A saga crepúsculo - Lua azul escrita por Isa Holmes


Capítulo 17
O gato mordeu sua língua, Rick?


Notas iniciais do capítulo

Olá!



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– A onde você conseguiu aquela lanterna?

Passou-se uma hora depois de todo o terror. Leah ligou no sidekick do Seth dizendo que passaria a noite no hospital. Ela também deu noticias sobre Andrew. Sua perna estava sim quebrada e a causa do sangramento parecia ter sido proposital. Carlisle disse que a pessoa que o fez não estava de brincadeira. Ele disse que quando limpou o ferimento, viu que o machucado formava uma forma arredondada, como se alguém tivesse enfiado um ferro grosso e afiado na perna de Andrew, ou algo aproximado, como um pé-de-cabra. Leah disse que ele também tinha hematomas além do rosto, literalmente no corpo inteiro, como se ele tivesse sido surrado como se fosse um saco de areia. Andrew também perdeu uma parte da memória. Meu avô disse que ele se lembra de tudo antes de uma noite, quando Andrew estava voltando para casa, depois de se encontrar com alguns amigos. O resto da memória dele era apenas um apagão. Ninguém sabia se podia, ou não ser temporário. Ele iria passar por mais alguns exames e uma tomografia no cérebro para ver se não havia mais nenhum dano. Carlisle disse que iria providenciar alguém para procurar a família dele. Previa já que isso seria um bande cheio para as imprensas.

– Ela estava jogada no chão perto do Andrew quando o encontrei.

Quando entramos novamente, Seth acendeu a lareira e pegou duas toalhas para nos enxugarmos. Achei que ele não iria querer conversar sobre tudo aquilo, mas ele reagiu diferente, querendo me contar como foi o seu sumiço. Meu amigo disse que não iria muito longe, disse que só queria se esconder atrás de uma árvore e me dar um susto. Seth chegou a fazer isso, se esconder, mas ele contou que algo o incomodava. Primeiro ele achou que era da sua cabeça, mas depois soube que era real. Ele ouvia gritos de socorro. Seth seguiu o pedido de ajuda e encontrou um garoto chorando de baixo de uma árvore-oca, sangrando e rezando por alguém. Eu não gostaria de imaginar o que o Andrew passou. Tinha o meu suspeito, mas queria alguma pista, alguma prova de que tenha sido Elliot.

Depois de me contar o que realmente aconteceu com ele na floresta, Seth perguntou o que houve comigo enquanto ele não estava por perto. Eu apenas argumentei que não preferia conversar sobre aquilo.

Foi um sonho, não é? Aconteceu de novo? – perguntou ele – Igual naquela reunião? Ele virou realidade?

Concordei. Ele disse que eu não precisava me preocupar em contar se não quisesse, mas se eu acabasse mudando de ideia, que ele estaria disposto a me ouvir.

Logo paramos na sala, bebendo coca diet e conversando sobre detalhes do acontecido.

– Você acha que a memória dele vai voltar? – perguntei, ajeitando minha perna cruzada no sofá, apoiando meu cotovelo na almofada amassada no meu colo. – Quero dizer... Se ele recuperar a memória poderá dizer quem o machucou, não é?

– Acho que sim – respondeu meu amigo, contornando a borda da sua latinha.

Houve um minuto de silêncio. A geladeira começou a zumbir, fazendo com que nós dois pulássemos no sofá.

– Você acha que sem a gente ele estaria... morto?

Outra pausa.

– Não sei – Seth hesitou, levantando do sofá. – Talvez.

– Aonde você vai Clearwater?

– Como sabe que vou a algum lugar, Cullen?

Sorri e comecei a contornar a borda da latinha de coca que estava em minhas mãos.

– Deduzi? – guiei os olhos a ele.

Seth riu e pegou seu casaco sangrento de cima do braço do sofá. Ele deixou sua latinha no chão e cambaleou até o pé da escada, apoiando a mão vaga no corrimão.

– Vou tomar banho. Te aconselho a ir depois de mim se não quiser dormir e manchar a cama de sangue.

Acolhi-me no sofá.

Seth sorriu e finalmente subiu as escadas. Sua silhueta desapareceu na meta dela, pela visão da sala não ser muito boa. Apenas escutavam-se seus passos rangendo.

Esperei até que seus passos desaparecessem, que eu apenas conseguisse escutar o som da água quente escorrer pelo chuveiro, se chocando contra o chão.

Já certa, desviei os olhos da escada e coloquei a latinha de coca no chão, mudando novamente de posição no sofá.

"Não estou de brincadeira! Eu posso ser mais perigoso do que você pensa".

Afundei minha mão no bolso da calça, encontrando o pedaço de papel rasgado ­– e úmido. A geladeira parou de zumbir, mas o som da televisão também era notável. Deixei minha mente trabalhar a todo vapor, enquanto encarava o papel em minhas mãos.

“não estou de brincadeira”, eu ouvi alguém dizer isso ainda hoje. Brincadeira... Estou... Está... Estava... A pessoa que deve ter feito isso não estava de brincadeira... Carlisle! É isso! Foi sim o Elliot, ele machucou o Andrew. Ele não o matou por que Andrew teria uma utilidade, ser um aviso, um exemplo. Elliot fez Andrew sofrer da pior maneiro possível, escreveu o bilhete e os largou na reserva. Mas por que tudo isso era diretamente para mim? Mas tudo fazia sentido. Elliot não estava mesmo de brincadeira, e todas as mortes que ele causou não lhe era o suficiente.

Respirei fundo e deixei acidentalmente que o papel escapasse das minhas mãos, flutuasse até o chão e pousasse nele. A folha caiu virada do lado oposto. Cerrei os olhos e notei mais alguma coisa escrita no verso dela.

"O que você quer comigo, garota? Está avisada, me deixe em paz ou lhe farei o mesmo que fiz com ele".

– Mas o quê...?

##########

Quem está aí? – m homem loiro, segurando um machado em posição de defesa, gritou. – Elliot, é você?

Houve um mar de silêncio, apenas as árvores se manifestavam.

– Olá, parceiro – um segundo homem, de cabelos longos na altura do queixo e olhos verdes vibrantes apareceu, agachado em um galho grosso de uma das árvores. – Sentiu minha falta?

Seu sorriso pareceu farsante, mas era sarcástico. Elliot desceu do galho da árvore com um pulo pesado, aproximando-se do homem de cabelos loiros em passos curtos. Seu coração estava relaxado, diferente do homem perplexo, que sentia seu coração bombardear no seu peito.

– Quanto tempo, não é? Rick – Ele parou na frente do homem amedrontado, seu sorriso de desdém não tinha sido desfeito. A luz da lua refletia apenas os dois, como se eles estivessem em um palco de teatro, ensaiando para a peça que seria exibida em breve – A sua brincadeira de esconde-esconde acabou? Parece que você me encontrou – ele riu –, ou será que eu encontrei você?

O suor na testa de Rick era visível e sua tremedeira percebível.

– Para que o machado? – Elliot passou o dedo na lâmina – Vai matar algum animal? Derrubar alguma árvore?

Rick apertou o machado por estar escorregando de suas mãos. Deu para ouvir os seus dedos estalando contra o cabo de madeira.

– O gato mordeu sua língua, Rick? – Elliot apertou algo que ele segurava nas mãos – Tenho uma ideia! Está com fome? – Ele levantou o que segurava, era vermelho e molhado. – Acabei de caçar, estou em uma nova dieta depois do que aconteceu. Agora apenas carne humana me satisfaz. Foi bem difícil dessa vez, a garota não parava de gritar – Ele enfiou a coisa em sua boca, deixando-me com ânsia – Tanta coisa mudou depois daquilo, Rick.

Elliot sorriu, o sangue estava entre seus dentes.

– Vamos lá! Fale alguma coisa, animal!

Os olhos de Rick se mexeram freneticamente. Ele apertou novamente o machado contra as mãos e o mexeu no ar, na direção de Elliot. Mas ele fora mais rápido. Elliot mudou de lugar sem esforço algum e socou a barriga de Rick, onde caiu no chão, encolhendo-se. Seu grito dominou a noite inteirinha. O machado já não estava mais em suas mãos, e sim nas do homem de olhos vibrantes.

Eu disse para falar e não reagir seu, imbecil! – gritou Elliot, jogando o machado em direção a uma árvore.

Elliot agachou-se de frente para o homem logo indefeso. Ele gargalhou e então segurou o rosto de Rick, levantando-o bruscamente. Seus lábios estavam rodeados de seu próprio sangue.

– Depois daquilo comecei a sonhar com uma garota, e esses sonhos estão acontecendo. – Elliot apertou as bochechas do homem loiro, jogado-o no chão como um saco de batatas. O sangue escorreu da sua boca – Faça isso parar!

– E-Eu não sei do que você está falando – Rick finalmente disse algo, se arrastando no chão. – Não posso fazer isso parar. Não sei nem como fiz isso acontecer.

– Existe um grupo de imbecis me seguindo depois que atirei em um de seus amigos – Elliot andava ao redor de Rick. Dava para ouvir sau respiração ficando cada vez mais pesada – Eles não me preocupam, acabo com eles com uma mão apenas. Mas essa pirralha me preocupa, os sonhos com ela me irritam e quero que isso pare, e você vai fazer isso parar.

– E-Eu não se-sei fazer isso parar – Rick gritou.

– Então terei que matá-la – ele sorriu – Diga-me, parceiro, sabe de mais algum poder que eu tenha a não ser isso...

Elliot agarrou o pescoço de Rick e o levantou no ar. Seus cabelos sumiram e sua pele foi trocada por escamas, seus olhos verdes ficaram invertidos, seus dentes afiados e sua língua bifurcada. Elliot emitiu um grunhido estranho e apertou o pescoço de Rick novamente, forte. Dava para ouviu seus gemidos. Suas mãos tentavam livrar seu pescoço das garras do homem de olhos verdes, mas de nada adiantava

– Eu não sei de nada, Elliot – esganou Rick – Eu não posso fazer nada.

Elliot inclinou sua própria cabeça e jogou Rick no ar, fazendo com que ele se chocasse contra o chão e uma árvore. Seu grito novamente fora alto, alto e sofrido. Rick tentou se apoiar no chão com um braço, mas caiu.

– Você sempre foi e será um perdedor, Rick. - Elliot agachou em sua frente.

Rick gritou e tentou socar o homem a sua frente, mas Elliot era mais forte. Ele segurou o braço de Rick no meio do caminho e o torceu. O estalo foi forte, o barulho do osso se rachando me arrepiou.

– Já que você não pode fazer nada com esses sonhos, e já que você não tem nenhuma utilidade – Elliot apertou seu braço mais forte – Eu posso me divertir um pouco – ele girou o braço de Rick no lado oposto – E sabe como? – ele sorriu sarcasticamente – Assim... – Elliot arrancou o braço de Rick.

Houve um grito, e depois mais nada.

##########

Sentei bruscamente na cama, havia suor em minha testa e a minha respiração estava pesada.

– Horrível o que passei nos meus últimos minutos de vida, não é?


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Notas finais do capítulo

Reviwes? (: