Acordei com minha mãe me chamando, ela acariciava meu rosto e sussurrava meu nome.

- Mãe! Que horas são? - falei sonolenta

- Calma são 20hrs, só quero saber se você vai querer pizza?  - perguntou carinhosa 

- Quero sim, só vou tomar um banho e ja me junto a vocês - falei sentando na cama

Ela apenas assentiu e beijou minha testa, levantei vagarosamente e fui pro meu quarto, peguei a toalha e fui tomar meu banho. A água morna me relaxou, aproveitei e lavei meus cabelos, sai do box e parei na frente do espelho, meus olhos estavam levemente inchados mas como eu não sairia de casa estava tudo bem. Coloquei um pijama e fui pra cozinha.

Jéssica ainda estava em casa, provavelmente dormiria aqui hoje.

- Vocês não deixaram o Felipe pedir a pizza, né? - falei debochada 

- Não, eu que escolhi espero que goste - respondeu Jéssica 

Rimos com a brincadeira, comemos enquanto conversávamos, Felipe queria a qualquer custo saber o que  conversamos no quarto mas nenhuma de nós contou. 

Depois de comer, ficamos assistindo filmes, como Jéssica passaria a noite com Felipe, fui dormir com minha mãe. 

Como era domingo meu plano seria dormir até tarde, mas isso não foi possível graças ao Felipe, logo cedo os amigos dele chegaram pra um churrasco. Não tive escolha a não ser levantar, tomei um banho, coloquei um short e uma regata com meu velho all star no pé. 

Fui até o quintal onde acontecia a "bagunça", comprimentei todos e fui ajudar na cozinha. 

- Filha você vai ficar, ou tem planos? - perguntou minha mãe 

- Pablo me chamou pra dar uma volta, logo ele estará aqui - falei dando os ombros 

Um dos amigos do Fe, Gabriel, tinha levado a sobrinha pois sabia que eu estaria em casa. Ela era uma ano mais nova, mas era bem simpática.

- Então Roberta, como voce aguenta seu tio? - perguntei brincando

- Não é dificil - ela riu - Mas eu ainda prefiro ficar com ele, meu pai é muito mandão.

- Entendi, olha eu vou sair com um amigo, quer ir junto? - não queria deixa-lá sozinha com os marmanjos 

- Quero sim - sorriu 

Estávamos conversando na sala, quando a campainha tocou.

- Oi Pablo - falei abrindo a porta 

- Oi - falou timidamente

- Entra, vamos almoçar e depois saímos - falei dando espaço a ele 

Ele ficou meio acuado pelo tanto de homens na casa, o apresentei para minha mãe, ela ate o elogiou. Mas quando ele viu Felipe ficou branco como folha de caderno.

- Prazer em conhece-lo - falou estendendo a mão para Felipe 

- O prazer é meu rapaz, e só uma coisa, qualquer gracinha com a minha irmã eu te arrebento - falou serio 

Naquele momento eu achei que o garoto iria desmaiar mas Felipe começou a rir e ele ficou mais tranquilo, o almoço se passou no meio de muita conversa e brincadeiras. Assim que terminamos falei com minha mãe e sai.

- Vem Roberta - gritei da porta 

- Calma eu estava avisando meu tio - falou se aproximando

- Ela vai com a gente? - perguntou Pablo 

Vi que ele queria ir só comigo, mas eu não podia deixa-lá sozinha no meio de um bando de homens.

- Então Pablo, eu não quero deixar ela no meio desses doidos - falei tentando ser convincente 

Ele apenas assentiu com a cabeça e saímos, a conversa fluía bem entre nós tres. Decidimos ir tomar um sorvete.

- Pablo se não se importa eu gostaria de ir visitar o Miguel - falei saindo da sorveteria 

- Mas você foi lá ontem - tentou argumentar 

- Ele é meu amigo e não pode sair de lá - falei um pouco irritada 

- Ta bom você pode ir mas, eu não vou - falou nervoso

- Não tem problema, Roberta vem comigo ou vai voltar? - perguntei olhando pra ela 

- Vou com você - falou parando ao meu lado 

- Tchau Pablo - falei e sai andando 

No caminho fui contando pra ela tudo o que havia acontecido, ela apenas me ouvia e dava alguns conselhos. Assim que chegamos passamos direto pela recepção, agradeci mentalmente por ter levado meu crachá. Fui direto pra sala de jogos e vi Miguel conversando com seu pai. Me aproximei por trás dele e seu pai levantou pra me comprimentar. 

- Carol, que bom ve-lá novamente - falou me abraçando 

- É bom ve-lo também, essa é minha amiga Roberta - falei

Ele comprimentou ela com um abraço também.

- Roberta eu preciso ir na cantina, me ajuda? - falou Sr. Gonçalvez 

- Oi Miguel - falei sentando a sua frente 

- Carol eu não estou pra discussão hoje - falou sem me olhar 

- Não vim discutir, vim me desculpar - falei levantando seu rosto 

Ela não respondeu mas vi que seus olhos estavam inchados, fiquei me perguntando se ele tinha chorado durante a noite.

- Carol eu que te devo desculpas pelo jeito que te tratei. Eu gosto muito de você e vou entender se quiser ficar com o Pablo - falou segurando minha mão. 

- Eu não quero ficar com o Pablo, no momento não quero ficar com ninguém - falei sorrindo 

Ficamos conversando até eles voltarem.

- Meninas - falou Sr. Gonçalves - Hoje eu posso sair com o Miguel, querem ir conosco?

Roberta e eu aceitamos, ele nos levou ate o carro mas não revelou nosso destino. Depois de 20 minutos chegamos a marina do rio de janeiro, Roberto desceu do carro falou com um homem e voltou para nos buscar.

- Venham crianças, vamos andar de barco - falou sorridente

Adentramos um lindo iate e eu estava muito impressionada, olhei tudo detalhadamente e vi que não havia mais ninguém.

- Sua esposa não ira conosco? - perguntei 

- Ela estava meio indisposta hoje - falou tentando esconder algo - Mas meu sobrinho veio no lugar dela

Dito isso um garoto da nossa idade saiu da cabine.

- Garotas esse é Jonathan, essas são Carolina e Roberta amigas de Miguel - falou nos apresentando 

Ele apenas disse um oi timidamente e se virou para Miguel, dava pra ver nos olhos deles que eles eram muito ligados, Jonathan abraçou Miguel e depois foram pra cabine.

- Bom meninas fiquem a vontade, eu vou lá pra cima, vamos pra outro lugar - falou e piscou pra nós 

(...)

Estávamos na cabine conversando como se fossemos amigos de longa data, quase não dava pra sentir o balanço das ondas, depois de um tempo senti que havíamos parado, Miguel saiu pra verificar e voltou com um grande sorriso.

- Chagamos, venham ver, é lindo - falou bobo 

Era realmente lindo, uma ilha cheia de coqueiros e água cristalina, Roberto ainda estava na parte superior sorrindo pra nós. 

- Aproveitem crianças - falou rindo 

Jonathan e Miguel tiraram as camisas e pularam na água. 

- Vocês não vem? - perguntou Jonathan 

- Não trouxemos roupas - falei a eles 

- Não tem problema, na cabine tem biquínis podem pegar - falou Roberto 

- Não tem problema mesmo? - falei

Ele apenas negou com a cabeça, entramos na cabine e no armário havia vários tipos de biquínis, peguei o mais simples e Roberta pegou um pouco mais detalhado, nos trocamos e saímos. Confesso que fiquei com um pouco de vergonha mas só estamos nós então não tinha problema. 

Desci até a poupa da lancha e fiquei sentada com os pés na água, já Roberta saiu nadando junto com Jonathan.

- Não vai entrar - perguntou Miguel vindo ate mim

- Não sei nadar - falei e sorri fraco 

Ele não falou nada apenas ficou me olhando como se eu fosse a única mulher no mundo.

- Para com isso - falei sem graça 

- Isso o que? - perguntou confuso

- Fica me olhando desse jeito parece que nunca me viu antes.

Ele apenas riu e saiu da água sentando-se ao meu lado.

- Se eu te segurar, voce entra na água? - perguntou me encarando 

- Só se voce prometer não fazer gracinhas - respondi 

Ele apenas assentiu e voltou pra água, ele segurou minha mão e eu desci a pequena escada que havia ali.

- Pode segurar no meu ombro - falou 

Fiz o que ele falou e entrei totalmente na água, a principio fiquei com medo mas ele segurou minha cintura e eu fiquei um pouco mais calma.

- Nossa água esta uma delicia - falei 

- Agora só falta mergulharmos - falou com um sorriso  

- Mas eu não sei nadar, lembra? - falei mostrando a língua 

- Então vamos fazer assim, quando eu falar 3, você segura no meu pescoço e prende a respiração. 

Apenas afirmei com a cabeça e ele começou a contar, coloquei meus braços em seu pescoço e ele segurou minha cintura com mais força. Quando ele falou tres fechei os olhos e prendi a respiração, senti a água cubrir minha cabeça, voltamos a superfície e eu estava ofegante. 

- Ta tudo bem? - ele perguntou

- Ta sim só estou sem fôlego - sorri pra ele 

Ele voltou pra perto perto do barco se segurando e eu fiquei encurralada por seus braços esquanto segurava em seu pescoço.

Sentia sua respiraçao no meu rosto e ele foi se aproximando, cada vez mais e colou nossos labios num selinho. Abri a boca aprofundando o beijo, ele colocou uma das mãos na minha cintura e eu prendi minhas pernas em sua cintura. Ele colou se corpo no meu, quando Roberto apareceu.

- Bom não quero atrapalhar mas, o lanche esta pronto – falou coçando a nuca

Ele saiu de perto e começamos a rir, subimos a bordo e fomos comer.