If There's A Future We Want It Now. escrita por Triz


Capítulo 7
Six - Fred.


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOOOI Gente!
Ahhh, tava doente pra postar pra vocês, o capitulo tá pronto a dois dias mas eu não tava em casa e não tinha wi-fi pra conectar pra postar pra vocês D:
Enfim, esse capítulo tá grandinho. hehe
Enjoy, xx



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Duas semanas se passaram desde que eu regressara a Hogwarts, e estava tudo cada vez mais difícil. Quando eu digo tudo, é tudo mesmo; Conversar com as pessoas, sabendo que eu poderia a qualquer momento receber a ordem de traí-las, e principalmente pisar naqueles corredores, comer a comida de Hogwarts, dormir nas confortáveis camas do dormitório masculino da Grifinória. Eu não era digno de estudar magia em um lugar tão maravilhoso como Hogwarts. Eu nem sequer era digno de me relacionar com bruxos, ou coisas do tipo. Tudo estava bem difícil, manter uma máscara de “hey, e estou ótimo, obrigado!” ou “eu não me importo com nada, só quero curtir e me divertir” era difícil demais. Eu sempre fui desse tipo de pessoa, mas agora não é mais tão simples assim. Sorrir simplesmente se tornou estranho para mim, porque eu não sentia que tinha esse direito. Eu não queria me dar ao direito de ser feliz, porque eu sou um monstro.

Ah, Fred, pare de drama, sim? Você não te culpa de nada.”

“Calada. Não pedi sua opinião.”

“Sabe que não é culpado de nada disso, não sei por que fica se martirizando desse jeito.”

“Eu tenho culpa sim, se tivesse negado nada disso teria acontecido!”

“Merlin, claro que teria, sua família estaria morta! E além do mais, você poderia estar morto uma hora dessas.”

“Preferia estar morto a ser o que sou.”

Então, minha consciência parou de implicar comigo. Finalmente!

Eu me encontrava no dormitório da Grifinória, deitado no colchão extremamente macio, debaixo de três cobertas grossas e pesadas, todas elas emboladas em cima de meu corpo, enquanto eu fitava o teto da cama que possuía trilhos para passar cortinas na parte de cima do suporte de madeira que as segurava, como se fizesse uma espécie de “cabine”, bom, pelo menos era assim que eu chamava, na cama. Ou seja, se abaixasse e fechasse as cortinas, arrastando-as pelo trilho, você ficava em “privacidade”, e podia dormir como se estivesse entre quatro paredes, ou melhor, quatro panos. Bom, acho que deu mais ou menos para explicar minha perspectiva em relação ao que eu penso das camas de Hogwarts, mas isso não vem ao caso agora.

Eu não tinha a mínima de me levantar ou fazer qualquer coisa.

Vamos lá Fred, você tem aula.”

“E desde quando Fred Weasley liga pra aulas?” É... Devo admitir que minha consciência estava certa. Balancei a cabeça negativamente, deixando esses pensamentos se esvaírem, respirei fundo, me aprumei na cama, arrastei as cobertas pesadas para o lado, formando um bolo com elas ao meu lado direito e me sentei, afastando as cortinas e passei a tatear o chão gelado com os pés, a procura do meu chinelo.

Assim que o encontrei, os coloquei entre os dedos e me levantei, arrastando-me em direção a onde se encontrava a porta marrom do banheiro. Dei duas batidas na porta enquanto suspirava, e como ninguém respondeu, eu girei a maçaneta e adentrei o banheiro pequeno.

Despi-me rapidamente e abri o chuveiro, esperei que a temperatura ficasse boa e entrei, deixando a pancada de água morna cair sobre mim, o que fez com que eu automaticamente fechasse os olhos em uma sensação relaxante, os ombros relaxaram, e eu me permiti ter uma sensação boa de descanso. A coisa que mais me acalmava no mundo, era ter uma pancada de água morna caindo sobre meu corpo. Era relaxante.

Perdi a noção de quanto tempo fiquei ali debaixo de olhos fechados, relaxando e deixando, por pelo menos alguns instantes, os pensamentos distantes, minhas preocupações podiam esperar alguns minutos. Eu só queria me sentir Fred Weasley, apenas isso. Não devia estar muito atrasado, e se estivesse também, quem se importa com isso agora?

Então, toda aquela sensação boa e de despreocupação se esvaiu em segundos, assim que eu atrevi a abrir meus olhos para pegar o sabão. Eu estiquei o braço esquerdo e meus olhos pousaram naquela marca repugnante e nojenta que tinha em meu antebraço, fazendo-me fraquejar, o sabão então caiu de meus dedos agora frágeis e escorreu pelo assoalho e foi parar em algum lugar. Meu corpo se encontrava inerte, os olhos enxergavam sem ver, e agora minhas lágrimas se misturavam com a água morna do chuveiro.

Droga Fred, seja forte. Fraquejar agora não vai te ajudar em nada. Só vai piorar as coisas. – E era esse pensamento que eu tinha que levar, a cada momento, e a cada segundo, vivendo no caos que é a minha vida agora.

Não aguentando mais ficar ali, eu deixei meu banho inacabado, e passei a mão pela toalha felpuda, fechei o chuveiro, sequei o corpo e enrolei a toalha em meu quadril. Quando estava me encaminhando para fora do banheiro, vi o pequeno armário com espelhinho todo esfumaçado por causa do vapor que o chuveiro soltava, e não resisti à ideia de fazer um desenho ali. O que eu desenhei foi uma gaiola aberta, com vários passarinhos voando de dentro dela para algum lugar distante, em um sinal de liberdade. Aquele desenho era nada mais do que eu queria pra mim. A liberdade. Algo que talvez eu jamais tivesse.

Suspirei, e virei a maçaneta, seguindo para dentro do quarto, ainda com a toalha amarrada em meu quadril e o peito desnudo. Procurei minhas vestes em meu malão, e assim que as encontrei me vesti rapidamente, apenas vestindo a calça, a blusa social de botões branca – deixando a manga da blusa o mais baixa que eu podia –, e a gravata amarela e vermelha.

Peguei a minha bolsa com os materiais do dia – pelo menos acho eu –, e desci para a sala comunal. Estavam ali Hermione, Rony, Gina e Harry.

Hermione com um rolo de pergaminho esticado sobre a mesa de estudos no canto da sala, com um tinteiro sobre o pergaminho, para que esse ficasse aberto, com a pena na mão, e escrevia freneticamente e concentrada, no pedaço grosso e amarelado. Harry estava sentado na poltrona e Gina em seu colo, enquanto Rony estava com um pedaço de pergaminho em branco em uma mão, e na outra mão, um pergaminho todo escrito. Os colocou sobre a mesinha de centro que tinha na sala, lado a lado, pegou o tinteiro e passou a copiar o dever, que provavelmente era de Hermione.

- Bom dia. – Cumprimentei-os. – Ainda não desceram para o café da manhã? – Perguntei curioso e passei os dedos pelos meus cabelos que estavam molhados.

- Não, vamos só daqui a pouco. – Harry foi o porta-voz de todos.

- Hermione! O que está escrito aqui? – Rony perguntou, se levantando e indo até onde a castanha estava sentada, com o pergaminho em mãos, indicando um lugar qualquer onde a letra estivesse ilegível.

- Merlin, Ronald. – Hermione replicou irritadiça, e rolou os olhos, sem desviar a atenção do pergaminho onde estava escrevendo freneticamente, até que terminou de escrever algo e, pelo que eu pude ver colocou um ponto final e virou o olhar para onde o meu irmão estava apontando. – Está escrito “armários sumidouros”. – Respondeu, e adicionou. – Se você fosse responsável o suficiente, teria feito seu dever, ou ao menos prestaria atenção nas aulas e relacionaria o que está escrito aí, porque o contexto é fácil... Mas não, vamos copiar tudo da Hermione, porque é mais fácil... Eu sou boa demais, não sei nem porque eu ainda deixo você copiar, devia ser mais responsável e...

Quando ela parou para tomar fôlego, Rony aproveitou a brecha e a interrompeu.

- Tudo bem, Mione. Prometo que vou passar a fazer meus deveres de casa... Um dia. – Seu semblante e tom de voz eram divertidos. Ele deu um beijo na testa dela e sorriu. – Obrigado por responder a minha pergunta. – Disfarçou um sorriso, e voltou a se sentar.

- De nada. – Hermione sorriu e corou, e pelo que eu pude entender suas bochechas ruborizaram por algo relacionado ao beijo que meu irmão deu na testa dela.

Então, um riso esganiçado chegou até nós, e na curva da escada se encontravam Lilá Brown e Parvati Patil, porém, o riso era de Lilá.

Meu irmão, que estava concentrado em entender o que estava escrito, largou a pena na mesma hora, e sua mão bateu no tinteiro, que escorregou e manchou todo o pergaminho em que ele estava fazendo o dever, mas ele pareceu que nem se importou, seus olhos estavam fixados unicamente em Lilá.

- Hm, Rony... – Eu alertei em um tom divertido, e quando ele virou o olhar para mim eu apontei para o seu pergaminho todo manchado. – E cuidado, sua baba está começando a aparecer.

Todo mundo explodiu em risos, exceto por Hermione que fingiu que nada estava acontecendo, colocou o cabelo na frente e apoiou a bochecha em uma das mãos, enquanto Ronald ficou tão vermelho quanto seus cabelos. Lilá e Parvati passaram cochichando e soltando risinhos, e Rony passou a cuidar de limpar o pergaminho manchado.

- Bom galera, estou indo. Nos vemos depois. – Sorriu e fui em direção ao corredor, passei pelo retrato da mulher gorda e fiz a caminhada até o salão principal.

Assim que adentrei, sentei-me à mesa da Grifinória, ao lado de Jorge, Lino e Angelina que já estavam lá. – Jorge gostava de chegar antes, dizia que a comida mais gostosa aparecia primeiro. Bobeira em minha opinião, até mesmo porque a comida de Hogwarts é boa sempre.

Me servi de torradas com geleia de cereja e suco de abóbora, e quando eu estava começando a comer, o correio matinal entrou pelas janelas, e, para minha surpresa, uma correspondência caiu sobre meu prato, arruinando todo o meu café da manhã.

Respirei fundo e olhei o envelope, que estranhamente, estava em branco.

Franzi o cenho e rasguei o envelope, retirando de lá de dentro um pergaminho pesado e amarelado. A caligrafia era diferente, eu não a reconheci, nunca tinha visto antes. Era torta e meia inclinada, mas excepcionalmente bonita.

Sr. Weasley.

Como vai?

Ah, perdão, eu ainda não me apresentei. Não que fosse necessário... De qualquer forma, sou seu mestre. Lord Voldemort, claro.

Estou lhe escrevendo para informar-lhe de que uma reunião foi marcada, nesse final de semana, durante a noite o senhor deverá ir com o Sr. Malfoy. O horário máximo para chegarem aqui é mais ou menos uma hora da madrugada, não se preocupem, eu vou cuidar de tudo para que não sejam pegos fora da cama e nem fora de Hogwarts. Espero pelo senhor ansiosamente.

Atenciosamente, Lord Voldemort.

Amassei o pergaminho em minhas mãos, eu olhava para frente fixamente, mas não me importava em enxergar nada. A raiva tomava conta de mim. Minha respiração estava ofegante.

Eu podia ver o sarcasmo estampado em seu rosto enquanto ele rabiscava aquelas palavras no pergaminho, o sorriso sacana e a diversão em seu olhar, imaginando o meu desespero. Maldito, infeliz, nojento.

Além de tudo isso, eu teria que ir com Draco Malfoy! É demais, informação demais.

- Fred, o que houve? – Jorge perguntou me cutucando e me tirando do transe.

- O que? – Chacoalhei a cabeça, confuso.

- O que é essa carta? Deixe-me ver. – Suas mãos tentaram abrir a minha onde eu mantinha o pergaminho amassado entre os dedos.

Puxei rapidamente a mão, impedindo que tal ato se concretizasse. Ele não podia descobrir, e nada podia passar por sua cabeça.

- Nada, são só essas propagandas que eles ficam enviando pelo correio... – Dei uma desculpa qualquer, e me levantei deixando o café da manhã intocável no prato.

- O que...? Mas Fred, eles não enviam propagandas pelo correio...

- Esqueça Jorge! Não é nada importante. – Eu o interrompi, fiz um feitiço rápido para que o papel em minha mão evaporasse.

Meus olhos varreram o salão principal brevemente, enquanto eu ouvia Jorge resmungar alguma coisa do tipo “você está estranho, cara!”, mas apenas ignorei.

Quando lancei um olhar breve para mesa da Sonserina, Draco estava me olhando, ou melhor, me fuzilando com o olhar, também com um pergaminho em mãos. Acho que ele recebera a mesma notícia desagradável que eu.

Então, um pensamento passou pela minha cabeça, algo que eu ainda não tinha parado para refletir. – Draco Malfoy era um comensal da morte, um verme nojento.

“ “Verme nojento”, Weasley? Olha só quem fala... você também é um!”

“Não se mete! Eu não tive escolhas, ok?”

“Ui, o cabeça de cenoura ficou nervosinho?”

Não respondi. Consciência estúpida! Não pedi a opinião de ninguém, muito menos dela. Fica se metendo onde não é chamada.

“Estou ouvindo, hein!”

“Problema seu.”

Chacoalhei a cabeça novamente, e me encaminhei para fora do salão.

Parei na porta e lancei um último olhar para a mesa da Sonserina, e Draco já não estava mais ali. Quando dei um passo para frente, vi uma figura loira sair a minha frente com passos duros. Saí atrás dele.

- Hey, Malfoy. – Chamei, e ele virou o rosto com desgosto e me fitou com puro ódio.

- Weasley. – O loiro cuspiu meu sobrenome, e eu rolei os olhos.

- Pelo visto já soube da notícia, não é?

- Da notícia de que... Hm, vou ter que acompanhar um cabeça de cenoura-comensal da morte ­até minha casa? – A arrogância em pessoa me respondeu em um tom ríspido, quase que cuspindo as palavras.

- “Comensal da morte”, Malfoy? – Respondi no mesmo tom. – Você está falando o que, doninha? Você também é um.

- Isso não é da sua conta, cenoura ambulante. – Agora seu tom era um pouco... Fragilizado? Ou sei lá, só sei que seu tom ficou baixo, quase como em um arrependimento pelas provocações, e seu rosto se virou.

- E nem eu sendo comensal da morte ou não sendo, é da sua conta também! – Eu disse em um grito sussurrado.

- Então por que veio me chamar?

- Eu também não sei, só queria saber se você já sabia. Sabe como vamos fazer?

- Não sei, e não me enche o saco, ok? Não quero estar fazendo isso, e muito menos com você, então, vaza.

- Como quiser madame. – Revirei os olhos, ele bufou e saiu batendo o pé para a esquerda.

Respirei fundo e me apoiei em uma parede de pedra, soltando um suspiro pesado e doloroso, meus olhos arderam e de repente chorar me pareceu tão... Tentador.

Meus olhos arderam junto com meu nariz, e eu respirei fundo mais uma vez, as mãos fechadas em punhos. Eu precisava sair dali. E, em disparada, eu fui para os jardins, em um lugar próximo a floresta, longe de tudo e todos. Era assim que eu queria poder ficar, até aquele pesadelo acabar. Infelizmente, não podia ser assim.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu to um pouco desanimada com escritas em geral, eu quero ser escritora e me disseram que eu nunca vou conseguir, isso me abalou um pouco - muito - porque veio da pessoa que eu mais queria apoio e tau, então, se eu demorar pra postar ou houver umas recaídas, espero que me entendam e etc. Desculpa.