Desaparecido escrita por LightB


Capítulo 1
Declarado morto


Notas iniciais do capítulo

primeiro capitulo, espero que esteja legal.



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Três dias e nada do Tyler. A policia esta fazendo seu melhor para encontra-lo, o carro foi achado ontem e estava completamente destruído, mas não havia nenhum vestígio do Ty nele, apenas um pouco de sangue.

Existem diversas possibilidades, sequestro, perda de memória por causa do acidente e fuga. Estão até dizendo que ele fugiu, como se ele fosse capaz de fazer uma coisa dessas.

Algumas pessoas acham que ele esta morto, mas eu sei que ele não esta, sinto isso.

Duas semana depois e nada dele ainda. A policia estava perdendo as esperanças, assim como eu. As pessoas começaram a parar de falar das possibilidades de ele estar vivo.

Apenas meus pais ainda tinham esperanças, minha mãe não saia da frente da TV e do lado do telefone, comia pouco e estava a cada dia pior. Meu pai saia cedo todos os dias e voltava apenas de noite, se afundou no trabalho de uma maneira que mal ouvia sua voz.

E eu? Bem, tinha que aguentar a escola e todos me perguntando sobre o meu irmão. Era uma verdadeira merda, todos olhando com pena e dando sorrisos forçados ou falando que vão encontrar o Ty. Eu era basicamente o centro das atenções, o que eu odiava.

"Tyler Becrole, 20, estudante de bio química, esta desaparecido desde o dia 20/02.

Depois de um acidente grave o jovem ainda esta desaparecido. Relatos dizem que nos últimos dias ele andava muito calmo e nada indicava que ele pudesse fugir, uma teoria descartada pela policia de Dark Moon..."

Amassei o jornal e joguei no lixo, meus pais não precisavam ler coisas inúteis assim. Comi alguma coisa rápida e sai para ir a escola, Nanda já estava me esperando no portão.

–Animada pra escola?- me perguntou com os olhos castanhos brilhando.

–Hui, muito- falei rindo sem humor. Aquele jornal havia me perturbado- e ai como estão às coisas com o John?

–Ótimas, ele disse que quer ir ao baile comigo, o que quer dizer que ele vai assumir nosso namoro para todo mundo.

–Grave para que eu possa assistir depois.

–Você realmente não vai?

–A menos que meu irmão apareça e me arraste para o baile, não.

Nanda revirou os olhos e começou a falar sobre como o Erick, meu namorado, ia me obrigar a ir e como ela ia estar ali para ver.

A escola estava um tédio completo, tanto que eu nem olhava para a lousa ou para a professora. Estava ocupada pensando no Ty.

Ele estava vivo, disso eu tinha certeza. Peguei a lua de ônix que estava pousada sob minha blusa. Tyler havia me dado aquele colar poucas semanas antes de sumir, era meu presente de aniversario. E agora uma das poucas lembranças dele.

No intervalo foi à gota d'água pra mim.

Enquanto eu ia com a Nanda para o pátio eu a vi. Com uma micro-saia e o cabelo bronze solto, Tifany chamava atenção de qualquer um, e tinha vários garotos babando por ela. Mas para mim ainda era patética e oferecida, alem de superficial e hipócrita.

–Meu pai é policial- ela disse para suas seguidoras, outras superficiais- e ele me disse que o Ty esta praticamente considerado morto. Bastam apenas mais alguns dias para o veredito oficial. O que é uma pena, ele era tão gostoso.

Vê-las rindo do meu irmão me fez perder a cabeça, estava prestes a ir até lá quando fui pega pela cintura e puxada para longe.

–Calma, ignore- Erick falava enquanto ele e a Nanda me tiravam dali.

–Eu vou quebrar a cara daquela vadia- falei com tanta frieza e tanto ódio que até eu me assustei- ela não tem o direito de falar dele.

–Eu sei Liah, eu sei. Mas não vai se ferrar por causa dela não é?- Nanda tentava parecer calma, mas eu conseguia ouvir a raiva em sua voz, Ty era como um irmão para ela- vamos fazer assim, vocês dois matam aula, digo que você não estava bem e que o Erick te levou para casa.

–Ótima ideia Nanda- Erick pegou minha mão e me levou para longe da escola- O que deu em você? Nunca te vi com tanta raiva de alguém, e olha que te conheço desde sempre.

–Sabe que eu não gosto dela, e com tudo o que esta acontecendo- a raiva subiu a minha cabeça e eu quis quebrar alguma coisa, o que não era muito normal pra mim- aquela vadia não tinha o direito de falar dele, não tinha...

Erick me abraçou antes que eu terminasse de falar, essa era a parte boa de namorar o mesmo cara durante muito tempo, ele sabe exatamente o que você esta sentindo, e sabe o que fazer.

–Sinto tanta falta dele- falei com lagrimas nos olhos- não acredito que ele esta... Ele não pode ter morrido.

–Eu sei Liah, eu sei.

Ficamos ali por algum tempo, eu estava tão abalada que basicamente não conseguia nem pensar em ir para casa, quanto mais encarar meus pais. Erick achou melhor irmos para o gril, pelo menos até eu me acalmar um pouco.

–Vai querer alguma coisa?

–Um chá- falei enquanto me sentava em uma mesa bem longe da parte movimentada.

Havia uma garota, ela não me era estranha. Alguma coisa era familiar, só não conseguia dizer o que. Estava jogando sinuca com alguns caras, e vez ou outra me olhava discretamente.

Quando Erick estava voltando, ela e os amigos foram embora, mas a sensação de conhecê-la continuou me perturbando.

–O que foi?

–Havia uma garota jogando sinuca, acho que a conheço, mas não me lembro de onde.

–Não havia ninguém jogando sinuca Liah- Erick falou me encarando- talvez ela estivesse apenas perto da mesa.

–Pode ser- ela estava jogando sim- mas isso não é importante.

–Ok- ele pegou o celular e depois de alguns segundos fez uma careta e sussurrou- não acredito.

–O que foi?

–Nada- pegou meu celular de cima da mesa e praticamente o deixou longe de mim- vamos, vou te levar para dar uma volta.

–Eu não vou sair até dizer o que foi.

–Se vir comigo eu te digo.

Depois de alguns segundo me encarando, implorando em silencio, eu cedi e fui com ele. Aparentemente precisei chegar praticamente na minha casa para que ele falasse alguma coisa.

–Eu recebi uma mensagem geral- mensagem geral é basicamente uma mensagem enviada para todos os números de celular da cidade- declararam o Tyler morto.

A única coisa que ouvi foi "Tyler morto", meu mundo parou de girar e por algum motivo eu não comecei a chorar, nem falei que não acreditava, ou que era mentira. Estava tão calma que não perecia ter ouvido sobre meu irmão estar morto. Simplesmente continuei andando em direção a minha casa. Meus pais precisavam de mim.


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