Os Últimos. - Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 10
Luccius- Cap.09 - O assassino das sombras.


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o penultimo personagem Luccius de Lash. Espero que gostem dele ou não e.e Eu gostei mas enfim... Vejo vocês nos comentários.

E como pedido do leitor dono de Luccius aqui está a musica que ele me mandou para a introdução do personagem contando sua historia.

http://www.youtube.com/watch?v=u116HbMOF_Y

Este capitulo ficou grandinho e.e



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Luccius


Eu vivi uma vida cheia de escolhas para serem feitas desde criança. Aos onze anos tive que lidar com a liderança de minha família já que era o mais velho de quatro irmãos. O peso da responsabilidade tirou toda minha infância e me tornei homem mais cedo, coisa que não desejava. Mas era preciso para sobrevivência da família. A vida era difícil, minha família não tinha dinheiro e morávamos em uma das maiores cidades da Itália, Veneza. Devido a isto passei a roubar muitas coisas para ajudar a família, sempre resultando em falhas, fugas desastrosas e punições severas. Mas isso tudo só me ajudou a ter mais experiência.

Vivi assim até os quatorze anos, quando vi que os roubos não ajudariam em nada decidi fazer algo a respeito, uma decisão que mudaria o rumo de minha vida. De início fazia entregas pela cidade, pacotes, mensagens e coisas simples. Dava “lições” em alguns idiotas, entre outras coisas. Comecei a evoluir neste trabalho e quando comprei a minha primeira espada de um ferreiro local comecei a ler vários livros sobre mosqueteiros, guerreiros famosos e anatomia. Isso marcou o início de um trabalho sério e o fim de um passado de miséria. Aos dezesseis anos comecei a fazer pequenos assassinatos, como matar um marido que traia sua mulher, um mercador, camponês e com o tempo foi evoluindo. Fazia escoltas e me tornei um verdadeiro mercenário, todo pela família... A família que foi apagada por um descuido. Muitos mercenários estavam irritados por causa de meus trabalhos e então bolaram um plano, matar minha família e mostrar que aquilo não é para mim. Na época eu estava em outra cidade e não pude fazer nada, nem mesmo procurar os assassinos de minha família. Eles eram muitos e eu apenas um adolescente... Desolado com o que aconteceu entrei em uma embarcação com escravos que estavam sendo levados para os Estados Unidos, achava que era o único jeito de recomeçar, como eu sempre fui estudioso já sabia falar a língua inglesa, isso já era um começo. Poderia continuar a viver do único jeito que conhecia, encontrar um proposito, algo que valha a pena lutar e proteger.


Capitulo 1.

Dia 27 de Novembro- Inverno.

Local: Mar aberto a dois dias da cidade de Boston.


Em meio ao mar calmo ao pôr do sol veleja um navio que carrega escravos italianos para os Estados Unidos, muitos são imigrantes ou homens que não pagavam seus impostos. Mas em meio a estes tantos escravos está Luccius Constatine, um jovem de vinte e três anos de cabelos louros como o ouro e compridos, olhos negros, pele branca e jovial, porte físico não muito forte mas tem alguns músculos. O jovem veste roupas velhas, uma simples camisa de manga longa com alguns rasgos, uma calça larga e velha e descalço. Perdeu suas roupas final quando se junto ao navio de escravos, fica no deque mais inferior junto a camponeses, assassinos, ladrões e estupradores. Ele não se mostra assustado em meio a figuras tão assustadoras, ele pode ser considerado o mais perigoso ai dentro.

Duas vezes ao dia os marujos descem até o deque para alimentar os prisioneiros, já estão velejando a meses e muitos morreram ali dentro pois são impedidos de comer pelos mais fortes. Luccius já matou três lá dentro e por isso é respeitado pelos demais, ele sempre come e bebe quando quer, não precisa brigar por isto. Ele não vê a hora de chegar a américa e encontrar seu tio Jonah, um membro do clã Delawere assim como Luccius. Este que ele acredita ainda estar vivo e o esperando de braços abertos para sua nova vida, isto é o que o mantem distraído em meio a tantos pensamentos perturbados e saudades de sua família e irmãos que foram assassinados.

Mesmo sabendo que está próximo ele não aguenta mais ficar dentro deste lugar imundo, não sente o ar fresco em seus pulmões a tanto tempo e isto o revolta. Eram sessenta escravos e agora são trinta e três.

Não fez nenhum amigo lá dentro, viu uma mulher dar à luz lá mesmo e depois morrer por não ter os devidos cuidados médicos. E os guardas não deram a mínima, nem se deram o trabalho de retirar os vários corpos que já estão em decomposição incomodando a todos lá presos naquela sala não muito grande, calorenta e suja.


Ele está deitado em seu espaço longe dos outros, todos cansados, feridos, famintos e suados, mesmo no inverno a sala é tão pequena e fechada que o calor é insuportável. Um homem está jogado em um canto prestes a vivenciar seus últimos minutos como vivo, ele sofre com uma febre muito forte e decidiu se render à morte. Então ela o pega e sem moedas para pagar o barqueiro ele parte desse mundo para um outro desconhecido. Morreu tão jovem e de uma maneira tão desumana.

Mal sabe Luccius que perto do navio onde está sendo transportado um outro se aproxima, este é diferente, com vários canhões e homens sujos e armados com espadas e mosquetes. Seu capitão é o temido Joe pirata. Um homem com metade do rosto desfigurado devido a uma guerra que lutara contra a marinha francesa a anos atrás. Uma bala de canhão recheado de óleo penetrou sua cabine e desfigurou quase todo seu rosto e metade do corpo, ele foi o único a sobreviver e então largou a vida de marinheiro e se tornou um pirata. Nos anos que veleja já afundou nove navios e centenas de embarcações menores. Joe não teme nada, nem mesmo navios da marinha pois são seus preferidos para saquear e destruir.

Os italianos já notaram a presença de Joe e do conflito que está prestes a começar, já estão preparando os canhões e erguendo as velas para aumentar sua velocidade. Todos estão em alerta e prestes a presenciar uma batalha sangrenta.

Enquanto isto Luccius se levanta do chão enfestado de bactérias dos cadáveres em decomposição e vai até um balde com agua que ele tomou posse para se hidratar um pouco, estende sua mão e toma um pouco da agua e depois joga em seu rosto.

Uma explosão destrói boa parte do deque onde estão os escravos abrindo um enorme buraco e atingindo várias pessoas as matando instantaneamente, Luccius cai de costas no chão sem entender o que se ocorre, tenta se reconciliar e nota a fumaça que se adentra do local e muito sangue pelo chão, os escravos estão desesperados todos correndo e clamando por socorro, ele tem sã consciência de que não pode morrer ali e não vai.

Sente o tremor no navio todo causado por várias balas de canhões o perfurando e matando várias pessoas. Sabe que logo afundará e que nada deve a estas pessoas, nem mesmo ajuda para homens tão cruéis, ele sabe que este é o castigo que merecem, então só quer sair dali e nadar até Boston mesmo sabendo que será difícil.

Pelo buraco feito no deque a agua já começa a entrar, é o mais baixo do navio. Ela vai até o buraco de um metro e meio e a luz do crepúsculo o ilumina. Luccius é um ótimo escalador. Então ele começa.

Ele escala o casco do navio usando suas habilidades. Olha para o navio que ataca o que reside e vê, é enorme, quase o dobro do tamanho. Com velas azuis escuras e atirando várias balas de canhões, não está tão distante então o perigo de ser atingido é maior.

O barulho é tanto que seus ouvidos doem mas mesmo assim ele não desiste e consegue chegar ao convés, faz seu último esforço na escalada e se levanta ofegante notando os vários cadáveres e homens abandonando o navio, vão deixar os escravos para morrer, sabem que não tem chances contra Joe pirata e sua tripulação que já lançando os ganchos para invadirem, matarem e saquearem todos lá antes de afunda-lo.

Luccius já nota o alvoroço e a barulheira causado pelos mosquetes, canhões e gritos dos homens. Uma explosão destrói o mastro do navio o derrubando sobre o convés esmagando alguns homens, ele corre em meio ao caos e pega o sabre de um homem morto. Os piratas já estão invadindo o navio subindo pelos ganchos e atirando nos italianos. São muitos para poucos homens do navio transportador.

– Os prisioneiros estão escapando! – Grita um guarda italiano atirando com seu mosquete ao lado de outro que o recarrega.


– Deixem! Vamos todos morrer mesmo! – Ele ignora sua presença e continua a combater os piratas que sacam suas espadas matando vários italianos.

Luccius está parado examinando o corpo de outro soltado recolhendo suas armas e munições, pega uma flintlock italiana e sete balas, mira em um pirata que corre em sua direção e atira em sua cabeça o matando. Se levanta desembainhando o sabre e jogando no chão a bainha.

Apara um golpe de mosquete de um pirata e corta a baioneta, chuta o homem e apara o segundo golpe de espada vindo de outro, corta a garganta deste e finca a espada no peito do segundo jogado no chão. Pega seu mosquete abandonando o sabre e atira em outro pirata acertando seu peito mais precisamente um dos pulmões.

Gira o mosquete e bate com o cabo dele na cabeça de mais um o derrubando, pega sua alfanje caribenha e o mata perfurando seu crânio, um tiro atinge perto de seus pés, ele olha o atirador, é um homem careca junto a mais dois carregando suas espadas cheias de sangue.

Ele corre em direção aos piratas e salta escapando de mais um tiro, crava sua espada com toda força na cabeça do homem a direita do careca, depois levanta puxando a espada e matando o outro com três golpes no peito. O careca acerta o rosto de Luccius com um soco e puxa uma pistola arcabuz, o jovem rola ao soar do tiro que quase o mata. O outro pirata que está com o careca tenta golpeá-lo no chão mas antes mesmo de perceber tem seu estomago atravessado pela alfanje caribenha.

Luccius usa o corpo do pirata que acabará de perfurar o estomago como escudo para mais três tiros, depois saca a pistola do homem que ainda estava intacta no coldre e atira com as duas balas, um tiro no careca e o outro no segundo homem que disparou contra ele.

Depois lança o corpo no chão e corre até a proa ao notar que o número de piratas aumenta a cada instante, ele abandonou a alfanje caribenha e só lhe restou a arcabuz que pegou do italiano, veste o coldre correndo em meio a vários tiros e balas de canhões e salta do navio em chamas direto na agua congelada pelo inverno. É como levar várias pontadas no corpo todo e a queda foi grande e bruta, a agua começa a envolve-lo mais e mais, Luccius não é um bom nadador, está se afogando e agonizando, não quer morrer assim...

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Dia 28 de Novembro


As ondas levaram Luccius para longe dali e mal saberá ele que um navio de madeira negra o encontrou boiando na agua gelada quase morto. Tomaram sua arma e o manterão amarradado no mastro. O capitão é o próprio Dominic Cole, vestindo suas roupas casuais de pirata e seu chapéu costumeiro. Ele observa o prisioneiro ao lado de Kurt sua nova companheira nas viagens e sexo.

Eles se questionam sobre Luccius, pirata, naufrago, prisioneiro, são tantas opções. E no meio da conversa ele acorda com os cabelos desgrenhados sobre o rosto, Cole pede para um marujo dar agua para Luccius. Ele bebe e recupera o folego.


– O que aconteceu? Onde estou? Porque estou amarrado? – Ele diz se assustando com o resto da tripulação que solta gargalhadas da cara de espanto de Luccius.


– Fique calmo, você está a salvo. – Diz Cole também soltando alguns risos da situação.


– Diz para eu ficar calmo mas me amarra no mastro! – Todos já notam o sotaque italiano de Luccius e começam a zombar disto.


– Ei! Eu não te conheço, encontramos você boiando no mar frio ontem à noite, se não fosse por nós estaria morto de hipotermia! – Exclama Cole. Kurt olha maliciosa para o jovem italiano, mesmo escondendo ela tem uma paixão enorme por homens bonitos, desleixados e descolados. Troca de homens como troca de roupa, mas isto não revelou a Cole.


– Hum... Então me desamarre. – Ordena Luccius encarando o capitão.


– Não! Primeiro me conte o que aconteceu.


– Certo... Eu estava sendo transportado em um navio de escravos da Itália para os Estados Unidos, então fomos atacados por outro navio pirata e no meio da matança escapei e saltei no mar.


– Navio pirata? De que cor eram as bandeiras? – Indaga Kurt. Negan aparece também segurando uma garrafa de rum e fica sentado ouvindo a conversa.


– Azuis escuras eu acho, não lembro muito bem. – Eles se entreolham espantados.


– Suspeito que seja Joe o pirata. – Diz Kurt pensativa.


– Soltem-no, ele está dizendo a verdade. – Um de seus tripulantes corta a corda que o amarrava, Luccius se levanta exausto. – Aqui você pode comer, beber e dormir.


– Para onde estão indo? – Indaga Luccius enquanto Negan lhe entrega um casaco azul claro de couro para se proteger do frio, ele agradece.


– Boston, vamos vender algumas mercadorias que temos a bordo, ficar alguns dias e depois partir. – Responde Cole.


– E como vocês se chamam?


– Meu nome é Dominic Cole, aquele é Negan e esta Kurt. – Ela abre um sorriso simpático e diz.


– É um prazer huum... – Ela diz levantando de leve as sobrancelhas aguardando que ele diga seu nome.


– Sou Luccius Constantine, prazer em conhece-los. – Todos sorriem simpaticamente.


Depois da conversa Luccius é guiado até sua cabine que fica no convés inferior, é pequeno mas lá tem seu espaço para dormir e para fazer necessidades. Ele se troca com as roupas que receberá, uma camisa de mangas longas e com um cordão para ajusta-la na cintura, o casaco até os joelhos de cor azul claro e de couro, botas e uma calça justa.

Ele está exausto, então deita em sua pequena cama de palha e dorme.



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Notas finais do capítulo

Qual será sua decisão Luccius? Vai ficar por Boston quando chegar? Vai seguir com a tripulação ou fazer o que? Você decidi.