Mágica Nerfal escrita por Robert Julliander


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas pra ser sincero estava catando coragem pra continuar esse capitulo, na verdade eu já chorei bastante escrevendo ele :$... espero que gostem.



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    Suspirei, eu estava com uma camisa preta de manga comprida, calça skinny jeans escuro, uma jaqueta aviador (gola com pele) preta e sapatos negros. Meu pai estava com terno e muito discreto e minha mãe com um vestido preto muito básico, junto ao seu grande chapéu também de tom escuro. Se o motivo de estarmos vestidos desse jeito não fosse um enterro, até que daria um sorriso e elogiaria todos por essa elegância, mas estamos indo prestar respeito e apoio a família Pourlet.

*--Ruan--*  

    Eu não tive forças para levantar da cama esta manhã, ir pra escola estava fora de cogitação. A dor no meu peito, estava me consumindo, eu também já não tinha mais lágrimas e o que restou, foi meu rosto com uma face sempre neutra e olheiras escuras. Hoje é o enterro de meu pai, lembrar dele, dos momentos felizes, me faz entrar em negação e as vezes  acho que ele só está viajando mais uma vez, as vezes torço pra que ele passe pela porta da frente com o mais natural dos sorrisos e me dê um forte abraço.

    Fui até a sala, minha mãe estava na poltrona do papai, ela é corretora e sempre estava com uma roupa formal, mas desta vez suas roupas formais estavam amassadas, seu cabelo castanho bagunçado e seus olhos vermelhos, também com olheiras. Me aproximei dela, desde meus quatorze anos sou maior que ela, sento no braço direito da poltrona, minha mãe estava com a mão esquerda na testa e uma xícara com café frio na mão direita. Pego a xícara branca de sua mão e coloco no criado mudo ao lado da poltrona. Ela olha pra mim e levanta as sobrancelhas, quando a vi naquele estado, as lágrimas que eu achava que não tinha mais, saem de meus olhos. Não falamos nada, simplesmente nos abraçamos, já havia esquecido como o abraço de minha mãe pode ser acolhedor. Uma verdade sobre nós adolescentes, é que alguns de nós por algum motivo, as vezes excluímos nossos pais de nossas vidas, não todos nós, mas no meu caso afastei minha mãe de mim e agora só tenho ela como porto seguro.

    A horas iam passando, o clima aqui em casa está pesado, nenhuma luz foi acesa o dia inteiro, familiares ligavam o tempo inteiro e confirmavam a presença no enterro. Olhei pela janela e lembrei de meu pai cortando a grama, lembrei também de alguns momentos que passávamos juntos, quando acampamos lá fora, de quando aprendi a jogar futebol americano e de como papai me incentivava, enquanto minha mãe assistia rindo do terraço. Eu nunca mais teria isso de volta.

__Nos ligaram da funerária, seu pai será levado as dezesseis horas e meia, para o cemitério!__As palavras que minha mãe disse, me fizeram sentir ser arremessado contra um muro com pontudas facas, assenti com a cabeça e continuei olhando pela janela. Peguei meu celular e mandei um SMS para Dani e Rick. São as três pessoas que mais quero comigo agora, minha mãe e meus dois melhores amigos.

    A hora do enterro estava se aproximando, coloquei qualquer roupa preta e minha mãe pegou qualquer vestido preto que encontrara em seu guarda-roupas, entramos no carro e fomos para o cemitério.

*--Cemitério--*

    Eu estava ao lado da Dani, o pai dela não estava aqui (mais uma vez ele não saio de casa), mesmo num enterro Dani estava linda, vestido, salto, joias e luvas negros fizeram o look da D. impecável.

__Você já falou com o Ruan hoje Erick?__Ela cochicha em meu ouvido.

__Pior que não! Nós deveríamos ter ido na casa dele!

__Você sabe como o Ruan é Rick! Se ele nos quisesse lá, teria ligado! Ele precisou desse tempo sozinho pra colocar as ideias no lugar e ter um finalmente momento com a mãe dele!

__É D. você tem razão!__ O sol estava quase se pondo o céu estava começando a entrar no clima do deslumbrante crepúsculo. O carro da mãe do Ruan estaciona a frente do cemitério, ele desse, abre a porta do carro e segura a mão esquerda de sua mãe.

__Meus pêsames amigo!__Dani se aproxima do R. e lhe dá um forte abraço.

__Obrigado Dani!__Fiz o mesmo, dei um abraço forte nele e mostrei respeito neste momento tão difícil. A mãe do Ruan não deu atenção a todo mundo, falou com meus pais e se dirigiu para o local do enterro, logo depois de abraçar sua sogra que chorava muito. Depois de quase todos darem um depoimento de apoio a família, ou depoimentos felizes sobre o como o Tony era engraçado e divertido, Ruan se levantou da cadeira na frente e ficou afrente de todos abaixo da tenda branca que armaram no cemitério. Flores brancas estavam espalhadas  por toda parte, em belos arranjos laçados. Ruan fala com lágrima cobrindo seus olhos.

__Meu pai! Tony Pourlet! A melhor pessoa que já tive o prazer de conhecer, o homem que nunca escondeu seus segredos de mim, o homem que me ensinou a ser homem! Meu pai...__Ele não conteve e chorou, segurou as lágrimas e continuou falando.__ Ele protegeu a mim e minha mãe e era sempre o melhor em fazer os outros rirem, não lembro de momentos tristes em quanto ele estava em minha vida e posso garantir que são esses momentos que ficaram para sempre em minhas memórias! Pai te amo!__Ninguém havia contido o choro, sua mãe colocara um lenço branco em sua face, eu e a D. estávamos abraçados, também conhecíamos esse lado do Sr Pourlet. Eu não imagino a dor que o Ruan está sentindo agora, mas sei que nunca vou deixá-lo sozinho, nunca.

    O momento mais difícil foi ver o Ruan, chorando sobre o caixão de seu pai, emocionou todos no local mais uma vez, a mãe do Ruan, Lilian Pourlet, estava sentada e com o rosto muito vermelho e mal conseguia respirar, todos jogamos terra, para nos despedir dessa pessoa tão amada. Ruan se afastou de todos e setou em um banco branco longe de tudo aquilo, eu e a Dani os seguimos, cada um senta num dos lados do R. e não falamos nada. Até ele quebrar o silencio.

__Obrigado por existirem!__Dani o abraça de um lado e eu de outro.

__Te amamos!__Ela fala chorando.

__Sempre vamos está aqui por você irmãozão!__Ficamos um bom tempo em silencio, então avistei o Billy andando pela grama, ele passa por trás de uma grande árvore que faz eu perde-lo de vista.

__Vocês me dão licença? É rápido já volto!__Perguntei.

__Claro maninho! 

__Rick!__Chama Dani a minha atenção.__Cuidado! Não vai pra muito longe!

__Ok! Pode deixar!__Dei mais um abraço no Ruan e disse.__Te adoro amigo! Sinto muito pelo Tony, não o amava quanto você, mas também já sinto falta dele!__Ruan chorou e agradeceu.

    Eu agora estava com a seguinte pergunta em minha cabeça, quem é Ana? Irmã do Billy? Primeiro amor dele? Quem é essa garota? Talvez eu possa ajudar o Billy, quer dizer, somos da mesma linhagem mágica (Mágica Nerfal), meio que sinto que preciso está lá, que tenho que ajudá-lo, essa coisa dentro de mim quer que eu esteja lá.      


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Notas finais do capítulo

obrigado a ler o capitulo até o fim...



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