Os Últimos. - Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 7
Eleanor- Cap.06 - A raposa.


Notas iniciais do capítulo

Não postei ontem mas hoje vou postar dois capitulos, um agora e outro a noite. Espero que gostem desta personagem, a próxima é Julie. Vejo vocês nos reviews.

E também queria agradecer a recomendação de Sateily, gostei muito e fiquei muito feliz com ela. Obrigado!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/354266/chapter/7

Eleanor


Eu era filha do duque de Sheffield, sempre tive o que desejava e fui criada com toda mordomia, apesar disso minha família não era muito equilibrada. Meu irmão mais velho era um bastardo (Para quem não sabe bastardo é um filho só por parte do pai, são os filhos bastardos) de meu pai. A maioria das noites eram regadas com confusões entre meus pais e como ele era um alcoólatra incontrolável ficava muito agressivo e agredia minha mãe, como minha mãe era uma boa esposa e queria conservar a família sempre aceitava tudo e se mantinha em silêncio, ela sempre agia como se tudo estivesse bem mas eu sabia que não estava nada bem, as coisas só iam piorar. Quando meu pai viajava ou saia para resolver negócios minha mãe também desaparecia. E um dia meu pai descobriu que ela o traia com vários homens, com a honra destruída ele fez o que todo homem faria numa situação destas. A espancou na frente de meu irmão bastardo e depois a matou com um tiro em sua cabeça bem no momento que eu chegará em casa. Vi minha mãe morrer na minha frente e não pude fazer nada. Desde então nutri um forte ódio pelo meu pai, meu irmão mais velho como também considerava-a sua mãe também começou a odiá-lo e decidiu que me protegeria. Quanto tinha nove anos ele desapareceu e fiquei perdida sem saber o que fazer, ao mesmo tempo que tinha ódio de meu pai também tinha um medo imenso. Então passei meses fugindo e o evitando. Um ano depois uma das empregadas de nossa mansão disse que me ajudaria a sair dali, então fugi junto a ela e comecei a viver junto com sua família, eram humildes camponeses, lenhadores e caçadores, uma família grande que viviam em uma fazenda bem longe dali. Comecei a caçar desde criança, a carpintar, plantar, tecer, costurar, colher e todo tipo de tarefas que tinham disponíveis. O pai da família toda era um ferreiro muito famoso pelo vilarejo e me interessava muito por seu trabalho, um ano se passou e ganhei de presente uma bela espada que ele mesmo forjou especialmente para mim, então treinava todos os dias com o filho mais velho da família. Aos quatorze anos todos entraram em uma situação crítica, os filhos mais novos foram atacados por uma doença muito forte e tiveram que gastar todos seus fundos para fazer um tratamento merecido mas mesmo assim não era o suficiente. Então decidi ir atrás de um emprego e não encontrava em lugar algum, minha única opção seria virar uma cortesã ou mercenária. Então minha vida mudou totalmente, matei pela primeira vez, provei o sangue na lamina de minha espada, fazia vários tipos de tarefas por dinheiro e meu trabalho foi bem reconhecido na região. Como a família da empregada começou a desconfiar do que eu realmente fazia para ganhar tanto dinheiro acabei partindo indo atrás de meu irmão para não causar decepções. Viajei por toda Inglaterra e descobri que o paradeiro do meu irmão iria me levar até os Estados Unidos e eu já ouvia os boatos sobre a guerra e acabei conhecendo no navio um homem membro de um clã chamado Arkansan. Eles falavam coisas estranhas sobre relíquias magicas mas o que realmente me importava eram as informações sobre meu irmão, eles o conheciam e o temiam, diziam que ele se tornará um matador mas eu só vou acreditar quando vê-lo com meus próprios olhos.




Dia 20 de Novembro- Inverno.




Local: Nova Iorque



As ruas cobertas de neve de Nova Iorque perdem aquele brilho de verão, é uma cidade grande com várias casas, edifícios e igrejas incontáveis. Os órfãos fazem trabalhos comunitários em nome da igreja e vão de casa em casa se oferecendo para tirar a neve do jardim dos moradores que agradecidos até dão algumas moedas ou alimentos para os pobres garotos.



Os senhores e senhoras de idade preferem ficar dentro de suas casas ou asilos jogando xadrez e tomando um café bem quentinho, eles tem tendências a ficarem doentes com mais facilidades então evitam sair muito nesta época do ano.


Os ferreiros lucram muito vendendo armas para soldados, mercenários e até cidadãos, todos preocupados com a guerra e com a segurança da família.

As tavernas continuam lotadas a noite como sempre, jogos de azar, brigas, sexo e bebidas, e os donos continuam a lucrar seja qual for a época do ano. São muitas tavernas em Nova Iorque, pessoas comuns juntam o máximo de dinheiro para comprar ou alugar um salão e inaugurar uma taverna, eles sabem que o lucro é enorme.

Os americanos continuam a tentar proteger Nova Iorque dos ingleses, não é uma tarefa fácil para eles. Mesmo com a ajuda dos franceses eles sabem que logo podem perder esta guerra se não tomarem providencias sérias sobre os vermes vermelhos. Várias cidades, fortes e vilarejos foram tomados e isto causa revolta ao ver tanto sangue americano derramado por ganancia. Eles vão lutar por sua liberdade.


–-/--




Caminhando pelos becos estreitos de Nova Iorque está uma garota baixa e bem magra. Com a pele clara com o leite, cabelos ruivos e vivos que formam uma cascata de cachos nas pontas, seus olhos são grandes e castanhos e as bochechas levemente rosadas com algumas sardas espalhadas por ela. Seu nome é Elanor Vanger, uma mercenária do clã Arkansan que acabará de chegar na cidade a procura de seu informante Austin Holland de seu clã, eles marcaram uma reunião secreta com somente alguns membros para planejar algo que está nos interesses de Eleanor. Ela foi o mais rápido possível para a cidade.




A garota veste um casaco até a cintura negro com alguns detalhes em azul escuro. Por baixo uma camisa feminina com alguns botões de ouro, veste uma calça extremamente justa acinzentada e botas leves. Seus cachos ruivos estão a mostra e todos admiram-na, nunca virão tão belos cabelos assim por estas regiões. Eles sabem que ela não é daqui. A garota carrega por baixo do casaco um coldre duplo com pistolas flintlock americanas de dois canos. Na cintura também escondido fica uma faca de dez centímetros e amarrados em seus pulsos dois punhais bem curtos e afiados como uma navalha. Seu dinheiro está no bolso esquerdo do casaco, é uma quantia não muito grande de trinta dólares.


E lá está o local marcado, a fábrica abandonada de cerveja americana, é um edifício grande perto do porto da cidade ao lado de um grande navio em construção. A jovem nota que tem muitas pessoas caminhando pela praça e dá a volta na fábrica a procura da porta dos fundos.

Lá encontra um homem vestido com um casaco branco e chapéu de conde. O homem aparenta ter uns quarenta anos e faz um sinal para que a garota entre. Ela obedece.

Ao se adentrar da antiga fábrica de cerveja já se incomoda com o terrível cheiro exalado pela cevada que foi deixada armazenada ali a muitos anos. Com os dedos tapando as narinas Eleanor vai sendo guiada pelo homem do chapéu de conde passando por alguns corredores escuros e cheios de barris velhos até chegar a um espaço grande onde os funcionários descansavam.

Lá tem uma mesa enorme de quatro metros e vários acentos mas só três estão ocupados, um por um homem de cabelos loiros chamado Sillas, outro forte e jovem de cabelos ruivos e bem penteados chamado Oamri e o terceiro é Austin Holland, um homem negro com roupas de pirata. O homem que a guiava deixa a sala para voltar a seu posto. Eleanor senta perto de Austin e a conversa começa.


– Que bom que veio Eleanor, estávamos te esperando a horas. – Diz Austin bebendo de uma xícara de café bem devagar.




– Tive alguns imprevistos. Mas aqui estou.





– É um prazer conhece-la, meu nome é Oamri Arkansan. – Ele se apresenta formalmente se levantando e beijando a mão de Eleanor, ela fica encantada com o gesto raro de Oamri e solta um sorriso.





– O prazer é todo meu. – Ele se senta aos olhares dos outros dois. Então a conversa continua.





– Primeiramente nós fizemos esta reunião e tudo o que será dito aqui deve permanecer aqui. – Sillas proclama encarando a todos. Eles assentem. – Vocês já ouviram falar das arcas de prata? Provavelmente não. Então serei breve na explicação para poupar tempo e agir logo. Estas arcas contém outras relíquias além das relíquias do capitão Hampshire que estão escondidas sabe onde. Elas também são poderosas e não são nem um pouco fáceis de encontrar pois antes do capitão mandar sua tripulação embora ele não tinha como paga-los pois não tinha dinheiro então como compensação deu a cada um de seus marujos uma relíquia como pagamento e todos foram embora para suas casas, trabalhos e diversos. – Estão todos atentos ao que Sillas fala, principalmente Oamri que arregala seus olhos a cada palavra dita por ele. – Só que tinha um grande problema, antes do capitão entregar as relíquias ele as guardou em pequenas arcas de prata e entregou para cada um, muitos venderam a arca com a relíquia dentro não acreditando nas maluquices do capitão, alguns a conservaram e outros até conseguiram descobrir o que elas faziam mas logo foram impedidos.





– Impedidos por quem? – Pergunta Oamri.





– Pelos três clãs.





– Mas como eles localizavam os donos das arcas? – Ele indaga novamente.





– Investigando. Está é a maior ferramenta para encontra-las, investigar.





– Uau! – Ele exclama ansioso. – Continue.





– Eu com ajuda de Austin e um espião conseguimos localizar quatro arcas de prata.





– E porque não informam o resto do clã sobre esta descoberta? – Indaga Eleanor.





– Porque se o clã souber vão quere-las somente para eles, os superiores. Somos os peixes menores então não teremos recompensa nenhuma diante deste ato tolo. – Responde Sillas. Austin enche sua xícara novamente.





– E você quer que encontremos estas relíquias para entregar para você? – Ela indaga novamente com o olhar fixo em Sillas.





– Não, quero que fiquem com vocês, são quatro arcas e quatro relíquias, uma para cada um aqui reunidos. – Os sorrisos são mostrados de cada canto da mesa, todos gostaram da ideia, eles sabem do incrível poder das relíquias e também que se caírem em mãos erradas as coisas vão piorar. Mas como distinguir o qual mão é certa ou errada em meio a assassinos e mercenários?





– Incrível! – Diz Oamri. – E onde podemos encontra-las?





– Paciência, não estão todas no mesmo local. E se querem as relíquias vão ter que ser rápidos. – Diz Sillas.





– Você nos pede paciência e depois diz para sermos rápidos! Então diga logo onde posso encontrar uma que vou lá agora mesmo! – Volta a exclamar Oamri. Sillas se levanta e coloca sobre a mesa um mapa velho da região com quatro círculos pequenos um em cada canto.





– Aqui. Escolham qual dessas vocês querem ir atrás. – Eleanor observa os pontos e reconhece as localidades. Uma fica em um vilarejo a quarenta quilômetros dali chamado Lexington, outra em Boston, a terceira nas planícies rochosas e a última em um forte inglês perto dali.





– Eu fico com a de Boston. – Diz Oamri apontando para o círculo.





– Então terá de ser rápido, esta ai está sobe posse de um escritor renomado chamado Logan.





– Então já vou partir. – Ele vai até Eleanor e novamente beija sua mão. – Nós vemos na estrada bela dama. – E sai arrancando suspiros da jovem ruiva. Sillas chama sua atenção.





– Então Eleanor, qual ponto escolherá?




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Qual será a decisão? Qual ponto investigar? O que fazer e como chegar lá? Você decidi.