A Cena Cortada escrita por Coruja Laranja


Capítulo 1
One-Shot


Notas iniciais do capítulo

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Eles andavam pelo túnel, na penumbra, pois a luz das pérolas não iluminava o bastante para distinguirem mais do que os contornos um do outro. Maria ia à frente e Robin a seguia, e embora não tivessem conhecimento disto, os dois pensavam nas mesmas coisas: em como seria bom que a rixa entre as famílias não existisse, nos olhos um do outro, em como seria o gosto de seus lábios...

–Eu sei que te convenci a isso, mas, por que esta me ajudando?- questionou Maria tentando quebrar o silêncio.

–Como você mesma acabou de dizer, me convenceu, acredito em você, acredito que se não fizermos nada, todos no vale vão acabar morrendo, tanto os De Noir quanto os Bontempo.- Respondeu ele. Era mentira. Aquela era a resposta do porque de ter deixado o orgulho de lado. A reposta real é que na verdade ela era a ladra da historia, ladra de seu coração.

–Ah - Falou ela, internamente decepcionada. Embora nunca fosse admitir isso, Maria avia fantasiado durante todo o trajeto como seria se Robin se declarasse para ela, pensou e repensou em dúzias de diálogos que sempre terminavam com a percepção de que nunca iria acontecer, pois até algumas horas atrás ele a odiava, e o máximo que ela conseguiria com ele é que fossem amigos.

–Então... Como era lá em Londres?- Quis saber Robin.

–Legal, eu até tinha umas amigas, mas acho que elas eram falsas comigo...

–Sinto muito, pior para elas.

–Tudo bem, e... Você tem razão.

–Acha que vai sentir, se já não esta sentindo, falta de lá? Ou de alguém em especifico?-Perguntou Robin, pensando se ela já não estava comprometida.

–Vejamos...

Continuaram em silencio por alguns metros.

– Festa de debutante.

–O que?

–Vou sentir falta da festa de debutante que eu iria ter daqui a alguns meses, iria ser o momento de me apresentaram para a sociedade e virar adulta. Seria quando eu começaria a conhecer os rapazes para encontrar um com quem eu queira passar o resto da minha vida.

O garoto baixou os olhos, vendo sua chance com a Bantempo cada vez mais distante.

–Tinha algum em mente?- Perguntou Robin fingindo estar menos interessado do que realmente estava.

–Na verdade, ainda tenho... Mas sei que nunca vai acontecer.

–E quem seria?

–Não vou te contar!- Falou Maria dando um risinho.

Prosseguiram-se mais alguns minutos de silêncio.

–E você?

– O quê...?

–Tem alguém especial no seu coração?

–Talvez...

Maria revirou os olhos, guardando para si o ciúme da tal fulininha de quem Robin gostava e que provavelmente era muito mais bonita do que ela.

–Então... Mudando de assunto, você era próximo da Loveday?- Perguntou a garota.

–Um pouco, mas eu era só uma criança, não me lembro muito do meu tempo com a minha irmã.- Respondeu.

Foi a vez do garoto perguntar:

–Se pudesse, teria ficado em Londres? Teria evitado esta loucura toda de descobrir ser a última princesa da lua?

Maria pensou por algum tempo.

–É realmente estranho, mas... Não. Apesar de tudo, eu amo o Vale da Lua, e as pessoas que conheci aqui ( "principalmente você" acrescentou mentalmente). É meu novo lar, não importa que eu tenha que lutar por ele.

Robin sorriu.

Prosseguiram uns 50 metros em silencio.

–Acha que vamos conseguir? Acabar com a maldição, digo... - Suspirou a Princesa da lua, parando por um momento.

–Claro que sim, confie mais em você. - Respondeu o garoto.

–Mas é tão difícil... É como se tudo e todos estivessem contra nós... - Continuou ela, pensando na quantidade de contratempos que encontraram.

–Tudo vai acabar bem, eu prometo. - Tranquilizou-a Robin.

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Eles estavam seguindo aquele unicórnio á 15 minutos quando um espirro de Robin surpreendeu Maria. A garota pulou para traz, empurrando o menino De Noir. No instinto de se segurar a alguma coisa eles se abraçaram e assim caíram.

No chão, ela estava mais ou menos no colo dele e mais ou menos de frente para o garoto, que estava meio sentado, meio deitado. Seus rostos estavam tão próximos que um podia sentir a respiração do outro. Eles se encararam por certo tempo, desconsertados e sem saber o que fazer.

Por dentro haviam esperado ansiosamente um momento como este, mas agora que estavam a 4 centímetros de um sonho realizado, não conseguiam dar o primeiro passo.

Sem pensar, Robin perguntou quase sem fôlego:

–Princesa?

–O quê? - Falou ela, em um estado não muito diferente.

–Seria muita ousadia minha, se eu te beijasse?

Maria deu uma leve risadinha de incredulidade.

–Seria... Se eu não estivesse seriamente cogitando a ideia de te perguntar isso nas ultimas 2 horas.

Olharam-se mais um pouco antes de projetarem suas cabeças para frente, e pressionarem levemente seus lábios. Após alguns segundos, eles não aguentaram seus próprios hormônios e intensificaram o beijo. Maria abriu um pouco a boca e Robin imitou o gesto, deixando passagem livre para suas línguas, que prontamente invadiram a boca do parceiro.

–Conde De Noir! -Exclamou um eco baixo.

–Bomtempo! -Respondeu outro.

Eles se separaram bruscamente, envergonhados e ofegantes.

–Melhor (respira) agente (respira) ir (respira)!- "Fala" Robin.

–Ver- (respira) –dade (respira) - "Respondeu" Maria.

E então os dois correram tão rápido quanto adolescentes ofegantes podem correr, e não diminuíram o passo ao verem a luz da lua na extremidade do túnel, ou ao ouvirem o aumento no volume das vozes.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por lerem!
Por favor, comentem o que acharam da one-shot.
—Gi Vondergeist.