Pov. Leo

Okay, depois de ser um mecânico pegando fogo e ouvir o Harley cantar a viagem toda “This guys is on fire”, eu achei que não podia piorar. Tipo: Oi, cheguei ao fim do poço, agora tenho que subir! Porém, eu não esperava chegar á sombra do fim do poço.

Pra começo de conversa, eu odeio entrevistas. Serio mesmo. Que coisa sem graça! [N/Autora: ...] Enfim, tivemos que nos preparar para uma. Hermes iria apresentar e já estava lá com um terno brilhoso que parecia ter sido comprado na butique de Zeus (Shine like Diamonds in the Sky Since 1100 a.C), o cabelo tinha uns cinquenta tons de verde e o microfone estava preso á gravata como o Silvio Santos. Eu podia viver uma vida feliz sem ter visto aquela imagem.

Vesti um terno lá que me deram e entrei na fila com todo mundo. A primeira a entrar foi a Thalia. Oh, santo Hefesto...

- Temos aqui do Chalé 1, Thalia Grace! – Hermes anunciou.

Ela estava linda como sempre. Eu sempre a achei mais linda que Afrodite. Mesmo antes de Afrodite me deixar enjoado dela. Era apenas um vestido azul simples, com um casaco preto e um colar de lua, símbolo de Ártemis e os cabelos de certo modo emaranhados e o rímel meio borrado como se quisesse acabar com o trabalho de Afrodite.

Não, eu não me dei o trabalho de observar cada detalhe dela. Tipo, como seu salto tinha exatamente cinco fivelas, as bochechas estavam realçadas com blush pêssego e o cabelo tinha uma fina tiara prata. Eu não notei isso.

- Olá Hermes.

- Thalia Grace! Temos apenas uns minutos e meio, bem, se sente honrada de estar aqui nos jogos? – Hermes falou se ajeitando na cadeira.

- Por que estaria?

- Por que é o primeiro de muitos!

- Que lástima.

- Ah, okay. Bem, porque você quer competir?

- Pra fazer cosplay de Katniss.

- Em chamas? – Opa, eu posso ajudar, Thalia, sua linda!

- Em eletricidade. – Droga.

- Uh, bem. Mas vai levar que arma mágica?

- Aegis.

- E seu arco de caçadora? Ele não aparece mais no seu ombro quando precisa?

- Não sei... Acho que não – Aquela cara... Cara de sarcasmo! Ela vai levar duas armas! Que trapaça! EU AMO ESSA GAROTA!

- E seu irmão? Vai protegê-lo?

- Ele tem idade o suficiente para cuidar de si mesmo.

- Uh, okay. Thalia Grace pessoal! – Aplaudiram e ela saiu pelo outro lado do palco. Oh, cara, eu preciso dessa garota!

- Ainda do Chalé 1, Jason Grace!

- Na verdade sou da Quinta Corte.

- Não importa. Sente-se honrado em estar nos jogos?

- Não.

- Por que você quer competir?

- Sei lá.

- Vai levar que arma mágica?

- Não sei.

- E sua irmã, vai acompanha-la?

- Não.

...

- Jason Grace pessoal!

E Jason saiu. Viu? Entrevista é sem graça. E agora vai ficar pior. Como chalé 2 não tem ninguém, o próximo é...

- De Chalé 3, Debby Abadeer!

- Yo.

- O que é Yo?

- Não sei. Mas soa legal...

- Okay... Sente-se honrada por estar nos jogos?

- Não mesmo. Os jogos que tem que estar honrados que eu esteja neles.

- Por que você quer competir?

- Por mudanças. Por um mundo onde Baleias Assassinas sejam chamadas de Pandas-do- Mar. Convenhamos. Soa bem melhor.

- Uh, certo. Vai levar que arma mágica?

- Moiraíos, minha espada que o Leo fez.

- Por que ele fez?

- Porque eu o paguei?

- Faz sentindo. E sobre seu irmão?

- Ele é lerdo, deuses...

- Mas vai ficar com ele?

- Isso é incesto...

- Vai acompanha-lo nos jogos?

- Ah. Não. Que se vire.

- Uh. Certo.

- Yep.

- Debby Abadeer pessoal!

- Beijos e não patrocinem a Drew! – E saiu. Quando eu digo que uma pessoa tem probleminhas mentais...

- E agora... Percy Jackson! Do chalé 3!

- Oi.

- Sente-se honrado em fazer parte dos jogos?

- Sei lá. Talvez. Num sei. Posso perguntar pra Annabeth?

- Vou entender como um sim. E por que quer competir?

- Pra, sei lá. Alguma coisa que é importante e eu esqueci. Posso perguntar pra Annabeth?

- Não. Vai levar alguma arma?

- Vou levar uma régua falante chamada William Shakespeare. Claro que vou levar uma. A contracorrente! Mas se eu for levar outra... Posso perguntar pra Annabeth?

- Vai acompanhar sua irmã?

- Não. Não sei. Talvez... Posso perguntar pra Annabeth?

- Ah... Percy Jackson, senhoras e senhores!

- Okay... Eu chamo a Annabeth?

- Vai. Embora.

- Okay... – Eu tenho medo de chegar perto daquele cara e sei lá... Dá uma fungada forte e pegar a mesma doença dele.

- E agora do Chalé 4... Katie Gardner!

- Olá, amantes da natureza e o “resto”.

- Uh, olá, Katie, sente-se honrada em participar dos jogos?

- Só se a arena for de um jeito bem ecológico e tals.

- (...) Certo. E porque quer competir?

- Para provar que o cereal Deméter pode fazer um vencedor! – Ela leu num papel post-it colado na mão...

- Patrocínio?

- Talvez.

- Certo... Vai levar que arma mágica?

- Cereal Deméter...

- Letais.

- Pode crer...

Nisso, Deméter se levantou, deu o dedo médio e saiu. Quando ela estava longe, todo mundo bateu palma. Até eu.

- Vai acompanhar sua irmã?

- Sim.

- Bem, Katie Gardner, Senhoras e Senhores!

Ninguém bateu palma, mas ela saiu sorridente. Miranda entrou e falou mais coisas sobre Deméter e blábláblá. Ninguém se importa com Deméter, oras! Mas okay. Se você, filho de Deméter está lendo isso, me perdoa, mas eu não ligo pra sua mãe. E pra ser sincero, a maioria não liga. Me desculpa aí.

Depois de a Miranda sair, entrou a Clarisse. Bem. Ela estava com um macacãozinho de treino e nem um pouco “glamorosa”.

- Ahn... O que você está vestindo, Clarisse? – Hermes perguntou.

- Você acha que eu ia vestir o vestido de babado que Afrodite me deu? – Clarisse tem um ponto...

- Uh, não. Mas está honrada em participar dos Jogos?

-Não.

- Mas porque quer competir?

- Para socar otários. Tipo o Jackson.

- Vai levar arma mágica?

- Sim.

- (...) Qual?

- Minha lança elétrica.

- Mas o Percy não quebrou ela?

- Teve outro bazar no Olimpo...

- Uh. Vai acompanhar seu irmão?

- Aquele banana? Cruzes. – Frank murmurou alguma coisa como “Que saco!” lá na frente. Ui, como ele tem boca suja.

- E o que é isso no seu colar?

- Fogo grego.

- Clarisse La Rue, pessoal!

Todos aplaudiram e ela saiu. Hermes continuou o show.

- E agora... Frank Zhang, do Chalé 5!

- Olá, pessoal. E eu sou romano. Quinta corte na verdade. Sou filho de Marte. Mas eu queria ser filho de Apolo. – Lá vem ele de novo.

- Sente-se honrado em participar dos jogos.

- Deveria por ser filho de Marte. Mas eu queria ser filho de Apolo.

- E porque quer competir?

- Deveria ser pra socar imbecis e matar gente descuidada por ser filho de Marte. Mas eu queria ser filho de Apolo.

- E que arma mágica vai levar?

- Deveria ser uma lança por ser filho de Marte. Mas eu queria ser filho de Apolo.

- Vai acompanhar sua irmã?

- Não por ser filho de Marte. Mas eu queria ser filho de Apolo.

- Garoto. Some da minha frente.

- Não deveria por ser filho de Marte. Mas eu queria ser filho de Apolo.

- FORA! – Hermes gritou. Frank correu e Hermes acrescentou – Frank Zhang, pessoal!

Aplausos confusos e Hermes anunciou Annabeth Chase.

- Olá Annabeth.

- Olá, Hermes.

- Sabe que eu te odeio, né?

- A recíproca é verdadeira.

- Ahn?

- Exato.

- Sente-se honrada em estar nos Jogos?

- Sim e ao mesmo tempo não.

- Ahn, e porque quer competir?

- Para provar que os Jogos se vencem com cabeça, não com punhos.

- Vai dar cabeçadas neles?

- Duvido que faça melhor.

- AH! – Hermes tentou pular em cima da Annabeth e o Percy correu lá de trás, o Connor foi puxar Hermes, a Clarisse deu uma bofetada no Percy, a Annabeth puxou a faca e a Katie jogou cereal no meio da multidão. Como aquela droga é pior que bomba de Gás Lacrimogênio, todo mundo se separou tossindo e respirando com dificuldade. Não sei como sobreviveram, mas deu certo. Voltando aos seu devidos lugares, Hermes continuou com a entrevista.

Passou o chalé 6, 8 e o Harley entrou. Larguei o Coça-Sovaco 2000 que eu estava fazendo e fui ver como o pequeno se saia.

- Do Chalé 9, Harley Shake! – E a multidão caiu na gargalhada. Não sei o que esse povo tem contra o nome do Bixim... Con Los Terroristas, Riariaria.

- Ha-ha. Originais. Minha mãe gostava.

- Certo, Harley... Sente-se horando em competir?

- Não – Ele falou com voz de birra.

- Hum, e porque quer competir?

- Eu não quero – Ele cruzou os braços e fez um biquinho.

- Vai levar que arma mágica?

- Não tenho nenhuma... – Ele começou a soluçar e ficar com os olhos vermelhos. Que ator. Mas a plateia comprou a encenação. Iugh.

- E você vai ficar com seu irmão?

- Ele mesmo sendo um mané, é tudo que eu tenho! – E desatou a chorar. Tipo, soluçando e se engasgando. Todo mundo fez “Awn” e começou um burburinho sobre adotar a peste. Apoiado!

- Ah, alguém... Poderia consolar ele?

Debby entrou, jogou ele por cima do ombro, ainda chorando, e o levou até outra ponta. Amém. Hermes conseguiu parar o mimimi da plateia.

- E agora, do Chalé 9, Leo Valdez! – Respirei fundo e entrei.

- Falou gente! Garotas, o contato é só por mensagem de Íris, qualquer coisa.

- Senta, Leo.

- Okay.

- Sente-se honrado em participar dos Jogos?

- A pergunta de verdade é, vocês sentem-se honrados em ME receber?

- Foi isso que a filha de Poseidon disse...

- Recalque.

- FILHO DE UM CORNO! – Debby gritou.

- Sou mesmo e daí. – Retruquei. Hefesto se levantou.

- Leo!

- Hefesto!

- E porque quer competir? – Hermes insistiu. Se o Harley pode apelar...

- Para proteger meu irmãozinho, Harley.

Várias garotas suspiraram. Mandei um “me liga” e Hermes continuou.

- Isso é uma causa nobre. De verdade.

- Concordo...

- Bem, e vai levar que arma mágica?

- Meu cinto de ferramentas.

- Ele não faz aparecer qualquer coisa?

- Puff, não. Só... Balinha de menta. E eu adoro.

- Ah tá. Enfim... Leo Valdez, minha gente!

Aplausos e eu saí, mandando um beijo pra uma mina ali que eu juro que era filha de Apolo, porque ninguém sem parentesco com o deus do Sol pode ser tão quente. Eu sou uma exceção, porém. Harley fez cara feia pra mim e eu até tive esperança que ele não me enchesse o saco, mas eu não sou filho de Tique pra ter tanta sorte.

- Cara, verdade que seu cinto só dá balinha de menta? Que droga, ein. Mas eu adoro balinha de menta! Me dá uma aí... Ah, mas você não tá com o cinto, que pena. Se bem que se eu tivesse um cinto daqueles eu nunca tirava. Mas se ele só dá balinha de menta... Mesmo assim seria legal. Eu já disse que adoro bala de menta? Se você estivesse com o cinto seria mais legal, mas você nem tá... Que chato. Mas quando a gente voltar para o hotel você me dá nér? Ah, mas a gente está no estábulo! Que chato nosso hotel ter desabado e que falta de sorte! Falando em sorte... –

Harley falou tanto que nem consegui ver as outras entrevistas...