Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Segundo capítulo um pouco mais interessante...
:P Os mistérios apenas começam.
ATT: Capítulo editado em 27/01/2024. Nada na história mudou, apenas corrigindo erros e "amadurecendo" a escrita.



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Escola John Nerfal.  As aulas começaram a quase uma semana, eu e a Dani nos apressamos e nossos armários já estão um do lado do outro, você sabe entende né? Precisamos nos atualizar dos assuntos do dia a dia, fofocar essas coisas. 

Acabamos de descer do ônibus. Para um colégio de cidade pequena, os prédios possuem uma ótima estrutura, a escola em si tem três andares. Ao lado direito encontra-se o estacionamento, ele é bem grande, com algumas árvores e aquelas faixas de costume que são pintadas no chão. Ao lado esquerdo encontra-se a estufa de John Nerfal, que é a única estufa da cidade. Existem plantas lá que nem em livros, conseguimos encontrar, sempre achei as plantas locais super estranhas e exóticas, mas isso não vem ao caso agora. 

Para chegar na estufa andamos por uma calçada de pedrinha, essas calçadas basicamente dão a volta na escola. Temos o privilégio de uma bela visão natural, lugares gramados cheios de árvores pelo caminho. No verão alguns alunos se amontoam debaixo das árvores, o vento é muito refrescante, outros se sentam embaixo delas para poder ler livros, ou se acomodam em pequenos grupos para falarem da vida alheia, tipo eu e Dani. 

Atrás da escola tem o prédio de educação física, só de pensar em fazer todos aqueles exercícios e todos aqueles esportes da até um embrulho no estômago. O prédio de educação física possui dois andares, o de baixo localizava-se a piscina, super funda e acho que tem 20 metros de distância e o andar de cima encontrasse a quadra poliesportiva, era lá em cima que fazíamos todos aqueles esportes que nos fazem suar, como você provavelmente já deve ter percebido, não sou fã de ficar suado. 

Ao lado da quadra poliesportiva, lado direito e mesmo lado que o estacionamento, tem uma quadra de futebol americano, o nome do nosso time da escola é Corvo azul. A quadra é bem clássica com aquelas grandes arquibancadas, holofotes e até placar. Sinceramente, detesto este esporte, é tão bruto e quase mortal, imagina a quantidade de suor acumulado dos jogadores, droga, o embrulho no estômago de novo, que nojo. 

Por dentro da escola não era muito diferente de outras escolas, corredores cheios de armários, cheios de obvias salas de aula. Com carteiras e quadro branco em cada sala. Sem falar exclusivamente das salas de aulas, existem as opções extra de salas, onde se encontra os diversos tipos de cursos, como teatro, música, xadrez, costura, culinária, pintura e vários outros cursos que éramos obrigados a escolher no mínimo dois deles.  

*Aqui tem a ilustração de um mapa feito por mim no paint, haha* 

 

 

— Fala aí Erick, oi Dani. — Cumprimenta um garoto alto, corpo atlético, cabelos bem aparados num corte degradê, deixando o cabelo um pouco alto em cima, com aquela franja legal de descolado, o cabelo dele e a sobrancelha tinham um risco proposital bem simétricos. Ele tem olhos castanhos escuros e é meu melhor amigo, Ruan Pourlet. Eu, ele e Dani moramos na mesma rua e somos melhores amigos desde crianças. Ele é considerado o cara mais gato da escola, que por acaso, também é o quarterback do Corvo azul, basicamente Ruan está no topo da lista dos garotos mais desejados da escola. 

Então você pode facilmente observar, Dani é capitã das líderes de torcida, Ruan, quarterback do corvo azul e eu? Sou o que? Bem, eu só sou um garoto sortudo por ser criado com a D. e o R., nós crescemos juntos e sabemos tantos segredos uns dos outros que basicamente nos impede de nos separarmos, sorte a minha talvez? Tipo, nem sempre é fácil ou divertido ficar na sombra deles, as meninas só falam com a Dani e os caras só falam com o Ruan. Então eu fico lá, no meio deles, totalmente esquecível e invisível. 

— Oi. — Eu e a Dani respondemos em uníssono. E logo a Dani alfineta o Ruan, que não me estranha, isso é super comum. 

— Eca! Você estava treinando? — Dani pergunta tampando o nariz e olhando o Ruan todo suado. Que responde com um sorriso nato de satisfação com a reação de nojo que a Dani não disfarçava. 

— Sim? Esse final de semana tem o primeiro jogo do campeonato lembra? — Ele retruca coçando o lado de fora do nariz. 

— Bem, pensa pelo lado positivo Dani, ele ainda não te abraç... — Antes que eu pudesse terminar ele agarra Dani, que só faltou vomitar de tanto nojo do fedor de suor dos pós treino do R. 

— Ai Ruan! Credo cara, por favor, me solta — a D. choraminga — eu treino com as líderes, mas tenho muito nojo do meu próprio suor, quem dirá do seu! — Eu solto uma gargalhada sincera vendo aquela cena, eles pareciam irmãos se irritando um com o outro. 

— E você pequeno? Tá rindo do quê? — Nem pude correr, ele já tinha soltado a D. e já tinha jogado aquela camiseta encharcada de suor no meu rosto... Argh. 

Eu e a Dani nos limpamos com toalhas umedecidas. Que por sorte, Dani sempre carregava em sua bolsa. Entramos na escola, D. e eu estudamos na mesma turma, o Ruan está no mesmo ano que a gente, mas sua turma é outra.  

— Erick. — Tínhamos acabado de entrar na sala quando a Dani chamou minha atenção e eu me virei para escutá-la — Ficou sabendo do novo aluno? — D. fala olhando por trás de mim e apontando com a cabeça, conheço aquele movimento, era do tipo, olha disfarçadamente e não encara. Segurei as alças da minha mochila e me virei como se estivesse procurando um lugar para sentar. Passei o olho rapidamente, mas pude vê-lo, um garoto de cabeça baixa no final da última carteira da fila da direita, tinha mais alunos em volta, porém, eu simplesmente não conseguir tirar os olhos dele. Era como se tivesse um imã nos meus olhos, ou sei lá, ele fosse um alvo e meus olhos uma flecha, mirando obcecadamente. Algo nele era estranho o que me causou calafrios. Ele era diferente dos garotos que aparecem por aqui, pra ser bem sincero, ele parece ser bonito. Suas vestes eram rasgadas, um pouco largas e pretas, cabelo preto arrepiado para cima, dando um certo ar de rebeldia. Algo pendurado em seu pescoço me chamou atenção, tinha uma espécie de colar ou amuleto, era um círculo cheio de marcas eu acho, e uma bijuteria de circunferência perfeita. Pude notar também, que seu dedo indicador da mão direita era... Hã? O quê? Tipo esmalte? Pintado? Como assim? Era pintado, com um azul turquesa que parecia brilhar muito com reflexo da luz, seria algum tipo de base por cima da unha? 

— Eu pensei que você fosse olhar discretamente e não ficar aí parado como um dois de paus. — Dani esbarra em mim resmungando entre dentes. Ela senta numa carteira no centro da sala e aponta com a cabeça pro lado esquerdo, indicando meu lugar ao lado dela. Vou caminhando para carteira indicada pela D. mas continuo olhando pro garoto novo, que levanta a cabeça e olha diretamente pra mim. Ele me encara com um semblante muito sério e agora pude observar que os olhos dele são verdes, e sim, ele é realmente um cara bonito. Continuávamos nos encaramos até o momento que eu me virei para sentar em minha carteira. Foi tão estranho! Eu nunca havia sentido essa sensação antes, enquanto eu olhava em seus olhos, era como se caminhasse direto para o corredor da morte. Não me senti bem, mas era como se conhecesse ele de algum lugar. 

Logo a professora Paula Darles entra na sala, engraçado! Olhando agora e reparando bem, agora posso notar, as unhas da professora sempre foram bem cuidadas, mas sua unha do dedo indicador da mão direita, sempre tinha essa cor perolada e brilhante. Ela mudava quase sempre as cores de todas as unhas, mas nunca essa. Eu meio que só notei isso depois de perceber o quanto sua unha brilhava com o reflexo da luz, igual a unha do garoto novo. Será que eles usam o mesmo tipo de base super brilhante? Ou, era algum tipo de modinha pintar só uma unha e deixar ela tão chamativa e cheia de reflexo como um espelho? 

A professora Paula fez a chamada de costume, assim que se acomodou em sua cumprida carteira a frente de todos os alunos. Logo fiquei atento quando ela falou o nome daquele garoto bizarro. Ela o chamou em bom e alto som. 

— Jhonatan Framer! — Ele levantou a mão direita, a que tem a unha do indicador pintada, eu e a sala toda viramos para olhar. E pior, ele respondeu a chamada me encarando. 

— Aqui. — Sério. Posso ter me enganado, ou estar tirando conclusões precipitadas, mas sei quando alguém me encara. É só observar quando a pessoa está olhando pra mim. E ele estava! Porque ele simplesmente nem olhava pros lados, ele me fitava de um jeito mal, ameaçador.  

Tirando o foco daquele esquisitão, cujo tive a ligeira impressão de conhecer de algum lugar. Paula é uma ótima professora de história, diferente dos outros professores. Ela além de algumas rugas normais de stress com alunos, tem 40 anos. Seu cabelo é muito armado e castanho, olhos também castanhos e ela sempre andava com roupas que lembram muito o estilo hippie. Saias longas, sandálias coloridas e camisas cheias de cores, sempre estava com colares com sinais de pé de galinha, ou símbolo do infinito, imagens com essa vibe. Ela fazia as aulas de histórias serem interessantes, eu adorava ouvir ela falar sobre as histórias e lendas de Mágica Nerfal. Sua aula não demorou muito e nem as outras, o sinal acabara de tocar e todo mundo praticamente correu pro refeitório. 

 


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Notas finais do capítulo

A vida do Erick começara a mudar em 3, 2, 1...
Até o próximo capítulo. :)