Dark Angel escrita por docin1


Capítulo 6
Apresentações


Notas iniciais do capítulo

Oioi! Consegui achar um Mike, não sei se a imagem combinou muito bem... Ainda sou nova nisso! Preciso de gifs, imagens que combinem... Enfim, aproveitem!

Alterado/revisado em 25/05/2017



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Embora cansada, fui satisfeita para casa. Parece que eu voltaria a ter só um primo. Entrei no prédio encharcada pela chuva e o síndico olhou feio ao perceber que eu molharia todo o chão e parte das escadas. Tentei um sorriso forçado e ele acabou retribuindo.

Por conta do tempo chuvoso durante todo o dia, minhas janelas estavam fechadas e a casa estava escura. Fechei a porta e tirei o casaco antes de pensar em ascender a luz. Não precisei ascender para perceber que havia algo errado. Ao lado da porta, havia dois casacos pendurados. Pendurei aquele que eu acabava de tirar e, atrás de um casaco que eu nunca usava, mas estava sempre pendurado, tirei um taser com capacidade para longas distâncias preso na parede com fita adesiva.

Ascendi a luz apenas quando o taser já estava apontado na direção do sofá. Um homem que eu nunca havia encontrado antes estava sentado nele, com os pés sobre a mesa de centro. Ele não se abalou com o taser, nem sequer olhou para mim.

— Quem é você e o que quer?

— Abaixa isso, garota, não vou machucar você.

— Eu sei que não. Agora tira a droga dos pés de cima da minha mesa e me responde.

— Sou o Clint Barton. Alguns me chamam de Gavião Arqueiro. – Ele soltou um leve sorriso ao se apresentar. Reconheci o nome da noite anterior. – Sou um agente S.H.I.E.L.D.

— Como me encontrou aqui?

Ele esticou o corpo até pegar minha mochila no chão, ao lado do sofá. Ignorou completamente o meu taser e tirou da mochila uma pequena bolinha prateada. Um rastreador.

— Isso é um rastreador.

— Eu sei o que é. - Abaixei o taser. Ele poderia ter me encontrado durante a madrugada e me assassinado, então não me faria mal agora.

— Você é a Angel, não é? Vi você entrando no Museu e fiquei surpreso, ninguém notou você. Além de mim, claro. - Sorriu.

— Contou à alguém sobre mim?

— Não, fique tranquila, eu gosto de você.

— O que mais você sabe sobre mim?

— Sei que você passa as noites caçando. Mas você não dá uma surra e chama a Polícia, como o Batman fazia e os outros fazem... - Fazia? - Você os interroga. Até tortura. Você está procurando alguém.

— Você sabe demais sobre mim e eu ainda não sei muito sobre você. - Me aproximei do sofá e chutei suas pernas de modo a fazê-lo tirar os pés da minha mesa, e sentei no sofá.

— Não sei o seu nome.

— Alícia Amell.

— Amell. Já ouvi esse nome... Enfim, sou um dos da SHIELD, mas não vou te entregar para eles. De qualquer forma, eles vão te encontrar logo, estão te procurando.

— Por que estariam me procurando?

— Eles querem você por perto. Não gostam de como você faz as coisas, mas acham que podem mudar isso.

— Continue falando, Barton.

Mesmo com o sorriso prepotente, ele parecia confiável. Falou sobre a SHIELD: uma organização secreta que cuidava de ameaças terrestres ou alienígenas. Como se a Liga da Justiça fosse pouco, eles existiam. O QG da SHIELD era nada menos que uma nave invisível que sobrevoava New York, na maior parte do tempo. O careca de óculos escuros era Nick Fury, diretor da SHIELD. E a ruiva, uma das melhores agentes, Natasha Romanov, uma russa que era conhecida por lidar de um jeito violento com bandidos, mas que se comportava, depois que foi para a SHIELD. Barton foi embora prometendo que voltaria e falaria mais sobre eles, me alertaria para não cair em armadilhas, disse que Nick Fury era ardiloso e calculista e que eu precisaria ter cuidado.

Depois que ele se foi, troquei uma noite nas ruas de Gotham por fazer pesquisas e mais pesquisas a respeito da SHIELD no meu notebook. Não fiquei surpresa quando não encontrei nada útil.

Peguei meu celular e passei a olhar a lista de contatos. Além da família, um ou outro número de algum cara que eu ligava de vez em quando, só para sair, beber uns drinks e dormir com alguém. Hoje, nenhum deles parecia interessante. Joguei o celular de volta na cama e me surpreendi quando o mesmo começou a tocar.

— Alô?

— Lis?

— Oi, Dick. Tudo bem?

— Ah, sim. - Ele fazia barulhos do outro lado, como se estivesse tirando a roupa ou se mexendo na cama.

— Você está bem? Parece cansado.

— Dia ruim. Um dia bastante ruim. - Eu quase podia vê-lo sorrir ao falar.

— Você precisa de alguma coisa?

— Alguma coisa boa no meu dia. Me conta alguma coisa.

— Queimei as pontas do meu cabelo hoje.

— Servindo café?

— Eu estava tentando ajudar Martha a fazer o recheio de uma torta e tudo saiu fora do controle!

— O recheio era o quê?

— Frango com requeijão.

— Oh, que delícia!

— Diz isso para o meu cabelo. - Falei e ele riu do outro lado da linha.

— Lembra quando uma menina cortou seu cabelo?

— Ah, o nome dela era...

— Acho que era-

— Jasmine!

— Sim! Jasmine!

— Demorou um ano para ficar do mesmo tamanho.

— Não faz drama, ela cortou só um pedaço.

— Você está brincando comigo? Eu quis matar aquela menina!

— Que exagero, vocês só tinham 12 anos.

— 12! Não se corta o cabelo de alguém com 12!

Ele riu do outro lado. E de novo, e de novo. E eu não queria parar de falar apenas para ouvi-lo rir outra vez.

Conversamos durante toda a noite. Desliguei o celular apenas quando o sol começou a aparecer e Dick se despediu alegando que eu devia dormir, mas antes de desligar, ele prometeu que me veria no dia seguinte.

Eu dormi apenas algumas horas e acordei atrasada. Enquanto corria para me arrumar e, depois, caminhava para a lanchonete, me perguntei o que aquilo significava. Dick me trazia uma leveza, tirava o peso que Angel trazia. Será que, de alguma forma, ele poderia atrapalhar meus objetivos? Eu teria que mantê-lo afastado, pelo menos um pouco.

A lanchonete estava movimentada, então não tive tempo para pensar sobre o Grayson ou nada mais, apenas andei de um lado para o outro com a bandeja nas mãos. Ao meio dia, deixei a garçonete nova ficar com o meu horário de almoço e a substituí no balcão. Ouvi uma voz familiar e sorri sem querer.

— Dona Martha! - Vi Dick abraçar minha mãe de criação como se fosse sua.

— Oh, meu menino! Há quanto tempo, hein?

— Tempo demais.

— Ouvi dizer que você ainda gosta do café que eu faço. Veio por isso de novo?

Ele olhou para mim e ela seguiu seu olhar. Senti minhas bochechas corarem.

— Mas é claro! - Ela sorriu e ele lhe deu um beijo na bochecha.

Dick caminhou em minha direção e Suzi, que agora estava ao lado da mãe, fez um sinal de positivo para mim.

— Oi, Lis. - Ele se sentou no banquinho à minha frente.

— Oi.

— Eu vim... Levar você para almoçar.

— Mas eu-

— Sem desculpas, Suzi me disse que esse era o seu horário. - Ele balançou a cabeça e eu ri.

— Sim, mas eu deixei a menina nova ir no meu horário. Você também tem horário, não é? - Entristeci um pouco ao saber que quando a menina voltasse, Dick teria que ir.

— Será que não tem como...

— Alguém me cobrir?

— Isso.

Suzi estava apenas de passagem e a única pessoa seria... Lucy. Balancei a cabeça negativamente.

— Tudo bem, então eu quero fazer meu pedido.

— Vai almoçar aqui, Grayson?

— Bom, meu plano era almoçar com você, então... Sem problema.

— Certo. Seu pedido. - Sorri largamente.

— Eu quero um pedaço de torta de frango com requeijão. - Sorriu o sorriso de menino levado. - E você?

— Eu estou trabalhando.

— Não vai pedir? Eu peço por você, então. Você vai querer... - Ele passou os olhos pelo cardápio. - Pão de queijo é um pão feito só de queijo? - Ele perguntou e eu ri.

— Mais ou menos, não é muito comum por aqui.

— Bom, você vai querer um sanduíche de frango com queijo.

— Ok, uma torta de frango com requeijão e um sanduíche de atum. - Anotei no meu bloquinho azul claro.

— Eu disse "frango".

— Prefiro atum, hoje.

— Pensei que você estivesse trabalhando.

— E estou. - Arranquei a folha rabiscada do bloquinho e coloquei na pequena janela que dava para a cozinha.

Em seguida, fui atender a menina que esperava por sua vez. A torta saiu bem rápido, mas meu sanduíche demorou um pouco mais. Aproveitei o raro momento do dia em que havia pouco movimento e dei a volta no balcão, sentando ao lado dele para comermos.

— Hoje as ruas estão tranquilas? - Perguntei para conversar um pouco mais.

— Não estou na rua hoje. Estou num caso com o comandante Gordon, estou investigando. Lendo papéis, colhendo provas... Nada muito emocionante.

— É o caso do museu? - Perguntei despreocupadamente, mas ele arregalou os olhos.

— Hm, sim. - Ele respondeu depois de tomar um gole de refrigerante.

— Parece emocionante fazer parte do caso.

— Nem tanto. - Deu de ombro. Sabe, valeu à pena perder as pontas do cabelo, porque a torta está maravilhosa!

— Bom, eu-

— Alicia! Eu sei que o papo deve estar bom, mas você está em horário de trabalho. - Lucy colocou as mãos na cintura.

— Lucy, eu-

— Sinto muito, gata, mas ela está certa. - Mike concordou colocando uma bandeja sobre o balcão. Estavam sobrecarregados.

— Dick, eu sinto muito. Eles precisam de ajuda mesmo. - Levantei do banquinho e recolhi nossa louça, levando para a cozinha.

E que surpresa eu tive quando encontrei Dick Grayson com uma bandeja na mão sendo amável com uma senhorinha que queria sopa. Ele estava sem a farda, apenas com uma camisa regata branca, que ficava bastante justa em seu corpo. A farda estava esquecida no banquinho que ele havia ocupado.

— Grayson, o que você está fazendo? - Peguei a bandeja de suas mãos.

— Eu ainda tenho uns vinte minutos com você. - Ele olhou dentro dos meus olhos e eu me senti boba.

Ele tomou a bandeja de volta e voltou toda a sua atenção para a senhora, me ignorando. Apenas balancei a cabeça e tratei de agilizar o serviço atrasado.

— Sinto muito, Amell, mas meu turno por aqui acabou. - Ele depositou a bandeja com alguns copos na bancada enquanto eu entregava um pedaço de torta à um cliente.

— Te levo até o carro. - Sorri abertamente, isso estava virando um hábito ligeiramente irritante.

Dick colocou a farda e me senti um pouco frustrada, estava bom vê-lo perambulando de camiseta regata. Paramos próximo ao seu carro preto.

— Obrigada pelo almoço, Dick. E por me ajudar.

— Obrigado pela companhia, Lis.

— Amanhã eu...

— Te pego às 19h? Para um encontro de verdade? - Ele me olhou profundamente nos olhos.

— Sim. - Sorri.

— Então até amanhã, L.

Eu mordi o lábio quando percebi que ele estava se aproximando. Ele era suave no beijo, do tipo que faz com que você agarre sua nuca sem perceber e que, quando termina, está ofegante.

— Eu vou esperar muito... ansiosamente, sabe, até amanhã. - Ele falou antes mesmo de se afastar, ainda estava abrindo seus olhos azuis.

Respondi puxando-o para outro beijo. Eu estava tentando ser sutil, mas pensamentos nada sutis me dominavam.

Quando nos afastamos, ele sorria.

Meu humor permaneceu incrivelmente bom durante o resto do dia. Suzi apareceu para ajudar a fechar a lanchonete e fomos para a minha casa juntas, pensando na garrafa de vinho que eu tinha e na pizza que iríamos pedir.


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Notas finais do capítulo

Gente, eu amo o Barton!

Alterado/revisado em 25/05/2017