O Mistério Da Fera escrita por Liz


Capítulo 26
Capítulo 26 - Preciso admitir que...


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Este é o penúltimo capítulo (sem contar o epílogo)... Vou começar uma nova fic e avisarei no próximo capítulo...
Espero que gostem! Boa leitura!



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Estevão abriu os olhos e se deparou com Gisele.

- Bom dia. – Ela sorriu. – Trouxe para você. – Ela apontou para a bandeja ao lado dele na cama.

Estevão se sentou e começou a comer.

- Não vai comer?

- Eu já comi. – Ela sorriu, balançando a cabeça negativamente.

Você não sabe mentir, Gisele.

Coma, Estevão.

Só continuo se você comer também. Não quero que meu filho tenha problemas.

Mas...

Coma... Não aconteceu nada demais ontem.

Além de você ter sentido dores.

- Mas isso passa logo. Você viu. Agora, se você não se alimentar, o estrago pode ser permanente.

- Mas...

- Por favor...

- É... Até que você tem razão. – Ela abaixou a cabeça.

Gisele havia levado bastante comida. Começou com um lanche, e nada de dor. Ela estava estranhando. Tomou um copo de suco, e nada. Pegou uma das maçãs e comeu, e nada.

- Viu só? – Estevão disse, sorrindo. Gisele sorriu. – E a estufa?

- Eu já enchi todos os vasos.

Mas você precisa cuidar de tudo.

Você me ajuda?

Claro!

Gisele pegou a bandeja.

- Deixa que eu levo. Vá à frente. – Ele sorriu.

Desceram as escadas. Gisele foi até a estufa enquanto Estevão deixou a bandeja em cima da mesa da cozinha. Sentiu uma pontada em sua cabeça.

- Tava bom demais pra ser verdade...

Ele abriu a torneira da pia e jogou água no rosto. Suava muito novamente. Subiu até o seu quarto para colocar suas botas. Foi cambaleando, mas foi. O suor e a fraqueza eram tão intensos que Estevão não colocou uma blusa.

A dor estava passando. Foi até a estufa e, sem que percebesse, já não sentia nada.

- Por que demorou? – Disse Gisele, regando algumas plantas.

- Eu fui colocar minhas botas.

E o que houve com sua camisa?

Está calor demais.

- Sei. - Ela disse, desconfiada.

Ficaram por ali por horas e horas.

- Precisamos almoçar. – Gisele disse.

- Eu preparo o almoço.

Foram até a cozinha. Gisele se sentou num dos altos bancos do balcão e Estevão começou a preparar o almoço.

- Gisele, você pode me fazer um favor?

- Posso. – Ela sorriu.

- Ligue para os seus pais e avise que você vai visitá-los amanhã.

- Por quê?

- Precisamos dizer a eles de uma vez por todas o que está acontecendo.

- Um dia poderemos dizer, Estevão.

- Faça isso por mim. – Ele olhou nos olhos dela e não conseguiu resistir.

Gisele foi em direção ao telefone e discou o número de sua casa.

- Alô?

- Gisele?

- Mãe!

- Que saudade, meu amor!

- Eu também estou com muitas saudades!

- Quando vocês vêm nos visitar de novo?

- Vocês?

- É! Você e o seu namorado!

- Não ele não... – Gisele olhou para Estevão. – Amanhã, mãe. Nós vamos aí amanhã. – Ela sorriu para ele.

- Vamos fazer um belo macarrão para você! – Gisele riu. – Seu pai te mandou um beijo.

- Mãe, eu queria adiantar uma coisa.

- O que, meu anjo?

- Promete não ficar brava?

- Ah, meu Deus! O que foi?

- Ontem eu fiz um teste e...

- Teste de quê?

- De gravidez.

- Gisele... Pelo amor de Deus! Qual foi o resultado?

- Positivo. Estou grávida.

- Grávida? Mas você é muito nova...

- Eu sei, mãe. Mas... Aconteceu.

- Estou desapontada com você, Gisele.

- Ah, mãe.

- Não precisava ter dito agora! – Estevão sussurrou, enquanto preparava o almoço. Gisele olhou para ele, arrependida.

- E as conversas que tivemos?

- Eu acho que não foram suficientes.

- O quê? Como não foram suficientes?

- Você sempre buscou me repreender e nunca me ensinar o certo.

- Como tem coragem de dizer isso deste modo? Fiz isso apenas pelo seu bem!

- Pode fazer mais uma coisa pelo meu bem? Ouça-me e me entenda!

- Eu não sei se foi bom você ter ido para essa casa.

- Está feito, não está?

- Olha, Gisele... Eu errei, mas isso não justifica que... - Gisele a interrompeu.

- Não justifica, eu sei. Mas eu te imploro que você me perdoe por isso. Mas eu nunca me senti tão bem. E está feito... Não está?

- Sim... Desculpe a sua mãe...

- Você não precisa pedir isso. Afinal, você é a minha mãe.

- Eu devia ter lhe dado mais atenção. Eu e seu pai. Nós vamos ajudar vocês, mas sempre antes de fazer algo assim, me avise antes!

- Pode deixar. – Quando Estevão ouviu o riso de Gisele, entendeu que ficaria tudo bem.

- Mas... - A mãe de Gisele retornou ao tom repreensivo. - Amanhã nós conversaremos melhor.

- Ta bom, mãe. - Fez pouco caso.

- Fiquem com Deus e, o que precisar, é só ligar.

- Vocês também. Obrigada.

- Nunca se esqueça que te amamos.

- Eu também os amo demais.

E desligou.

- Agora, só falta você falar com seus pais.

- Gisele, - Estevão tampou a panela e se apoiou no balcão, olhando nos fundo dos olhos dela. – são situações diferentes. Não falo com meus pais há anos.

- Como conseguiu viver tanto tempo tão sozinho, Estevão?

- Eu também não sei. – Olhou para baixo.

- Eu quero que você faça isso por mim. – Ela sorriu e pegou na mão dele.

- Eu não vou ligar para eles. - Ele tirou a mão dele de perto das dela.

- Faremos uma visita surpresa depois do almoço na casa dos meus pais. Isso. – Ela sorriu.

- Eu não confirmei nada.

- Estevão! Por favor!

- Gisele, não acho uma boa ideia.

- Por favor! – Ela disse, pausadamente.

- Não!

- Não vai fazer isso por mim? - Deu ênfase no "por mim".

- Está bem. Mas se algo der errado, a culpa é sua.

- Tudo bem. Eu assumo toda a culpa. Você vai ver como vai dar tudo certo. – Ela sorriu. Gisele estava certa.

Os pais dele admitiam para si mesmos que foi o maior erro da vida deles ter prendido Estevão naquela mansão. Mas eles sentiam a falta de Estevão. Sabiam o quão cabeça dura e arrogante o filho era. Pensavam o mesmo que Estevão: “Não vai dar certo se formos até ele”. Mas tudo daria certo se tentassem.

- O almoço está pronto! – Ele disse.

Estevão desligou o fogo, pegou dois pratos, colocou sobre o balcão e colocou o que estava na panela. Era macarrão com molho vermelho.

- Já comeu com molho vermelho?

- Não.

- Como não? – Gisele riu.

- É bom? – Ela disse, fazendo careta.

- Muito!

Gisele colocou uma garfada na boca.

- É bom sim. Mas ainda prefiro o branco. – Sorriram.

- Depois do almoço, nós vamos ao médico.

- Não acho necessário.

- Claro que é necessário!

Terminaram de comer e Gisele mediu o rosto de Estevão. A barba mal feita, os olhos pequenos negros, a sobrancelha marcante, os lábios grossos, o cabelo... Era um homem muito bonito. Ele percebeu que estava sendo admirado e sorriu. Gisele, pela primeira vez, não se sentiu constrangida.

Estevão sentiu uma forte pontada na cabeça. A pontada era mais forte do que as outras, por isso, não conseguiu disfarçar. Ele caiu no chão com a intensidade da dor. O banco em que ele estava sentado fez um grande estrondo ao se quebrar, parcialmente, no chão.

- Estevão! – Gisele desceu do banco e foi até ele. – Diz alguma coisa!

- Gisele, caso aconteça algo, saiba que eu te amo. – Estevão suava e tremia.

Não vai acontecer nada! – Estevão ameaçou fechar os olhos. – Não feche os olhos!

Eu não estou aguentando, Gisele. – Estevão respirava rápido.

Estevão fechou os olhos e desmaiou.

- Estevão! – Ela o balançava. – Acorda! Eu não vou aguentar te perder! – Gisele enlaçou o pescoço dele. – Eu admito. – Ela disse, em meio a tantas lágrimas. - Eu te amo demais pra viver sem você. – Ela olhou para o rosto dele. – Acorda, por favor!


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ter lido!
Fique com Deus!
Beeeeijos!



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