Kagura’s POV

Eu já estava acordada há algum tempo e a situação não era das melhores. Minhas mãos estavam amarradas, eu estava meio fraca e estava sendo vigiada por dois caras e uma mulher. No começo não entendi muito do que se tratava, até ver meu guarda chuva que tinha sido pego pelo pirralho em uma mesa do lugar onde eu estava presa. Aquilo tinha sido uma emboscada. Minhas suspeitas se confirmaram quando um dos caras, o mais mal encarado e irritante ligou para o sádico. Droga, ele não podia vir, ele tinha que me ignorar. Teimoso e orgulhoso do jeito que o maldito sempre foi, é capaz de ele aparecer sozinho e acabar... Eu não quero nem pensar.

D.S: É mocinha, parece que seu namoradinho está em apuros.

Kagura: Não se anime, aquele idiota não vai vir.

D.S: Não fale assim, nesse caso vai ser pior para você.

Kagura: Como se eu tivesse medo de um idiota como você.

Acabei levando um murro pela resposta, maldito, se eu não estivesse amarrada e quase doente você iria ver só. Ele já se preparava para me bater outra vez, quando a mulher o deteve.

Minene: Já está bom de brincadeiras D.S

D.S: Mas Minene...

Minene: Mas nada, você quer que o produto esteja com defeito quando o ‘‘comprador’’ chegar?

D.S: Tudo bem... Você está com sorte pirralha.

Sorte, Ah tá, como se essa situação fosse o melhor dia da minha vida. Comecei a observar mais atentamente cada uma das pessoas naquela sala. O tal D.S era um cara alto, com varias tatuagens e que tinha a mania irritante de ficar mascando chiclete. Minene tinha uma aparência não muito perigosa, mas apenas seu tom de voz frio me deu arrepios. Sobre o outro cara não dava para dizer muita coisa, só que ele era muito quieto e parecia ser bastante respeitado pelos outros.

Reconhecimento de inimigos a parte, eu precisava pensar num jeito de sair dali. Por hora, tinha de haver um jeito de me desamarrar e pegar meu guarda chuva, fazendo isso mesmo estando meio fraca eu ia conseguir escapar, era só tentar evitar confrontos diretos e sair correndo o mais rápido possível.

O tempo passava cada vez mais, e eu não fazia nenhum progresso. Seja lá o que usaram para me amarrar era muito forte, porque só de mexer um pouco machucava meus pulsos. Droga se as coisas continuarem desse jeito a situação vai começar a ficar cada vez pior a cada segundo que passar.

D.S: Ei pirralha, não é hora de dormir.

Minene: Eu já disse para parar com isso D.S, não seja infantil.

D.S: Porque você esta defendendo tanto ela?

Minene: Eu acho a historia poeticamente trágica, o forte guerreiro vai se sacrificar para salvar o amor da sua vida.

Martio: Isso não é correto. Um homem que dedica sua vida a alguma profissão não deve arriscar a vida para proteger uma única pessoa. Se esse garoto vier mesmo, será a prova de que ele não é digno de ser chamado de policial.

Pela primeira vez o homem mais velho e calado falava, e ele realmente era sinistro, mas isso não me intimidou.

Kagura: Belas palavras de alguém virgem, velho e sozinho.

Foi só eu dizer essas palavras que D.S e Minene apontaram suas espadas para mim.

Martio: Parem vocês dois. Essa garota ainda vale como refém, mas logo que matarmos o policial eu deixo vocês fazerem o que quiserem com ela.

Agora eu realmente estava com medo. Fechei meus olhos, tentando conseguir um pouco de força extra para me soltar daquelas cordas, usando todo tipo de recurso para forçar meu corpo fraco a se mover, quando finalmente senti que estava fazendo algum progresso, as cordas estavam afrouxando pouco a pouco. Mas eu tinha que saber a hora certa para me mexer, um movimento errado e qualquer uma das pessoas nessa sala me prenderia de novo ou até coisa pior. Eu tinha de ser paciente.

Sougo’s POV

Cheguei a um prédio abandonado, e que parecia estar vazio a primeira vista, mas meus olhos logo captaram algumas pessoas perto, porem naquela altura isso não importava, eu não dava a mínima para mais nada, só para o fato de que eles haviam machucado a china girl e só para me atingir. Tentei acalmar minha cabeça, podia ser perigoso entrar irritado desse jeito (não para mim, mas podia acabar acontecendo de eu fazer um movimento errado e demolir o lugar todo), mas minha visão continuava embaçada pela raiva, então decidi entrar assim mesmo.

Abri um portão meio enferrujado, fazendo um barulho irritante. O som pareceu um daqueles apitos para atrair animais, porque logo dois caras avançaram em minha direção, mas apenas com o desembainhar da minha katana, cortei ambos, que caíram ensanguentados no chão. Quanto mais eu andava, mais pessoas iam tentando me atacar, mas eles eram terrivelmente patéticos de tão fracos, tanto que se essa fosse uma das minhas missões do Shinsengumi, eu voltaria para o carro de patrulha e deixaria esses vermes com os outros soldados, enquanto eu tirava um cochilo. Mas obviamente, aqui a situação era diferente.

Quando consegui chegar na porta do lugar, já estava tão irritado com tudo que tinha acontecido que agarrei um dos caras que estava caído pelo pescoço, dando a ele uma amostra da minha força quando eu estava com raiva.

Sougo: Oh, é só isso? Eu não acredito que vocês tiveram a audácia de montar todo aquele plano, mas não conseguem se defender de um ataque simples. Então, vai me dizer para onde eles a levaram?

Homem: Se está falando da mocinha ela está lá no final. Mas nem se anime muito, você não vai sobreviver a uma luta com D.S-sama, Minene-sama e Martio-sama.

Joguei o homem na direção oposta, com uma expressão irônica no rosto.

Sougo: Isso quem decide sou eu.