O Príncipe Cinza escrita por Micaela Salvya


Capítulo 1
Prólogo




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Prólogo

Livro dos Contos: Reino Core

Era uma vez , em terras distantes, um rei tão perverso que era chamado de O Espectro.

Não se sabia qual era seu nome, ou de onde veio. Surgiu da névoa, impôs seu poder e se declarou rei.

E todos o temiam tanto, dado às atrocidades que cometia aos seus súditos, que nem mesmo tentavam depô-lo. O Espectro raramente deixava o conforto de seu palácio, e quando o fazia era para decapitar faladores e revolucionários. Ou mesmo comuns, que ousavam cruzar o seu caminho. Diziam que sua paixão era para uma única coisa.

Espelhos.

O seu palácio era repleto deles. Milhares espalhados por todo lugar, cada cômodo. Os servos diziam que poucos tiveram o privilégio de visitar as suas câmaras, e os poucos diziam que cada parede era coberta por eles. Seu imponente trono era feito destes, pequenos, grandes e médios pedaços que juntos formavam um padrão sinistro sob a luz da lua. Mas ninguém entendia sua obsessão, pois O Espectro nunca mostrava sua face. Sua forma estava sempre envolta em tecidos pesados e uma touca cobria sua cabeça. Ninguém nunca vira seu rosto. Com exceção dos seus olhos. Fundos poços prata de ódio constante. O rei usava uma máscara sempre presente cinza, quase da cor do seus olhos. Foram estes os traços que muitos viram antes de se esvanecerem para a morte. Antes de darem seu último suspiro.

Um dia esse rei mandou que todos os homens, fossem meninos, jovens ou adultos fossem à guerra. Guerra contra as terras de seus irmãos, forçados a atravessarem o frio do Mar Gelado, de superfície sólida como uma ponte, até as terras de Acelentia e Profécia. As duas ilhas nos quais compartilhavam a região das Três Ilhas, denominada, Castell.

Foi então que um homem interveio. Um único homem movido por Força pura. Um único homem provido de fé.

Este homem comoveu pessoas, mostrou a elas que o poder poderia fazer do inalcançável, alcançável. "Não pensem que é impossível, porque aquilo que é impossível não pode acontecer. Ao invés, abram seus olhos e acreditem que suas palavras não passam de ações possíveis." ele proclamava.

Sua humildade era tão grande que nunca revelara seu nome. Não queria uma glória mundana.

O Espectro não se contentou com a revolução. Ficou paranóico, assistindo seu povo agora se levantando contra seu rei, à tal medida que não se aguentava de ódio e vivia descontando-a em servos, mais do que antes. Seus três filhos não estavam em melhor estado, se o rei fosse deposto, então qualquer sonho de grandeza cairia com ele. Os três, então, sob medidas drásticas, mandaram matar o pobre homem, achando que assim cortariam o mal pela raiz. Mero engano, seu espírito virou pura fé e habitou todos aqueles que assim desejassem. A população se revoltou a ponto de invadir o palácio e destruí-lo com seu novo poder chamado Yz.

Y e z as duas últimas letras do alfabeto representariam o final de tempos ruins, um ponto final permanente para que houvesse paz finalmente, e para que assim se permitisse o começo de tempos mais justos.

Foi então coroado o primeiro rei eleito por Yz. Não haveria mais hereditariedade, sucedendo uma nova linhagem de reis escolhidos, não pela sede de poder dos homens falhos.

Mas sim pela fé.


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