e florzinha. Alguns dos meus apelidos, pois é. Ou se é pela parte que, por mais que eu me sentisse gay, eu sabia estar apaixonado pela minha melhor amiga (Rose Weasley, essa que dramaticamente dramatizou toda essa reviravolta que tivemos). Eu sei que toda história normal deve ser contada do começo, mas sei que uma história de um cara gay que se apaixona pela melhor amiga, não é normal, e envolvendo a Rose e a mim, tem menos chances ainda de ser normal.

Bem, eu não sei quando foi que comecei a me sentir daquele jeito. Rose sempre foi minha melhor amiga, a ruiva estressada que fazia qualquer coisa para ver os amigos bem. E então, eu usei disso para conseguir uma coisa que eu queria muito. O orgulho dos meus pais. Principalmente do meu pai.

Era ridículo que eu só tivesse beijado uma garota em toda a minha vida e mais ridículo ainda que essa garota fosse minha prima e que o beijo tenha rolado num jogo onde eu era obrigado a beijar quem quer que fosse. Era ridículo que, naquele momento, eu sentisse tanto nojo de beijar uma garota que quando a beijei, imaginei ser qualquer cara no lugar dela e mesmo assim não conseguia ignorar que os lábios de Anne eram delicados demais para serem de um cara. Era ridículo que eu me sentisse estranho toda vez que Albus Potter ou Theodore Nott tiravam a camisa suada perto de mim depois de um treino debaixo de um sol de 500°. Mas o que era com certeza mais ridículo era o fato de eu nunca ter percebido que eu não era só ridículo. Eu não era só gay. Se é que isso seja possível. Mas eu sentia algo pela Rose, é claro. Sentia minha respiração travar toda vez que ela trocava de roupa na minha frente e me pedia para escolher entre uma blusa e outra. Sentia uma dorzinha incômoda e gostosa na virilha sempre que eu ligava e ela dizia estar no banho, mas mesmo assim falava comigo. No fundo, eu sabia que gostaria de compartilhar o banho com ela.

Isso era motivo suficiente para um adolescente entrar em colapso e morrer. Ok, parei com o momento Rose Dramática Weasley.

Meus pais não sabiam da minha atração absurda por caras. Mas provavelmente estavam começando a desconfiar, então tive a ideia mais ridícula que alguém poderia ter. Disse que tinha uma namorada. E a Rose aceitou ser minha namorada. E ela foi a melhor namorada que alguém poderia ter, porque além de me ajudar, eu me apaixonei por ela. Como um cara gay, se apaixona por uma mulher? Essa é uma pergunta que nunca vou ter a resposta, provavelmente.

Ouvi batidas tímidas na porta, e a cabeça loira do meu pai apareceu no vão. Sorri pra ele, chamando-o para entrar.

– Atrapalho algo? - ele perguntou apontando o notebook ligado em cima da escrivaninha. Apenas fiz que não com a cabeça e continuei jogado na cama. - Bem, não sei se esse é o melhor momento filho, mas tem umas coisas que preciso conversar com você.

Meu pai estava tenso. Suas mãos estavam entrelaçadas e ele não me olhava.

Ah não! Meu pai vai realmente falar sobre sexo comigo?

– Scorpius, eu sei o que está acontecendo. - ele começou e eu pude sentir meu rosto esquentar na mesma hora. Muito macho. - Sei, digo... Eu e sua mãe sabemos que você é diferente.

Opa, perai!

Impressionante que meu pai perceba que sou - era! - gay, justo quando eu não sou.

– Pai, eu não...

– Scorpius, você não tem culpa. Essas coisas não são controláveis. Quero que saiba que eu e sua mãe amamos você, acima de qualquer coisa e sempre...

– Pai, eu transei com a Rose. - o interrompi. - E foi bom, nossa foi ótimo.

Draco Malfoy me encarava com os olhos arregalados. Ok, eu deveria ter sido mais paciente.

– Você não é gay?

– Não... Bem, eu era, mas... É complicado.

Ele assentiu passando as mãos pelos cabelos.

– Ok. Que ótimo. Quer dizer, eu e sua mãe te amamos de qualquer jeito, mas é claro que sempre sonhamos com netos e... - ele parou de repente. - Você disse que fez o que com a ruiva?

– Nós... Nós... Bem. Você sabe. Não sabe? - gaguejei.

Meu Deus! Será que tinha como aquilo ficar pior?

– Scorpius, sei que nunca tivemos uma conversa assim, mas...

– PAI! Só... Não piore a situação, ok? Eu com certeza já sei o que você acha que pode me ensinar, então que tal fingimos que somos normais e que essa conversa nunca existiu?

Aquilo estava ridículo, beirando o insano.

– Tudo bem, filho. Eu vou... Bem... É... Vou só sair.

E dizendo isso, ele saiu mais envergonhado do que eu me lembro de tê-lo visto alguma vez.


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Notas finais do capítulo

Bem, o que acharam? Espero que tenham gostado.