O Gelo e o Fogo escrita por Sídhe
Notas iniciais do capítulo
Desculpem a demora em postar - e isso ainda é a primeira parte, não tive como fazer ele completo, vou viajar hoje e provavelmente só volto no domingo. Então, vi que vem vindo mais leitoras, bom saber que acompanham! Quando puder, posto a parte dois.
Thalia xingou alto.
– Porra - Disse de novo, dessa vez praguejando para si - Me dê seu melhor lançamento! - Ela disse, batendo o bastão de softball contra o chão duas ou três vezes para se aquecer. Passou a mão na testa suada, com os cabelos com mechas azuis grudados. Usava um boné azul escuro e o uniforme do esporte. O bracelete de capitã preso à seu braço.
Outra bola veio e ela rebateu com força, até mesmo raiva. Leo acompanhou a bola voando em direção à arquibancada vazia, e Thalia e as outras do time gritaram em comemoração. Ela levantou o punho, feliz, dando seu sorriso de lado, aqueles do tipo que dizia que você não era nem um pouco certinho.
Leo praticamente babava na grade do estádio, observando Thalia gritando, rindo e rebatendo, correndo de base em base para fazer o home run. As Caçadoras, o time da escola, tinha sorte de ter ela como sua capitã. Thalia colocava Leo no chinelo. E mesmo que ela pisasse nele, Leo era como chiclete: não largava de seu pé.
– Está olhando obsceno. - Uma voz disse, e Leo havia se esquecido de que Reyna estava ao seu lado. Ela estava de braços cruzados, encarando Jason à distância no outro lado do campo.
– O que quer dizer com obsceno? - Leo rebateu.
A garota suspirou.
– Sem pudor, vulgar, desejante. Chame do que preferir - Ela disse, desviando o olhar do loiro. - Você é um pervertido, de qualquer maneira.
– Só porque você tem uma forte atração por mim não quer dizer que pode me culpar - Mexeu as sobrancelhas de forma sugestiva.
Reyna enfiou os dedos nos olhos de Leo, tão calma que não parecia estar brava por dentro.
– Ai - Ele gemeu, colocando as mãos no rosto - Você ainda me deixa cego.
– E você ainda precisa fazer o jantar. - Ela disse, andando para longe do estádio. O coração de Leo murchou um pouco ao pensar que não veria Thalia de novo naquele dia.
– Sem coração - Sussurrou, fazendo um infantil bico enquanto ia caminhando atrás dela, dando uma última olhada no campo de softball.
– Eu ouvi. - Reyna disse, ainda mais à frente que ele. Eles chegaram em frente da casa dos Valdez e ela abriu a porta (parecia estranho, mas a garota havia ganho uma cópia da chave pela mão da própria Esperanza.) - Sua mãe não vem hoje?
Leo suspirou.
– Se ela não chegou, então vai ficar por lá - Ele deixou a mochila cair de seu ombro em direção ao piso e foi para a cozinha, tirando os pratos e talheres do armário. Quando ligou o fogão, viu que não havia gás. - Acho que vamos ter que sobreviver de presunto por enquanto.
Ele havia pensado em usar seu poder para aquecer a comida, mas não, aquilo não era uma boa ideia. Reyna o olhou e ele soube que ela pensava o mesmo quando levantou as sobrancelhas.
Reyna deu um pequeno sorriso.
– Tenho uma ideia - Ela disse, se encaminhando para a porta - Johnny's. O restaurante próximo daqui.
E quinze minutos depois, ali estavam eles, sentados com os cardápios nas mãos. O local era grande, bem iluminado. Apesar de não chegar nem perto da qualidade de outros da região, era um restaurante agradável e com poucas pessoas. O nome Johhny's em neon fazia a calçada ficar avermelhada, lembrando ligeiramente fogo aos olhos de Leo. Pelo visto aquilo iria persegui-lo durante toda sua vida. Reyna, que havia pego a mesa da vitrine e assim poderia ver os carros passando ao longo da rua, ainda decidia o que pedir quando Leo, à sua frente, tamborilava os dedos na mesa de um jeito que ele sabia que ela odiava. Limpou a garganta desnecessárias vezes e, quando a garota olhou irritada por cima do cardápio, Leo puxou o pé dela entre os seus. Reyna tentou tirá-lo, mas ele havia o segurado bem entre seus próprios.
– Uh-uh - Ele falou, pousando o seu cardápio. - Você perdeu, eu te prendi.
Reyna rolou os olhos, ignorando a brincadeira, e voltou a olhar para a lista de pratos. Antes de escolher o que comeria, dois sorvetes extra grandes foram colocados em cima de sua mesa. Cada um com muito chantilly e com vários grandes morangos coroando.
– Dois sundaes especiais da casa para os pombinhos– A voz de Thalia disse de forma sarcástica, e Leo queria não ter se assustado quando a viu os servindo - Os esconda, como sempre, Reyna, sabe como meu chefe é um cabeça dura.
A garota deu seu sorriso de lado, e a membro do conselho o retribuiu num olhar grato.
– Como sempre? - Leo disse, procurando fazer as engrenagens no seu cérebro funcionarem.
– Uma regra que eu quebro por ela vir aqui muitas vezes - Thalia disse, colocando a bandeja debaixo do braço e se mudando o apoio de seu peso para a outra perna. - Só não conte comigo para convencer o mão-de-vaca do Sr. Rockwood.
– Coloque veneno no próximo, quem sabe assim posso fazê-lo comer - Reyna disse, ela voltou a se esconder atrás do cardápio, dando um olhar frio para Leo antes disto.
Leo sorriu para ela.
– Acho que vou vir aqui mais vezes - Ele disse para Reyna, voltando a puxar seu pé. - Não me disse que ela trabalhava aqui.
– E eu deveria ter dito? - Reyna respondeu, a voz abafada pela separação. Leo bufou, e voltou a olhar para Thalia, claramente interessado em mais.
Um homem apareceu no balcão, gritando para que Thalia voltasse ao trabalho, e ela bufou em raiva.
– Já estou indo, já estou indo. - Falou, irritada. Praguejou - Até depois, Valdez. - E saiu dali.
Leo ainda ria como bobo, olhando-a por trás, quando Reyna abaixou o cardápio.
– Não é necessário que me agradeça - Ela disse, comendo seu sorvete. - Isto é, Thalia notou você e ainda lhe deu um sundae.
– Foi tudo armação sua? - Leo falou, levantando uma sobrancelha e sorrindo enquanto comia ferozmente seu sorvete, sujando o queixo com a sobremesa - Olha, vou te dizer, eu te amo, garota.
Reyna olhou-o desconfiado, tentando não demonstrar nervosismo pelo que ele havia dito. Não teve coragem de olhá-lo nos olhos por alguns segundos, mas conseguiu prosseguir.
– Este é meu novo plano. - Ela remexia o sundae com a colher, distraída - Ajudar você a conquistá-la. Thalia é irmã de Jason, e se eu conseguir juntar você e ela, posso me aproximar dele. A última tentativa não foi o que eu esperava. - Suspirou - Na verdade, eu não sabia o que esperar. - Reyna olhou para a vitrine, observando o nada ali.
Leo passou a mão no queixo, e apoiou sua mão nele depois. Ele já havia terminado o sundae, mas notou que Reyna mal havia comido.
– O que ele disse? - Perguntou.
– Ele é seu melhor amigo, não sabe o que ele pôde ter dito? - A garota rebateu, sem muito ligar para provocar, apenas não queria dizer.
– Sou Leo Valdez, o vidente. Resolvo pragas, acesso senhas de Facebook e trago seu amor em três dias - Leo disse, encostando-se na cadeira, brincando com os pés de Reyna entre os seus, no seu antigo jogo.
Ela os tirou dali.
– Não está funcionando, pelo visto - Ela falou.
– Sou um péssimo vidente. - Riu.
Reyna respirou fundo e continuou.
– Absolutamente nada, foi o que ele disse - Ela torcia as mãos - Que somos amigos, que sou uma garota bonita e interessante, mas ele ficou hesitante. Isso é igual a nada.
– Hum - Leo se limitou a dizer, não havia muito o que fazer para confortá-la. Ambos se levantaram e se dirigiram para suas casas.
A manhã seguinte era fim de semana, ou seja, sem escola. Leo se aproveitou que ainda não havia gás em casa e quis arrastar Reyna para o restaurante, uma vez que Esperanza ainda dormia e provavelmente continuaria até o meio da tarde. Leo usava uma roupa mais social, que não fazia o seu feitio e a garota queria rir da forma que ele havia ajeitado os cabelos.
– Essas roupas não são comuns para você - Ela disse, e no mesmo instante Leo saiu correndo de volta para casa para trocá-las, mas Reyna o segurou pela gola da camisa. - Thalia não está no restaurante.
– E por que não me disse antes? - Ele reclamou, sendo segurado pela garota.
Reyna se aproximou do seu rosto e o olhou quase que zombeteira.
– Eu deveria ter dito? - Repetiu a frase da noite passada, brincando com a mente dele, praticamente. Reyna soltou o tecido - Ela está bem ali, do outro lado da rua. - Apontou com a cabeça.
Leo olhou para onde ela disse, e viu Thalia enfileirando caixas numa pequena lojinha de conveniências. Passou a mão na testa, remexendo os cachos castanhos, num gesto de nervosismo.
– Por que ela tem vários empregos? - Leo perguntou, curioso.
– Thalia não me diz, só fala que é porque tem tempo livre. Mas não acredito nela. - Reyna cruzou os braços e o arrastou para onde a outra garota estava.
Um pigarreio foi ouvido quando eles chegaram em frente à loja, e eles encontraram um senhor gordo, já na meia-idade, sorrindo para eles.
– Você é o filho de Esperanza Valdez? - O bigode dele se mexia enquanto falava, fazendo parecer que tinha algum bicho peludo na sua boca.
– O próprio. - Disse Leo, colocando as mãos nos bolsos da calça.
O senhor riu com gosto.
– Tem o mesmo jeito dela. E me diga, rapaz, também leva jeito para consertos? - Passou rapidamente a mão em sua grande barriga, querendo ajeitar sua camisa de botões - Ela consertou meu carro uma vez, e aquela lata velha iria cair aos pedaços se Esperanza não tivesse me aparecido na hora certa!
– Eu tento - Leo falou, sendo modesto.
– Sem dúvidas um experiente mecânico - Reyna falou, na sua usual formalidade. Leo levantou as sobrancelhas, sorrindo para o elogio.
– O que me diz de trabalhar aqui? Estou precisando de um ou dois funcionários a mais para entrega e organização - O senhor continuou, apertando a mão de Reyna - Dimitri Russel, aliás.
– Prazer - Ela respondeu e o homem apertou a mão de Leo em seguida. - Aceito a proposta.
– E quanto a você, Valdez? - Disse Sr.Russel, esperançoso.
Leo olhou para trás, vendo Thalia os observando de onde estava, e depois se virou para o senhor.
– Só se for agora.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Russel é o nome do meio de Rick Riordan. Rá. Reviews? Recomendações? Chute no traseiro?