De Primavera À Inverno escrita por DaniMines


Capítulo 14
Capítulo 14 - A Volta da Primavera


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoas! Ainda tem alguem que lê essa budega?
Bom, peço desculpas pela demora. Eu fiquei sem PC durante um bom tempo, na verdade ainda estou. Este capítulo esta sendo postado via tablet. Eu acabei me enrrolando com as provas de inicio de ano, estou ficando sem tempo por causa da escola. Primeiro numa escola integral não é mole não!
Enfim aproveitem.



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O dia seguiu chuvoso até o final da madrugada, como se estivesse com raiva. Depois de deixar alguns lugares alagados a chuva despediu-se com a noite, deixando um belo e lindo dia tomar seu lugar no céu.

Tardava 10 da manhã. Kaoru acompanhava Ukitake pela caminhada a juu san bandai. O mais velho não cessava de falar-lhe sobre os tenentes e capitães. Todavia, ao momento em que o taichou mencionou Retsu... o pequeno alegrou-se ao notar algo diferente no shinigami. Sorriu, parecia-lhe até outo-san falando de oka-san.

__ Kaoru-kun? O que foi?

__ Nada Ukitake-san! - desconversou ainda sorrindo. Quem sabe ainda não ganhava um ''priminho''?

Andaram um pouco mais durante a conversa até chegarem num lugar um pouco mais aberto do que os corredores que faziam a Seretei parecer um labirinto digno do minotauro. Havia algumas árvores que deixavam o lugar mais agradável.Um dos poucos locais onde encontravam-se um pouco mais de vida e cor.

__ Me espere aqui Kaoru-kun. - disse o capitão sorrindo.

__ Hai, Ukitake-san.

Não precisou de muito tempo para que o menino pudesse o perder de vista. Então, não tendo mais nada para fazer, poi-se a observar as nuvens no céu. Tão branquinhas... como o algodão. Será que eram tão fofas e macias como ele?

O vento movia lentamente as nuvens para longe. Era um lindo dia. Com certeza seus pais gostariam de aprecia-lo...

O tão formoso e inocente sorriso foi aos poucos diminuindo conforme Kaoru baixava o semblante em direção ao chão. Parecia que não mais poderia olhar para aquele lindo céu.Não sozinho. A mesma dor do dia anterior veio atormentar-lhe. Era a primeira vez que ficava sem os dois. Pensando bem, sua vida mudara em praticamente em uma semana. Tão pouco tempo para tantas emoções.

Apertou os olhinhos com força, não iria chorar, tinha que ser forte e manter-se bem.

__ Eles vão acordar logo, vão acordar logo... - sussurava para si, com os olhinhos fechados no mesmo lugar. As mãos retraídas em punho estavam em par com a voz fraca, e o vento, soprando fraquinho, fraquinho, iam compondo aquela melodia fraca e baixa , com o único objetivo de acalmar o coração do Ise.

__Hum... o que está fazendo, garoto? - indagou-lhe uma voz feminina próximo ao ouvido. Tão longe era intimidadora, parecia-lhe bastante curiosa e travessa. Mas foi o suficiente para sentir um cala frio na espinha.

Nada respondeu, suava frio e suas mãos tremiam levemente. Aquilo o assustava. Não tinha boas lembranças de situações parecidas.

__O que está fazendo aqui? - perguntou uma segunda voz também feminina.

Kaoru abriu os olhos sem virar-se dando de cara com uma mulher ruiva, com seios grandes(muito grandes) e com o emblema de tenente.

__Hã? Não precisa ter medo, não vamos machucá-lo.

__E-eu... - gagejou, não dava para evitar, estava no automático.

__Ei! - dirigiu-se a ele a segunda voz. Um pouco desconcertado virou-se na direção de sua dona . Ela era um pouco mais alta que si, tinha cabelos negros e curtos. Uma pequena mecha caia sobre o seu rosto entre seus olhos arroxeados. Também possuía um emblema de tenente no braço.

__ Você não é o filho de Kyouraku taichou e Ise fukataichou? - perguntou-a curiosa aproximando-se.

__Que??! - gritou a ruiva - Nanao-chan está viva?E tem um filho!? Com o Kyouraku taichou?! -

__Hai, Ukitake taichou me contou que...

Enquanto as duas conversavam, Kaoru pensava na confusão que tinha se metido. Era para ninguém saber dele, não? O que faria agora?

__ Oi! - exclamou a mais baixa.

__Ha-hai!

__ Qual o seu nome?

__ Ise Kaoru.

__ É ele mesmo, Matsumoto-san! Ele parece um chappy de chocolate! - os olhos da mais baixa brilhavam mais que dois diamantes. As mãos juntas, como em uma reza, entrelaçadas, faziam par com os olhinhos violetas.

__Né, Kuchiki-san... - uma gota aparecia na cabeça de Matsumoto enquanto ela dava um sorriso desconcertado.Rukia sabia ser estranha quando queria.

Kaoru olhava para as duas tentando entender aquelas malucas. O que seria um chappy? Aquilo era mesmo um elogio? Que tipo de encrenca havia se metido, poxa!

__ Ano...- falou tímido - o que é um chappy? - inclinou a cabeça um pouco para a direita com os olhos fixos em Rukia. Um leve bico no rosto e uma das sombrancelhas erguidas.

As duas tenentes continuaram imóveis apenas observando o garoto, por fim disseram em uníssimo:

__Kawaii!!

__ Nani? - assustado, deu um passo para trás, por medida de segurança.

__ Ele é fofo igual a um chappy! - disse Rukia.

__Não sei se igual a um chappy mas ele é fofo!

'' Por que todo mundo me diz isso? Será que é combinado?''
E lá se iam de novo pelo fofo.

No quarto esquadrão...

A luz do sol entrava pela janela iluminando todo o quarto. O vento fazia o ar circular pelo recinto, trazendo o cheio de árvores próximas, cheiro de sakuras em sua maioria.

Shunsui despertava lentamente. Sua cabeça doía mais que qualquer coisa. E olha que a dor no seu ombro o incomodava demais. Abriu os olhos, acostumando-se com a claridade. Não estivera ali muitas vezes mas reconhecia a yon bandai de outros tempos. A excessividade de branco e o cheiro característico de álcool e desinfetante era marcante e inconfundível.

Sentou-se na cama entre leves gemidos de dor. Olhou para a esquerda, na direção da janela e encontrou-a ali. Sua pequena menina.

__Nanao-chan... - chamou-a com a voz vacilante, o olhar firme e triste.

Ela estava sem cor, os cabelos sem brilho, os lábios opacos. Ferimentos e ataduras em várias partes do corpo. Mas apesar de tudo respirava. A mulher que amou, que deu-lhe um filho, a mulher pelo qual fazia tudo... estava viva. O capitão sentiu-se aliviado. Um adolescente outra vez, com o coração acelerado. Sorriu.

__Shunsui-kun, deite-se.
O sorriso gentil não era capaz de esconder a aura negra de sua bela dona. O capitão sentiu um leve arrepio na espinha, mesmo ainda estando de costas.

Virando-se na direção de Retsu, disse-lhe sorrindo:

__Hai, hai Dai-senpai. - deitou-se o mais rápido que podia, não seria nada bom se ela se irrita-se - Nee, Dai-senpai à quanto tempo está ai?

__ Apenas um pouco, eu estava verificando o soro de Ise-chan e quando ia embora, você acordou.

__ Como ela está?

__ Não se preocupe, ela esta fora de perigo.
Sorriu, estava feliz afinal. Sua Nanao-chan estava de volta e nada iria tira-la dele agora. Absolutamente nada.

__ E Kaoru? - olhava para o teto esperando pela resposta enquanto as lembranças da luta contra Memna vinham-lhe a tona.

__ Kaoru-chan já acordou. Ele veio vê-los ontem. Como só tinha apenas alguns arranhões eu o liberei. Está com Ukitake.

__Alguns arranhões? - estranhou, pelo que se lembrava o menino havia quebrado o braço.

__Hai.

__Ainda bem. - talvez tivesse sido sua imaginação afinal.
E como quem é vivo sempre aparece, o pequeno apareceu na porta com Ukitake atrás.

__Kaoru-kun! Como vai? - disse Shunsui sentando-se de novo. Dessa vez Unohana apenas suspirou. Olhou para Ukitake que entendeu a mensagem e retiraram-se silenciosamente.

__Oto-san! - disse o menino correndo para abraçar o pai. Seu sorriso não cabia no rosto - Eu vou bem outo-san! E o senhor?

__Não se preocupe comigo, vou ficar bem Kaoru-kun.

O pequeno envolveu o mais velho com seus braços relutante em soltá-lo. Como estava feliz! Agora só faltava sua mãe acordar! Tinha certeza que seria em breve!

Kyouraku taichou logo recuperou-se e levou seu filho para morar consigo. Seus criados se encantaram com ele. E tinha como não gostar? Kaoru agitou aquela casa deixando todos de cabelo em pé! O garoto adorava explorar e ficar brincando nas árvores, pulando em cada uma delas e até indo no telhado. Mas o pior de tudo era quando ele sumia, quando ia dar uma '' olhadinha por ai''. Shunsui saía feito um louco do esquadrão(quando estava no esquadrão) para procurá-lo.

Nessas andanças, ele quase se meteu numa briga quando foi parar no esquadrão do Kenpachi. Ainda bem que havia chegado a tempo. Quando voltaram para casa, o capitão deu uma bela bronca nele.Kaoru nunca tinha visto seu pai tão zangado.Estava tão irritado que o pequeno Kyouraku podia sentir sua reiatsu esmaga-lo. Mau conseguia respirar quanto mais se mexer, então apenas ouvia o que seu outo-san dizia em silêncio.

__Tem ideia do que poderia ter acontecido Kaoru? Aqueles homens não iriam hesitar em ataca-lo só porque é uma criança! - gritava ''levemente'' o mais velho enquanto olhava para o seu filho - Poderia ter se machucado seriamente! Eles poderiam tê-lo matado por invadir o esquadrão!

A medida que sua irritação crescia, o capitão deixa inconscientemente sua reiatsu escapar. Mergulhado em sua mistura de raiva e preocupação não percebeu a pequena energia de Kaoru diminuindo, sufocada pela sua própria. Suspirou continuando. De olhos fechados procurando sua amiga calma.

__ Apartir de agora se quiser visitar algum esquadrão que não seja a hachi, vá apenas para a yon ou a juu san bandai, entendeu? - esperou mais não recebeu resposta. Abriu os olhos, um pouco mais calmo - Kaoru?

O mais velho assustou-se. Encontrou-o pálido, mau respirava. Suas pequenas mãos tremiam e seus olhos estavam vidrados no vazio. Podia-se ver que suava frio. Todavia Shunsui não conseguia compreender o porquê.

__Oe, Kaoru, você está bem? - disse-lhe preocupado. Deu alguns passos em direção ao garoto, quando Shizuka, a ama da casa e a senhora que havia ajudado sua mãe a cria-lo, entrou, empurrando bruscamente a porta com seu kimono vermelho liso e os cabelos já brancos presos em coque.

__Afaste-se dele e comprima sua reiatsu agora Shunsui-chan! - gritou a senhora desesperada.

__Nani? - fitou-a, não entendendo o que ali se passava.

__Eu mal consigo suportar ficar nessa sala com toda essa reiatsu quanto mais uma criança!
Somente nesse momento percebeu a energia espiritual absurda que emanava. Dirigiu o olhar a Kaoru notando o quanto a reiatsu dele enfraquecia conforme ele empaledecia.

__Shunsui-chan!

O capitão despertou do transe com a voz dela e tratou de comprimir a sua reiatsu. Kaoru em resposta caiu de joelhos no chão ofegando, desesperado pelo ar. A idosa o amparava enquanto o Kyouraku estava em choque.

Seu mundo desabou quando Kaoru ergueu os olhos refletidos de pavor e levantou-se correndo um pouco sem equilÍbrio para longe dele.

Ele nunca mais foi para nenhum outro esquadrão que não fosse o quarto ou o décimo terceiro. Por outro lado nunca visitou a hachi. Kaoru podia tê-lo obedecido mas por medo. Medo de que seu pai pudesse machucá-lo.Isso o destroçava. Tinha pedido desculpas mas... apesar de saber que tinha sido perdoado Kaoru não conseguia mais deixar de ter medo dele.

Ser pai, cuidar de uma criança não era nada fácil. Nada fácil mesmo. Pensava inocentemente que depois de tantos anos de vida estaria pronto par ser o pai perfeito.Doce engano.Preferia enfrentar um vastlorde, era menos desgastante e complicado.

No mês que havia se passado, o taichou teve suas trapalhadas sendo pai de primeira viagem. Porém existiram momentos alegres e divertidos.Como quando Kaoru preparou um bolo para ele com uma pequena ajuda de Shizuka-baa-chan. Pelo que soube, apenas para ligar o forno. Acordou com um Ise cheio de farinha e com brigadeiro no nariz. O pequeno tinha levantado bem cedinho, antes do sol nascer para fazer o bolo. Kyouraku tinha voltado tarde, por causa de uma reunião de emergência. No final não era nada, mas o pequeno achou que ele tinha ficado no esquadrão trabalhando e que no dia seguinte estaria cansado. Então conforme sua baa-chan tinha ensinado, foi fazer um bolo de chocolate para o seu outo-san.

Shunsui sorria ao lembrar desse dia, tinha adorado o que Kaoru tinha feito. Nem recordava do gosto do bolo mas... lembrava do pequeno todo sujo erguendo-o a sua frente com um grande sorriso. ''Para outo-san ter bastante energia hoje e não ficar cansado!'' o menino disse.

É, aquele mês não tinha sido tão ruim assim. A não ser pelo fato de que sua amada encontrava-se em coma.

Os dois dirigiam-se naquela bela manhã de céu azul, para a yon bandai visitar Nanao. Faziam isso quase todos os dias na esperança dela já ter acordado quando chegassem.

Não demorou muito para chegarem ao quarto esquadrão. Unohana taichou os recebeu e os levou até o quarto da Ise. Verificou rapidamente o soro e saiu silenciosamente, deixando pai e filho sozinhos com a tenente.

O quarto continuava o mesmo mas agora havia apenas um paciente. O vento soprava levemente mexendo as cortinas brancas na janela.

Kaoru e Shunsui aproximaram-se da cama e sentaram um de cada lado da mesma. Nanao dormia tranquilamente sem nenhum ferimento.

__Outo-san... - chamou o pequeno cabisbaixo e triste-... e se oka-san não acordar?

__Ela vai acordar, Kaoru-kun. - '' Ela TEM que acordar'' pensou Shunsui.

__Mas ... - em sua vozinha, já havia indícios das lágrimas que queriam descer. Saiu da beirada da cama e ficou de pé ao lado desta, observando sua mãe.

Já não havia mais nenhum ferimento, sua pele já tinha ganhado cor outra vez. Os cabelos lentamente recuperavam o brilho e os lábios, antes meio arroxeados e quebradiços, voltavam a ser rosados e saudáveis. Entretanto, a morena continuava dormindo serenamente. E o pior de tudo... é que não havia como saber quando ela acordaria.

Queria tanto que ela acordasse! Sentia tanta falta dela. Sua Oka-san na maioria das vezes era um pouco fria com algumas coisas porém nunca negou-lhe um abraço ou um beijo. Sorriu triste o pequeno. Só estava faltando ela para a sua felicidade ser completa.

O taichou tinha o coração pesaroso. Odiava ver sua lovely desse jeito e seu filho triste. Ele amava tanto aqueles dois... seus dois tesouros. Não poderia viver sem nenhum deles.

__Não se preocupe, Kaoru-kun. Oka-san vai acordar logo e quando acordar ela vai te dar um belo abraço. - sorriu o capitão.

__Ai, outo-san e oka-san vão ficar juntos? - o pequeno direcionou seu olhar inocente para o mais velho.

__ Se Nanao-chan me aceitar... - sorria tentando esconder o medo que sentia só de pensar que a morena não o amava mais.

__ Não se preocupe ela te aceita!

__Eu espero.

__Vamos outo-san, seja confiante! - exclamou o garoto com uma das mãos a frente do rosto, fechada em punho. - É tão certo que oka-san te ama quanto o sol sumir no horizonte hoje! - disse-lhe com tanta empolgação e confiança que chegou a assustar o capitão. - Então não se preocupe outo-san!

__Hai, hai. - falou o capitão em meio aos risos, o garoto estava com uma cara muito engraçada.

__Outo-san, não ria é sério!

__Arigato, Kaoru.

__De nada - respondeu sorrindo.

Conversaram sobre o mês que tinham passado juntos dando boas gargalhadas. E em meio a tantos risos, não perceberam que a tenente acordava.

Os sentidos lentamente voltavam, como se estivesse a recordar todas as sensações outra vez. Primeiro, o tato surgia quando o vento frio tocava-lhe a pele. Sentia um arrepio percorrer-lhe o corpo quando o vento deu suas voltas nela. Sentiu os cabelos dançarem timidamente sobre a face. Depois fora a vez do olfato que se fez presente quando o cheiro um pouco forte de desinfetante afetou-lhe, causando um pouco de dor de cabeça pelo odor enjoado. Por um momento, respirou fundo conseguindo captar levemente a fragância das árvores próximas na suave brisa que circulava o local. Seus ouvidos começaram a acordar. Já conseguia ouvir algumas vozes, apesar de não conseguir identifica-las. Concentrou-se desejando reconhecer as vozes tão familiares. Por fim, abriu os olhos.

De imediato, o excesso de claridade (ou seria de branco?) incomodava-lhe absurdamente, mas conseguia ver duas silhuetas a sua frente com a visão ainda turva. A da direita, era bem maior que a da esquerda. Forçou um puco mais a vista e os ouvidos e os reconheceu.

__ Kaoru?...Shunsui? - disse um pouco zonza.

No mesmo instante os dois calam-se e olharam para a morena. Não demorou muito e os sentidos da Ise já estavam e ela pode comprovar que eram realmente eles.

Sentou-se na cama, encostando-se na parede, enquanto os dois ainda a olhavam sem se mexer.

__Kaa-san! - gritou Kaoru jogando-se nos braços de Nanao.

Sorriu aliviada, pensou que nunca mais fosse vê-lo. Abraçou-o, sentindo o calor que o pequeno lhe passava., nem percebendo o olhar do capitão sobre si.

Der repente o pequeno afastou-se um pico dos braços da mãe e disse:

__ Ainda bem que acordou oka-san! Eu e o outo-san estávamos sentindo muito a sua falta!

Nanao gelou. '' Como assim outo-san?''

__Verdade Nanao-chan! Estávamos com muita saudade! - disse o taichou brincalhão.

Mil coisas passavam pela mente da morena. Ela ficou tão distraída que nem viu o olhar cúmplice que os dois lançaram um para o outro. Ambos aproximavam-se ao mesmo tempo e cada um deu um beijo na bochecha de Nanao despertando-a. Por fim, sorriu. Não fazia diferença o que tinha acontecido agora. Estava junto das duas pessoas que mais amava.

__ Eu já volto, vou avisar a Unohana-san que você acordou oka-san! - disse animado e sorridente. Sem esperar que qualquer um deles falasse alguma coisa, correu em direção a pota abrindo-a com rapidez e fechando-a da mesma forma.

__Agora é com o senhor, outo-san. - sussurrou para si, enquanto caminhava lentamente em busca da capitã da yon bandai.

No quarto, os dois observavam a porta com gotas na cabeça. Pelo visto tinha mesmo pressa.

Shunsui virou a cabeça para olhá-la. Ela tinha ficado ainda mais bonita com o passar dos anos. Teria que cuidar muito bem dela. Tão linda do jeito que estava, muitos moleques dariam em cima de sua amada.

__Nanao-chan... - chamou-a fazendo ela virar o rosto para fita-lo.

Quando seus castanhos encontraram os violáçios, um silêncio estabeleceu-se no recinto. Nenhum dos dois conseguia falar. As palavras fugiram deles.

Vinte e cinco anos. Vinte e cinco anos sem olhar para aqueles olhos castanhos. Depois de todo esse tempo, estava frente à frente com o homem que amava de novo. O coração batia cada vez mais rápido.

Levou devagar uma das mãos ao rosto de Kyouraku, acariciando-lhe a face devagar. Os olhos fitavam cada parte de seu rosto até chegar a boca. Parecia-lhe tão apetitosa, tão tentadora...

Shunsui havia fechado os olhos para sentir melhor aquela carícia de sua amada. Quando abriu os olhos depois de um certo tempo, voltou a observar a mulher a sua frente.

Nanao tinha as sombrancelhas franzidas e um sorriso gentil no rosto. Algumas lágrimas teimosas deciam-lhe pela face. Mas elas não o incomodaram.

Aqueles olhos... tinham tanto carinho neles que aqueceu o seu peito. Não era necessário palavras para ele entender o que ela lhe dizia. Sorriu, colocando a mão sobre a tenente que acariciava o seu rosto. Aproximou-se lentamente procurando sua boca, da qual não conseguia desviar o olhar e...

Naquele momento o mesmo pensamento pairava na mente de ambos.

.... sem mais aguentar, selou os lábios nos dela perdendo o pouco da sanidade que tinha. Não tardaram muito...

"Eu ainda te amo''

... aprofundaram o beijo. Sentiam o gosto um do outro novamente. Aquilo era tão bom, que não conseguiam entender como sobreviveram longe um do outro. O ar começava a faltar os deixando sem escolha. Separam-se todavia a distancia ainda era minima. Aquele beijo só tinha aberto o apetite. Não podendo mais aguentar aquela tortura, Nanao uniu seus lábios outra vez. Shunsui sorriu por entre o beijo, feliz por ela ter sentido sua falta. Logo estava invadindo a boca dela de novo. Nanao era sua droga e depois de tanto tempo sem tê-la, estava mais do que viciado.

Separou-se um pouco relutante dizendo:

__ Bem-vinda de volta, minha Nanao-chan. - tomou seus lábios pela terceira vez.

Não importaria o que acontecesse, ele estaria lá para protege-la. Nunca mais a deixaria ir embora.

É, estava realmente ansioso pelos dias que viria a seguir. Finalmente tinha voltado para os braços dela e dali não sairia nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Bem este é tecnicamente o ultimo capitulo mas eu queria me redimir pela demora então estou terminando de fazer um extra porque eu amo muito vocês! Bjs pessoas!



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