Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 46
Capítulo 45


Notas iniciais do capítulo

Uau!
Estou feliz por ter conseguido postar mais um capítulo,
com essa minha vida extremamente corrida.
Estudando pro Enem, trabalho, vida social... Bem acho que
vcs me entendem :P
Mas finalmente conseguir postar mais um.
Boa leitura gente ^^ ♥



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Finalmente chegamos na escola. Estou feliz e ao mesmo tempo preocupado, sabe quando se tenta esquecer de algo, tenta se distrair, mas sempre sente um frio estranho na barriga? É exatamente assim que me sinto. Luce segura minha mão, me tirando de meus pensamentos interiores. Ela sorrir pra mim com suas bochechas coradas e jeito puro, certo estou calmo agora.

— Essa será a melhor noite de todas. — Cochichei para ela.

— Estou feliz por estar aqui com você. — Diz ela de um jeito tímido.

— Também estou feliz por você me fazer companhia. — Lhe devolvo um agradecimento junto a um sorriso.

— Legal! Legal! Todos estão hiper felizes, mas... — Lexa nos sapara nos olhando debochada — Cadê o Jhon? Ele disse que nos esperaria aqui na frente.

— Uê liga pra ele. — Falei sorridente.

— Uh! Boa ideia. — Ela dá dois tapinhas nos meus ombros.

— Que estranho. — Luce diz.

— O que? O que aconteceu? — Perguntei.

— Sei lá, só que, estamos perto de onde deveria ser o baile certo?

— Sim, — falei — é bem ali na quadra, no segundo andar. Por que a pergunta?

— Não deveríamos já estar escutando alguma música?

— Acho que chegamos muito cedo. — Eu rir e a Luce me acompanhou revirando os olhos, não de um jeito debochado, mas de um jeito engraçado.

— Jhon não atende. — Lexa enfia o celular na bolsa com força — Quero matar ele. — Ela curvou os lábios num sorriso quase sem expressão. O que dá mais medo que uma feição raivosa, porque ela estava contendo o sentimento ruim, com uma expressão semi neutra.

— Ok, você definitivamente conseguiu me assustar. — Eu disse.

— Imagina eu, — Luce cochicha em meu ouvido — que tenho que aguentá-la como mentora. — Me virei olhando para Luce, com olhos arregalados. Tipo, cara você tá ferrada.

— Você viu a Daniella? — Paty pergunta. Cara eu odeio essas meninas escravas sociais da D, nenhuma das líderes de torcida falam nenhuma palavra comigo que não seja, "você viu a Dani?".

— Não! — Eu disse frio. Mesmo assim, ela me fez pensar duvidosamente sobre a D. Não falo com a minha melhor amiga há algum tempo, e sendo hoje o ultimo dia de minha vida (suspirei triste), eu deveria me despedir dela. A Loira e irritante garota, saiu assim que ouviu meu tão sonoramente afiado NÃO.

— Garota ridícula, por que não já deu o sumiço nela com magia? — Lexa sorrir maldosa.

— Na verdade, eu já sufoquei ela.

— Erick. — Luce me olhou reprovativa.

— Desculpa, influência das trevas. — Falei isso de uma maneira tão simples, que nem parecia mais que as trevas dentro de mim, era algo a se temer. Ela só ergueu as sobrancelhas sem nada a dizer, até que algo saiu.

— Talvez o Jhon esteja lá dentro.

— Yeah! Pode ser. — Concordei.

— Tá, não custa nada dar uma olhada. — Lexa entroncha a boca, num biquinho inclinado para direita. — Sério? Sufocar é uma coisa tão sem graça. — Todos rimos enquanto entrávamos.

Passamos pela piscina onde estava bem iluminado por lanternas avermelhadas com símbolos de rosas. Subimos pelas escadas até o primeiro andar, onde fica a quadra poliesportiva e também onde são feitas as festas da escola. Assim que entramos eu tive a impressão de estar em um templo de algum Deus grego, pelas grandes colunas gregas (provavelmente falsas) estarem arqueando na entrada. Mas logo depois ao entrarmos percebo a paisagem mais moderna, postes negros espalhados em cantos estratégicos, cercado por rosas e seus caules verdes em volta. Todo o chão estava coberto por pétalas avermelhadas, pendurado ao teto se encontra um belo e grande globo espelhado. Também, pendurado ao teto em vários lugares, tinham pequenos saquinhos com um arame simples, dentro desses saquinhos, era facilmente perceptível ver pétalas.

— Uau! — Suspira Luce. Então entramos de vez na quadra poliesportiva.

O lugar estava mesmo impecável, vários conjuntos de sofás e puffs vermelhos, a mesa de comes e bebes estava farta e muito bem decorada, cheia de fitas e flores combinando com o tema. Foram espalhados incensos com cheiros de rosas por vários lugares do ambiente. Num dos cantinhos, encontrasse a urna, para que as pessoas votem no príncipe e princesa do baile. Tudo estava tão negro e vermelho, tão pouca luz branca. Não estava tão escuro a ponto de ficar cego, mas também, não estava claro a ponto de ver alguém que estivesse longe. A D. conseguiu essa festa estar perfeita.

— A festa está um desastre!!! — Uma das líderes falou. Ah! Esqueci de mencionar, mesmo eu achando que cheguei muito cedo, as numerosas pessoas aqui dentro faziam parecer o contrário.

— O que aconteceu? — Perguntei, ela me olhou meio de lado, mas respondeu.

— Não está ouvindo?

— Ouvindo oque?

— Exatamente, não tem música tocando, dã! — Assim que ela fez o sonoro e irritante "dã" as outras garotas perto dela começaram a rir, junto de seus acompanhantes jogadores de futebol. Me afastei puxando a Luce e Lexa, não queria elas perto dessas víboras.

— Bem que você disse. — Falei para Luce. — Não tem música, a Dani deve estar desesperada.

— Dani? Quem é ela? — Luce perguntou.

— É uma garota metida a besta que tá afim do Erick. — Lexa diz de um jeito mais venenosa que o normal.

— Quê? — Perguntei alto demais — Ela não tá afim de mim, — falei me explicando para a Luce — ela é minha melhor amiga desde criança. Ela que organizou o baile.

— Sério? — Lexa riu — Belo baile esse sem música, essa sua amiga é um fracasso. — Riu mais alto e mais maldosa.

— Preciso procurá-la vocês me esperam aqui?

— Claro. — Luce falou.

— Vê se não demora. — Lexa me lançou um olhar sarcástico, apenas balancei a cabeça em negação, querendo não pensar muito em todo veneno da Lex e andei, em meio as pessoas presentes.

*--Daniella--*

O banheiro das líderes de torcida, pensei que nunca mais voltaria aqui novamente, depois daquele susto que tive, alucinações fantasmagóricas? Sério Dani? Se manca. Sorri alisando o plástico que guardara o meu lindo vestido escarlate, pendurado por um único cabide. Essa vida de organizadora, está sugando a minha pouca vida. Espero que o tal delinquente consiga algum tipo de música. Observo a porta do banheiro, assim que entrei a tranquei. Não queria nenhuma das múmias líderes de torcida, viesse surtar comigo por ainda não termos músicas.

Lá estava ela mais uma vez, a verdadeira eu, me fitando de um jeito fraca e medíocre. Cabelos desarrumados, pele oleosa, olheiras aparentes, a eu de sempre sem minha mascara. Suspirei cansada e me encarei nos olhos. Esta pessoa sou eu! Por mais que eu ande, por mais que me esconda, mesmo que eu use todo disfarce cheio de pós, cores e texturas, é assim que eu sou. Tanto lutei que meu corpo proclama por descanso, tanto gritei que minha voz já foge quando mais preciso. E não importa o quanto eu viva, esse vazio nunca será preenchido. É como se, eu nunca tivesse sido feliz de verdade. Atuar no palco da vida, é vestir o personagem que sou e encarar a cena com bravura, enquanto os aplausos estiverem soando, está tudo bem, mas assim que a primeira vaia surgir... Bem, não sei o quanto poderei suportar.

Liguei a torneira e molhei minhas mãos, enchi um pouco de água e joguei um pouco em minha face.

— Tudo bem, força garota. — Suspirei. É o que tenho me dito ultimamente, mesmo tentando me encorajar sinto que não funciona, é o suficiente para que eu continue, mas de fato, não funciona.

Assim que me despi, entrei no box. Não o mesmo que tive o surto psicótico, outro box. Liguei o chuveiro e enfim me banhei. Enrolei uma toalha em meus cabelos e outra em meu corpo, não demorou muito e eu já estava vestida. Assim que acabei os olhos, fui para o batom. Queria meus lábios tão vermelhos o quanto pudesse, eu adoro vermelho. Pode-se dizer com toda certeza que é minha cor favorita. Vermelho é sexy, provocante, apaixonante, picante, excitante. Por isso todo meu empenho por esse baile, o baile das rosas é um dos mas importantes.

Quando minha mãe estava viva, ela me contava histórias de quando conhecera meu pai. O quanto foi lindo dançar com o homem de sua vida, ser coroada com ele e ter a valsa das rosas com o mesmo. Claro que se eu for rainha, provavelmente não dançarei com o homem de minha vida, mas poderei viver uma parte de meus mais lindos e intensos sonhos. Poderei reviver uma das histórias que minha mãe me contara, preciso ganhar essa coroação. Meu coração palpita só em saber que por um momento de alguma forma esquisita, eu poderei estar conectada a minha mãe. Mesmo que seja de uma forma metafórica e não real.

As luzes começam a oscilar, o que dificulta um pouco. Nada pode dar errado na minha poderosa make. Suspirei frustrada, esta escola está precisando mesmo de reparos. O estranho, é que a temperatura parece estar caindo, fumaças saiam de minhas narinas devido ao rápido frio que surgiu no ambiente. Eu me viro bruscamente assustada, da ultima vez que a temperatura caíra tanto eu tive um surto de loucura. Olhei para os lados assustada, mas não tinha nada ou ninguém aqui, além de mim.

Voltei a olhar para o espelho, fechei meus olhos com força tentando me acalmar. Minhas mãos tremiam, talvez pelo frio, talvez por estar assustada ou até mesmo a mistura dos dois. Abro os olhos novamente na esperança de tudo ter passado. Mas tudo que vejo é uma mulher loira e pálida atrás de mim. Olhei rápido para trás, acompanhando com um alto grito, que ecoou no lugar totalmente e estranhamente vazio. Engoli em seco segurando o choro. Eu basicamente pulei em cima dos saltos dourados, peguei minhas maquiagens e joguei dentro do meu armário, sempre olhando em volta assustada. Assim que bato a porta do armário lá estava ela novamente, o que me permitiu outro grito. A lampada oscilou mais uma vez, apagando e desligando, e num piscar de olhos ela não estava lá.

Corri assustada até a porta do banheiro, mas estava trancada. As lágrimas escorriam pelas minhas bochechas, eu sentia meu rosto ficar um pouco pegajoso, OH droga o rímel. Que estou pensando? Que se dane o rímel.

— Socorro! — Gritei em meio a socos na porta. — Alguém me ajude! — Foi quando senti uma mão gélida tocar meu ombro direito, que gritei o mais alto que pude e a porta finalmente se abriu.

*--Erick--*

— Hey! Você está bem? — Perguntei.

— Rick? — Dani gritou me abraçando muito forte — Que bom que você apareceu. — Ela chorou, como uma garotinha que perdeu seu ursinho de pelúcia favorito.

— Calma shhhh, — Abracei-a alisando seus cabelos — tá tudo bem. Eu tô aqui. — Esperei até que ela se acalmasse um pouco e quando aconteceu, pergunto. — O que aconteceu? Você está bem? — D. suspirou até que conseguiu dizer algo.

— Provavelmente não foi nada. — Ela diz limpando, melhor dizendo, sujando as maçãs do rosto com o rímel que escorria junto as lágrimas.

— Ninguém fica tão desesperada por nada. — Falei tentando entendê-la.

— Eu só não queria perder o baile, sério. — Ela se afasta — Alguém me trancou aí, provavelmente querendo sabotar minha coroação.

— Então tá. — Sorri ao olhá-la. — Vai precisar refazer isto. — Apontei para seu rosto bagunçado.

— Yeah! — Ela deu uma gargalhada mais descontraída. — Estou uma droga.

— Você nunca está uma droga, você é Daniella Rindley! — Elogiei segurando seu queixo — Você é esta dadiva para poucos, invejadas por muitos e todos se jogam ao seus pés por sua atenção. — Entramos juntos no banheiro, eu fiquei meio receoso de entrar por ser um banheiro para mulheres, mas entrei.

— Não! — Ela chora mais — Eu sou uma farsa. — D senta no chão do banheiro se encostando numa das pias.

— Cara, — sentei-me ao lado dela — você não é uma farsa. — Ela me olha séria com o rosto todo escuro eu sorri um pouco mas falei — Ok, você tá uma droga com essa cara de panda.

— Sai seu imbecil. — Ela sorrir cobrindo o rosto.

— Sério Dani panda. — D me dá um soquinho no braço — AU! Tudo bem. Falando sério agora, você não é uma farsa. Você é autentica. De longe é a líder de torcida fútil estereotipada que todos acham. Lembra quando aquele moleque na quinta série ia me bater? O Ruan tentou me ajudar, mas apanhou também e você simplesmente apareceu do nada?

— O Allan bem que mereceu a surra que dei nele. — Ela sorriu.

— Sim, ele mereceu. — Gargalhei — O fato é que, você era menor, mais fraca. Quando você mordeu o braço dele — sorrimos lembrando a cena — e socou a barriga dele, eu pude perceber o quão incrível você era. Então fomos crescendo, eu você e o R. e tudo o que você queria você conseguia. Mesmo depois quando sua mãe se foi, você não deixou de ser radiante. — Ela me olhou chorando mais, agora a meleca preta de rímel já estava descendo para o queixo — O que quero mesmo te dizer é que, mesmo nos momentos mais tristes de sua vida, Daniella Rindley nunca deixou de ser gloriosa.

— Vo-você não sabe o quanto eu sinto sua falta. — Ela se debulhou em lágrimas — Você e o Ruan, são as pessoas mais importantes da minha vida, o R. foi embora e mesmo você aqui, parece que se foi junto ao R, Rick eu estou perdida. Não me deixa por favor.

"Não me deixa por favor!" Essas palavras ecoaram em minha mente e se contrairão ao meu coração, deixando o meu órgão ficar pequeno demais. As lágrimas começaram a descer, quando eu novamente pensei, tudo o que estou para perder. Hoje será o ultimo dia em que poderei ver minha melhor amiga. O mais triste é não ter percebido o quanto me afastei dela e o quanto eu escondi coisas dela.

— D. Eu te amo. — Eu disse firme — Mas agora você tem um baile para organizar. — Senti o pesado suspiro dado por ela, então ela ergueu rápido a cabeça e como se nada tivesse acontecido, ela se levanta do chão. — Você está bem? — Perguntei.

— Você tem razão. — Ela começa a lavar o rosto. — Pegue minha necessaire no armário por favor. — Me levantei rápido e peguei a pequena bolsinha rosa. — Demaquilante por favor. — Ela pediu, peguei o produto dentro da pequena bolsa e a entreguei. Sim, eu conheço um pouco sobre os produtos que são usados nas maquiagens. Desde Blush, a gloss, a sombras e rímel. Esperar a D. todos os dias para sair, rendeu horas de observação dela se maquiando. Querendo ou não, se aprende alguma coisa.

Assim que terminei de ajudar a D com a maquiagem, escutamos passos rápidos chegarem até a porta.

— Senhorita Rindley!

— É a voz do diretor Raven. — D cochicha.

— Ele não pode me ver aqui. — Falei correndo para um dos box.

— Pois não senhor Raven. — Abri uma pequena brecha e pude ver a D se aproximar da porta.

— O baile está uma loucura, não tem música, alguns alunos já foram embora. Os professores estão pedindo para cancelar o evento. Sinceramente achei que você fosse mais organizada.

— Me desculpe senhor Raven, tudo será resolvido, apenas me dê quinze minutos. E você terá o melhor baile que já teve em anos. — Ela disse calmamente, a D sempre foi boa com mentiras.

— Por acaso tem alguém ai? Antes de chegar achei ter ouvido uma outra voz.

— É eu estava pensando alto. — Ela o impede de entrar.

— Tudo bem, — a sombra dele desaparece, o que me faz crer que ele se afastou — você tem quinze minutos, ou cancelarei o baile.

— Não se arrependerá Senhor Raver, prometo. — D sorrir de um jeito notavelmente desesperada, bem, eu percebi o certo desespero. — Ele já foi Rick.

— O que você vai fazer? Sobre as músicas no baile?

— Eu? Torcer para que seu amigo delinquente chegue logo.

— Quem o Jhon? — perguntei surpreso, desde quando eles se falam?

— Yeah! — Ela diz guardando a maquiagem dentro do armário. — Não olhe assim pra mim, — ela revirou os olhos — eu estava desesperada, ele ofereceu ajuda e agora posso constar que ele não tem palavra.

— Quem não tem palavra? — Jhon aparece, com um sorriso estridente no rosto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado,
muita coisa ainda pra acontecer
apenas nessa noite de Baile.
Aliás, não é só a D que tem problemas :P