11ª Geração - Saga Jigoku escrita por Tsuki_no_Hika


Capítulo 2
A primeira Nuvem no Céu




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Reunião concluída, ordem dada: buscar a 11ª geração.

                Tsuna, Yamamoto e Gokudera foram os primeiros a saírem da sala em passos largos com as fotos de seus sucessores em mãos. Não havia tempo a ser perdido.

                - Mas essas crianças... – Tsuna falava apreensivo –... Será que essas crianças darão conta do que nós não conseguimos cuidar?

                - Décimo, não se preocupe tanto. Como o Reborn falou antes, essas crianças vêm sendo observadas para esse papel faz mais de 17 anos. – Gokudera tentou acalmar o chefe.

                - Mesmo assim, não consigo não me preocupar com o futuro delas...

                Tsuna era preocupado em demasia com a 11ª geração, afinal, não queria que acontecesse com eles exatamente o que aconteceu com ele: ser “jogado” para dentro da máfia, sem seu menor consentimento.

                - Deixe de preocupação, Tsuna – disse Yamamoto, com seu jeito calmo – confie neles. Mas que eles são... diferentes, são mesmo. – disse ele brincando.

                - Fato, olha só o meu, parece que vai brigar com qualquer um que encontrar pela frente – Gokudera falou indignado.

                - Não é muito diferente de você, Hayato. Hahahaha

                - Fique quieto, besta do beisebol! O teu também tem cara de bobo-alegre-feliz como você!!

                - Eiei, não precisa se irritar tanto, Hayato. E eu tenho cara de alegre assim, é? – Yamamoto perguntou com uma cara de bobo-alegre-feliz.

                - Desculpa Takeshi-kun, mas sim... – disse Tsuna.

                - Nunca tinha notado hahaha.

                - É por isso que é uma besta do beisebol – falou Gokudera desapontado.

                - Mas o teu também é estranho, não, Tsuna? – Yamamoto continuava com aquela cara de sempre.

                - Demais... Pior do que eu quando era o... Dame-Tsuna... – Tsuna avaliava com cuidado a foto de seu sucessor – ele parece ser muito...

                - Estranho? – chutou Yamamoto

                - Você já disse que ele é estranho! Besta! – Gokudera ficava irritado com essas coisas.

                - Ah é?? Nem tinha notado... hehehe.

                - Não... ele parece muito... frio. – disse com uma voz estranha, o chefe.

                A conversa foi se desenvolvendo enquanto eles cruzavam o quartel general para chegar até a saída. Claro que, como toda base secreta, ela ficava em um lugar isolado, o que dificultava invasões e a aproximação de pessoas desconhecidas.

                - E olha só que bizarro, ele não deve ter mais de 17 anos e usa roupas antigas. – avaliou Gokudera observando a foto enquanto continuava sua caminhada rumo à saída.

                - Sim. Chapéu, capa longa e antiga...

                - Ele tem até uma bengala! – disse Yamamoto todo empolgado – Que legal!

                - Cara, é só uma bengala, que que tem demais nisso? – perguntou Gokudera.

                - Ahh, sei lá... só acho legal hehe.

                Chegaram à saída do quartel, por uma porta lateral que dava acesso à garagem e fazia fronteira com uma mata densa.

- Ufff, to vendo que vai ser difícil achar esse meu sucessor. – suspirou Tsuna desanimado – Pelo que dizem as pesquisas ele é um nômade... Onde vou encontrar esse cara?

                Nesse exato momento os guardiões avistam um vulto bizarro em meio à mata. Parecia ser um rapaz jovem, trajado uma capa longa e na mão levava uma bengala.

                - Ahhh....Décimo, você viu o que vi? – perguntou confuso Gokudera para Tsuna.

                - Eu....eu acho que vi sim... – respondeu mais confuso ainda.

                - Era o teu sucessor, não? Olha só que facilidade! – comentou alegre Yamamoto - Vamos atrás dele logo antes que a gente perca ele de vista! – e saiu correndo.

                - Ei!!! Takeshi!! Espera! – gritou Tsuna e saiu correndo atrás dele.

                - Cara!!!! – gritou Gokudera, indignado – Será que vocês não notaram que é impossível ser ele passando por aqui, no meio do nada, justamente quando estamos falando dele???

                Mas os outros dois já estavam correndo pela mata para achar o futuro chefe da Vongola.

                - Ahh!!! Vão se ferrar também!! – Reclamou acendendo um cigarro elétrico, pois tinha deixado de fumar cigarros verdadeiros fazia tempo, enquanto corria atrás deles.

               

                Bom, aqui deve ser um lugar calmo... acho que finalmente vou conseguir descansar um pouco...

                - Ei!! Garoto!! – Yamamoto gritava.

                Ahh diabo!! Acharam-me de novo! Droga.

                - Espera ai!! Não fuja! – Tsuna gritou.

                Será que a Oggetto Finito antecipou minha vinda pra cá?!

                - Garoto!! Volta aqui, a gente só quer conversar! – Tsuna apresava o passo para tentar alcançar aquele que fugia.

                Recuar pra atacar com vantagem, Recuar pra atacar...

                - Escuta aqui moleque!! – gritou Gokudera aparecendo do nada na frente do rapaz – Escuta o Décimo, porra!! Ele só quer conversar.

                Em um ato de reflexo o rapaz desembainhou uma espada da bengala e atacou rapidamente o Guardião da Tempestade.

                - Que porra é essa???? – falou com raiva Gokudera que agora estava com um corte superficial no rosto.

                - Vocês não vão me pegar – disse baixinho e entre rosnados o rapaz.

                - Hayato!! – Tsuna repreendeu seu guardião pela atitude precipitada – calma garoto... só queremos conversar.

                O garoto estranho deu uma rosnada, um passo ágil para frente e, colocando a espada na garganta do chefe repetiu a frase, porém com uma voz mais forte:

                - Vocês não vão me pegar.

                Numa mudança drástica de atitude, o décimo guardião Vongola segurou a espada de seu sucessor e rapidamente puxou a arma para seu lado, fazendo com que seu rosto e o do rapaz ficassem a menos de um palmo de distância.

                - Já lhe disse, só quero conversar – disse com pulso firme Tsuna – Se não quer conversar por bem, terei que utilizar outros métodos.

                Cara a cara, olho olhando no olho, Tsuna conseguia ver apenas um gélido ódio no olhar do jovem que iria sucedê-lo. Com isso se perguntava como “aquilo”... que aparentava não ter alma, poderia acabar com os pecados da máfia.

                Numa outra esquivada rápida, porém agora assemelhando a passos de dança, o garoto se soltou de seu oponente e o atacou ferozmente, com repetidas estocadas. Nisso, após esquives rápidos, o chefe da Vongola jogou a espada de seu oponente para o lado, segurando-o pelo pescoço e jogando-o no chão, impedindo qualquer movimento.

                De novo não!!!!! Se eu sucumbir aqui... se....se eu perder aqui....

                - Podemos conversar agora, garoto? – Tsuna agora já falava mais calmo.

                Entretanto o rapaz grunhia como um animal e se debatia na falsa esperança de se libertar.

                - Pelo jeito não... – falou sozinho, com ar chateado.

                - Tsuna – disse Yamamoto sério.

                - O que houve, Takeshi?

                - Esse garoto... - Yamamoto falava um pouco sozinho, um pouco com o chefe – esse garoto me lembra um pouco o jeito de alguém lutar.

                - Sério? – Tsuna se espantou.

                - Sim, eu também notei que já conhecia técnicas parecidas – argumentou Gokudera encostado em uma árvore, fumando.

                 - Mas... de quem?

                Enquanto os guardiões discutiam, o sucessor ainda tentava, em vão, se soltar.

                - Ah! Sim, claro! – Yamamoto tinha conseguido pensar – Parece o Squalo lutando!

                MESTRE SQUALO!!!

                Nisso o garoto soltou um uivo estranho. Achou forças de dentro de si, se soltou de Tsuna e falou com voz rouca de ódio:

                - O que vocês fizeram com o Squalo-sensei?!

                - Sensei? – os três se perguntaram.

                - Ah não! Pegaram meu sensei!

                - Eu acho que ele tá dando uns ataques bem loucos, né? – Tsuna comentou.

                - Com certeza, décimo.

                - Vocês me tiraram tudo... – disse o garoto com um rancor profundo –... minha vida... e agora tiraram a vida do Squalo-sensei?! Vocês vão se arrepender!

                Com isso o rapaz corre em posição de ataque em direção ao chefe, porém acha um obstáculo em seu caminho: o Guardião da Chuva que, por sinal, defendeu o ataque perfeitamente.

                - Ninguém tirou a vida do Squalo. – Yamamoto disse sério – Se controle rapaz.

                Mas... de onde eles conhecem Squalo-sensei? E... por que me sinto menos irritado de repente?

                - E pense. Ele já foi meu sensei também – disse Yamamoto voltando a sua cara normal de retardado.

                -... O quê?- o jovem murmurou espantado: será a Vongola?

                Em outro lugar qualquer do Japão, Hibari foi buscar sua guardiã, com seu fiel Hibird no ombro.

Chegou a um condomínio típico de apartamentos pequenos, subiu tranquilamente as escadas e tocou a campainha de um dos apartamentos no qual ao lado da porta se via sobre uma plaquinha o sobrenome “Fuuka”.

                Após algum tempo de espera ouviu-se o barulho de chaves e da porta se abrindo. Uma garota tipicamente japonesa abriu a porta, com um pacote de batatas chips em mãos. Sua expressão era fria, tão fria e desinteressada quanto à de Hibari.

                - Quem é você? – perguntou friamente a garota.

                - Você é Fuuka Miu? – perguntou friamente Hibari.

                - Sim. E quem é você? – respondeu com a boca cheia de batatas-chips.

                - Não importa quem eu sou. Só preciso que você venha comigo.

                - E por que eu deveria?

                - Porque eu preciso de você.

                - Por que você precisa de mim?

                - Bom. Você vem ou não?

                - Não. Por que eu iria?

                - Se não vier vou ter que te espancar até a morte.

                A garota não respondeu. Ao menos não com palavras. Seu olhar frio e gélido dizia tudo: “Saia daqui imediatamente”.

                Hibari também não continuou. Apenas virou as costas e voltou a andar pelos corredores daquele condomínio.

                - Ei!! Manju!! – Hibari escutou a garota falar com espanto.

                Ao se virar para trás, o Guardião da Nuvem viu uma pequena ave atrás de si. Mais especificamente, uma calopsita.

                Essa assobiou para Hibari, mas quem respondeu foi Hibird, que desceu logo em seguida do ombro de seu dono. As aves começaram a assobiar e a conversar, como se fossem velhas amigas.

                Após alguns segundos de conversa, Manju olhou para sua dona com seus olhinhos negros brilhando, como se nunca tivessem visto nada igual. A calopsita tinha, pela primeira vez na vida, feito um amigo.

                Hibird também estava todo animado e, ao voltar para o ombro de Hibari, ficou cantando sem parar sua musiquinha favorita “Midori naka yaku, Namimori noooooooo”. Isso significava que ele estava extremamente alegre.

                - Manju-chan... não me diga que você... – Miu conversava com sua calopsita enquanto essa voltava para sua mão.

                - Fiuuu – respondeu Manju, afirmando com a cabeça.

                - Não acredito nisso... – falou baixinho para si mesma.

                E nisso Hibari virou as costas novamente para a garota e sua ave e continuou sua caminhada, mas antes dele chegar à escada ouviu um barulho de sapatos de salto correndo pelo corredor. Era Fuuka Miu, sua sucessora, que aparentemente estava disposta a aceitar sua proposta de ir junto com ele para seja lá onde fosse. Ela levava consigo uma mala compacta, sua calopsita no ombro e uma leve expressão de surpresa no rosto. Sem trocar mais nenhuma palavra, os dois possuidores da chama da Nuvem seguiram juntos rumo ao quartel general.

                Já na base Vongola, o rapaz que Tsuna havia encontrado na floresta estava sentando ao lado dele, tomando chá.

                - Então vocês são da Vongola mesmo?

                - Sim. – respondeu afirmativamente Tsuna.

                - E nós precisamos de você, Tessei Ken - disse Reborn que estava presente na sala.

                Isso não me cheira bem. Por que isso se parece com uma armadilha?

                - Nós precisamos do seu poder, Tessei-kun – Tsuna falava calmo.

                Ah, certamente. Eu já caí em uma dessas... - Escute. O chá está muito bom, mas... não posso ficar muito tempo, espero que entenda... – Ken levantou, arrumou sua capa e começou a se dirigir para a saída.

                - Você não quer acabar com a Oggetto Finito, Tessei Ken? – Reborn perguntou.

                Ken estancou. Ficou imóvel por um tempo, depois fixou o olhar em Reborn e virou a cabeça em sua direção lentamente sem deixar de fita-lo com ódio. Seus olhos, que eram castanhos, estavam agora levemente esverdeados.

                - Eu vou destruí-la, na primeira oportunidade. Disso você pode ter certeza.

                - Mas você não enxerga que essa pode ser a oportunidade que você precisa? – Reborn sabia mesmo convencer as pessoas.

                Com essa frase do Arcobaleno a expressão de Ken mudou.

                - Uh. Interessante... explique-me melhor essa “oportunidade” de que fala.


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