Os Capítulos Perdidos escrita por Cléo Himura


Capítulo 2
Capítulo 2: Um sonho... Um despertar...




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Lily acordou sobressaltada, era a terceira vez que aquele mesmo sonho a perturbava: primeiro uma escuridão densa e húmida, depois um vulto se aproximava e a dominava. Ela era colocada contra a parede e torturada, mas ainda assim pedia por mais! Que loucura era aquela? Aquilo era normal? Com certeza não podia ser, assim como o beijo que Sevie lhe roubara. Um absurdo! Estava decidido, pela manhã falaria com ele, mostraria o quanto estava ofendida. Mas, estava mesmo?

Levou calmamente a mão aos lábios e sentiu que eles ainda queimavam com a mesma intensidade do momento em que foram tocados. Fechou os olhos e estremeceu, pois ainda podia sentir a presença daquele corpo ávido buscando o seu.

Perdida em seus devaneios, mal notou que já era dia e, quando finalmente deixou o quarto estava pronta para enfrentar Snape. Diria a ele que não gostara de sua ousadia. Mais uma vez a lembrança da mão em sua nuca, agarrando-lhe os cabelos a fez fraquejar. Sentiu que tudo aquilo voltava à sua memória de maneira arrebatadora e que seu corpo respondia da mesma forma em que na noite anterior. Sentia que não podia controlá-lo, que ele agora respondia à vontade de outro, e que, no fundo ela não gostaria de ir contra essa vontade. Então, constatou pela segunda vez: aquilo não era normal.

- NORMAL! – a voz de James a tirou bruscamente de seus pensamentos – E desde quando o Ranhoso é normal, Remus?

- Ora James, só estou dizendo que qualquer um gostaria de ter participado da festa. – defendeu-se Lupin – Então, o fato de Pedro tê-lo visto por ali não é nada estranho.

- Diga o que quiser, mas o Ranhoso continua sendo muito estranho. – Sirius jogou os cabelos para trás displicentemente, fazendo algumas garotas que estavam por ali suspirarem – Aposto que estava à espreita de alguma garota.

- E por falar em garota... – Pedro acenou com a cabeça em direção de Lily que estava parada observando-os.

James pulou do sofá e correu até ela com um sorriso maroto:

- Olá Evans, como passou a noite?

Não é da sua conta Potter! – por algum motivo desconhecido ela sentiu-se ameaçada com a saudação do colega. Será que Pedro vira algo mais?

- Ei, calma Evans! Só estou sendo gentil. – defendeu-se James – Tudo bem se os nascidos trouxas não aprendem esse tipo de coisa...

- Escuta aqui, Potter. – ela ergueu o dedo rente ao seu nariz – Use sua gentileza com quem se importa com isso. Eu não dou a mínima. – e saiu pisando duro.

- Credo!!! – James olhou para os amigos perplexo – Parece até que sonhou com o Filch a noite inteira.

- Quem sabe foi com o Ranhoso? – Pedro deu uma piscadela.

- Ou com você, James? – Sirius arrematou arrancando gargalhadas até mesmo de Remus.

Porém, disso, Lily não ouviu nada, já estava fora do salão comunal a caminho do corujal onde costumava postar cartas aos seus pais no todo domingo. No entanto, quando atravessava o jardim, viu a figura de Severus que conversava animadamente com Narcissa Black. Aquilo a deixou ainda mais irritada, na verdade não sabia o que era mais irritante, ele estar conversando com Narcissa, o fato dela ser mais velha e tão bela ou porque Severus havia sorrido. Com certeza era tudo isso junto.

Aproximou-se furiosa e esquecendo os bons modos disse com voz alterada:

- Snape, precisamos conversar!

Severus empalideceu um pouco, mas, certo de que a irritação de Lily era por causa do beijo, tornou-se frio e distante:

- Estou ocupado, Evans. Volte outra hora.

- Não vou voltar outra hora. – Lily encarou Narcissa - Quero falar-lhe já!

Sentido a tensão entre os dois colegas, Narcissa despediu-se e se afastou, voltando para o castelo.

- O que quer, Evans? - Perguntou Severus visivelmente contrariado.

- Quero dizer-te que você é um verme.

- Ora, pensei que era algo que eu não soubesse! – desdenhou Severus friamente.

- O que você pensa que estava fazendo – ela levantou o dedo à altura de seu nariz – Como pôde fazer isso comigo?

Irritado, ele segurou o seu pulso e respondeu:

- Não faça isso! – ele soltou seu braço – Estamos sendo observados. Venha comigo!

Lily tentou protestar, mas não encontrou outra alternativa. Assim, seguiu Severus até um ponto do jardim ao lado do castelo onde não havia ninguém.

- E então? – Lily disse agressiva – Espero suas explicações.

- A que se refere? – perguntou irônico.

- Àquela sua atitude inconseqüente. – respondeu impaciente.

- Seja mais específica. – seus olhos brilharam maliciosamente.

- Ora, Severus! Aquilo que você fez ontem. – uma ponta de frustração a incomodou – Não vai me dizer que não se lembra mais!

- Poderia, se você fosse mais objetiva. – falou pausadamente fazendo com que Lily reparasse no movimento de seus lábios.

- Tão objetiva quanto você foi ontem?

Lily tentava por seus pensamentos em ordem. Mas era impossível. A voz quente e rouca vinda daqueles lábios a confundia, seria um feitiço?

- Não sei ao que se refere. – a voz de Severus vacilou, Lily começava a dominar a situação.

- Tem certeza que não? – e com ímpeto agarrou o colarinho de suas vestes puxando-o de encontro ao seu corpo.

Estava começando a gostar desta situação. O que veio a seguir ocorreu naturalmente, a pesar de não ser premeditado. Agora era ela que se entregava a algo a que ela não estava acostumada até então, uma força que ao mesmo tempo a subjugava e a deixava mais forte. Demoraria dias para que ela encontrasse um nome para aquele sentimento: o desejo.

- L-Lily! – Severus balbuciou a menos de meio palmo de sua face.

Então Lily o beijou, um beijo tão carregado de desejo que o fez sentir-se enfraquecer diante da doçura suave daquela boca. Enlaçando a cintura de Lily, Severus deixou-se esquecer naquele momento mágico. E se ele pudesse dizer algo sobre aquele momento, diria que jamais achara a vida tão bela!

No entanto, ao desfazer-se a cortina de magia que os envolvia, olharam-se assustados e se separaram como se aquilo realmente não fosse certo...

- Sevie!- Lily tocou com os dedos os próprios lábios – O que estamos fazendo? Não está certo...

- Mas estaria se fosse com Black ou com qualquer um dos outros, não é? – disse Severus secamente ao ouvir as palavras de Lílian e ser fulminado por uma onda de ciúmes.

- Severus, eu... – Lílian tentou se explicar, mas estava tão atordoada que mal notou o quanto ele estava furioso.

- Não se preocupe, Evans. – sentiu uma urgência enorme em humilhá-la - Ninguém saberá de sua aventura com o “Ranhoso”. – sua voz soou sarcástica e fria. – Não seria muito conveniente expor-me tanto aos outros alunos.

- O que? – a jovem se irritou com o tom arrogante de Snape – Severus, não estou entendendo!

- É uma característica própria dos nascidos trouxas essa lentidão no raciocínio. – se queria tanto vê-la humilhada, porque lhe doía tanto dizer aquelas coisas? Não importava, ela o humilhara primeiro.

- Lentidão de raciocínio?! - Lily se recusava a acreditar no que Snape dizia – Como ousa falar assim comigo? – sentiu que uma lágrima teimosa fugia da prisão de seus olhos por mais que ela evitasse.

- Não devia ter me procurado, Evans. – talvez já estivesse indo longe demais...

- Se você não se lembra, EU FUI AGARRADA! – ela se descontrolou – Não procurei por nada daquilo.

- E o que está fazendo aqui, agora? – sorriu sarcástico.

Lily apertou os olhos, furiosa. Mas, já não conseguia dizer nada. Apenas sacudiu a cabeça decepcionada e saiu correndo de volta para o castelo. Severus suspirou sentindo-se péssimo. Era, realmente um verme.


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