P.O.V Catherine

– Senhora Losevier? – ouvi Barnabas me chamando. – Jonnah Caster gostaria de falar com a senhora.

– Deixe-o entrar. – acenei para que Barnabas saísse.

Um minuto depois Jonnah entrou em meu escritório.

– O que deseja? – me levantei da mesa, caminhando até ele.

– Eu vim fazer uma denuncia. – seu tom estava áspero.

O encarei.

– Prossiga.

– Há pouco tempo eu descobri que uma Sthglass esta em Radix. – ele disse.

Parei imediatamente.

– Acredita que eles existam? –perguntei.

– Minha filha disse sem querer sobre a Dowhite. – ele estava tentando explicar. – Tenho absoluta certeza de que ela já esteja aqui.

– E se eu já soubesse sobre ela?

– E não fez nada a respeito? – Jonnah parecia estar indignado.

– Oh, meu caro, tudo tem seu devido tempo.

– MAS ELA NÃO PODE FICAR EM RADIX. – ele gritou.

– Como ousa elevar o tom de sua voz com sua Rainha? – eu disse.

Olhei diretamente para o homem que estava diante a mim.

Todos os fios começaram a voar pela sala, indo em direção a ele, o enrolando.

– O que esta fazendo Catherine?

– Ajoelhe-se! – mandei.

– Como assim? – Jonnah perguntou. – Você nunca se denominou como Rainha antes e nunca pediu para que alguém se ajoelhasse perente a você.

– Uma nova Era irá começar em Radix. – ele me olhava de um jeito estranho, não pude deixar de rir. – Você queria que eu tomasse alguma atitude. Pois bem, agora irei governar Radix com muito mais força, para que nenhuma Dowhite possa sequer pensar em tomar meu lugar.

Ordenei para que os fios se apertassem ainda mais.

– Enquanto tenta se soltar Jonnah, eu sugiro que pense em uma maneira de convencer sua filha a casar com William.

– C- como sabe que ela estava se opondo ao casamento...

– Eu sei de tudo que acontece aqui. – o interrompi.

Sai do escritório, as portas batendo com um estrondo logo atrás de mim, mesmo com o barulho eu pude ouvir os gritos de Jonnah Caster quando os fios começaram a dar choques.

Caminhei pelo corredor que encontrei Amanda.

– Faça os preparativos para a festa de Primavera Amanda.

– Mas senhora, esta é uma tradição dos Dowhite, não nossa. - ela disse.

– Vamos fazer uma homenagem para a única Dowhite viva então.

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P. O. V Emma

A porta as entrada estava se abrindo, olhei para Sarah que ainda dormia em um colchão.

Agarrei a primeira coisa que apareceu em minha frente. Era um vaso.

Eu estava começando a desconfiar que eu tivesse uma tara por vasos.

Empurrei o pensamento estupido para longe.

A porta se abriu por inteira e Annie entrou. Dei um suspiro de alivio.

Annie olhou para as minhas mãos e disse:

– Pretendia me bater com isso?

– Só estava me prevenindo. – falei na defensiva.

Ficamos nos encarando por um bom tempo. Eu não sabia o que dizer para ela.

Annie correu até mim e me abraçou.

– Emma, eu sinto tanto... – ela choramingou. – Eu realmente não quero me casar com ele.

– Mas vocês não tem escolha, não é mesmo? – eu disse completamente desanimada.

– Emma... – Annie hesitou. – Eu tenho mais uma coisa para contar.

– O que?

– Eu posso ter falado sem querer para os meus pais que você esta aqui em Radix. – ela disse.

Meu queixo caiu.

– ANNIE!

Sarah resmungou alguma coisa sobre colchões velhos e eu levei Annie até a cozinha.

– Annie, como você pode? – continuei.

– Eu não sei, ok? – ela mordeu os lábios. – Estava tentando arrumar motivos para não me casar com o Losevier quando falei sobre você.

– O que seus pais fizeram? – perguntei.

– Meu pai saiu de casa e foi falar com Catherine. Ele mandou minha mãe não me deixar sair de casa, mas eu precisava falar isso para você – ela disse.

Afastei meu cabelo que estava insistindo em cair nos meus olhos.

– Seu pai já voltou?

– Não, por isso eu vim. – ela sussurrou. – Ele saiu ontem de noite, e até agora não voltou. Já passa do meio dia.

Eu assenti.

– É melhor não brincar com a sorte. – eu disse. – Apenas volte para sua casa e não arrume mais encrencas.

– Tome cuidado a partir de agora Emma. – ela disse. – A maioria do povo de Radix já deve estar sabendo que você veio para cá.

– Prometo que vou tomar cuidado, agora vá Annie.

Ela olhou mais uma vez para mim antes de sair pela porta.

Annie se parecia muito com Lily.

Esse pensamento fez meu coração apertar, eu estava sentindo falta dela.

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Uma semana depois...

– Sabe Emma, eu já estou cansada de ter que viver aqui. – Sarah falou.

Eu dei de ombros, para mim isso era fácil. Eu conseguia me acostumar com quase todos os lugares em pouco tempo.

– Teve alguma noticia do Will? – perguntei.

Sarah saia três dias da semana para saber o que estava acontecendo ao redor. As vezes Annie vinha nos informar de algumas coisas também.

– Infelizmente não, parece que ele não aparece no castelo desde que descobriu sobre seu noivado.

Isso me preocupou muito.

– Não fique assim. – Sarah disse como se soubesse no que eu estava pensando. – Ele sempre some e depois volta. Vocês se verão em breve.

Me sentei na mesa da cozinha.

– Alguma outra novidade que eu deva saber?

– Nada de terrível, Catherine tem ficado o tempo todo no castelo, quase nunca sai pelo o que eu soube. Isso é o que me preocupa. – Sarah colocou as coisas do café da manhã na mesa. – Mas fiquei sabendo que ela esta organizando a antiga festa de Primavera.

– Qual o propósito dessa festa? – perguntei.

– Era uma tradição da sua família, todos os anos acontecia a festa, mas eu não tenho a menor ideia do que Catherine pretende com isso.

Me assustei com o barulho da torneira abrindo sozinha. Eu ainda não tinha me acostumado com o fato de que a louça era lavada sozinha.

– Nós vamos. – Sarah anunciou.

Eu quase cuspi o leite que eu tentava engolir.

– Como assim? Achei que não podíamos ser vistas. – eu disse. – E além disso, não temos convite.

– Agora você pode. Catherine já tem conhecimento de onde estamos, e o convite é só uma questão de tempo.

– Não sei se é uma boa ideia Sarah...

– Como poderia não ser? – ela fingiu um tom de indignação. – Quer um lugar melhor para confrontar Catherine do que a própria festa dela que é uma invenção das suas descendentes?

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Depois de terminarmos o café eu tive que pedir para a Sarah deixar que eu arrumasse algumas coisas na casa.

Eu estava realmente entediada, não tinha nada para fazer e eu era uma pessoa acostumada a fazer todas as tarefas de casa para meus tios.

Estava tudo tão silencioso que eu pude ouvir quando um envelope passou por debaixo da janela da cozinha.

Era cor de creme, e logo depois uma rosa começou a se materializar em cima dele.

Peguei a rosa e o envelope.

Sarah estava certa, tínhamos recebido os convites.

Era um convite realmente lindo, mas eu estava mais interessada no que estava escrito no outro papel atrás dele.

Emma, espero que me perdoe por não te ver durante todos esses dias. Eu precisava organizar meus pensamentos e não sabia se era seguro ir até seu encontro.

Então peço que mude isso, vá para a festa de Primavera e depois me encontre no vale das Rosas, Sarah deve saber onde fica.

Eu acho que você esteja correndo perigo, e como ninguém pode saber qual será seu próximo passo então eu sugiro que a queime.

Com todo o meu amor,

William.

Não pude deixar de sorrir.

Todas as minhas dúvidas se eu deveria ir ou não para a festa se desfizeram em um piscar de olhos.