Animê Bizarre escrita por HinaKaulitz


Capítulo 15
O medo está 'by your side'




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-Ouviu isso? De novo. Isso não é bom Romeu.

-Calma Hinata. Está tudo bem.

-Que horas são? Quanto tempo nós ficamos aqui?

-São três da tarde.

-E o baile começa às...?

-Às oito e meia. Temos que chegar antes porque o ensino médio é que organiza a festa.

-Romeu, é impressão minha ou aqui está ficando frio?

-Isso passa, vamos ensaiar de novo.

-Romeu, você ouviu tão bem quanto eu o ruído estranho sei lá de onde. Ainda quer ensaiar aqui?

-Ruído é ruído. É tudo imaginação nossa. Tem milhares de coisa ao nosso redor, é impossível obter silêncio.

-É justamente isso que me preocupa. Tem milhares de coisas, e a maioria delas está dentro do colégio. Aqui fora só tem vegetação.

-Não se preocupe, eu já disse que está tudo bem.

Dois barulhos consecutivos foram ouvidos. O ar começou a ficar espesso, como se sua composição estivesse mais densa do que antes. Por um momento achei que estava se formando uma neblina, mas depois isso começou a me passar a sensação de que aquele pátio ficaria coberto por névoa.

-Vamos sair daqui Romeu! Vai ficar impossível de enxergar se demorarmos mais!

-Vamos pro ginásio! Lá poderemos continuar seguros!

-O que?

-Como você mesma disse, não temos tempo. Vamos! – Romeu me puxou.

Corremos em direção ao colégio, até que um vento forte abriu bruscamente as portas ao redor do pátio. Foi vidro para tudo quanto é lado. Mesmo assim, Romeu continuou me levando. Passamos por uma das portas que, segundo Romeu, ficava mais perto dos corredores principais. A partir daqueles corredores, poderíamos ir a qualquer parte do colégio.

Entramos no colégio e seguimos pelo corredor. A luz do pátio se apagou. Os ventos cessaram, mas o nevoeiro ainda envolvia o pátio. Romeu parou no meio do corredor.

-Mas que coisa estranha. De onde surgiu a névoa? Como aquela ventania saiu de dentro do colégio?

-Eu não sei, mas não gostei nada disso. Vamos embora!

-Relaxa, passou. Estamos bem aqui, deve ter sido a natureza.

-Pare de ignorar os fatos! Aquela ventania surgiu de dentro do colégio. Como pode ter sido obra da natureza?

-Olha, vamos pro ginásio. A gente termina de ensaiar lá e se algo estranho acontecer iremos embora.

-Presta atenção, ficar aqui pode ser perigoso. Você viu a intensidade da ventania? Quebrou os vidros das portas sem a menor dificuldade. Já pensou que um daqueles cacos poderia ter nos atingido?

-Só tem duas portas no ginásio: uma para entrar e outra que leva ao vestiário. Não vai ter problema.

Apesar de não ser minha vontade, eu resolvi ir. Romeu ainda segurava o meu pulso. Continuamos a entrar cada vez mais naquele labirinto de corredores. Até que em um devido momento, percebemos que algo estava errado. Ouvimos um barulho, como se fosse uma maçaneta de porta girando ou algo do tipo. Um zunido estranho que se repetiu inúmeras vezes. Romeu parou, olhou para mim e depois ao redor.

-O que foi isso Romeu? O que está acontecendo? – falei baixo

-Não sei. Mas parece vir do ginásio.

-Muito obrigado por responder, se bem que eu preferia que você tivesse ficado calado.

- Hinata, como pode acontecer algo conosco se esse lugar está desabitado?

-Por pessoas de carne e osso. Por outras coisas ninguém garante!

-Deixe de conversa. – Romeu se virou e continuou andando até que algo fez com que ele parasse – Hinata, você por acaso mexeu em algo além da luz?

-Pra começo de conversa foi você que mexeu na luz. E por que pergunta isso?

-Olhe pro chão.

O chão estava começando a ficar molhado. E o pior de tudo é que a água vinha de todas as direções. Principalmente do ginásio que estava logo em frente.

-De onde vem esta água?

-Provavelmente do mesmo lugar que veio a neblina e a ventania – respondi.

-Pare de gracinha. As torneiras e os chuveiros do vestiário devem estar ligados.

-Então por que a água não vem só do ginásio?

-Deve ser porque essa água ficou ligada por muito tempo e já se espalhou por esses corredores.

-Isso é muito interessante, e por isso mesmo eu quero me mandar.

-É só água. Basta desligarmos as torneiras.

-Vai você sozinho! Quer morrer é?

-Tudo bem, sua medrosa, eu vou.

-É o que?

Romeu foi em direção ao ginásio. Fiquei apreensiva por ele. Tentei impedi-lo, mas ele queria continuar. Tentei vários argumentos. Quando fiquei cara a cara com a porta do ginásio, percebi que o Romeu só podia ser louco.

-Vamos voltar Romeu! Escute pelo menos uma vez. Isso não é normal, precisamos sair daqui.

-É só fechar a água e vai ficar tudo bem.

-O nível da água está aumentando. Precisamos sair daqui! O que eu tenho que fazer pra te convencer? Você não tem amor à vida não?

-Tenho. Acredite em mim, se fecharmos as torneiras, tudo fica bem. O nível da água desce e poderemos ensaiar.

-Não sabemos que bactérias podem estar nessa água. E tem mais, você já pensou que as torneiras podem estar enferrujadas? E se você acabar se cortando? Vai pegar tétano por nada? Pare com isso agora mesmo!

Romeu estava perto da porta do vestiário. Eu ainda estava na porta do ginásio. Era tarde demais. Olhei pra baixo instintivamente, mas de olhos fechados. Quando abri os olhos, a água estava com um rastro vermelho, parecia sangue, e vinha do corredor. Arregalei os olhos e de repente uma brisa sussurrou em meus ouvidos. Gritei por Romeu, mas ele me ignorou achando ser mais um de meus apelos. Tentei correr atrás dele, mas prendi meu pé em um buraco. A água já alcançava o joelho.

No vestiário, Romeu ignorava o meu chamado. Os chuveiros realmente estavam abertos, eu pude ver pelo vidro da porta. Também vi Romeu chegando perto das bicas. Enquanto isso, o vento sussurrou mais uma vez no meu ouvido. Uma camada de névoa começou a entrar pela pequena janela no alto de uma das paredes do ginásio à minha esquerda. Não pude ver Romeu, o vidro da porta escureceu.

Romeu saiu do vestiário assustado. Atrás dele, vi sangue jorrando pelos chuveiros e nevoa entrando pela janela do vestiário. Ele olhou pra mim e depois para o redor.

-Romeu! Me ajuda!

-Hinata, o que foi?

-Cuidado ao andar, eu prendi o pé num buraco.

-Já estou indo.

Finalmente desprendi o meu pé e pudemos dar o fora dali. Um nevoeiro se formou no ginásio e caminhava em direção ao corredor. O nevoeiro parecia nos perseguir. Corremos em direção à secretaria, contornado pelos corredores, mudando constantemente de corredor. Os vidros das portas ao longo dos corredores quebravam do nada e sempre do final do corredor em nossa direção.

Chegando à secretaria, visualizamos a porta pelo a qual havíamos entrado. Ainda estava aberta como tínhamos deixado. Corremos em direção a ela. Alcançado meio metro de distância da saída, um vulto passa rapidamente, fechando a porta. Demos três passos para trás e a mão de Romeu se firmou em meu braço.


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