Bilhete Trocado? Pretérito Imperfeito escrita por seethehalo


Capítulo 8
X / XI


Notas iniciais do capítulo

Baixou o Bill em mim hoje: acordei já eram mais de 10h30.
Bati meu recorde no quesito "acorde-tarde-e-não-tenha-tempo-pra-fazer-nada" e perdi a novela pra poder ser pontual aqui. Espero que gostem do capítulo... os humores estão esfriando.



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Anotação da Giovanna:

Não respondi o e-mail e não chegou outro. Todos os dias eu voltava na caixa de entrada, pra ver se aquilo estava mesmo lá, e estava. Mas não conseguia digerir.

Uma semana depois chegou outro e-mail:

"Por que não responde? Estou ficando aflito. Seu silêncio me corrói."

Esse eu respondi, e resolvi não me fazer de boba.

"Eu gosto muito de você, de verdade. Desculpa não ter respondido antes, eu tava sem tempo."

"Só isso? Você... gosta muito de mim?"

"Você era meu único amigo, Bill. Você e o Tom, meus únicos amigos."

"Já me conforta. Mas eu não me lembro de querer você apenas como amiga. Eu te amo, já falei. E você não disse nada sobre isso."

Esse último, quando eu li, me fez chorar. Mas agora, não sei o que pensar! O único amigo que tivera na vida até então (tirando o Tom), dois anos depois de sumir da vida real e aparecer na TV, surge no meu e-mail e diz que me ama! Molhei o teclado enquanto digitava a resposta:

"Não faz isso comigo. Faz dois anos que a gente não se vê, eu tô do outro lado do oceano! E agora, exatamente por causa disso, é impossível que a gente converse decentemente. E pro e-mail, definitivamente não dá."

"Eu sei que não dá! E é por isso que estou sofrendo, merda! Não tem condição da gente jogar tudo pro alto, mandar que se exploda o mundo pra sermos felizes. Você faria isso agora? Por mais que eu queira, também não. Mas eu não estou aguentando esse seu silêncio, essa forma de reação. Por favor, não diga que me ama, apenas isso. Se você não quer que eu morra sofrendo."

"Se é o que você quer... Você não pode jogar tudo pro alto, porque você tá começando a tua carreira com a banda, eu não posso porque estou aqui no Brasil pra estudar. Mas é diferente. Você tem o seu irmão e dois amigos do lado, se você abdicar os três é que vão sair na pior. Eu não. Eu vim pra cá sozinha, se quisesse voltaria sozinha; mas como você mesmo já disse por mim... eu não quero. Mas você, por que diz que orrerá sofrndo se eu disser que te amo?"

Esperei a resposta. Uma semana e nada. Duas semanas e nada. Um mês e nada. Mandei outro, já estava sendo difícil aguentar aquilo.

"Pelo amor de Deus, responde. Desse jeito quem vai morrer sofrendo sou eu."

Mas não houve resposta. Apenas no fim do ano, me mandou um cartão com Feliz Natal e Feliz Ano Novo, e eu me limitei a fazer o mesmo. Só em fevereiro ele deu sinal de vida.

"Simplesmente porque se você disser que me ama fará outra pessoa sofrer. E se essa pessoa sofrer, eu sofrerei muito mais, por você e por ela."

Também demorei pra responder. E dessa vez ele não me atiçou.

"Eu entendo seus motivos. E espero que você entenda os meus, pra eu não poder mesmo dizer isso."

"Talvez eu entenda. Quais são eles?"

"Olha, eu sempre achei papo de idiota essa história de que romance entre amigos pode estragar a amizade porque nunca foi comigo. Agora está sendo. Te entendo, em todos os sentidos, e também porque você não é apenas um amigo. Admitindo qualquer afeto diferente de amizade por você, não terei mais nenhum amigo (tire de consideração o Tom, também gosto muito dele). E eu não quero isso pra mim."

"Não conhece ninguém no Brasil? Tá brincando, né?"

"Não, claro que eu conheço. Muita gente, até. Mas são poucos ou ninguém a quem eu posso chamar de amigo. Tenho mais amigas."

"Ah, tá. E como é aí?"

"Ah, aqui é bem legal. É calor, tem uma diversidade imensa de cultura, pessoas tão diferentes, estou adorando. Todo o povo é sempre animado, feliz, de bem com a vida. É realmente muito difícil ficar emburrada durante muito tempo aqui. Você ia gostar. Tem planos de vir pra cá em alguma turnê?"

"Acho que só vamos entrar em turnê no fim do ano que vem. Até quando você vai ficar aí?"

"Acho que até o começo de dezembro."

A conversa esteve tensa durante meses, e depois foi descontraindo. Falamos sobre os mais diversos assuntos, e o motivo que foi tema pra toda aquela tensão de um tempo atrás raramente voltou a habitar as mensagens. O assunto fora definitivamente encerrado por enquanto.

 

Fernanda:

Já comprei minha passagem, meu visto sai smana que vem. No outro fim de semana já estarei na Alemanha!!

As anotações da Giovanna eram impressionantes. Até eu me emocionei, meus olhos se encheram de lágrimas. Quem diria que uma pessoa podia se apaixonar pelo passado... Bom, porque a Gih os via mudando, ela acompanhava cada passo dado pela banda. Ele só devia ter na cabeça a imagem da versão criança dela.


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Notas finais do capítulo

Até amanhã povo!!
Continuo aguardando os reviews.