O Ninja De Branco. escrita por Charlie


Capítulo 17
Capítulo 17 — Eu Ganho Um Inimigo Mortal.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora... eu estava escrevendo outra fic. Mas está aqui o capítulo, Raquel. Espero que gostem.Aproveitem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/352807/chapter/17

HELENA HAVIA SUMIDO DA CIDADE. ERNIE NÃO CONSEGUIU UMA PISTA SE QUER DELA E tampouco eu havia conseguido — bem, se Ernie não havia conseguido, eu também não iria conseguir, e não consegui. O garoto conseguira rastrear o sistema do FBI, pelo amor de Deus!

Mas, para a minha infelicidade, minha irmã decidiu fazer compras no shopping e me levar, depois de ter me visto com o mesmo casaco três vezes — o que eu podia fazer? Eu amava aquele casaco! Porém, com minha felicidade, não fui com Moira. Com certeza ela iria querer me fazer voltar para a escola e eu não estava afim disso. Mas o que eu podia fazer? Nada. Tive de ir com Thea e acredite: fazer compras com Thea não era uma coisa que você queria fazer. A não ser que você seja menina. Posso ser homossexual, mas isso não significa que fazer compras com uma menina igual à Thea significa que eu iria adorar.

Passamos a manhã toda no shopping e Oliver fez questão de me ligar umas cinco vezes cobrando a minha presença em sua boate. Eu sabia que era um menino morto quando chegasse ao trabalho, mas eu queria passar mais tempo com Thea. Não ficávamos juntos desde o meu primeiro dia na escola, onde ela me apresentou toda a escola.

Thea e eu nos divertimos. Ela fez questão de me comprar seis sacolas de roupa em uma loja, mais cinco em outra e mais sete em mais uma. Resumindo: um dos três seguranças tinha dezoito sacolas minhas e os outros, por incrível que pareça, tinha vinte e sete sacolas. Os dois juntos. Eu me perguntava o que Moira achava das compras de Thea, mas eu tinha certeza de que ela não ligava para isso. Dinheiro não era nada para os Queen. Acho que nunca foi. Eu tinha que me acostumar com isso. De uma maneira ou de outra.

No início da tarde, Thea conseguiu ouvir meu estômago roncar alto — um grande defeito meio quando estava faminto — e decidiu irmos à praça de alimentação para comermos. E agradeci por isso. E fomos.

Sentamos em alguma mesa da praça de alimentação e os seguranças deixaram as sacolas na mesa ao lado, onde pus minha mochila que estava minhas coisas dentro, e Thea os liberou para fazerem o que quiserem naquele horário. Eu não daria ordens para eles. Jamais. Esse não era eu.

Havia diversas pessoas na praça de alimentação, mesmo sendo uma quarta-feira, no início da tarde. Era incrível saber que em Starling City havia pessoas como aquelas. Havia empresários, funcionários, namorados e até famílias naquela praça de alimentação. Sem contar que o local estava quase lotado.

Thea pediu dois grandes hambúrgueres para nós (eu amava aquela garota) e depois copos de refrigerante enormes para nós. Ela realmente sabia como matar a fome. Mas a minha refeição foi interrompida por uma vibração em meu bolso e torci para que não fosse Jeremy.

Assim que o peguei, meu celular dizia:

Você tem uma nova mensagem de: ‘Oliver’”.

— Droga. — reclamei baixinho.

— O que foi? — perguntou ela, depois de tomar um gole de seu refrigerante.

— Oliver mandando mensagem... eu não fui ao trabalho hoje. — falei franzindo a testa.

— Ah... sinto muito. — desculpou-se, ela. — Eu esqueci completamente.

— Tudo bem. — suspirei. — Agora tenho que... acalmar a fera.

Abri a mensagem dele que dizia:

Theo, onde você está? Está bem? O que houve que não veio trabalhar hoje?

— Ele é sempre teatral assim? — perguntei a ela mostrando a mensagem dele.

Ela revirou os olhos e riu.

— Sempre que quer. — disse ela e ri com a mesma.

Respondi sua mensagem:

Desculpa não ter avisado. Eu me esqueci desse detalhe de trabalho.

Desculpa. Estou no shopping com Thea. Vem para cá.

Ele poderia me matar quando viesse para cá, mas eu acreditava que não. Mas estamos falando de negócios, boate e dinheiro. Então era possível, sim, que ele viesse me estrangular.

Não demorou nem menos de dez minutos e ele já estava na praça de alimentação do shopping. Ele corria bastante com o carro ou moto? Bem, ele estava com um capacete preto à mão. Ele veio até nós e se sentou conosco.

— E aí, irmão. — falei e Thea riu.

Ele me olhou sério por um momento.

— Desculpe. — reprimi o riso que se formou em minha garganta.

Ele comeu conosco. Bem, sozinho, pois Thea e eu já havíamos acabado de comer. Mas Oliver comeu bastante, o que demoraria a nossa volta ao trabalho. E eu agradeci, porque eu não queria voltar àquele trabalho. Ele começou a falar sobre ações isso, ações aquilo, que Tommy havia deixado de trabalhar com ele na noite passada, se demitiu — me perguntei como eu não fiquei sabendo disso, sendo que eu estava no setor financeiro o tempo todo e, que por um acaso, era onde Tommy também trabalhava. Eu não queria que Tommy se demitisse. Eu gostava dele, ele era um cara bacana. Então, por azar, eu estaria responsável pelo setor financeiro inteiro. Maravilha! Agora todo o serviço que eu não queria, estava todo em minhas costas. Tommy não tinha hora melhor para se demitir, senão aquela? Francamente, Tommy...

Mas um estrondo interrompeu meus pensamentos.

Oliver, Thea e eu olhamos para o lado do estrondo e várias pessoas estavam gritando e correndo.

Pus-me de pé rapidamente, juntamente com Oliver segurando Thea pelo braço. Peguei minha mochila rapidamente e a pus nas costas.

Muitas pessoas gritavam e vinha em nossa direção. Umas iam embora pela saída de emergência nos fundos da praça de alimentação. Só consegui olhar para eles dois. A segurança dos dois para mim era prioridade. Mas eles estavam bem. Eu tinha que checar. Eu não podia simplesmente ir embora. Eu tinha que dar um jeito. Olhei aos arredores e avistei as compras de Thea. Tive uma ideia! Peguei as sacolas e joguei em direção a Oliver. Ele soltou Thea e segurou as sacolas no mesmo instante. Bingo! Era isso que eu queria que ele fizesse.

Eles não conseguiram me enxergar e eu sumi dali rapidamente, como um borrão — uma das coisas que eu sabia fazer de melhor. Avistei um banheiro perto dali e adentrei nele, trocando-me o mais rápido que pude e assumi a fora do Ninja De Branco.

Saí do banheiro e olhei para a multidão. Todos vinham do andar de baixo. Olhei no parapeito dali e vi que havia algumas cordas presas e alguns canos de ferro, onde pulei neles e deslizei facilmente. Uma das vantagens de ser um ninja: você sempre conseguia desligar em quase tudo.

Quando cheguei ao limite do cano de ferro, saltei dando um mortal para trás e caí com um pé e um joelho no chão com minhas espadas a mão.

Não havia mais pessoas, não havia seguranças — todos estavam no chão com, o que eu não acreditei ser, kunais em seus peitos e barrigas.

Aquilo me fez arregalar os olhos. Como era possível? Como havia outro ninja com o mesmo tipo de armamento que o meu em Starling City? Isso não era possível! Inacreditável!

Caminhei até um dos corpos e ele estava morto. Chequei os outros e ambos estavam mortos. Não era possível!

Pus-me de pé e olhei aos arredores. Não encontrei sinal de ninja algum. Sinal de vida algum, senão eu mesmo.

De repente, consegui ouvir um zumbido vindo a minha esquerda e estiquei a espada bem a tempo de fazer a shuriquen que vinha em minha direção, batesse na espada e fosse de encontro com a parede mais próxima.

Peguei uma shuriquen em meu bolso da perna e joguei na direção de onde vinha a que me atacou e não acertei nada. Ele já não estava mais lá. Havia sumido ou...

Fechei os olhos e juntei as mãos. Lembro-me que em meu treinamento, meu mestre havia me dito: “nem sempre o que procuras acharas com os olhos”. Respirei fundos cinco vezes até que o único barulho que eu podia ouvir era o meu batimento cardíaco e...

Peguei uma shuriquen de meu bolso e joguei a minha frente, onde ouvi o barulho de metais se chocando e abri meus olhos imediatamente e indo a sua direção como um borrão.

Eu não conseguia acreditar. Um ninja igual a minha vinha em minha direção como um borrão. Ele também continha espadas, seu rosto era todo coberto com uma mascara preta, seu quimono também era todo preto. Tudo nele era preto. Um Ninja De Preto vinha em minha direção para uma batalha.

Nossas espadas se chocaram e soltaram faíscas. Chutei sua perna e seguido de sua barriga, mas ele não pareceu reclamar muito, apenas se afastou e era o que eu queria. Guardei minhas espadas e parti para uma luta corpo-a-corpo — o que eu era extremamente bom, segundo meu mestre. Ele também guardou sua espada e veio em minha direção em posição de ataque para uma luta corpo-a-corpo.

Seu soco veio primeiro, mas eu consegui me abaixar, dar-lhe uma rasteira, fazendo-o cair. Preparei o chute em sua barriga, mas ele havia saído dali rapidamente e me dera uma rasteira, pegando-me desprevenido. Caí ao chão e o olhei, seu punho vinha na direção de meu rosto, mas eu consegui rodopiar no chão e afastá-lo.

Ele veio em minha direção novamente e eu fui à direção dele. Ele veio com um chute em meu rosto, mas eu consegui bloqueá-lo facilmente com a mão direita e dei o meu chute e ele também me bloqueou; meu soco foi em direção ao seu rosto e ele bloqueou facilmente, mas não previa o meu segundo soco indo a seu rosto, onde o acertei em cheio, seguidos de dois socos em sua barriga e girei para lhe dar um chute no peito, onde ele caiu ao chão. Mas se levantou rapidamente.

Ele fez os mesmos movimentos que eu havia feito e eu não consegui bloqueá-lo. Eu senti o chute em meu peito primeiro, depois de dois socos na barriga e um no rosto, fazendo-me ficar tonto e ele percebeu, pois me dera outro chute no peito, o que me fez cair longe ao chão.

Mas eu respirei fundo e me pus de pé novamente. Ele parecia cansado, ofegava, mas eu não estava diferente. Ele tinha os mesmos golpes que eu. Todos tinham a mesma precisão. Era impossível ele ser daquela maneira. Não tinha como ser.

Ele veio em minha direção e eu fui à dele e começamos a nos socar. O golpeei em sua barriga, em seu rosto e logo em seguida chutei seu peito. Ele se afastou por um instante e aproveitei essa deixa para por uma mão em sua nuca, a outra mão em seu braço e tentei imobilizá-lo, mas ele me bloqueou na tentativa e me jogando no chão, dando um mortal para frente. Ele veio para socar meu rosto, mas eu esquivei e lhe dei uma rasteira, e ele caiu. Aproveitei para lhe dar um chute em seu rosto, mas ele sumiu dali.

Travei o chute imediatamente e me pus ereto. Fechei os olhos e me concentrei nos sons — eu sabia que ele iria querer ser invisível, a maioria dos ninjas aprendem isso. Ser invisível. E ele estava tentando isso agora, mas eu tinha como detê-lo.

Conseguia ouvir o som de um chafariz ali à minha esquerda, conseguia ouvir o som da tevê no andar de cima anunciando a explosão que teve ainda pouco no shopping (adivinhe só, eu estava lutando contra o suposto causador da explosão!).

O som de algo cortando o vento veio em minha direção. Abri os olhos, saquei a espada bem a tempo das lâminas das shuriquens dele baterem na lâmina de minha espada e jogar algumas em sua direção.

Ele gemeu e vi das quatro shuriquens que joguei acertarem seu peito. Corri em sua direção com a espada à mão, mas não vi o movimento que ele fez e acertou três shuriquens em meu peito também. Nunca pensei que o furo de uma shuriquen poderia ser tão desconfortante e doloroso. Aquilo me fez cair. Mas tirei as shuriquens de meu peito rapidamente e me pus de pé logo em seguida, com a espada ainda em minha mão.

Agora havíamos começado uma luta de espadas. Eu tinha duas, ele tinha apenas uma, mas ele conseguia lutar bastante bem com apenas ela. Mas eu tinha os meus truques. Ele vinha com ataques precisos. Ele realmente estava com vontade de me matar, mas eu não estava diferente. Eu não queria ser derrotado por alguém que tinha quase todos os meus golpes copiados. E eu não seria derrotado por ele. Não mesmo!

Aquilo me deu raiva. Eu não sabia como poderia ficar com tanta raiva assim, mas só de ter a ideia de ter meus movimentos copiados por ele, a raiva me consumia. E consumia de tal maneira que eu comecei a sentir minha cabeça esquentar.

Ficamos nisso por minutos. Ele me acertava, eu o acertava, mas nada de ponto à morte. Mas eu estava ficando desgastado. Eu estava já ficando completamente sem forças e ele também. Dava para ver que ele estava ofegando. Sem contar que os ferimentos ardiam agora. Queimavam.

Ele e eu estávamos cerca de dois metros de distância um do outro e em posição de ataque, quando uma flecha passou por cima de minha cabeça e atingiu o peito dele, estourando logo em seguida.

O Vigilante havia parado ao meu lado e eu não gostei de vê-lo ali. Ele apontou seu arco e sua flecha para o Ninja De Preto.

— Ajuda? — disse o Vigilante, mas eu não respondi. — Sabia que sim.

O Ninja De Preto passou a mão em seu peito e disse com sua voz distorcida:

— Essa luta é minha e sua. — ele apontou para mim. — Isso não acaba aqui, Branco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Ninja De Branco." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.