Safe And Sound escrita por Brends


Capítulo 40
Uma pequena vida que foi salva...


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, dessa vez eu postei mais cedo pois quero terminar a fic antes de ir viajar...
Espero que gostem



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A polícia estava investigando o assassinato mas eu sabia que eles não iriam descobrir muita coisa, é do crime organizado que estamos falando não é fácil localizar esses caras. Minha noite não foi das melhores, eu acordava a cada meia hora por causa de um pesadelo, quando eu estava com Miguel era mais fácil passar as noites mas desde que chegamos ele não falou comigo, iria ve-lo esta noite mas terá tantas pessoas ao nosso redor que eu tenho certeza que não me sentirei confortável. O sol brincava com as brexas nas cortinas e formava diferentes formas na parede azul claro, até então eu não havia reparado como era o quarto, as paredes eram todas azuis, o guarda-roupa ficava no canto direito do quarto e a cama no canto esquerdo perto da janela. Uma batida suave na porta fez com que eu me levantasse da cama, Marcela estava usando calça jeans e uma camiseta preta seus cabelos estavam presos em um coque bagunçado e ela usava um avental branco cheio de flores, suas olheiras estavam evidentes e seu rosto cansado.

– Bom dia, não queria te acordar mas você precisa comer algo. Te espero na cozinha, tudo bem? – sua voz era suave como uma brisa de primavera, apenas confirmei com a cabeça e ela sumiu no corredor

Fui até minha mala e peguei minha bolsinha com produtos de hegiênie pessoal, vasculhei o guarda-roupas e encontrei uma toalha. Tomei um longo banho tentando relaxar mas mesmo depois de muito tempo sozinha meditando sobre tudo que estava acontecendo eu não conseguia me permitir relaxar ou descansar, o espelho acima da pia mostrava uma figura magra e abatida, lentamente fui desembaraçando os cabelos quando terminei e abri uma gaveta a procura do creme dental encontrei uma caixinha de lâmina de barbear, confesso que era bem convidativo mas eu resisti a tentação e fechei a gaveta. Voltei ao quarto e despejei minhas roupas em cima da cama , peguei uma calça de moletom preta e uma regata branca com a seguinte palavra “Paz” o que era até um pouco irônico. Apesar de estar fazendo calor eu estava de moletom e meu velho all star nos pés, quando cheguei a cozinha Marcela estava lavando a louça e em cima da mesa havia uma pequena bandeija com o que deveria ser meu café da manhã, ela deu meio sorriso e apontou a bandeija com o queixo.

Não comi muita coisa, Marcela tinha feito salada de frutas, torrada com reiqueijão e um chá de camomila, comi apenas as frutas e tomei um gole do chá apesar de estar a mais de 12 horas sem comer estava sem fome alguma. Quando estava chegando perto da porta da cozinha Felipe entrou e me fez voltar para a mesa, ele se sentou ao meu lado e só permitiu que eu levantasse depois de ter comido tudo que estava na bandeija, ela usava o mesmo tom que usava quando eu era pequena e não queria comer a salada do meu prato.

– Você não pode ficar sem comer, eu sei que não está sendo fácil eu também estou triste mas não quero que fique doente – ele fez uma pausa e olhou para Marcela – Promete pra mim que vai tentar se manter saudável, e quero que obedeça a Marcela.

– Felipe, não sou mais criança! – falei me levantando – Vou tentar me manter saudável, e pode deixar eu respeito muito a Marcela agora ela como uma segunda mãe.

Dei um beijo em sua testa e deu um abraço rápido em Marcela e segui para porta da rua, ainda era cedo mas as crianças já brincavam na rua, o sol estava quente mas uma brisa fresca brincava com meus cabelos. Voltei para o quarto peguei meu celular e pedi uma chave da casa para Marcela, ela me entregou um chaveiro e disse que tinha mandado fazer as cópias ontem a tarde depois que eu cheguei.

– Onde pretende ir? – sua voz era firme e seu olhar era sério

– Vou dar uma volta pelo bairro talvez eu vá na casa da Roberta, nada demais. Qualquer coisa me liga! – marquei meu telefone em um pedaço de papel que estava colado na geladeira e saí

Tinha um grupo de crianças pulando amarelinha na calçada em frente ao portão, sentei no chão e fiquei olhando elas brincarem então lembrei de quando eu tinha mais ou menos a idade deles, entre 5 e 7 anos de idade, eu não brincava muito com as outras crianças e isso não me trouxe muitas coisas boas. Sempre fui uma garota de poucos amigos, ou melhor de nenhum amigo, Felipe era minha única compania e conforme fomos crescendo e ele foi assumindo mais responsábilidades eu entendi que ele não poderia ficar comigo o tempo todo então me conformei com a solidão. Do outro lado da rua na varanda de uma casa amarela havia uma menina com uma boneca na mão e ela observava enquanto as crianças brincavam animadamente enquanto ela ficava sozinha, uma vontade de ajuda-la começou a crescer dentro de mim eu não poderia ficar ali vendo ela e saber que daqui alguns anos ela poderia ficar igual a mim, uma pessoa solitária. Atravessei a rua e parei em seu portão, ela me olhou assutada e correu pra dentro de casa, apertei a campainha duas vezes e logo uma senhora apareceu com a menina escondida atrás de sí, ele semicerrou os olhos e esperou que eu falasse.

– Bom dia! Meu nome é Carolina e eu vi sua neta na varanda, porque não deixa ela brincar com as outras crianças? Posso olhar ela se você quiser! – falei da forma mais perduasiva possivel

– Carolina? Você é a garota que está morando com a Marcela? – apenas afirmei com a cabeça e ela olhou para a garotinha atrás de sí – Quando não puder mais ficar na rua, por favor a traga de volta.

Dito isso ela desceu a pequena escada e abriu o portão permitindo que a menina ficasse do meu lado, ela me olhou com os olhos brilhando enquanto a avó voltava para dentro de casa, ela agarrou minha mão e foi me puxando até o outro lado da rua. Quando nos aproximamos as crianças ficaram quietas e começaram a nos encarar, a garotinha que estava comigo encolheu os ombros e olhou pra mim como se estivesse pedindo algum tipo de ajuda.

– Crianças, eu sou a Carol e minha amiga gostaria de brincar com vocês – falei colocando-a na minha frente

Rapidamente as crianças vieram em sua direção perguntando seu nome e perguntando se ela sabia pular amarelinha, fui invadia por uma pequena onda de felicidade em saber que eu posso ter salvado aquela garotinha de uma vida solitária igual a que eu tinha antes de conhecer Roberta e Miguel.


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Notas finais do capítulo

Eu sei! Sou péssima com títulos :p