O Mistério Da Fera escrita por Liz
Notas iniciais do capítulo
Oi, gente! Este é o penúltimo capítulo (sem contar o epílogo)... Vou começar uma nova fic e avisarei no próximo capítulo...
Espero que gostem! Boa leitura!
Estevão abriu os olhos e se deparou com Gisele.
- Bom dia. – Ela sorriu. – Trouxe para você. – Ela apontou para a bandeja ao lado dele na cama.
Estevão se sentou e começou a comer.
- Não vai comer?
- Eu já comi. – Ela sorriu, balançando a cabeça negativamente.
- Você não sabe mentir, Gisele.
- Coma, Estevão.
- Só continuo se você comer também. Não quero que meu filho tenha problemas.
- Mas...
- Coma... Não aconteceu nada demais ontem.
- Além de você ter sentido dores.
- Mas isso passa logo. Você viu. Agora, se você não se alimentar, o estrago pode ser permanente.
- Mas...
- Por favor...
- É... Até que você tem razão. – Ela abaixou a cabeça.
Gisele havia levado bastante comida. Começou com um lanche, e nada de dor. Ela estava estranhando. Tomou um copo de suco, e nada. Pegou uma das maçãs e comeu, e nada.
- Viu só? – Estevão disse, sorrindo. Gisele sorriu. – E a estufa?
- Eu já enchi todos os vasos.
- Mas você precisa cuidar de tudo.
- Você me ajuda?
- Claro!
Gisele pegou a bandeja.
- Deixa que eu levo. Vá à frente. – Ele sorriu.
Desceram as escadas. Gisele foi até a estufa enquanto Estevão deixou a bandeja em cima da mesa da cozinha. Sentiu uma pontada em sua cabeça.
- Tava bom demais pra ser verdade...
Ele abriu a torneira da pia e jogou água no rosto. Suava muito novamente. Subiu até o seu quarto para colocar suas botas. Foi cambaleando, mas foi. O suor e a fraqueza eram tão intensos que Estevão não colocou uma blusa.
A dor estava passando. Foi até a estufa e, sem que percebesse, já não sentia nada.
- Por que demorou? – Disse Gisele, regando algumas plantas.
- Eu fui colocar minhas botas.
- E o que houve com sua camisa?
- Está calor demais.
- Sei. - Ela disse, desconfiada.
Ficaram por ali por horas e horas.
- Precisamos almoçar. – Gisele disse.
- Eu preparo o almoço.
Foram até a cozinha. Gisele se sentou num dos altos bancos do balcão e Estevão começou a preparar o almoço.
- Gisele, você pode me fazer um favor?
- Posso. – Ela sorriu.
- Ligue para os seus pais e avise que você vai visitá-los amanhã.
- Por quê?
- Precisamos dizer a eles de uma vez por todas o que está acontecendo.
- Um dia poderemos dizer, Estevão.
- Faça isso por mim. – Ele olhou nos olhos dela e não conseguiu resistir.
Gisele foi em direção ao telefone e discou o número de sua casa.
- Alô?
- Gisele?
- Mãe!
- Que saudade, meu amor!
- Eu também estou com muitas saudades!
- Quando vocês vêm nos visitar de novo?
- Vocês?
- É! Você e o seu namorado!
- Não ele não... – Gisele olhou para Estevão. – Amanhã, mãe. Nós vamos aí amanhã. – Ela sorriu para ele.
- Vamos fazer um belo macarrão para você! – Gisele riu. – Seu pai te mandou um beijo.
- Mãe, eu queria adiantar uma coisa.
- O que, meu anjo?
- Promete não ficar brava?
- Ah, meu Deus! O que foi?
- Ontem eu fiz um teste e...
- Teste de quê?
- De gravidez.
- Gisele... Pelo amor de Deus! Qual foi o resultado?
- Positivo. Estou grávida.
- Grávida? Mas você é muito nova...
- Eu sei, mãe. Mas... Aconteceu.
- Estou desapontada com você, Gisele.
- Ah, mãe.
- Não precisava ter dito agora! – Estevão sussurrou, enquanto preparava o almoço. Gisele olhou para ele, arrependida.
- E as conversas que tivemos?
- Eu acho que não foram suficientes.
- O quê? Como não foram suficientes?
- Você sempre buscou me repreender e nunca me ensinar o certo.
- Como tem coragem de dizer isso deste modo? Fiz isso apenas pelo seu bem!
- Pode fazer mais uma coisa pelo meu bem? Ouça-me e me entenda!
- Eu não sei se foi bom você ter ido para essa casa.
- Está feito, não está?
- Olha, Gisele... Eu errei, mas isso não justifica que... - Gisele a interrompeu.
- Não justifica, eu sei. Mas eu te imploro que você me perdoe por isso. Mas eu nunca me senti tão bem. E está feito... Não está?
- Sim... Desculpe a sua mãe...
- Você não precisa pedir isso. Afinal, você é a minha mãe.
- Eu devia ter lhe dado mais atenção. Eu e seu pai. Nós vamos ajudar vocês, mas sempre antes de fazer algo assim, me avise antes!
- Pode deixar. – Quando Estevão ouviu o riso de Gisele, entendeu que ficaria tudo bem.
- Mas... - A mãe de Gisele retornou ao tom repreensivo. - Amanhã nós conversaremos melhor.
- Ta bom, mãe. - Fez pouco caso.
- Fiquem com Deus e, o que precisar, é só ligar.
- Vocês também. Obrigada.
- Nunca se esqueça que te amamos.
- Eu também os amo demais.
E desligou.
- Agora, só falta você falar com seus pais.
- Gisele, - Estevão tampou a panela e se apoiou no balcão, olhando nos fundo dos olhos dela. – são situações diferentes. Não falo com meus pais há anos.
- Como conseguiu viver tanto tempo tão sozinho, Estevão?
- Eu também não sei. – Olhou para baixo.
- Eu quero que você faça isso por mim. – Ela sorriu e pegou na mão dele.
- Eu não vou ligar para eles. - Ele tirou a mão dele de perto das dela.
- Faremos uma visita surpresa depois do almoço na casa dos meus pais. Isso. – Ela sorriu.
- Eu não confirmei nada.
- Estevão! Por favor!
- Gisele, não acho uma boa ideia.
- Por favor! – Ela disse, pausadamente.
- Não!
- Não vai fazer isso por mim? - Deu ênfase no "por mim".
- Está bem. Mas se algo der errado, a culpa é sua.
- Tudo bem. Eu assumo toda a culpa. Você vai ver como vai dar tudo certo. – Ela sorriu. Gisele estava certa.
Os pais dele admitiam para si mesmos que foi o maior erro da vida deles ter prendido Estevão naquela mansão. Mas eles sentiam a falta de Estevão. Sabiam o quão cabeça dura e arrogante o filho era. Pensavam o mesmo que Estevão: “Não vai dar certo se formos até ele”. Mas tudo daria certo se tentassem.
- O almoço está pronto! – Ele disse.
Estevão desligou o fogo, pegou dois pratos, colocou sobre o balcão e colocou o que estava na panela. Era macarrão com molho vermelho.
- Já comeu com molho vermelho?
- Não.
- Como não? – Gisele riu.
- É bom? – Ela disse, fazendo careta.
- Muito!
Gisele colocou uma garfada na boca.
- É bom sim. Mas ainda prefiro o branco. – Sorriram.
- Depois do almoço, nós vamos ao médico.
- Não acho necessário.
- Claro que é necessário!
Terminaram de comer e Gisele mediu o rosto de Estevão. A barba mal feita, os olhos pequenos negros, a sobrancelha marcante, os lábios grossos, o cabelo... Era um homem muito bonito. Ele percebeu que estava sendo admirado e sorriu. Gisele, pela primeira vez, não se sentiu constrangida.
Estevão sentiu uma forte pontada na cabeça. A pontada era mais forte do que as outras, por isso, não conseguiu disfarçar. Ele caiu no chão com a intensidade da dor. O banco em que ele estava sentado fez um grande estrondo ao se quebrar, parcialmente, no chão.
- Estevão! – Gisele desceu do banco e foi até ele. – Diz alguma coisa!
- Gisele, caso aconteça algo, saiba que eu te amo. – Estevão suava e tremia.
- Não vai acontecer nada! – Estevão ameaçou fechar os olhos. – Não feche os olhos!
- Eu não estou aguentando, Gisele. – Estevão respirava rápido.
Estevão fechou os olhos e desmaiou.
- Estevão! – Ela o balançava. – Acorda! Eu não vou aguentar te perder! – Gisele enlaçou o pescoço dele. – Eu admito. – Ela disse, em meio a tantas lágrimas. - Eu te amo demais pra viver sem você. – Ela olhou para o rosto dele. – Acorda, por favor!
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Obrigada por ter lido!
Fique com Deus!
Beeeeijos!