Beautiful Soul escrita por Jubs C, Julia Brito


Capítulo 8
Desejada.


Notas iniciais do capítulo

Gente, primeiro, eu nunca, nunca na minha vida escrevi um capítulo como esse e___e portanto não faço ideia de como fazê-lo sem o tornar vulgar. Talvez não seja o que vocês esperavam, mas é o melhor que eu posso fazer por enquanto :C



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A segunda rodada finalmente havia terminado e como era de se esperar o time de Ian venceu novamente. Parecia algo rotineiro, ninguém mais se espantava com o resultado. Além de Jared, é claro, que ficava emburrado toda vez que perdia, mas nada que Melanie não pudesse dar um jeito. Por isso não me preocupei, apenas me levantei e corri até Ian para lhe dar os parabéns.

– Você foi ótimo! - Exclamei enlaçando meus braços em seu pescoço. Ele me apertou firmemente, fazendo nossos corpos se chocarem e em seguida tocou meus lábios levemente antes de rir.

– Com uma plateia dessas, eu não poderia estar mais motivado. - Sua voz continha um leve tom de malicia, algo que parecia extremamente comum para os humanos quando estavam pensando em coisas mais intensas. Mas eu não o culpava, eu era praticamente humana agora e também pensava nessas coisas "mais intensas".

Jared se aproximou de nós ainda resmungando, mas deu um sorriso antes de abraçar o amigo.

– Foi um bom jogo. - Ian riu, percebendo como Jared ficava irritado quando perdia algo, mas aquela expressão já era bem comum para todos nós. - Mas na próxima, ficamos com o Kyle, não é justo vocês no mesmo time. - Dizendo isso, ele se afastou seguindo em direção a Melanie que vinha com um sorriso estampado no rosto, elogiando o namorado.

Eu só pude ouvir um "você foi extremamente ótimo!" antes que os lábios de Ian voltassem para os meus e me tirassem completamente os sentidos. Eu nunca me acostumaria com aquela sensação, para ser franca. Era como se cada vez que nossos lábios se encontrassem, um sentimento novo explodisse dentro de mim.

Depois de muitos murmúrios do time perdedor, e depois de Jeb apitar diversas vezes tentando manter o controle da situação, nós voltamos para o túnel. Todos estavam cansados demais. Eu e Melanie estávamos cansadas da longa viagem, e os outros, devido ao jogo. De qualquer maneira, ninguém mais tinha pique para nada naquela noite.

Quando passamos pela passagem que nos levaria aos quartos, Ian segurou minha mão e eu pude sentir um pouco de receio emanar de seu corpo antes que ele dissesse.

– Eu acho que já estamos naquela fase em que podemos... dividir o quarto. - Sua voz era incerta, como se ele não soubesse o que eu iria pensar sobre o convite, então completou rapidamente. - Como Jared e Melanie.

Eu finalmente havia entendido, ainda era meio lenta sobre algumas coisas e essa era uma delas. Nós não apenas iríamos dividir o quarto, nós iríamos dividir sua pequena cama de solteiro. Era uma oferta tentadora, mas ainda assim eu não sabia como responder á ele.

– Não sei se seria certo. - Murmurei sentindo meu rosto corar, o que eu escondi rapidamente em seu ombro. Ian procurou pelos meus olhos, mas eu não devolvi o olhar. Eu estava com vergonha demais para encarar seus olhos. Eu não queria que ele pensasse que eu tinha dúvidas sobre me entregar completamente à ele. Minha dúvida não era essa, minha dúvida era sobre como reagir à esse momento tão intenso. Notando seus olhos confusos arderem sobre mim, completei. - Não sei se seria certo com Kyle.

– Kyle não irá se importar. - Ele deu de ombros. - Ele está dormindo com Brandt há dias. E você já é bem grandinha para continuar dormindo com Jammie. - Ele riu, numa tentativa frustrada de aliviar o ambiente.

Nossas vozes eram baixas, um assunto completamente íntimo, do qual eu não queria que ninguém soubesse. Não respondi de imediato, apenas deixei um sorriso escapar por entre meus lábios. Eu não sabia muito sobre o que era certo ou errado, mas eu não tinha dúvidas de que aquilo era errado. Ele me queria e eu o queria. Por completo.

– Então eu acho que não terá problemas. - Finalmente falei algo, o que o tranquilizou. Suas mãos antes indecisas, abraçaram a minha de uma forma tranquilizadora. Um sentimento de certeza se apossou de mim. Eu não sabia se faríamos algo aquela noite, mas apenas o fato de passar mais tempo com ele, me deixou completamente feliz.

– Eu não quero que você pense que eu estou te obrigando á isso. - Sua voz assumiu um tom sério e ele suspirou. - Você sabe que eu não te obrigaria á nada não é? Nem mesmo á dormir comigo. - Ele riu mais para si do que para mim. - Por mais que eu queira isso.

Você não está me obrigando á nada. - Respondi, colocando o máximo de certeza que podia em minha voz. Mas Ian parecia estar determinado á terminar sua frase, então com se não tivesse escutado o que eu disse, continuou, ainda com a voz baixa. Um pouco mais alta que um sussurro.

– Te esperei por toda à minha vida, Peg. Esperaria outras dez, se tivesse a certeza de que você viria.

Eu não sabia se era possível, mas à cada palavra sua meu corpo se enxia mais e mais de amor e... desejo. Um desejo forte, que me fazia querer me fundir à ele e permanecer daquela forma até nossa vida terminar.

– E eu te esperei por nove vidas e esperaria mais vinte, se soubesse que você me escolheria. - Respondi. Aquela não era minha melhor resposta, mas era a única que passeava pela minha cabeça naquele momento. A mais verdadeira e pura.

Ele parou de caminhar, quando estávamos perto de seu quarto, e me puxou para um beijo rápido e intenso. Seus lábios se moviam com os meus de uma forma tentadora. Uma vez ouvi que quando os humanos se amavam demais, eles tinham uma forma complexa para expressar aquilo e depois que acontecesse, era como se eles tivessem mais completos e apaixonados do que nunca. Eu sabia que não havia maneiras para eu o amar mais, mas queria me sentir completa, exatamente da forma que ouvi.

Seus braços passaram pela minha cintura, senti seus dedos queimarem sobre minha blusa. Apoiei minhas mãos em seus ombros e me ergui levemente nas pontas dos pés. Estávamos tão envolvidos com o momento, que mal notamos que ficamos para trás e quase não escutamos o comentário alegre de Melanie, quando passou por nós. Ninguém tinha quebrado aquele momento, todos haviam partido e Melanie e Jared, que eram os últimos, logo após de nós, também passaram rapidamente, sendo discretos e silenciosos.

Separei nossos lábios e encarei seus olhos profundos, sorrindo abertamente, enquanto falava o que eu mais queria dizer desde o momento em que ele me fizera à oferta.

– Acho que não tenho mais duvidas.

Ian sorriu, pude perceber que ele notou a certeza em minha voz. Ele sabia que eu o queria e eu sabia que aquilo era recíproco. Nada poderia me deixar mais feliz!

Quando chegamos na porta de seu quarto, ele a abriu e apontou para dentro, fazendo um ato incrivelmente cavaleiro. Como nos filmes antigos que Melanie me mostrou que assistia com Jared e Jamie.

Ri de seu gesto enquanto entrava.

Seu quarto estava exatamente igual, apesar de que não estivera ali ultimamente, eu pude notar que tudo permanecia no mesmo lugar em que eu me lembrava. Sua cama encostada na parede de barro, do lado oposto da de Kyle. Uma pequena cômoda ao lado e uma lanterna que fazia o trabalho de iluminar o quarto todo. Um lençol limpo estava sobre a cama, o que eu deduzi ser trabalho de Maggie, Ian não se daria ao trabalho, sempre chegava cansado demais e simplesmente desabava na cama.

Olhei em volta antes de voltar meus olhos para ele, que permanecia parado na porta, só que dessa vez na parte de dentro. Ele me encarava, enquanto eu examinava o quarto como se fosse a primeira vez que eu estivesse lá. Voltei á observar o lugar.

– Não é nenhum hotel cinco estrelas, mas...

Mal pude notar sua proximidade, até sentir seus braços rodearem minha cintura e seu queixo rígido ser depositado sobre o meu ombro esquerdo.

– Creio que nenhum hotel cinco estrelas seria tão bonito.

Ele riu de meu comentário, como se eu estivesse apenas elogiando para ser gentil. Mas eu estava sendo verdadeira. Aquele era seu quarto e isso já o fazia bonito.

– Estou falando sério! - Exclamei, forçando uma cara brava enquanto me virava para ele - sem escapar de seu abraço, me segurando para não rir. Ian também tentou ficar sério, mas seu peito se mexia repetidas vezes, numa tentativa de conter o riso.

– É praticamente impossível, mas você fica ainda mais linda quando está brava.

Seu comentário fez com que as últimas barreiras, que me impediam de beijá-lo da forma que eu desejava, caíssem. Ian parecia ter sentido o mesmo que eu. Senti uma de suas mãos deixarem a base de minhas costas, e em seguida seus dedos quentes tocarem meu queixo.

Entre nós dois existia uma corrente elétrica, antes mesmo que ele me tocasse, eu sentia essa corrente explodir. Era um formigamento delicado, quase uma cócegas.

Quando seus lábios tocaram os meus, não foi da mesma forma que eram antes. Eles não estavam calmos, se moviam rápidos junto com os meus. Era diferente. E eu gostava.

À cada ofegar nosso beijo se tornava mais intenso, como se estivéssemos desesperados por aquilo, como se estivéssemos esperado tempo demais para que isso acontecesse. Porque pela primeira vez, estávamos totalmente sozinhos, sem ninguém para interromper ou repreender.

Nossas bocas se separavam vez ou outra para tomarem fôlego, mas sem que ao menos notássemos elas se encontravam novamente, em um sincronismo perfeito. Apesar do momento, sua língua encontrava a minha e se movia de uma forma doce. Minhas mãos, antes indecisas sobre onde tocá-lo, agora percorriam sua nuca e suas costas. Eu não sabia direito o que estava fazendo, só sabia que era automático, eu estava fazendo o que meu corpo queria que eu fizesse.

Essa foi a deixa para que Ian me levasse lentamente até sua cama, ainda sem separar nossos lábios. Ele era calmo, se contendo. Se contendo por nós dois.

Senti minhas costas tocarem seu colchão macio e em seguida o senti sobre mim. Ele não estava colocando todo o seu peso sobre o meu corpo, como se soubesse exatamente o que fazer. E eu o deixaria fazer o que ele sabia. Porque eu queria aprender, cada detalhe, como tocá-lo de uma forma que ele gostasse, de uma forma que fosse agradável para ambos.

Seus lábios desceram para o meu pescoço, me fazendo ofegar brevemente. O que me surpreendeu, mas não a Ian. Talvez aquela fosse uma reação comum.

Ele depositou leves beijos sobre a minha pele, me arrepiando completamente, antes de subir seus olhos à procura dos meus, à procura de qualquer dúvida, de qualquer coisa que o impedisse de me completar. Mas ele não encontrou, porque não haviam dúvidas. Eu estava decidida e não pretendia voltar atrás. Ele voltou seus lábios para os meus, em um selinho rápido, antes de sussurrar.

– Você tem certeza disso?

Era claro que eu tinha. Mas eu entendia sua preocupação, uma preocupação desnecessária, mas ainda assim compreensível. Segurei seu queixo com os meus dedos, exatamente como ele havia feito comigo mais cedo, e procurei por seus olhos os olhando fixamente.

– Eu nunca tive tanta certeza de algo em toda à minha vida. - Deixei que um sorriso aparecesse em meus lábios. Um sorriso confiante que lhe deu toda a certeza da qual ele precisava. Antes de voltar à me beijar, ele devolveu o sorriso, acariciando meu rosto e retirando meus cabelos molhados da minha testa.

Depois disso ele não hesitou em levantar lentamente um pouco da minha blusa. Apenas até a cintura, deixando a pele quente da minha barriga à mostra. Pude sentir quando seus dedos frios tocaram a minha pele, e fizeram com que eu ofegasse novamente. Não me assustei dessa vez, quase como se estivesse começando a me acostumar com a sensação.

Deixei que meu corpo agisse por conta própria, enquanto minha mente se esforçava para gravar cada segundo. Levei meus dedos até suas costas, e com os dedos levemente trêmulos, ultrapassei o pano de sua blusa, à erguendo sem demostrar o desespero que eu estava sentindo para ser dele completamente. Ian me ajudou com essa parte, levantando os braços, enquanto eu passava sua blusa sobre seus braços. Dessa vez ele quem ofegou quando sentiu meus dedos quentes na pele de suas costas. Sua reação me deu mais coragem, e de um jeito ingênuo deixei que a base de meus dedos se arrastassem pela sua pele. O gesto o fez se arrepiar e abandonar meus lábios novamente e voltarem, em seguida, completamente famintos.

Suas mãos procuraram pelo botão da minha calça jeans, enquanto ele se focava para abri-la devagar. Segui seu pensamento, levando as minhas até a sua calça. Meus dedos tremiam, e minhas mãos suavam. Eu esperava que estivesse fazendo tudo aquilo certo.

Quando senti a brisa gélida da noite cobrir a superficie da pele de minhas pernas, pude notar que estava parcialmente nua, sendo coberta apenas pela minha blusa fina e pelo corpo de Ian. Senti meu corpo se encolher, e meu rosto corar. Eu estava com muita vergonha. Novamente.

Ian percebeu meu movimento, e parou bruscamente. Seu olhar era preocupado quando encontrou o meu.

– Rápido demais?

Neguei, mordendo meu lábio inferior. Não tinha sido rápido demais e sim na hora certa. Mas me pareceu uma reação completamente normal, afinal eu nunca tinha ficado daquela forma perto de ninguém. E foi isso que eu lhe disse.

– Não... É só que... Eu nunca fiquei assim... - Olhei para baixo, usando meus olhos para indicar meu corpo. - Perto de ninguém. - Voltei a encará-lo.

Ian riu brevemente.

– Fico feliz em saber disso. - Brincou.- Não precisa ter vergonha de mim, Peg. - Ele depositou um selinho em meus lábios antes de continuar. - Se você quiser que eu pare, eu irei compreender.

Eu queria lhe dizer que esse era o problema. Eu não queria que ele parasse. Por isso neguei com a cabeça e completei com a voz baixa.

– Eu quero você. - Murmurei e em seguida, acariciei seu rosto com as pontas dos meus dedos. - Quero você... Agora.

Isso pareceu bastar, seus olhos brilharam levemente e um sorriso alegre brotou em seu rosto. Agora não havia mais dúvidas de que eu o queria. Nem para mim e nem para ele.

Suas mãos voltaram para o seu trajeto anterior e eu deixei que as minhas fizessem o mesmo. Senti seus dedos esbarrarem em minha pele quando ele terminou de tirar minha blusa. Empurrei o restante de sua calça, em seu corpo, com os pés e voltei minhas mãos para sua nuca. Ian passou para a parte de trás de minhas costas, seus dedos ágeis não demoraram para encontrar o fecho do meu soutien e soltá-lo logo em seguida. Eu estava quase nua, e agradeci ao fato de Ian estar ocupado demais com meus lábios, para notá-lo.

Senti uma de suas mãos descerem para a minha coxa, levemente, eu pude sentir que ele se esforçava para não apertá-la da forma que gostaria. Não demorou muito para que o resto de pano que nos separavam tomasse o mesmo rumo que o restante de nossas roupas.

E finalmente, depois de tanto esperar eu pude senti-lo completamente. Naquele momento eu senti como se eu e Ian fôssemos uma só pessoa. Eu sabia que daquele instante em diante nós não seríamos mais Ian e Peg, seríamos um todo.

Era brega, mas essa era a forma que eu via as coisas.

Quando nós, almas, encontravamos nossos parceiros era para sempre. Não havia nada no universo que nos separasse, porque tinhamos encontrado a parte que faltava em nós e notávamos que nunca havíamos sido completos antes.

E eu me senti assim com relação a Ian. Eu era inteiramente sua, eternamente. E agora, ele era eternamente meu.



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Notas finais do capítulo

Ok ok, acabei de corrigir, então quem leu antes das 10 do dia de hoje, não viu muitos erros né? :X
Haha, espero que tenham gostado :C foi o máximo que eu pude fazer ): psé psé
Beeijos ;*